DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
14 DE FEVEREIRO DE 2015
Aproximam-se de 2 milhões de assinaturas a petição pública que pede o impeachment imediato de Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República. A petição está no site Avaaz, especializado em petições públicas, que no Brasil é controlado pelo petista Pedro Abramovay, ex-secretário nacional Antidrogas do primeiro governo Dilma. O Avaaz segurou o quanto pôde mas as adesões não param de crescer.
Outros motivos para o impeachment de Dilma no Avaaz: “sucateamento da saúde, das estradas, da educação, segurança pública e outros”.
Subjugada ao diretor de Engenharia José Ailton, no cargo há 12 anos, a estatal de Chesf mantém atrasadas obras importantes. São os casos das geradoras de energia eólica Lagoa Nova (RN) e Morro do Chapéu (BA), atrasadas mais de um ano. Podem produzir 240 megawatt de energia, suficientes para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes, mas não há linhas de transmissão que as interliguem ao sistema.
Ao assumir a presidência da Câmara, Eduardo Cunha enquadrou Dilma e o governo, ao afirmar que não receberia o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais). Disse ele: presidente do Poder Legislativo se entende com presidente do Poder Executivo, não com intermediários.
Quem conhece Dilma diz que, ao menosprezar Pepe Vargas, Eduardo Cunha garantiu a estabilidade do ministro no emprego. Ela tem dito internamente que não aceitará que Cunha demita seus ministros.
Ex-militante da não extradição do terrorista Cesare Battisti, condenado duas vezes à prisão perpétua por quatro assassinatos frios e cruéis, o ministro Luis Barroso (STF), agora diz que se a Itália não extraditar o mensaleiro Henrique Pizzolato seria “impunidade”. Tem toda razão.
O governador Beto Richa (PSDB-PR) foi lembrado nesta quinta (12) nas redes. #ForaBeto chegou a ser o terceiro assunto mais comentado do Twitter. O motivo é o pacotaço de ajustes.
Oportunista, a senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) atacou o pacote fiscal do governo do Paraná, para ser simpática a sindicalistas enfurecidos, mas silenciou sobre o pacote fiscal do governo Dilma.
O PSDB está radiante. Toda a briga da oposição no Congresso, nos últimos anos, foi para convocar ministros e emplacar CPI, o que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, matou em uma paulada só.

NO DIÁRIO DO PODER
RECEITA INVESTIGA BRASILEIROS COM CONTAS ‘SECRETAS’ NO HSBC DA SUÍÇA
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 21:09 - Atualizado às 1:31
Por: Redação

A Receita Federal abriu investigações para apurar “hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações” prestadas ao Fisco Brasileiro por brasileiros correntistas do Banco HSBC na Suíça após vazamento de dados que indicariam evasão de divisas.
Essas “hipóteses”, se confirmadas, seriam passíveis de autuação fiscal e de representação fiscal por ocorrência de crime contra ordem tributária, além de responsabilização por eventuais crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro.
Entre os investigados, estão nomes de pessoas ligadas à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura desvios de verba da Petrobras. O banco HSBC teria ajudado mais de 8,7 mil brasileiros a depositar US$ 7 bilhões em contas secretas na Suíça.
Os dados fazem parte de documentos bancários que revelariam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro e que, em muitos casos, teria ajudado a evadir impostos.
Em nota, a Receita informou nesta sexta-feira, 13, que “as análises preliminares de alguns contribuintes já revelam hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas ao Fisco Brasileiro, entre outros casos”.
A Receita afirmou que sua unidade de inteligência teve acesso a parte da lista contendo o nome de pessoas que “supostamente possuíam relacionamento financeiro com aquela instituição financeira na Suíça”.
O Fisco fez menção a “indícios de movimentação financeira” reveladas nesta semana pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês) que publicou a informação da existência de 6,6 mil contas bancárias abertas no Banco HSBC na Suíça, no período de 1988 a 2006, “supostamente relacionadas” a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, que totalizariam saldo em 2006/2007 no valor de U$ 7 bilhões.
