DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Um poço de mágoas com a presidenta Dilma, por quem foi jogado para escanteio na montagem do segundo governo, o ex-presidente Lula confidenciou a políticos próximos, em conversa há dias em São Paulo, que “não sabe onde vai dar” a gestão da sucessora, que enfrenta crise econômica associada à falta de manejo político. O petista não se conforma por ter perdido espaços “estratégicos” na Esplanada.
Contrariado, Lula se negou a sair do Planalto para ouvir a fala de Dilma no Congresso, onde havia cadeiras destinadas a ele e à Dona Marisa.
Mal chegou na reposse de Dilma, Lula desceu a lenha no cerimonial por ter colocado os poucos militantes presentes do outro lado da pista.
Dilma não só comprou briga com a facção 'Construindo Um Novo Brasil', majoritária no PT, como varreu do Planalto os últimos ‘olheiros’ de Lula.
A presidenta trocou Gilberto Carvalho por Miguel Rosseto na Secretaria Geral, e Ricardo Berzoini por Pepe Vargas nas Relações Institucionais.
Após mais de 20 anos residindo e trabalhando na Suíça, a brasileira Mônica Vieira foi expulsa de lá sob alegação de que havia se mudado do país depois de ter ficado tetraplégica em incidente, no mínimo, estranho. Autoridades suíças alegam que ela teria se jogado do prédio onde morava. Mas segundo Mônica, em 2006, ela teria sido vítima de estupro e arrastada pela escada até o térreo, onde foi deixada na neve.
O suposto autor do estupro seria um influente cidadão suíço, de origem italiana, que é empresário na cidade de Chiasso, na Suíça.
Estranhamente, Mônica não quebrou ossos após supostamente ter se jogado do 3º andar. Hoje ela precisa de cuidados médicos 24h por dia.
Apesar de 2014 ser de longe o ano da gatunagem, a CGU só puniu 491 estatutários do Executivo Federal. É o menor número desde 2010. O total de punidos, contados desde 2003, somam pífios 5.067.
Com medo do clima de “caça às bruxas”, parlamentares citados no petrolão ficaram animados com a declaração de Dilma de que punições “jamais poderão significar condenação prévia sem defesa de inocentes”.
O escândalo de propina na Petrobras nos governos do PT já apresenta resultados: com a devassa feita pela Lava Jato, o valor de mercado da estatal murchou para um terço do que valia antes do governo Dilma.
Avaliada em R$ 131 bilhões, a Petrobras deixou o pódio das empresas mais valiosas da Bovespa no governo Dilma. AmBev (R$254,6 bilhões), Itaú (R$ 181,7 bilhões) e Bradesco (R$ 146 bilhões) são as maiores.

NA VEJA ON LINE
2015 mal começou e brasileiro já paga mais caro em conta de luz
Sistema de bandeiras tarifárias entrou em vigor nesta quinta-feira (1º) em todo o Brasil
Conta de luz mais cara: bandeiras tarifárias entraram em vigor no dia 1º (Itaci Batista/Estadão Conteúdo/VEJA)
Os brasileiros já entraram em 2015 pagando mais pela energia que consomem. Desde quinta-feira, dia 1º, já está em vigor o novo sistema de bandeiras tarifárias e o ano começa com alta de 3 reais por 100/quilowatts/hora (kWh) nas contas de luz.
Agora, as distribuidoras são obrigadas a colocar na conta de luz uma sinalização sobre a situação do sistema elétrico descrita por meio de uma cor. Se a bandeira estiver vermelha isso significa que a situação climática está ruim e as empresas estão arcando com custos elevados. Isso custará um adicional de 3 reais a cada 100 quilowatts/hora (kWh) na conta do consumidor final. Se estiver amarela, é um nível intermediário, com alta dos custos, mas não incontroláveis como no cenário vermelho. Neste caso, o custo adicional será de 1,50 real a cada 100 kWh. Por fim, se verde, a bandeira indica que o sistema elétrico está sob controle e não há necessidade de cobrar a mais do consumidor. 
