DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
11 DE MARÇO DE 2015
Na linha das ácidas críticas do ex-presidente Lula, o PMDB também culpa o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) por não permitir que o experiente vice-presidente Michel Temer auxilie Dilma na articulação política. Temer chega a passar semanas sem encontrar a presidente. Acusado por Lula de “sequestrar o governo”, o ministro afasta todos aqueles cuja colaboração possa merecer o reconhecimento de Dilma.
Lula acha que Mercadante fez de Dilma sua refém, ao afastar do Planalto até os mais antigos e leais auxiliares, como Giles Azevedo.
O chefe da Casa Civil se acha um gênio da política, apesar da coleção de derrotas, e tenta ser o único a influenciar suas decisões.
O aloprado Mercadante fez Dilma se posicionar sobre o impeachment, na desastrada coletiva de segunda (9), colocando o tema na pauta.
Michel Temer avisou que não pode ser chamado só para apagar fogo. Ele alertou a Dilma que o PMDB está saindo do controle no Congresso.
Uma das mais gritantes omissões da “Lista do Janot”, o ex-ministro José Dirceu monitora o andamento da CPI sobre o assalto bilionário à Petrobras, por meio de pessoas de sua confiança. Como já não é réu primário, o envolvimento do ex-braço direito de Lula no Petrolão pode custar-lhe uma nova pena, desta vez em regime fechado. O doleiro Alberto Youssef revelou que ele recebeu dinheiro sujo do Petrolão.
Com seu jeito anta de ser, o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) fez a pergunta do dia ao ex-gerente ladrão da Petrobras: “O crime compensa?”
Dilma foi vaiada ontem, no 21º Salão da Construção Civil, por funcionários do evento, recepcionistas habituadas apenas a sorrir e a tratar bem as pessoas. Isso mostra o nível de irritação dos brasileiros.
Após a vaia em São Paulo, ontem, a hashtag #VaiaDilma foi um dos assuntos mais comentados no Twitter.
O panelaço de domingo e a vaia de ontem são sinais de deterioração de credibilidade e até de autoridade. Assessores de Dilma acham que ela será cada vez mais hostilizada, sempre que aparecer em público.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está convencido de que o ex-gerente corrupto da Petrobras, que depôs na CPI, está protegendo alguém importante, que seria seu chefe no esquema. Suspeita de Lula.
Em 2014, a Petrobras ofertava curso para os depoentes se esquivarem de perguntas. O relator da antiga CPI, Marco Maia (PT-RS), recebeu uma lista do que deveria perguntar ao ex-diretor Nestor Cerveró.
Mesmo estrelando a Lista de Janot, no escândalo de corrupção da Petrobras, o ex-ministro Edison Lobão (MA) está empenhado em presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Ao tentar atrelar a corrupção na Petrobras ao governo FHC, o PT tenta a estratégia do “todos roubam, mas nossos ladrões são melhores”.

NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2015
Segundo o delator Pedro Barusco declarou hoje na CPI da Petrobras, a roubalheira na estatal, implantada pelo PT, começou em 2004. Ou seja, antecedeu o Mensalão. O que significa que o Mensalão foi apenas uma Elba. Os navios, sondas e plataformas do Petrolão é que encheram os bolsos dos corruptos do PT, com centenas de milhões utilizados para pagar as campanhas de Lula e de Dilma, além de enriquecer os marajás do partido que escondem o dinheiro público roubado em contas no exterior e em ouro e dólar guardados em Cuba.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 22:20:00

CUT cancela ato por ordem de Dilma. É o medo do "15 do Impeachment".
(O Globo) O governo pediu à Central Única dos Trabalhadores (CUT) para que cancele a manifestação da próxima sexta-feira. O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), a pedido da presidente Dilma Rousseff, se reuniu com dirigentes da CUT na segunda-feira e conversou por telefone pedindo "reiteradas vezes" a suspensão, para evitar que ela sirva de base para levar mais manifestantes contra o governo às ruas no dia 15.
A assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência entrou em contato para negar que o ministro Rossetto tenha tratado deste tema ou feito o pedido a dirigentes da central sindical. A informação, no entanto, foi revelada por um ministro próximo à presidente. — Será muito ruim se os protestos da CUT levarem 500 pessoas para as ruas e as manifestações do dia 15 levarem milhares. Para efeito de comparação, será esmagador — disse um integrante do governo ao GLOBO. 
Embora a operação do governo pelo cancelamento do evento da CUT não tenha prosperado, a central decidiu a reordenar o ato, deixando clara a defesa da presidente Dilma e da Petrobras. Em entrevista divulgada na noite de segunda-feira pela “Rede Brasil Atual”, ligada a movimentos sindicais, o ex-presidente Lula afirmou torcer para que “compareça muita gente” no protesto, apesar de dizer que não irá participar. 
Quanto aos protestos contra o governo e a presidente Dilma, o Planalto avalia que se concentrarão em São Paulo e na zona sul do Rio. Monitoramento realizado nas últimas semanas aponta que no Nordeste o movimento será fraco e, em alguns lugares, até inexistente. Há temor, no entanto, com o acirramento dos ânimos possa levar a pancadaria e quebra-quebra, como ocorreu na onda de protestos de junho de 2013. A expectativa do governo é que as manifestações do dia 15 não sejam reforçadas por setores da esquerda, como aconteceu nos atos de dois anos atrás, o que tira volume e poderia levar à redução da capilaridade do movimento. Na visão de auxiliares da presidente, partidos como PSol e PSTU, que dão consistência a protestos, estarão fora. 
Apesar de tratar como uma incógnita o número de pessoas que irão às ruas, integrantes do governo estão monitorando as redes sociais desde que os convites para as manifestações começaram a pipocar na internet. Foram mapeados quatro movimentos por trás dos protestos: Vem para a rua, Revoltados Online, Endireita Brasil e Brasil Livre. Paralelamente ao acompanhamento dos líderes do movimento, o PT vem fazendo um trabalho de desconstrução destas pessoas e destes grupos, usando informações de seus perfis nas redes sociais para desqualificá-los politicamente.
Dilma determinou uma força tarefa de ministros para acompanhar os atos de sexta e de domingo. Os integrantes da articulação política deverão ficar em Brasília. A orientação do Planalto é que nenhum ministro participe das manifestações das centrais sindicais para não estimular provocações.
MINISTRO DIZ NÃO ESTAR PREOCUPADO COM PROTESTOS
No início da noite, Miguel Rossetto disse não estar preocupado com as manifestações. O ministro, que é o responsável por fazer a ponte entre o governo e os movimentos sociais, afirmou que é preciso separar os protestos benéficos daqueles que fazem mal para a democracia brasileira: - Nós temos de separar o que são manifestações que afirmam a democracia brasileira daquelas manifestações que prestam um desserviço à democracia brasileira. O que o país precisa é cada vez mais democracia, de mais participação - defendeu. 
Sobre as manifestações, previstas para domingo, que vão pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Rossetto disse que elas não fazem nenhum sentido e que desrespeitam o processo eleitoral: - Essa é uma pauta antidemocrática, desrespeita a democracia brasileira, desrespeita o processo eleitoral.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 21:07:00

QUARTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2015
Funcionários da plebe que sempre apoiou o PT vaiaram Dilma. Já a empresária da elite golpista paulista elogiou. O discurso do governo não para em pé. É um governo para os ricos, não para os pobres.
(Folha) "Essa bruxa já foi embora?", indagou, ainda deitada no chão, uma faxineira que observava a saída apressada da presidente Dilma Rousseff. "Querem saber o motivo da vaia? É simples: estou cansada de trabalhar e não ter nada. Tudo em que ela mete a mão dá errado", concluiu, enquanto se levantava e voltava ao trabalho no Anhembi, sem querer se identificar. 