A Receita Federal informou, ainda, que “segue aprofundando as pesquisas sobre o tema, com o intuito de obter mais informações”, inclusive mediante cooperação internacional para a “correta identificação do maior número possível de contribuintes relacionados” e o levantamento de possíveis valores não declarados.
“É relevante notar que alguns desses contribuintes já haviam sido investigados anteriormente pela Receita Federal, a partir de outros elementos constantes em suas bases de dados.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
14/02/2015 às 3:58\Direto ao Ponto
Trindade nada santa: o pecador que se acha um messias, a sucessora que pensa ser filha do mestre e o marqueteiro que se considera um espírito santo
ATUALIZADO ÀS 3H58
A economia está fazendo água — e, desde o tempo das cavernas, é quando ela bate na linha da cintura que o homem começa a nadar. O pibinho vai descendo a níveis siberianos, a inflação mesmo maquiada rompe a fronteira dos 7%, o dragão domesticado pelo Plano Real soluça nas cercanias dos dois dígitos. O rombo nas contas públicas é de assustar esquerdista grego, os juros sobrevoam a estratosfera, o desemprego cresce, a alta do dólar escancara a desconfiança mundial no Brasil.
O que Dilma faz para escapar do afogamento nessas cataratas de más notícias? Conversa mais com Joaquim Levy, para afinar-se com o ministro da Fazenda emparedado pela idiotia do PT, pela gula da base alugada, por “movimentos sociais” estacionados no século 19, pela sede dos ministros que bebem verbas? Nada disso. Em vez de socorrer-se do economista criticado não pelos defeitos, mas pelas virtudes que tem, a doutora em nada pede conselhos a Lula e encomenda ideias a João Santana.
O edifício lulopetista está sitiado por rachaduras internas e fraturas expostas nos alicerces. A bancada fiel a Dilma na Câmara é insuficiente para eleger um vereador de grotão. No Senado, os contratos com o grupo de Renan Calheiros são tão confiáveis quanto os prazos do PAC. O “núcleo íntimo do Planalto” é mais uma reedição piorada dos Três Patetas.
Sem porta-vozes capazes de andar e mascar chicletes ao mesmo tempo nem interlocutores, sem interlocutores com paciência para decifrar a mulher que fala dilmês, que faz o neurônio solitário? Livra-se do cerco dos áulicos que a bajulam desde que virou a favorita do chefe? Tenta aprender com quem sabe? Nada disso. Encomenda ideias ao padrinho e pede conselhos ao marqueteiro do reino.
A pesquisa divulgada neste fevereiro pelo Datafolha reafirmou a trágica contemporaneidade da lição ministrada por Mário de Andrade, há quase 90 anos, pela boca do personagem Macunaíma: “Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são”. Para os entrevistados, o segundo maior problema do país é a corrupção amamentada pelo Planalto. Na liderança do ranking continua o sistema de atendimento à saúde que Lula, cliente VIP do Sírio Libanês, qualificou de “perto da perfeição”.
Perto da perfeição chegaram, isto sim, os bandidos de estimação cevados desde o dia da posse pelo chefe-supremo de todas as bandalheiras. As saúvas perderam a compostura em Santo André, perderam o juízo no Mensalão, perderam a vergonha no Petrolão. Em parceria com Dilma, Lula transformou o Brasil Maravilha num viveiro de quadrilhas impunes. Todas roubaram muito. Nenhuma roubou tanto quanto a desbaratada pela Operação Lava Jato, devassada por procuradores federais e exemplarmente enquadrada pelo juíz Sérgio Moro.
As investigações estão chegando aos peixes graúdos. José Dirceu (codinome Bob) e Antônio Palocci, por exemplo, acabam de entrar em cena. É iminente a subida ao palco do astro principal. Se não fosse tão indigente o material aproveitável na cabeça baldia de Lula, se Dilma ao menos suspeitasse da própria mediocridade, se Santana soubesse rir de si próprio, os três estariam imersos numa demorada releitura da pesquisa. O Datafolha traduziu em algarismos e índices o retrato dramaticamente revelador esboçado pelas urnas de outubro.