Na prática, as bandeiras refletirão os custos para se gerar, transmitir e distribuir energia. Fatores como a falta de chuvas, o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e a necessidade de ligamento das térmicas acabam encarecendo - e muito - os gastos das empresas do setor e serão repassados para os consumidores.
O natural é que as despesas extras das distribuidoras sejam bancadas pelos consumidores via reajustes e revisões tarifárias, mas não foi bem isso que aconteceu em 2014. De olho no impacto que a aceleração da inflação poderia significar em ano eleitoral, o governo avalizou junto ao Tesouro e a bancos públicos e privados dois grandes empréstimos às empresas do setor. Até agora, o desequilíbrio nas contas das companhias elétricas já acarretou um rombo de aproximadamente 28,3 bilhões de reais, sendo que 10,5 bilhões de reais foram bancados pela União e outros 17,8 bilhões financiados por bancos. Os valores não sairão de graça: serão pagos pelos consumidores ao longo dos próximos três anos por meio de reajustes tarifários. Já o que saiu dos cofres do Tesouro entra na conta do contribuinte.
Consumo — O consumo médio do brasileiro é de 163 kWh por residência, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e a tarifa média do consumidor residencial, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de 400 reais por MWh. Assim, uma conta de 65,20 reais na bandeira verde subiria automaticamente para 67,65 de reais ao passar para a bandeira amarela. Ao chegar à bandeira vermelha, a mesma conta vai a 70,09 reais. O cálculo não considera os encargos e impostos incidentes na tarifa de energia.
Os valores parecem pouco significativos individualmente, mas considerando o universo de 74 milhões de unidades consumidoras no país, em um mês de bandeira amarela, as empresas recolheriam 400 milhões de reais a mais em todo o Brasil, valor que chegaria a 800 milhões de reais em um mês de bandeira vermelha.
A regra vale para todos os Estados, com exceção de Amazonas, Amapá e Roraima, que ainda não estão interligados ao sistema nacional de energia elétrica. 
2015 - As dificuldades de abastecimento de água e de geração de energia enfrentadas ao longo de 2014 tendem a se intensificar neste ano. Dados recentes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que, mesmo que as chuvas deste verão fiquem muito acima da média histórica - o que não está previsto -, o país terá em 2015 um cenário muito pior que há 12 meses.
Leia também:
Economia de energia - Nesta semana, o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que o modelo de bandeiras será importante porque permitirá ao consumidor entender a dinâmica de custo da geração de energia. "Conceitualmente, o que motivou a Aneel a fazer essa inovação é a ideia de que devemos dar para o consumidor um sinal de preço para ele reagir no momento em que está consumindo", disse.
No modelo atual, o consumidor paga o reajuste anualmente, quando a Aneel autoriza revisões nas tarifas das distribuidoras. "O processo hoje acontece com certa defasagem, porque acontece uma vez por ano (reajuste das distribuidoras). Portanto, o consumidor recebe uma aviso no momento em que ele não pode mais reagir (no modelo atual)", afirmou. 
Nesta sexta-feira (02), o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse que se chover 70% da média esperada nos próximos três meses, os reservatórios das usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste devem atingir um nível de 33% em abril. Com essa quantidade de água armazenada, os reservatórios poderiam atravessar o período seco e chegar a um nível de 10% em novembro, suficiente para assegurar o suprimento de energia elétrica no país este ano. Depois disso, o abastecimento permanece uma incógnita. 
(Com Reuters)

NO BLOG DO CORONEL
Gilberto Carvalho sai dizendo que não é ladrão e vai ganhar R$ 60 mil mensais no SESI. Ou R$ 3,1 milhões nos próximos quatro anos.