Mais calmo, junto a seu carrinho com latas de cerveja e refrigerante e garrafas de água, o vendedor Alexandre Frediano, 30, foi um dos poucos que não se incomodaram em se identificar. "Eu moro em Mogi [das Cruzes] e lá todo mundo aderiu ao panelaço." Por que as pessoas estão com tanta raiva? "Ela mexeu nos direitos do trabalhador. Falou a campanha inteira que não ia e fez propaganda negativa do Aécio [Neves, senador do PSDB que disputou a eleição de 2014 com Dilma]", explicou. "A água está custando R$ 5. Sobe tudo, menos o salário da gente", concluiu. 
Pintores, marceneiros, copeiras, expositores... Foram eles que puxaram a vaia contra Dilma. A defesa da presidente, ironicamente, veio dos patrões. Sandra Papaiz, diretora da empresa que leva seu sobrenome e é conhecida pela fabricação de fechaduras, minimizou o ato e elogiou a coragem de Dilma. "Foram vaias, mas não foi uma algazarra", disse Sandra. "São Paulo é um tipo de reduto anti-PT. No fim, com tudo que está acontecendo, Dilma também teve coragem de vir à toca dos leões", afirmou. 
Questionada se preferia não se identificar por medo de represália do patrão, uma funcionária de um estande resumiu: "Eram os peões se manifestando. O que eles iam fazer? A gente tem o direito de dizer o que pensa".
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:53:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
11/03/2015 às 7:16\Opinião
CARLOS BRICKMANN
Uma multidão imensa protesta contra o Governo. Os governistas explicam: são os milionários. Mas tanto milionário assim? Não, claro que não: as senhoras estão levando a criadagem, os maridos obrigam os funcionários de suas empresas a comparecer. Mas, politicamente, isso não tem o menor significado: no fundo, é só a elite endinheirada paulista. Os governistas fingem que não veem.
Este diálogo é real e ocorreu durante as manifestações contra o Governo, num clima de terrível tensão. Muito temor: intervenção de forças estrangeiras, milícias de agricultores exigindo terras, corrupção, civis pedindo intervenção militar, ameaças de golpe oposicionista, ameaças de golpe governista. Data: 1964.
O panelaço contra Dilma foi imenso. Os governistas dizem que foram os milionários, a elite endinheirada paulista; que a criadagem teve de buscar as panelas Le Creuset, que foram todos para suas elegantes varandas gourmet em bairros nobres fazer o panelaço. Os fatos, pior para os fatos: Ricardo Kotscho, lulista desde quando não era chic ser lulista, secretário de Comunicação do Governo Lula, petista até seus últimos e raros fios de cabelo, diz que no Jardim João 23, periferia extrema de São Paulo, houve o mesmo panelaço que na cidade inteira. E houve também em outras cidades, em todo o país.
Mas é engraçado falar em Revolução Cashmere. É mais fácil do que pensar. É melhor fingir que não veem. A crise se agrava e há quem finja que não há crise. Sem acordo – e logo – o velho filme de horror pode ser reprisado.
Aquele em que, no fim, a gente morre.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
11/03/2015 às 4:47
Há, sim, algumas diferenças fundamentais entre 1992 e 2015; entre as circunstâncias que acompanharam a denúncia apresentada à Câmara contra Fernando Collor, que resultou no seu afastamento, e as que estão presentes no debate sobre o impeachment de Dilma Rousseff. Em 1992, Barbosa Lima Sobrinho, então presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), era um dos signatários da petição. Em 2015, a ABI empresta a sua sede para Lula promover um ato de suposta defesa da Petrobras. À porta da entidade, milicianos desceram o braço em pessoas que protestavam contra Dilma. Em 1992, Marcelo Lavenère, então presidente da OAB, assinava a petição junto com Barbosa. Em 2015, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da entidade, é candidato ao Supremo e espera contar com a boa-vontade de Dilma. Entenderam o ponto? Em 1992, a esquerda queria chegar ao poder. Em 2015, os esquerdistas já estão no poder. E que fique claro: havia uma penca de motivos para denunciar Collor. Como acho que há uma penca de motivos para denunciar Dilma.