A presidente se reelegeu a bordo das tapeações de mágicos de picadeiro, nas falácias dos coronéis com topete implantado, nas vigarices e violências colecionadas pelas diversas ramificações que compõem o Grande Clube dos Cafajestes no Poder. Em pouco mais de um mês, o coro dos contentes ficou afônico, os truques deixaram de funcionar, a taxa de popularidade de Dilma foi devastada pelo raquitismoficou.
A rainha de João Santana está nua. Dilma é considerada falsa por 47% dos brasileiros, desonesta por 54% e indecisa por 50%. Para 52%, a presidente sabia da corrupção na Petrobras e deixou que ela ocorresse. Confrontada com tantas estatísticas pressagas, o que faz a chefe de governo? Tenta tomar distância dos delinquentes irrecuperáveis? Esquece no guarda-roupa as fantasias esfarrapadas?
Nada disso. Chama para encontros a sós os comparsas de sempre e gasta horas em sussurros com equilibristas manuetas, contadores de lorotas sem vagas sequer em mesa de botequim, vigaristas incapazes de renovar o estoque de embustes. O Brasil está mudando. Os velhacos só ficam mais velhos. Lula declara guerra à misteriosa entidade que batizou de “eles”, Dilma diz que a ladroagem na Petrobras é coisa de imperialistas americanos, João Santana delira com pátrias educadoras.
Nenhuma farsa dura para sempre. Em parceria, Lula e Dilma enganaram milhões de paspalhos com o país autos-suficiente em petróleo que importa um oceano de barris por ano, com as colossais jazidas do pré-sal que continuam nos abismos do Atlântico, com a Nação que apesar da erradicação dos miseráveis tem andrajos hasteados em todas as esquinas, fora o resto. A terra dos abúlicos está farta de tanto conismo.
Lula é só um palanque ambulante com motor fundido. Dilma é só um poste instalado no Planalto para fazer o que o mestre mandar. Os mais de 51 milhões de brasileiros que votaram contra o PT riscaram um ponto de não-retorno. Dilma já completou mais de um mês sem abrir a boca e alguns anos sem dizer coisa com coisa.
Lula é o primeiro campeão de votos que jamais venceu no primeiro turno e o único líder de massas que desde a vaia no Maracanã nos Jogos Pan-americanos de 2007 só se apresenta para plateias amestradas. Se for candidato em 2018, vai descobrir que os entrevistadores já não se dobram a espertalhões. Terá de explicar-se sobre o Caso Rose. Terá de escapar da montanha de provas que o vinculam às safadezas na Petrobras.
Dilma, Lula e Santana não deveriam perder tempo trocando ideias que não têm. A trindade nada santa faria um favor a si própria se saísse à caça de álibis que até agora não há.

NO BLOG DO CORONEL
SÁBADO, 14 DE FEVEREIRO DE 2015
O ex-gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, informou a Polícia Federal, em delação premiada, que começou a cobrar propinas de fornecedores da Petrobras em 1997 ou 1998. Deixou claro que era uma atitude de funcionário corrupto, extorquindo empresas, não citando políticos envolvidos. 
Foi o que bastou para que a máquina de assassinar reputações do PT tentasse envolver o PSDB no esquema de corrupção que o partido do Petrolão montou na estatal, destruindo o seu patrimônio e tornando-a a empresa mais endividada do mundo. Agora quer ampliar a CPI da Petrobras para os "anos FHC" para jogar uma cortina de fumaça sobre as investigações, como já fez nas duas CPIs anteriores, realizadas em 2014.
Melhor faria o PT se começasse as investigações por um ex-tucano, o senador Delcídio Amaral Gomez (PT-MS) (foto). Ele foi citado, junto com outros 10 petistas na delação premiada de Paulo Roberto Costa. (Cliquem nas imagens para ampliar)
Matéria publicada ontem no Estadão.