Na troca de comando da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que transmitia o cargo para Miguel Rossetto, roubou a cena de seu sucessor. Num discurso que ele mesmo classificou como “sincericídio”, Gilberto disse que os petistas não são ladrões. Segundo ele, o governo petista mudou a cara do país combatendo a desigualdade. E dando uma resposta atrasada ao candidato tucano derrotado à Presidência, Gilberto disse que tem orgulho de pertencer à quadrilha a que Aécio Neves se referiu como sendo o governo Dilma.
— E aquele que disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder que é essa a nossa quadrilha Para eles, pobre é quadrilha. É essa quadrilha dos pobres, que foi injustamente vencida na história e que agora é tratada com um mínimo de dignidade, quero dizer com muito orgulho que pertenço a essa quadrilha e nós vamos continuar mudanças nesse país — discursou Gilberto, dizendo que deixa o governo com uma kitnet rural e um apartamento financiado pelo Banco do Brasil.
Ele desafiou que seja feito acompanhamento da evolução patrimonial de quem acusa os petistas. Gilberto disse que não vai levar “desaforo para casa”. Mais tarde, em entrevista, ele esclareceu que estava, de fato, respondendo ao senador Aécio. 
O ex-ministro, que está no Palácio do Planalto desde a chegada do PT à Presidência, em 2003, aproveitou para defender os companheiros que foram condenados no processo do Mensalão. Ele reconheceu, no entanto, que alguns erraram, mas que todos pagaram o preço por isso. Gilberto citou o Luiz Gushiken, que foi ministro da Secretaria de Comunicação Social, e que, segundo ele, morreu sem o “devido reconhecimento”.
— A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões. Não vamos levar desaforo para casa. Temos dignidade. É verdade que há entre nós aqueles que tombaram e aqueles que caíram nos erros. Diferentemente de antes, cada um de nossos companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço doloroso para nós, mas pagou o preço e isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano — disse.
Gilberto chegou a pedir desculpas à presidente Dilma Rousseff pelas dores de cabeça que suas declarações à imprensa já causaram. Antes de ser ministro de Dilma, Gilberto foi chefe de gabinete dos dois governos de Lula. (O Globo)

Alguém acredita na Dilma II? Brasil perde posição para a Índia e cai para sétimo lugar entre as maiores economias do mundo.
Na campanha de 2010, Dilma trombeteava: “Seremos a quinta economia do mundo na década, ultrapassando alguns europeus”. No primeiro dia do seu segundo governo, vem a notícia: a Índia nos ultrapassou...
O fraco crescimento do Brasil deverá fazer o país perder o posto de sétima maior economia do mundo para a Índia já em 2015. A previsão é da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit). Segundo a EIU, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deverá somar US$ 2,12 trilhões em termos nominais neste ano, ante US$ 2,48 trilhões da Índia, que também deixará para trás a Itália, hoje a oitava maior economia. A tendência já era antevista por economistas para algum momento desta década por causa das altas taxas de expansão do país asiático.
O cenário de persistente fraco crescimento do Brasil e recuperação da economia indiana depois de percalços nos últimos anos contribui para a possível materialização da projeção em 2015. O PIB brasileiro se expandiu a modestos 2% ao ano desde 2011, cerca de metade da taxa média que era projetada para o país em meados da década passada.
A Índia também desacelerou. O crescimento do país, que atingiu dois dígitos em 2010, chegou a cair para 4,7% dois anos depois. Mas, em 2014, a economia indiana ensaiou uma recuperação, ao contrário da brasileira, que deve ter ficado praticamente estagnada. Neste ano, a expectativa é de nova aceleração na Índia --a EIU projeta alta de 6,5%, ante 6% em 2014-- e outro ano de expansão fraca no Brasil, inferior a 1%. 