Trago uma peça nem tão fácil de encontrar. Se vocês clicarem aqui, encontrarão em PDF o Diário do Congresso Nacional de 3 de setembro de 1992 que traz a íntegra da denúncia formulada contra Collor com base na Lei 1.079, a Lei do Impeachment. Se e quando tiverem tempo, vale a pena dar uma lida.
Se a história aceitasse recall com base em algumas avaliações influentes no presente, seria o caso de devolver o mandato a Collor, que lhe teria sido tomado, então, injustamente. Se faltam motivos para pedir o impeachment de Dilma Rousseff — porque, segundo dizem, não há provas contra ela —, então cabe perguntar quais eram as provas que existiam contra o então ex-presidente. A pergunta seria absurda, dado tudo o que se sabia, e se sabe, da promiscuidade entre o agora senador e PC Farias? Seria, sim! Mas não menos do que essa história de que, até agora, nada pesa contra Dilma.
Collor foi denunciando com base no Inciso 7 do Artigo 8º e no Inciso 7 do Artigo 9º da Lei 1.079. Ele foi acusado de permitir infração de lei federal e de atentar contra o decoro do cargo. A lei exige que se se apresentem provas. A dupla alinhavou algumas evidências colhidas pela CPI — e não custa lembrar que o homem foi absolvido pelo Supremo —, mas deixava claro, desde o início, que a questão realmente relevante era a política. Lá estava escrito:
“O impeachment não é uma pena ordinária contra criminosos comuns. É a sanção extrema contra o abuso e a perversão do poder político. Por isso mesmo, pela condição eminente do cargo do denunciado e pela gravidade excepcional dos delitos ora imputados, o processo de impeachment deita raízes nas grandes exigências da ética política e da moral pública, à luz das quais hão ser interpretadas as normas do direito positivo”.
A mim, então, me parece bem. Quando sei que existe uma cadeia de comando na Petrobras, que chega à presidente da República, e se sei que uma quadrilha lá está instalada com o intuito, entre outros, de arrecadar dinheiro para o partido do poder — dinheiro que, segundo consta, inundou a sua própria campanha —, parece-me que as raízes da ética na política e da moral pública foram desafiadas.
A petição contra Collor ensinava mais:
“Nos regimes democráticos, o grande juiz dos governantes é o próprio povo, é a consciência ética popular. O governante eleito que se assenhoreia do poder em seu próprio interesse, ou no de seus amigos e familiares, não pratica apenas atos de corrupção pessoal, de apropriação indébita ou desvio da coisa pública: mais do que isso, ele escarnece e vilipendia a soberania popular.”

E o texto prossegue:
“É por essa razão que a melhor tradição política ocidental atribui competência, para o juízo de pronúncia dos acusados de crime de responsabilidade, precisamente ao órgão de representação popular. Representar o povo significa, nos processos de impeachment, interpretar e exprimir o sentido ético dominante, diante dos atos de abuso ou traição da confiança nacional.
A suprema prevaricação que podem cometer os representantes do povo, em processos de crime de responsabilidade, consiste em atuar sob pressão de influências espúrias ou para a satisfação de interesses pessoais ou partidários.”
Acho que está tudo aí. Se e quando alguém resolver apresentar uma denúncia contra Dilma na Câmara, sugiro que copiem os termos da petição apresentada por Barbosa Lima Sobrinho, no tempo em que a ABI não abrigava milicianos, e por Lavenère, no tempo em que a OAB não se comportava como esbirro de um projeto de poder e de um partido político.
Falei?
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Fora, Dilma
Brasil 11.03.2015
A popularidade de Dilma Rousseff já é mais baixa do que a de Fernando Collor em seu pior momento, às vésperas da renúncia.
É o que diz Lauro Jardim, a partir de pesquisas às quais o Palácio do Planalto teve acesso.
Mais ainda: os "golpistas" que querem o "terceiro turno" estão espalhados em todas as classes sociais. De fato, Dilma Rousseff é rejeitada de A a D.
Dia 15 a imprensa e o Congresso Nacional finalmente vão entender isso.
Fernando Collor deixa o Palácio do Planalto

80% dos brasileiros rejeitam Dilma
Brasil 11.03.2015
O Antagonista não sabe a que pesquisas o Palácio do Planalto teve acesso, mas Fernando Collor, pouco antes de renunciar, era rejeitado por quase 70% dos brasileiros.
Dilma Rousseff, segundo os dados apurados recentemente por este jornal, já está batendo nos 80% de rejeição.
Não, não é amor

Dilma foi eleita com propina da Petrobras
Brasil 11.03.2015
Dilma foi eleita com propina da Petrobras.
A CPI pode investigar o que quiser, mas é urgente saber, antes de mais nada, se a campanha da presidente da República, em 2010, realmente recebeu 300 mil dólares em propina do esquema da Petrobras, como declarou Pedro Barusco:
Ele disse:
"Foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento. Foi para a campanha presidencial em 2010".
Dilma Rousseff não pode governar o Brasil enquanto essa questão não for esclarecida. Ela tem, a partir deste momento, um carimbo de 300 mil dólares de propina na testa.
"Recebi o dinheiro e repassei a João Vaccari Neto"

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 11/03/2015 06:03
O ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, ex-relator do julgamento do mensalão, assistiu pela tevê à inquirição de Pedro Barusco na CPI da Petrobras. Na madrugada desta quarta-feira (11), ele se plugou à internet para veicular um lote de notas sobre o tema. Sem mencionar o nome do ex-gerente da Petrobras, classificou de “chocante” seu depoimento. E insinuou que a História pode pregar uma “peça” no PT e em Dilma Rousseff.
“Como milhões de brasileiros, vi a programação da TV Câmara ontem”, anotou Barbosa em sua conta no Twitter. “Chocante”, ele definiu. Numa alusão indireta ao embate que PT e PSDB travaram durante a sessão, o ex-ministro criticou:
“Muitos vêem o que se passou ontem na Câmara dos Deputados sob ótica puramente partidária. É um tremendo erro. Por quê? Partidos são meros instrumentos. Nossa Nação não se construiu e tampouco se define à luz de momentâneos interesses partidários.”
Barbosa empilhou três mensagens historiográficas. Quem lê fica com a impressão de que o autor não exclui a possibilidade de o mandato de Dilma Rousseff terminar mal. Eis o que escreveu o ex-presidente do STF:
“1) quem diria em maio de 1789 que aquele convescote estranho realizado em Versalhes iria desembocar na terrível revolucão francesa?; 2) em 15/11/1889, nem mesmo o general Deodoro da Fonseca tinha em mente derrubar o regime imperial sob o qual o Brasil vivia. Aconteceu; 3) nem o mais radical bolchevique imaginaria lá pelos idos de 1914 que a 1ª Guerra Mundial facilitaria a queda do regime czarista da Rússia”.
Barbosa arrematou: “Por que fiz esses três últimos posts sobre História? Porque no Brasil pouca gente pensa nas ‘voltas’ e nas ‘peças’ que a História dá e aplica.”

Josias de Souza - 11/03/2015 05:08
O delator Pedro Barusco não disse na CPI da Petrobras nada que já não tivesse declarado à força-tarefa da Lava Jato. Mas a frieza com que discorreu sobre a roubalheira diante das câmeras foi desconcertante. Num instante em que todos os políticos da ‘lista de Janot’ fazem pose de limpinhos e injustiçados, foi reconfortante assistir ao depoimento de um corrupto sem qualquer atenuante, um bandido acima de qualquer suspeita, um picareta sem o benefício da dúvida.
Ao contar que entesourou na Suíça US$ 97 milhões em propinas amealhadas ao longo de 18 anos de desonestidades, Barusco ressuscitou um velho debate sobre a influência do ambiente na formação de um criminoso. Se há alguém que pode ser considerado um produto do meio é Barusco. Como qualquer pivete aliciado por traficantes, Barusco é o resultado da ilicitocracia que fez da Petrobras uma ‘boca’ de propinas, um ponto do tráfico de interesses e vantagens.
“Eu iniciei a receber a propina em 97 ou 98”, disse Barusco. “Foi uma iniciativa pessoal, minha, junto com o representante da empresa.” Culpa da permissividade nacional, que lhe ofereceu todas as facilidades para roubar, garantindo-lhe a impunidade. “De uma forma mais institucionalizada, foi a partir de 2003, 2004. Não sei precisar exatamente a data, mas foi a partir dali”, prosseguiu Barusco, como que denunciando a cumplicidade que lhe garantiu o sucesso monetário.
Não fosse pela teimosia do juiz Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba, talvez tivesse continuado como antes. Gente como Barusco não poderia esperar senão mais tolerância e estímulo à delinquência. Sobretudo depois que o PT, partido do Poder longevo, mordeu “entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões.”
Os inquisidores petistas exigiram provas. E Barusco: “O que eu disse foi que eu estimava. Estimava que, por eu ter recebido a quantia que está divulgada, como o PT, na divisão da propina, tinha — ou cabia a ele receber o dobro ou um pouco mais —, que eu estimava que ele poderia ter recebido o dobro. Se eu recebi, por que que os outros não teriam recebido?”
Barusco se apropriava de 0,5% da propina de cada contrato firmado na sua área. O PT abocanhava 1%. Coisa acertada entre o então diretor de Serviços Renato Duque e o tesoureiro do PT João Vaccari. “Existia, vamos dizer, uma reserva de propina, uma reserva para o PT receber. Se ele [Vaccari] recebeu, da forma que recebeu, eu não sei.”
Súbito, Renato Duque, o superior hierárquico de Barusco, pediu à empresa holandesa SBM R$ 300 mil para as arcas eleitorais da campanha de Dilma. “Aqueles 300 mil que eu disse, na área de reforço de campanha, foi na campanha presidencial de 2010”.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) perguntou ao delator se ele conhecia o mentor da petrorroubalheira. E Barusco: “A cabeça do negócio, eu também não sei dizer. Eu sei as pessoas que eu citei. Não havia um único, vamos dizer assim, responsável.” Fabuloso! Só havia beneficiários, não responsáveis.
Perguntou-se a Barusco se as empreiteiras eram achacadas, como alegam seus executivos? “Fico procurando na minha mente, na minha memória e não encontro caso nenhum”, declarou o delator. “Era uma relação normal, que se acordavam. Nunca vi extorsão.” Tanta normalidade só poderia resultar no meio apodrecido que fez da Petrobras essa jazida de Baruscos.
O Brasil tem muito a desaprender com Barusco antes de deixar de ser uma gigantesca caverna de Ali-Babá. Para se tornar sério, o país terá de desaprender como construiu essa promiscuidade que mistura dinheiro fácil e poder farto. Terá de desaprender como formou as alianças do banditismo empresarial com o amoralismo político. Quer dizer: terá de recomeçar do zero.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 11 de março de 2015
      
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Eduardo Cunha e Renan Calheiros fecharam um pacto para tirar o PT do poder. O acordo prevê o desgaste total de Dilma Rousseff, até que seja forçada a renunciar. Se ela não fizer isto, os dois já consideram ter condições para iniciar, contra ela, um desgastante processo de impeachment. Os presidentes da Câmara e do Senado, mesmo investigados pela Lava Jato, avaliam que conseguem sobreviver porque têm amplo apoio no Congresso e muita sustentação no Judiciário, além de amplo apoio empresarial. Por isso, querem alijar o PT do Palácio do Planalto, para que o PMDB assuma, de vez e de fato, sua vocação governista.