E por que Delcídio Amaral? Porque ele conhece a Petrobras dos tucanos e dos petistas como ninguém. E porque manteve o seu poder na estatal indicando, por exemplo, Nestor Cerveró para o cargo de Diretor da Área Internacional da Petrobras, onde comandou a compra de Pasadena, por exemplo.
Delcídio Amaral foi ministro interino das Minas e Energia no governo Itamar Franco, entre 1994 e 1995. Entre 2000 e 2001, foi Diretor de Gás e Energia da Petrobras, a mesma diretoria ocupada posteriormente por Graça Foster que, segundo Pedro Barusco, cobrava entre 1% e 2% de "comissão". Metade dos recursos provenientes da propina era repassada ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, enquanto a outra metade ficava com Barusco e Renato Duque. Apesar do acordo, Barusco afirma que às vezes as propinas caíam integralmente nas mãos do Partido dos Trabalhadores. Delcídio poderia contribuir muito nas investigações, informando se houve negócios suspeitos na sua gestão. 
Aliás, por falar em contribuição, logo após sair da Petrobras, Delcídio Amaral se filiou ao PT e saiu como candidato a senador pelo Mato Grosso do Sul. Foi eleito. Sua prestação de contas, segundo o site Às Claras, mostra que ele foi o candidato petista ao Senado que mais recebeu doações, ultrapassando petistas históricos! O que teve o maior custo/voto. Isso para uma vaga no Mato Grosso do Sul, que não é considerado um grande colégio eleitoral, muito antes pelo contrário.
Por falar em doações, há um dado surpreendente na prestação de contas de Delcídio Amaral naquela memorável eleição de 2002. Além de ser o maior arrecadador entre os candidatos ao Senado, ele também foi o décimo quinto doador da campanha nacional do PT. Delcídio foi a pessoa física que mais doou para o partido naquela eleição de 2002, que deu o primeiro mandato para Lula. Não foi nenhum empresário. Não foi nenhum banqueiro. Não foi nenhum admirador apaixonado por Lula. Foi o ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, então candidato Delcídio Amaral.
O que os números mostram é que Delcídio Amaral arrecadou R$ 1,4 milhão, depois doando R$ 504 mil para a campanha do PT. Não há informações sobre o patrimônio de Delcídio em 2002. Mas, em 2006, o seu patrimônio era de R$ 1,5 milhão.
Se o PT quer investigar os tucanos na Petrobras, deveria começar pelo senador petista Delcídio Amaral. E não somente pelo Petrolão. Também em função dos negócios da Petrobras com a El Paso. Das contratações do gasoduto Brasil-Bolívia. E até mesmo da compra de equipamentos da Alstom. Fica a dica.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 10:34:00


Nestor Cerveró já teve atendimento psicológico liberado pelo juiz Sérgio Moro: suas consultas serão na cadeia.
(O Globo) Três meses depois de serem presos — que se completam neste sábado — empresários e executivos que dividem as celas da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, acusados de formar cartel, pagar propina e inflar os preços de obras da Petrobras. já não sentem apenas sinais de depressão e ansiedade. Azedaram as relações deles com muitos de seus defensores. 
Advogados de renome, que fecharam contratos milionários — e deram a seus clientes a impressão inicial de que poderia ser fácil tirá-los da cadeia —, agora ouvem uma pergunta à exaustão: — Se o Renato Duque (ex-diretor da Petrobras) está solto, e eu? Por que estou aqui? 
A cobrança feita aos advogados é generalizada. Quando tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça Federal em Curitiba, alguns empresários deram a seus defensores prazos curtos. “Quero sair em até uma semana”, era uma das declarações mais comuns. Choveram pedidos de habeas corpus, e nada feito. 