Mudanças de posição no ranking das maiores economias do mundo não são incomuns e, às vezes, provam-se insustentáveis. O Brasil chegou a desbancar o Reino Unido e alcançar a sexta posição em 2011, para recuar, novamente, em 2012. A ascensão da Índia, porém, tende a ser definitiva devido à expansão demográfica e à urbanização, que favorecem altas taxas de expansão no país asiático. 
CAUSA DA RETOMADA
A Índia começou sua retomada depois que o governo reformista do primeiro-ministro Narendra Modi assumiu, em maio de 2014. Modi tem conseguido destravar a agenda de reformas. Segundo Omar Hamid, chefe do departamento de risco da Ásia da consultoria IHS, existe uma percepção de que o novo governo "está fazendo muito mais" do que a gestão anterior, minada por escândalos de corrupção. Entre as mudanças implementadas, estão medidas para melhorar o ambiente de negócios. 
Em outubro, Modi anunciou, por exemplo, um plano para reduzir o elevado custo trabalhista no país. Para Robert Wood, diretor-adjunto de risco da EIU, a mudança de humor em relação à Índia começou antes mesmo da posse do novo governo, com a indicação de Raghuram Rajan, ex-economista-chefe do FMI, para o comando do banco central, em setembro de 2013. Assim que assumiu, Rajan promoveu três altas de juros que contribuíram para a desaceleração da inflação. Além disso, a Índia se beneficia da queda do preço do petróleo, que favorece o declínio da inflação doméstica e a estabilização do deficit em conta-corrente.
NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 03/01/2015 02:38
Poucas horas depois de o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) ter confirmado que o governo enviará ao Congresso um projeto para regular a mídia, o deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB e candidato favorito à presidência da Câmara, pegou em lanças no Twitter: “Quero reafirmar que seremos radicalmente contrários a qualquer projeto que tente regular de qualquer forma a mídia.”
Berzoini dissera que, antes de fechar a proposta, seu ministério vai “abrir um debate”, para recolher sugestões. E Cunha: “Não aceitamos nem discutir o assunto.” Em litígio com o petista Arlindo Chinaglia, também candidato à presidência da Câmara, o líder peemedebista balizou a ação do partido do vice-presidente Michel Temer assim: “Não confundam a pauta congressual da governabilidade, que apoiaremos, com a pauta ideológica do PT, que não apoiaremos de forma alguma.”
Mais cedo, Chinaglia reunira-se com 58 deputados, a maioria do PT. Nesse encontro, distribuiu alfinetadas no rival peemedebista. Desdenhou, por exemplo, do compromisso de Cunha de presidir a Câmara com “independência”. Afirmou que o verdadeiro independente é ele, já que não indicou ninguém para ocupar cargos sob Dilma.
Cunha indagou: “Que independência pode ter quem acabou de deixar a liderança do governo, nomeou o filho e era a favor dos conselhos populares?” Chama-se Olavo Chinaglia o filho mencionado pelo líder do PMDB. Advogado, ele integrou os quadros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica entre os anos de 2008 e 2012. A escolha do novo comandante da Câmara ocorrerá em 2 de fevereiro. Além de Cunha e Chinaglia, disputa o cargo Júlio Delgado, do PSB.

Josias de Souza - 03/01/2015 00:56
Um dia depois da posse de Dilma Rousseff, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), comentou o teor do discurso da presidente reeleita. Fez isso por meio de nota. Sem mencionar o nome de Dilma, anotou:
“O Brasil não aceita mais a manipulação da verdade e a simples repetição de velhas promessas que, ao longo de 12 anos, infelizmente, não saíram do papel. Nosso país merece mais que discursos, promessas e propaganda. Queremos o Brasil honrado e justo a que todos temos direito. Por ele e ao lado de milhões de brasileiros damos as boas vindas a 2015!”
Aécio fez menção ao número de votos que recebeu na eleição presidencial e reiterou a disposição de se opor ao governo: “O PSDB inicia o novo ano revigorado e disposto a cumprir seu papel de maior partido na oposição. E o fará lutando ao lado das 51 milhões de pessoas que nos confiaram as suas esperanças de um país melhor.”