A batalha do Petrolão ganha lances de dar nojo. A manobra de José Dias Toffoli se autoescalar para ir e presidir a segunda turma do Supremo Tribunal Federal, que julgará as broncas da Lava Jato com quem tem foro privilegiado, foi interpretada como um ato de desespero do desgoverno Dilma e do PT. A jogada de Toffoli pode significar um golaço contra. Simplesmente porque ele foi advogado do partido, assessor de José Dirceu e Advogado-Geral da União até ser alçado ao posto máximo de semideus supremo, sendo agora também presidente do Superior Tribunal Eleitoral, que deveria julgar, com isenção, as denúncias de crime eleitoral, por recebimento de dinheiro do petrolão na campanha de 2010.
O depoimento de Pedro Barusco na CPI da Petrobras já gerou os elementos mínimos para o pedido de impeachment de Dilma - conforme desejam Renan e Cunha. O ex-gerente da Petrobras confirmou que houve repasses da holandesa SBM Offshore, que tinha contratos com a estatal, para a campanha presidencial de Dilma, via tesoureiro do PT: "Foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha. Não foi dado por eles diretamente, eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento. Foi para a campanha presidencial em 2010, na que teve José Serra e Dilma Rousseff. (A doação) foi ao PT, pelo João Vaccari Neto". Barusco só não soube dizer como Vaccari recebia esses recursos, se eram depositados no exterior, se iam direto para o PT como doações ou se eram entregues em espécie.
O impasse institucional brasileiro é gravíssimo. Falta poder moderador no Brasil. Estamos no regimes de burgos, um feudalismo pós-moderno, com partidos políticos corruptos, que apenas desejam um reformismo, para manter tudo como está, apenas com outra fachada! Setores do PSDB investem neste caminho. Avaliam que ainda é possível uma "conciliação" com o petismo - primo deles. Por isso, rejeitam impeachment ou qualquer forma de solução que passe pelas Forças Armadas. O espelho é o comportamento tradicional da social democracia. Compor, para não romper totalmente com o status quo estabelecido. O negócio deles é negociar nos bastidores uma coisa, e vender para a sociedade a imagem de briga moderada e oposição construtiva. Por isso, financia-se um megaprotesto agora, para obrigar os petistas a cederem, na corda do ringue político.
Já o PT joga claramente para a ruptura institucional. Seus estrategistas apostam que ganham no grito e na porrada. Não foi à toa que o "genérico" Lula convocou o "exército do Stédile". A petralhada, com a visão nazicomunobolivariana, aposta que vence qualquer confronto radicalizado. A tática imediata é assassinar a reputação de inimigos, e neutralizar os adversários mais medrosos, que sempre temem conflitos. Por isso, os petistas, incluindo seu líder máximo, acenam com a linha da "porrada".
No clima de caos e medo, eles raciocinam que pode-se investir em uma intervenção constitucional (só que tocada por eles, usando militares aliados, sem leitura correta da realidade), para uma consolidação do poder contra os chamados "inimigos do regime democrático". A intenção clara é promover uma "reforma constitucional". Dela, nasceria um novo regime. O Novo Estado estará implantado no Brasil - seguindo o receitado pelo Foro de São Paulo. Por isso, a crise atual (econômica, política e moral) interessa aos estrategistas do PT. São capazes até de promover medidas de efeitos especiais, como uma renúncia da Dilma, posando-se de vítima, para recompor o cenário, através de uma reação pelo "exército popular".
Bomba atômica
A grande dificuldade deles é convencer os demais parceiros - principalmente os do PMDB, que ensaiam um projeto de poder próprio para 2018, a partir do que conseguirem agora, encurralando Dilma Rousseff. A incredulidade peemedebista em relação ao PT aumenta quando Renan Calheiros e Eduardo Cunha são transformados em alvos do Ministério Público Federal. A cúpula partidária sabe que tal ataque, com lances de traição e covardia sem escrúpulos, tem o apoio do PT, nos bastidores. Os petistas jogam para uma ruptura - mesmo que isto seja alto risco para eles.
Mas o PMDB, sempre governista, não quer ruptura - da mesma forma que os tucanos e o resto da base amestrada. O melhor negócio, para eles, é compor. Isto é tudo que o PT deseja, quer e precisa. O problema é que, na interpretação de Renan-Cunha, os petistas exageraram na dose e os traíram. Por isso, planejam um troco, nos bastidores do Congresso Nacional. A tática de guerrilha da dupla vai desde sabotar votações de interesse do governo até ao ponto máximo do conflito: abrir caminho para um concreto impeachment da Dilma. A CPI da Petrobras é para isto...
A conjuntura é de radicalismo, tendendo para violência. O problema é quando isso sai do controle. A petralhada aposta que tem condições de gerenciar a "repressão". Não é à toa que o partido-seita conta com profissionais muito bem remunerados para a arte de manipular, subverter, mentir e, sempre que necessário, radicalizar com violência. Sindicalistas de resultados bem treinados sabem perfeitamente onde querem chegar. Eles ainda contam com ampla massa de manobra para atingir seu fim revolucionário ou para, simplesmente, manter a hegemonia no quarto mandato presidencial (apesar do imenso desgaste dos dirigentes).
O golpismo do PT é de pura malandragem. O discurso é de rosa, mas a prática é de porrada, implícita ou explícita. O chamado "presidencialismo de coalizão" pode evoluir para um "presidencialismo de colisão". Neste cenário, fica perfeita a invenção de algum "salvador da Pátria" (como sempre acontece na História do Brasil, de tempos em tempos). O negócio é prometer, sem se comprometer com o eleitorado. O único compromisso formal é com a "companheirada" que aparelha a máquina estatal capimunista. Quem faz parte do círculo do poder fica sempre numa boa... O Brasil nunca se pareceu tanto com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Só não temos aqui o frio siberiano...
Lula já teve este papel de "salvador da Pátria", cumprindo-o direitinho. Acha que pode repeti-lo, em 2018. Se não der, inventa outro nome, apadrinhado por ele e seus esquemas. A prioridade é superar o desgaste de agora - nunca antes visto na História deste PT... A visão dos stalinistas que infestam o PT é exatamente esta. Eles têm a "verdade histórica", revolucionária, contra os burgueses inimigos do povo trabalhador. Seus seguidores e comissários bem remunerados difundem esta "tese" no partido, nos sindicatos, nos movimentos sociais e na mídia controlada ou financiada pelos mais variados tipos de "mensalões". A mensagem chega à massa ignorante - que ainda aceita e legitima o PT como agente de transformação social.
Neste contexto, a guerra aberta da dupla Renan-Cunha contra Dilma-Lula promete momentos de alta tensão e alto risco, para ambas as partes. Os tucanos, sempre no muro, ficam na muda, piando, e negociando com ambas as partes, nos bastidores. A classe política faz o jogo dela, de sempre. O povo, que fica cada dia mais pt da vida, pode não aceitar as jogadas. No entanto, a politicagem sabe muito bem que só vai dar merda se a crise econômica se agravar. Do contrário, toda crise política se resolve por ela mesma, no Brasil do jeitinho e da impunidade - que hoje é um grande depósito de combustível, tendo um fósforo aceso se aproximando...
Grande falácia

Ameaça fantasma
Informe que circula na chamada "comunidade de informações":
"Tenho um A2 de que o Dia D será 18/03 e que haverá neste dia uma ação da Área Econômica nos moldes do "confisco" do início do governo Collor. Ações já estariam sendo tomadas nas fronteiras com os países "bolivarianos" limítrofes com afrouxamento da vigilância para entrada de tropa externa invasora. Estariam acontecendo movimentos estranhos envolvendo os pseudo médicos vindos de Cuba".
Antes disso, na manifestação de rua marcada para domingo (15/03) em todo o Brasil, já se tem a informação segura de que o PT vai infiltrar seu "exército do Stédile" e afins para gerar tumulto e promover arruaças, para desestimular as pessoas comuns, não militantes políticas, a irem a novos atos públicos que devem rolar naturalmente...
(...)


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