Duque, acusado de ter operado bilhões em propinas, conseguiu ficar livre. Polícia Federal e Ministério Público Federal argumentam que as provas contra Duque são mais difíceis. A maioria das contas no exterior não estava em nome dele, e é preciso que chegue ao Brasil o rastreamento do dinheiro lá fora. Para os que estão presos, isso é só um detalhe. 
Ainda que o tom seja de elegância, não são poucos os advogados que ouvem de seus clientes que “são muito eficientes, mas pouco eficazes”. Muita promessa, mas nada de irem para casa. Reina uma espécie de angústia coletiva que dá a interlocutores a sensação de que, em breve, muitos cederão à tentação de seguir o que fez o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e também pedirão atendimento psicológico. 
O que mais chama atenção de quem vai visitá-los é que não reclamam, por exemplo, da hospedagem e da comida, que tem de ser a mesma oferecida a qualquer preso na Polícia Federal. Na carceragem, não dá para pedir quentinha. Em geral, os presos da Lava-Jato dizem que são tratados com dignidade e preferem a cela da PF a prisão comum.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:50:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
13/02/2015 às 20:05
Paulo Roberto Costa disse em depoimento que não foi o único diretor da Petrobras a receber propina. Taí uma coisa em que acredito. De resto, isso já está dado, não é? Todos sabemos que há outros. E eu vou mais longe, e é este o ponto que me interessa: que razão haveria para o esquema vigorar apenas na Petrobras? Não se está diante de um desvio, mas de um método.
O que me incomoda na tese do Ministério Público Federal, que sustenta a formação de cartel de empreiteiras? A suposição de que elas decidiram se unir para fraudar contratos com a Petrobras. Não! O que se viu na estatal é um modelo de relação do estado com o setor privado. E quem dá as cartas e tem o monopólio da aplicação da lei é esse estado.
Isso tem história e até resquícios de teoria política. Não duvidem de que existem alguns “magos” do pensamento que acham que é assim mesmo que se faz: eles estariam apenas usando de algumas fissuras morais do “sistema” para poder implementar a sua nova ética. Coisa, em suma, de canalhas. E, claro, em meio aos ladrões que se ancoram numa, vá lá, ideologia, há os batedores de carteira de sempre, já que a bandidagem sabe reconhecer os seus iguais, ainda que estes aleguem outros propósitos.
Reportagem da mais recente edição da VEJA, que já está nas bancas, demonstra que José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, começou a se mexer nos bastidores para garantir às empreiteiras que tudo se acalma a partir do Carnaval. E essa garantia foi dada muito especialmente ao advogado Sérgio Renault, defensor da UTC.
O dono da UTC é Ricardo Pessoa, acusado de ser o coordenador de um certo “Clube das Empreiteiras”. É amigo pessoal de Lula e considera que foi jogado às cobras. Num manuscrito, deixou claro que a natureza do jogo é mesmo a política e sugeriu que as empreiteiras investigadas foram francas colaboradoras da campanha de reeleição de Dilma.
A promessa de paz
Nos bastidores, corredores e porões de Brasília, afirma-se que, depois do Carnaval, sai a lista dos políticos. Segundo essa versão, passada adiante também por Cardozo (como é que ele sabe?), alguns nomes graúdos da oposição apareceriam envolvidos na lambança. Isso criaria a união necessária para que todos tentem se salvar, não fazendo virar o barco. Na conversa com Renault, Cardozo entendeu que Pessoa não está disposto a servir de boi de piranha.
O ministro da Justiça também saiu agora a botar sob suspeição a investigação, indagando por que ela não abarca os anos FHC, já que pelo menos um delator premiado, Pedro Barusco, afirma ter começado a receber propina em 1997. Bem, é possível que sim. Mas vamos ver: Barusco era um quadro técnico. Em boa parte dos países, quando as empresas decidem comprar almas, procuraram esses cargos intermediários. Parece que foi o que aconteceu com o tal gerente, lá nas priscas eras. No Brasil, em razão do modelo — essa estrovenga que chamam “presidencialismo de coalizão” —, os políticos é que têm a primazia.
Notem: não serei eu a criminalizar a política. Cardozo tem todo o direito de achar que a presidente é inocente ou que defensores do impeachment padecem de “problema psicológico”. Articular, no entanto, uma linha de defesa, envolvendo os réus, bem, aí já é a esculhambação completa.
Mas eu não esperava dele nada diferente. Ninguém recebe o carinhoso apelido de um dos “Três Porquinhos”, como Dilma o chamou (os outros eram Antonio Palocci e José Eduardo Dutra), porque goste, vamos dizer, de ambientes assépticos.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sábado, fevereiro 14, 2015
O site da revista Veja furou nesta madrugada (14) todos os demais veículos da grande mídia nacional revelando a operação abafa petrolão. Mas pelo que se constata nos sites dos demais veículos o noticiário de destaque é o carnaval.
Entretanto, Veja informa que o Tribunal de Contas da União aprovou em tempo recorde uma norma que, na prática, transforma o órgão em avalista dos acordos com empreiteiras do petrolão, o que estimularia os empresários envolvidos no propinoduto da Petrobras a desistirem de assinar acordo de delação premiada.
Para o Ministério Público a manobra pode prejudicar a Operação Lava Jato e as investigações caso chegue aos chefes do propinoduto.
Coincidentemente, esse esquema surge depois de uma reunião comandada pelo Ministro da Justiça com a participação de emissário das empreiteiras. Segundo reportagem-bomba de Veja em sua edição que chegou às bancas de forma antecipada nesta sexta-feira, 13, em razão do carnaval, durante essa reunião o representante das empreiteiras teria sido informado de que Lula estava entrando em campo para tentar virar o jogo, segundo informou a revista.
A norma aprovada a toque de caixa nesta sexta-feira 13, justo no calor carnavalesco, é dissecada e explicada minuciosamente em vídeo pela jornalista Joice Hasselmann e pode ser visto AQUI.
Os demais veículos da grande mídia fazem de conta de não sabem de nada. A Folha de S. Paulo, por exemplo, traz em sua edição deste sábado uma matéria repercutindo a reportagem-bomba de Veja, cujo resumo postei aqui no blog nesta sexta-feira. 
É espantoso que a Folha de S. Paulo afirme que não conseguiu confirmar as revelações de Veja.
Mas os fatos são os fatos. A norma baixada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), é o bastante para corroborar que informou com exclusividade a reportagem-bomba de Veja.
E para concluir: um abaixo assinado que corre pela internet já reúne quase 2 milhões de assinatura pedindo o impeachment da Dilma.


NO O ANTAGONISTA
Lula está com medo
Brasil 14.02.2015
A Veja desta semana denuncia o golpe que está sendo armado pelo ministro José Eduardo Cardozo para melar a Lava Jato. Ao mesmo tempo, sua reportagem de capa aconselha o leitor a se desligar do noticiário por alguns dias, porque isso "faz bem ao cérebro".
O Antagonista se arrisca a queimar a massa cinzenta de seus leitores e reproduz uma nota publicada por Lauro Jardim na própria Veja. Ela explica, de maneira muito simples, todos os recados que, nas últimas semanas, Lula enviou através da imprensa:
"Lula está uma fera com Dilma Rousseff e com Aloizio Mercadante. Tem dito a interlocutores que os dois não estão se empenhando como deviam para brecar as investigações da Lava Jato. Estão lavando as mãos".
Quando Lula reclama das medidas econômicas do governo, ele está reclamando, na verdade, da Lava Jato. Quando Lula reclama da incapacidade de Dilma Rousseff de domesticar o PMDB, ele está reclamando, na verdade, da Lava Jato. Quando Lula reclama da apatia do PT, ele está reclamando, na verdade, da Lava Jato.
Lula está com medo. E agora, para aumentar seu desespero, depende de José Eduardo Cardozo para se salvar.
Lula, como Regina Duarte, está com medo




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