O senador disse esperar “que as esperanças de cada um dos brasileiros sejam honradas em 2015.” Algo que, segundo ele, “só será possível com a realização de mudanças” reclamadas pelos brasileiros. Mudanças na economia, na saúde e na segurança pública, além de “mudanças que nos permitam alcançar a maior e mais sólida de todas as transformações: a educação de qualidade.”
Desde que perdeu a disputa presidencial por uma diferença miúda, Aécio vem se esforçando para liderar o bloco de oposição. A nota divulgada nesta sexta-feira (02) se insere nessa estratégia. Dilma atravessou uma pedra no caminho do tucanato ao entregar a pasta da Fazenda a Joaquim Levy, um eleitor de Aécio e amigo de Armínio Fraga.
Como se opor à própria agenda?, eis a questão que os tucanos terão de responder ao longo de 2015. Uma parte do PSDB aposta que a relação de Dilma e Levy terminará em curto-circuito. Nessa hipótese, o dilema da oposição se dissolveria.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sábado, 3 de janeiro de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Dilma Rousseff descansa na paradisíaca Base Naval de Aratu, na Bahia, muito pt da vida com o baiano José Sérgio Gabrielli. Em recente entrevista ao jornal o Globo, meio escondido nas últimas fileiras da Assembleia Legislativa e visivelmente contrariado na posse do governador Rui Costa, o ex-presidente da Petrobras voltou a sacanear a Presidenta. Gabrielli advertiu que nem ele e nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm responsabilidade sobre contratos ditos irregulares na estatal, lembrando que Dilma e Mantega presidiam o conselho de administração da Petrobras à época dos fatos investigados pela Operação Lava Jato.
Foi a vingança do acarajé apimentado. Gabrielli fez questão de tirar o dele e o de Lula da reta, negando qualquer coisa de ruim contra si: "Não estou com os bens bloqueados. Não houve bloqueio. Até agora, o bloqueio não se efetivou. Não houve quebra de sigilo. Há pedidos, mas não efetivação. Não tem como estar jogando sobre nós, porque não há possibilidade. O conselho de administração da companhia era presidido pela presidente Dilma e foi presidido pelo ministro Guido. Como podem querer jogar sobre a Petrobras as responsabilidades? Não há possibilidade disso". 
Gabrielli tem ódio da Dilma. Foi ela quem o tirou, na marra, da Presidência da Petrobras, impondo a nomeação da amiga Graça Foster. Gabrielli acabou forçado a se "exilar" na Secretaria de Planejamento da Bahia. Tinha a promessa de que seria o candidato a governador na sucessão de Jaques Wagner. Mas acabou atropelado por Rui Costa - que se elegeu. Gabrielli perdeu mais que sua boquinha baiana. Convidado a pedir exoneração, ficou sem seu foro privilegiado para eventuais processos que começa a sofrer pela gestão na Petrobras.
No entanto, além de muito amigo e um dos homens de confiança de Luiz Inácio Lula da Silva, Gabrielli é poderoso e muito articulado. Gabrielli conseguiu fazer parte dos Conselhos de Administração da Itausa (a controladora do Itaú Unibanco) e até da transnacional GALP (mesmo que a petrolífera portuguesa fosse concorrente da Petrobras?). O poderoso Gabrielli agora será alvo fácil da nova fase dos processos da Operação Lava Jato - que os norte-americanos chamam de "Car Wash". Aliás, Gabrielli já entrou de carona, junto com a inimiga Dilma, no processo movido pela cidade de Providence contra diretores, conselheiros e bancos que venderam títulos da Petrobras na Bolsa de Nova York.
Gabrielli se considerou vítima de intrigas, negando, inclusive, a provocação do repórter de que estivesse "de fininho" na posse de Rui Costa: " De fininho? Eu estou aqui, com a imprensa toda na minha frente. Você sabe que tem muita nota plantada, há muitos interesses por trás dessa história". Gabrielli também fez questão de deixar claro que continua prestigiado politicamente no PT: "O partido está me apoiando inteiramente. Não tenho do que me queixar". E partiu para a ofensiva: A estratégia é fazer a verdade prevalecer. Estou tranquilo. Fazer a verdade prevalecer significa esclarecer, tirar a exploração política que está existindo sobre os assuntos, tornar os fatos explícitos e, consequentemente, fazer a defesa jurídica".
O ex-presidente da Petrobras insistiu: "Objetivamente não tem nenhuma acusação contra mim. Qual a acusação contra a minha pessoa? Existem vários fatos que estão em investigação, mas nenhum deles se referem à minha pessoa. Não há como haver essa tentativa nem essa realidade. Porque os fatos que acontecem, hoje, na Petrobras, são resultado da história da empresa. Portanto, não tem como atribuir a um ou outros. Há responsabilidades individuais que têm que ser apuradas. E os procedimentos da companhia são procedimentos regulares, normais".
Gabrielli ensaiou uma defesa demagógica da Petrobras, alegando que não teria como saber sobre desvios de dinheiro para partidos, mesmo estando no comando da estatal: "Você tem mais de 55 mil contratos por ano na Petrobras. O que a direção da empresa tem que fazer é acompanhar a adequação com os procedimentos existentes. Consequentemente, a existência desses procedimentos são auferidos, avaliados. A lei americana e a lei brasileira exigem um conjunto de controles, esses controles foram todos certificados pelas auditorias na época, em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2013. Portanto, a KPMG e a Pricewaterhouse atestaram, certificaram, que os controles estavam corretos. Então, a diretoria tem que saber essencialmente como é o controle. Se algum diretor é ladrão, é bandido, tem que punir o ladrão e o bandido. Mas isso não pode condenar a empresa".
Gabrielli tambén negou sobrepreços nos contratos - conforme apontado pela Controladoria Geral da União, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal: "Não há superfaturamento. É importante ficar claro que não há superfaturamento na maioria dos casos. A Petrobras tem, como eu disse, 55 mil contratos, está se falando sobre alguns contratos em que há discussões técnicas sobre o que significa em termos de preço. No que se refere, por exemplo, a Pasadena, a meu ver, há um erro fundamental sobre o que significa prejuízo e o que significa valor de refinaria. O ex-ministro do TCU, José Jorge, cometeu um erro, a meu ver, fundamental. O erro é a consultoria contratada para fazer uma avaliação de potenciais cenários de refino, em 2005, pegar um dos 25 cenários levantados e comparar com o preço pago e chamar isso de prejuízo. O correto seria transformar e comparar o valor da refinaria com o valor das outras refinarias equivalentes na época. E quando se faz essa comparação, Pasadena está mais do que no valor na média dos valores da época".
Em resumo: Gabrielli repetiu a velha tática do apedeutismo nazicomunopetralha: não sabia de nada do que deveria saber... Agora, a Lava Jato, os processos abertos na Corte de Nova York e até um inquérito administrativo aberto, no final do ano, pela Comissão de Valores Mobiliários vão investigar quem foram os administradores da Petrobras responsáveis por tantas irregularidades denunciadas, com provas, em "delações premiadas".
Enquanto isso, a Petrobras perde valor... Ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da empresa fecharam contadas a míseros R$ 9,36 no primeiro pregão do ano na BM&F Bovespa. Os ordinários (ON, com direito a voto) caíram para R$ 9. No finalzinho do ano, Dilma baixou uma medida provisória para o Tesouro Nacional injetar R$ 18 bilhões na companhia. A coisa está mais preta que óleo cru (cuja cotação cai no mercado internacional). Mas os dirigentes da Petrobras e do governo continuam na mesma tática: tentam tirar o deles da reta...
(...)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA