DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Preso na sétima fase da Operação Lava Jato, sob a acusação de participar de propinoduto para obter contratos na Petrobras, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, decidiu negociar delação premiada. A informação, conhecida de advogados ligados ao caso, é de que o executivo teria assinado o acordo ainda nesta quarta-feira (3), no período da tarde, quando deixou a carceragem.
Nos últimos dez anos, a empreiteira Camargo Corrêa recebeu dos governos do PT cerca de R$ 2 bilhões em transferências diretas.
Como mostraram Júlio Camargo e Augusto Mendonça, da Toyo Setal, delação premiada de empreiteiros pode representar o “fim do mundo”.
A revelação de executivos presos na Operação Lava Jato, de que parte do dinheiro roubado da Petrobras chegou ao PT e a petistas por meio de “doações oficiais” para campanha eleitoral, lançou luz sobre um intrigante mistério: o impressionante volume de “doações de pessoas jurídicas” ao PT. Só em 2014, o PT recebeu R$ 189 milhões. Em 2013, ano que não houve eleição, foram R$ 79,7 milhões em “doações”.
A receita oficial de “doações” de empresas ao PT não inclui, claro, o fundo partidário. Só em 2013 foram R$ 58,3 milhões (públicos).
A rica campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT) recebeu um total de R$ 350 milhões em “doações”. Desinteressadas, certamente.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), não passará o cargo ao sucessor, Flávio Dino (PCdoB): ela vai renunciar terça-feira (9). Assumirá o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo.
Apontado como sócio do doleiro Alberto Youssef, André Vargas (PR) saiu beneficiado da obstrução do projeto que falseia superávit. A enrolação dificulta o julgamento, a tempo, de sua cassação.
O chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, disse ontem que “o Brasil está rasgando o tumor da corrupção”. Lorota: é a Justiça que faz isso, por meio de Sérgio Moro, da Vara Federal Criminal de Curitiba. A CGU, como sempre, apenas tenta pegar carona.
…o governo festejar alta da produção de petróleo, com o barril a US$ 60, é o mesmo que ganhar na loteria e perder o bilhete.

NO DIÁRIO DO PODER
DOCUMENTO LIGA YOUSSEF À TRANSPETRO EM TERMINAL DE ANGRA
DOCUMENTOS LIGAM MEGADOLEIRO YOUSSEF À TRANSPETRO EM ANGRA (RJ)
Publicado: 4 de dezembro de 2014 às 18:23 - Atualizado às 0:38
A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou indícios que ligam o esquema criminoso de Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa à Transpetro, em obras do Terminal da Bacia de Ilha Grande (Tebig), em Angra dos Reis. São cinco registros de propostas de intermediação de negócios que envolveriam a subsidiária da Petrobrás, datados de 2009, e que integram a lista de 750 contratos alvos de propina aprendida na casa do doleiro, em março.
Na planilha de computador, Youssef registrou entre 2009 e 2012 os negócios que tentou fazer intermediando contratos entre empresas do cartel chamado de “clube” – alvo da Lava Jato – e órgãos públicos, em especial a Petrobrás. Nele, eram registrados o cliente, o contato, o telefone, o objeto da contratação, data de entrega da proposta, número de proposta e valor.
As cifras são para a força-tarefa da Lava Jato a propina nos negócios, caso fossem efetivados. Quatro deles registram como “Projeto – referência” obras de adequação do sistema de tratamento de esgoto do terminal de Angra e como “cliente final” a Transpetro.
Nesta quinta-feira, 4, vence o prazo para que o presidente licenciado da empresa, Sérgio Machado, decida se fica ou o cargo, depois de 12 anos no posto por indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Sua possível saída do cargo se deve ao envolvimento de seu nome no escândalo. À Justiça, ele foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento de ter pago R$ 500 mil em propina, por contratos de navios.
Somados, os contratos de intermediação de Youssef em nome da Transpetro podem ter rendido R$ 9,1 milhões ao esquema. Para confirmar se houve desvios nas obras de Angra, os investigadores da Lava Jato vão cruzar a quebra do sigilo bancário de empresas usadas na lavanderia com os pagamentos feitos pelas “clientes” do portfólio de negócios do doleiro com os respectivos valores registrados e nomes.
A apuração envolvendo o esquema em Angra e a Transpetro faz parte das novas etapas das investigações, que abrangerão subsidiárias da Petrobrás e outras áreas. Ontem, o juiz federal Sérgio Moro afirmou em despacho que a tabela dos 750 contratos é “perturbadora” e ilustra “os indícios que os crimes transcenderam a Petrobrás”.
“Embora a investigação deva ser aprofundada quanto a este fato, é perturbadora a apreensão desta tabela nas mãos de Alberto Youssef, sugerindo que o esquema criminoso de fraude à licitação, sobrepreço e propina vai muito além da Petrobrás.”
Contratos cruzados
Para os investigadores, as empreiteiras supostamente representadas por Youssef podem ter sido contratadas diretamente para a obra ou ter prestado serviços terceirizados ou sido beneficiada em outro contrato.
É o caso da Construcap-CCPS Engenharia e Comércio S.A. Ela aparece em dois registros tendo como “cliente final” a “Transpetro”. O que chamou a atenção dos investigadores da Lava Jato é que há valores similares efetivamente pagos para uma empresa usada pelo doleiro pela empreiteira por obras no terminal, mas não o registrado na lista – um indicativo de obras cruzadas.
O primeiro registro em nome da Construcap, no valor de R$ 4 milhões, teria sido entregue em 18 de junho de 2009, tendo como “referência de projeto” a anotação “Transpetro-Sistema de Tratamento de Afluentes do Terminal Aquaviário de Angra dos Reis”. O segundo, que teria sido entregue no dia 17 de julho, tem o valor de R$ 21,1 mil. O baixo valor seria por se tratar de um complemento do primeiro.
A Construcap não participou das obras do sistema de afluente. Ela, porém, executou dois contratos no Tebig, em Angra, pelos valores de R$11,6 milhões e R$ 9,5 milhões. Os objetos eram substituições das linhas 3 e 5 de petróleo, no trecho interno da Área de Tancagem da Área Principal (AP). Os dois assinados em 2007 e executados a partir de então. A Construcap confirmou ter comprado materiais da Sanko-Sider em um deles e pago R$ 20,2 mil.
“Nesta obra, a Construcap adquiriu da empresa Sanko Sider, 12 metros de tubo de aço carbono.” O valor foi pago em julho de 2008, com emissão de nota, informou a empresa.
A Sanko-Sider é uma fornecedora de tubos e dutos para obras da Petrobrás e suas contratadas que foi usada por Youssef e pelo cartel para desviar dinheiro da estatal. Ela figura no primeiro processo penal da Lava Jato que envolve as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, iniciadas em 2007.
No mesmo período, a Construcap foi uma das contratadas para as obras de terraplanagem da obra, já apontada superfaturada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e agora foi apontada pelos delatores da Toyo Setal como parte do “clube” do cartel.
Transpetro e Construcap negam relação com Youssef A Transpetro e o presidente licendiado, Sérgio Machado, negaram ter relação com tais contratos ou qualquer esquema de propina. Segundo o órgão, obras no Tebig são pagas pela Petrobrás, não por ela.
A subsidiária informou que apenas opera o terminal. Negou também ter pago alguma das três empreiteiras que aparecem na lista de clientes do doleiro Alberto Youssef.
A Construcap informou que “jamais manteve qualquer relação, negócio ou transação financeira” com Youssef. A empresa explicou ainda que quando contratou a Sanko-Sider ela era devidamente cadastrada na Petrobrás e que moveu em 2012 uma ação contra a empresa por atraso no fornecimento de produtos.
COM A PALAVRA, A TRANSPETRO
“A Companhia não possui intermediários na realização de nenhum de seus contratos ou pagamentos.
As empresas Schahin Engenharia, Sanko Sider, Construcap CCPS e DM Construtora não tiveram e não têm contratos com a Transpetro referentes ao terminal de Angra dos Reis.
O sistema de efluentes do terminal de Angra é um empreendimento da Petrobras.”
COM A PALAVRA, A CONSTRUCAP
“Com relação ao fato de seu nome constar na planilha de obras apreendida com o senhor Alberto Youssef, a Construcap CCPS Engenharia e Comércio SA afirma que jamais manteve qualquer relação, negócio ou transação financeira com tal pessoa.
No tocante às obras que a companhia realizou para a Petrobrás, no Terminal Marítimo Maximiano Augusto da Fonseca, da Transpetro, no Município de Angra dos Reis – RJ, esclarecemos que foram realizados 02 contratos, obtidos através de licitação regular, a saber:
1 – Contrato no. 0802.0032310.07.2
” Escopo: substituição da linha 3 de petróleo no trecho interno da Área de Tancagem da Área Principal (AP) do aludido Terminal.
” Valor: R$ 11.647.668,01
” Data de assinatura: 15 de maio de 2007
” Nesta obra, a Construcap adquiriu da empresa Sanko Sider Comércio de Importação e Exportação de Produtos Siderúrgicos Ltda (Sanko Sider), 12 metros de tubo de aço carbono, diâmetro de 36″ API 5L B PSL 2 com costura padrão ANSI B36.10, espessura da parede de 0,375″ com extremidades chanfradas (176,29KG/M). Referida aquisição foi realizada de maneira legal e regular, sendo o material devidamente entregue na obra, através da Nota Fiscal 20657, emitida em 10 de julho de 2008, no valor de R$ 20.264,77 (vinte mil duzentos e sessenta e quatro reais e setenta e sete centavos).
2 – Contrato no. 0802.0035895.07.2
” Escopo: substituição da linha 5 de petróleo no trecho interno da Área de Tancagem da Área Principal (AP) do aludido Terminal.
” Valor: R$ 9.592.941,48.
” Data de assinatura: 19 de setembro de 2007.
” Nesta obra nada foi adquirido da empresa Sanko Sider.
Nenhum dos contratos realizados guarda relação com o Sistema de Tratamento de Efluentes do Terminal.
Por outro lado, a Sanko Sider, empresa fornecedora de tubos de aço carbono para o mercado de construção civil e montagem industrial, era regularmente cadastrada no Certificado e Registro de Classificação Cadastral – CRCC da Petrobras.
Informamos ainda, que a Construcap move, desde 09/04/2012, ação contra a Sanko Sider Comércio de Importação e Exportação de Produtos Siderúrgicos Ltda, no valor histórico de R$ 155.055,22, perante o Tribunal de Justiça de São Paulo – Fórum Regional VIII – Tatuapé – Processo 0006286-53.2012.8.26.0008, em razão de atrasos e descumprimento no fornecimento de materiais adquiridos pela empresa. Desde então, a Sanko Sider foi retirada do cadastro de fornecedores da Construcap.”
COM A PALAVRA, SERGIO MACHADO
“No Sistema Petrobras, a Transpetro é proprietária apenas de navios. Ela investe na sua construção e os opera. Dutos e terminais portuários são de propriedade da Petrobras, que realiza os investimentos de construção e reforma desses equipamentos. Depois de realizar tais investimentos, a Petrobras entrega sua operação para a Transpetro, que se responsabiliza apenas pela manutenção corretiva.
O caso do Terminal de Angra não é diferente. Todos os investimentos em obras e reformas foram realizados pela Petrobras, que é a proprietária. Cabe à Transpetro somente operar o terminal e realizar sua manutenção corretiva. No que diz respeito ao Terminal de Angra, a Transpetro não firmou contratos nem fez nenhum pagamento às empresas mencionadas. Todos os investimentos e contratações foram feitos pela Petrobras.” (Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Júlia Affonso/AE)

NYT AFIADO
‘JUROS DO BRASIL FAZEM AGIOTA AMERICANO SENTIR VERGONHA’
SUCESSO DAS LOJAS DE PENHORES É SINAL DE QUE A ORGIA DE ENDIVIDAMENTO DOS CONSUMIDORES DO PAÍS ESTÁ CHEGANDO AO LIMITE, DIZ NYT
Publicado: 4 de dezembro de 2014 às 18:06
O jornal norte-americano New York Times publicou uma matéria nesta quinta-feira, 4, em que afirma que “os juros praticados no Brasil fariam um agiota americano sentir vergonha”. O periódico ressaltou ainda que “os cartões de crédito cobram mais de 240% ao ano. Empréstimos bancários ultrapassam os 100%”. E, segundo o jornal, “para um número cada vez maior de consumidores que precisam de dinheiro, a loja de penhores é a melhor opção.
Ao citar diversos casos de brasileiros que tiveram que recorrer a penhora, O NYT afirmou que “o crescente sucesso das lojas de penhores é o mais recente sinal de que a orgia de endividamento dos consumidores do país pode estar chegando ao limite”. O jornalista Dan Horch avaliou também que “o inchaço da classe média brasileira – e dos seus hábitos de consumo – ajudou a alimentar a economia em geral durante anos. Mas o crescimento está desacelerando, e os consumidores lutam para pagar suas contas”.
Para ele, o resultado da “economia enfraquecida foi um ponto inflamável na recente eleição, vencida por pequena margem pela atual presidente Dilma Rousseff no segundo turno”. E lembrou que “o banco central elevou os juros novamente, na tentativa de combater a inflação, pode pesar no crescimento e complicar ainda mais o panorama do endividamento do consumidor”.
“Embora ainda representem uma parcela relativamente pequena do setor de crédito, as lojas de penhores têm prosperado, mesmo num momento em que outros tipos de empréstimo parecem pouco atrativos. Alguns brasileiros, mesmo aqueles firmemente instalados na classe média, estão usando as lojas de penhores para quitar as dívidas do cartão de crédito, cobrir despesas inesperadas ou simplesmente acessar uma linha de crédito mais barata”, completou o jornalista na publicação no New York Times.
(Com informações do NYT)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
A primeira pessoa que transformou as palavras “Dilma” e “impeachment” em unidades sintáticas, formando um todo harmônico, foi este rottweiler amoroso, no dia 24 de outubro. Não me orgulho nem disso nem de ter criado o já dicionarizado termo “petralha”. Preferiria cultivar, como o poeta, neologismos celestes, colhendo uma poesia menos perturbada.
É claro que a minha oração principal tinha — e tem — uma subordinada adverbial condicional: “Se Dilma sabia da roubalheira na Petrobras, o impeachment é inevitável”. Essa não é a gramática do golpe, mas a do Estado de Direito. Golpista é querer recorrer à legitimidade conferida por um processo legal — as eleições — para violar garantias que pertencem às instituições, não aos homens.
Do dia 24 a esta data, as coisas se complicaram. Um dos executivos da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, diz que parte da propina que pagou ao PT, entre 2008 e 2011 –a primeira eleição de Dilma se deu em 2010–, foi vertida em doação registrada. Um companheiro seu de empresa, Júlio Camargo, tem versão não menos estupefaciente. O dinheiro sujo teria circulado mesmo é em dutos paralelos, parte dele depositada em contas no exterior. Segundo revelou reportagem da “Veja”, Alberto Youssef se prontificou a colaborar com a PF para que esta chegue às contas secretas que o PT manteria fora do país.
(…)
Leia a íntegra aqui
Por Reinaldo Azevedo

O governo divulgou a expectativa de crescimento da economia para o ano que vem. O número despencou de 2% para… 0,8%. Eis aí: de repente, pimba! E temos uma projeção 60% menor. É que a anterior ainda estava sob a esfera de influência — ou a metafísica — de Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento), que foram se tornando, com o tempo, sinônimos de piada, uma menos engraçada do que o outro. Mas a notícia importante do dia, nesse particular, nem é essa.
O governo desistiu — alvíssaras! — de fazer suas próprias projeções de crescimento e de anunciá-las para a crença de ninguém. Agora, deixa claro, ele vai apostar no que apostar o boletim Focus, que traduz o consenso de mercado. Mantega passou boa parte do tempo afirmando que as expectativas dos agentes econômicos eram muito pessimistas. Pois é…
Ocorre que eles sempre estavam certos, e ele, sempre errado. Com um pouco mais de esperteza e ginga, o ministro demitido teria feito o quê no passado? Ora, adotado o número que ele achava “pessimista”. Caso fosse surpreendido, ótimo! Caso o número se cumprisse, ele não teria passado por, digamos, ligeiro… Mas admito que é uma operação mental de alguma complexidade.
Ajustar a previsão de crescimento aos números de mercado é um dos itens da “Operação Credibilidade” que está em curso. Na parte mais substantiva desse esforço, está a elevação da taxa de juros, o que deixa muita gente pacificada, ainda que a eficácia de tal medida seja viciosa, com risco de matar o paciente (já explico). Acontece que o governo passou muito tempo fingindo que tudo ia bem e achando que poderia renunciar à alopatia, numa conversão, digamos assim, à homeopatia doidivanas. Agora, precisa mostrar seu lado de fanático alopata para parecer sério.
Só pra constar: eu não estou negando, no parágrafo anterior, que elevação de juros concorra para a queda da inflação. É um dos remédios, assim como a amoxicilina mata uma porção de bactérias, entendem? Só que há aquelas que se tornam resistentes à substância — sem que esta deixe de ser antibiótica. Aí é preciso ministrar junto o clavulanato de potássio. Vejam bem: o Brasil já vinha tomando amoxicilina em doses cavalares, né? Os juros já eram os mais altos do mundo. E a inflação resistiu. Sinal de que o paciente não precisa só de mais amoxicilina. Qual será o clavulanato para contornar a infecção?

NO BLOG DO CORONEL
Um novo PSDB sem punhos de renda e com 51 milhões de votos.
De origem acadêmica, o PSDB fez ao longo dos 12 anos dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff uma oposição "punhos de renda" que, segundo parlamentares tucanos, não se traduzia em ações de contenção ao poder do PT. A reeleição da presidente serviu de "rito de passagem" para o partido, que abriu a caixa de ferramentas antes mesmo do início do segundo mandato. 
Logo após a eleição, o partido - com o argumento de responder aos questionamentos nas redes sociais sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas - pediu uma auditoria no resultado das eleições. No momento seguinte, os principais líderes da legenda, como o senador Aécio Neves (MG) - candidato à Presidência derrotado no 2.º turno por Dilma -, iniciaram uma blitz retórica, como chamar o PT de "organização criminosa". 
Agora, dizem os tucanos, com a votação do projeto que flexibiliza a meta fiscal, é o momento da ação legislativa. "O governo saberá daqui para a frente o que é fazer oposição selvagem", disse ao Estado o líder tucano na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), ele próprio autor de 12 discursos de ataque ao governo Dilma na sessão de 18 horas que aprovou a flexibilização das metas fiscais - iniciada anteontem e encerrada na manhã de ontem. 
O primeiro discurso de Imbassahy foi feito às 10h28, 25 minutos antes da sessão do Congresso alcançar o quórum necessário para apreciar dois vetos da presidente Dilma e as mudanças na meta fiscal. O último ocorreu às 4h38 minutos da madrugada de ontem, antes do encerramento às 5h. Em cada um deles Imbassahy acusou o governo de envolvimento em corrupção, de ter quebrado o País, e de fazer maquiagem para tentar se salva. Também citou a delação do executivo Augusto Mendonça, do grupo Toyo Setal, que disse que doações eleitorais ao PT eram parte da propina cobrada em contratos da Petrobrás. 
Na mesma linha "oposição selvagem" dos tucanos, o deputado Domingos Sávio (MG) fez 15 pronunciamentos. Já o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), fez seis intervenções. Numa delas, evocou o segundo livro de Samuel, na passagem em que o rei Davi é perdoado depois de reconhecer que errou ao seduzir a mulher de Urias. "A presidente errou, mas não reconhece. E erra de novo. Não será perdoada", sentenciou Aloysio Nunes Ferreira. Imbassahy, Aloysio Nunes e Domingos Sávio fazem parte da tropa de choque do PSDB, disposta a não dar sossego ao PT. 
Preço 
Mas o próprio Aécio, que é presidente do partido, também foi para o ataque, durante a longa sessão que tratou da mudança na meta de ajuste fiscal. Disse que Dilma tinha posto o Congresso "de cócoras" ao editar decreto condicionando a liberação de emendas parlamentares à aprovação da proposta do ajuste fiscal. Aécio fez as contas e chegou à conclusão que cada parlamentar valia R$ 748 mil no preço do governo. 
Imbassahy diz que os tucanos estão animados. "É como se a gente estivesse numa partida de futebol, com o estádio cheio. Nosso candidato à Presidência da República teve 51 milhões de votos. Cada vez que nos manifestamos aqui, estamos nos manifestando para 51 milhões de eleitores. Isso dá um ânimo danado para brigar." (Estadão)

NO BLOG DO JOSIAS
Cartel de SP: PSDB imita PT e se finge de cego
Josias de Souza05/12/2014 05:02
Num instante em que o petrolão derrete feito bala de açúcar no bico de oradores tucanos, a Polícia Federal fechou a conta do inquérito do cartel do metrô e dos trens de São Paulo: 33 indiciados. Entre eles agentes públicos, executivos de grandes, lobistas e assemelhados.
Pesam-lhes sobre os ombros acusações variadas: corrupção ativa e passiva, formação de cartel, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, os crimes foram praticados durante dez anos, de 1998 a 2008. Desviaram-se R$ 834 milhões. E ninguém notou!
Repetindo: a roubalheira atravessou três governos tucanos — Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra— e ninguém percebeu! As fraudes só vieram à luz por conta de um fio de meada puxado numa investigação na Suíça e um acordo de colaboração firmado pela Siemens no Brasil.
Em matéria de corrupção, os tucanos sofrem da mesma moléstia que acomete os petistas: cegueira. Assim como Lula não sabia que o mensalão fluía sob suas barbas e Dilma não sabia que PT e aliados prospectavam propinas na Petrobras, Serra e Alckmin jamais souberam das fraudes que descarrilavam as licitações metroferroviárias.
Fica-se com a impressão de que o principal problema do país não é ético, mas oftalmológico. A falta de bons oculistas atordoa os brasileiros. Não bastasse ter de decidir se prefere o papel de cínico ou o de bobo, o contribuinte é assaltado (ops!) por uma segunda dúvida: o que é pior, os corruptos capazes de tudo ou os governantes incapazes de todo?
De concreto, por ora, apenas uma evidência: em terra de cego, quem tem um olho não diz que os reis estão nus.

Josias de Souza04/12/2014 18:19
No mensalão, concluiu o STF, o PT recorreu a empréstimos bancários fictícios para encobrir o dinheiro que saía de sua tesouraria pelo ladrão. No petrolão, indicam as delações da Operação Lava Jato, o partido de Lula e Dilma Rousseff descobriu uma maneira legal de ser desonesto: converteu o Tribunal Superior Eleitoral e suas ramificações estaduais numa lavanderia.
Um dos delatores, o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da empresa Toyo Setal, disse que um pedaço das propinas pagas ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque desceu à caixa registradora do PT na forma de “doações oficiais”, devidamente registradas na Justiça Eleitoral. Coisa de R$ 4 milhões entre 2008 e 2011.
Superior hierárquico da Polícia Federal, o ministro petista José Eduardo Cardoso (Justiça) apressou-se em declarar que é “incorreto” concluir que a escrituração do comitê Dilma-2010 foi irrigada com verbas provenientes da petrorroubalheira. Em busca de companhia para o PT, o ministro citou o depoimento de Júlio Camargo, outro delator da Toyo Setal
Júlio também admitiu que pagou R$ 137 milhões em propinas. Mas negou que parte desse valor tenha virado doação legal de campanha. Não que ele seja avesso a políticos. Não, não. Absolutamente. Dono de três empresas de consultoria, o delator diz ter “doado” R$ 4,2 milhões entre 2008 e 2012 a políticos de 11 partidos. Ele apenas declara que tais “doações” não incluíram verbas de má origem.
Cardozo abre o leque: “Quando você fala em contribuições neste período, você não está falando especificamente das contas de uma campanha, você está falando de todas as campanhas de todos esses partidos.''
O doutor tem razão. Os arquivos do TSE informam que, apenas em 2010, o custo total das campanhas para presidente, governador, senador e deputado federal foi de 4,9 bilhões. Sabe-se que o PT não é a única organização partidária com fins lucrativos do país.
Assim, é razoável supor que a cifra registrada no TSE carregue sujeiras alheias. Embora estrelados pelo PT, os próprios inquéritos do petrolão jogam no caldeirão outras siglas: PMDB, PP, PSB e até, numa rebarba de R$ 10 milhões, o PSDB.
Cardozo acha que “há uma leitura política dos fatos, que não condiz com aquilo que está dito” nos depoimentos. “Cada um vai ler os fatos como lhe interessa. Por que é a [campanha] presidencial e não os governadores? Onde é que está dito isso?''
De novo, o doutor tem razão. Mas o ministro deveria fazer a mesma pergunta de trás para a frente. Verá que também faz sentido: por que o dinheiro proveniente da Petrobras teria irrigado apenas as campanhas de governadores e não a da presidente da República?
Quanto à segunda indagação —“onde está dito isto?”— Cardozo faria um bem a si mesmo se desse tempo ao tempo. Convém preparar a alma. Sob pena de surpreender-se desagradavelmente quando vierem à luz os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
Quem ouviu a dupla diz que, entre muitos outros temas, ambos falaram de campanha presidencial. Caberá ao procurador-geral da República Rodrigo Janot decidir o que fazer com o material. O teor da delação de Paulo Roberto já está com Janot. O resultado do suor do dedo de Youssef chega-lhe à mesa oficialmente nesta sexta-feira (05).
Enquanto aguarda pelos desdobramentos do caso, a plateia divide-se em duas: de um lado os otimistas. Do outro, os pessimistas. O primeiro grupo acha que, de escândalo em escândalo, o país vai expurgando a corrupção do seu sistema político. O segundo grupo avalia que, ao descobrir que o TSE lava mais branco, a corrupção tornou-se o próprio sistema.

NO BLOG UCHO.INFO
Para reduzir o superávit fiscal e arruinar a economia, Dilma contou com o viés circense de políticos

Organização criminosa – A aprovação pelo Congresso Nacional do texto-base do projeto que altera a meta do superávit primário de 2014 (economia para pagar juros da dívida pública) e tira a presidente Dilma Rousseff da mira de um processo de impeachment, coloca em risco a estabilidade econômica. Por mais que os aduladores do desgoverno petista tenham falado que a política econômica de Dilma Rousseff é um sucesso porque estimulou a geração de empregos e valorizou o salário do trabalhador, os números apontam na direção contrária. O Brasil está mergulhado em grave crise econômica, mas os “pau mandados” do governo insistem em manter a mentira.
O que se viu no plenário da Câmara dos Deputados, onde aconteceu a sessão bicameral, foi um evento típico de mafiosos, já que o governo usou de subterfúgios criminosos para conseguir a aprovação da matéria. A mando da presidente da República, que oficializou o suborno em decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União na última sexta-feira (28), a tropa de choque do governo se revezou nos microfones do plenário para, repetindo o discurso mitômano da campanha eleitoral, fazer ameaças ao povo brasileiro caso a matéria fosse rejeitada. Fora isso, os obedientes e nauseantes estafetas do Planalto incensaram, a todo instante, os parlamentares que apoiavam a causa marginal.
Entre os muitos aloprados que discursaram antes da votação do texto-base, merece destaque a comunista Jandira Feghali (PCdoB-RJ), para quem o superávit fiscal faz mal à economia e ao trabalhador. Só um ignorante em termos de economia é capaz de fazer afirmação tão absurda. Esse discurso obtuso de Feghali serve apenas para confundir a parcela desavisada da população, que continua acreditando que consumismo é sinônimo de qualidade de vida.
Mas Jandira Feghali foi a alma solitária do pífio espetáculo que teve lugar no Congresso Nacional. Fanfarrão no melhor estilo animador de circo de periferia, o deputado federal Silvio Costa (PSC-PE) chamou para si a tarefa de regurgitar besteiras diante do microfone. Disse Silvio Costa que a solução da crise hídrica que afeta São Paulo dependia da aprovação do PLN 36/2014. O parlamentar pernambucano é um inconsequente conhecido, que faz da elevação da voz a sua ferramenta de persuasão. Não sem antes ser um fracassado humorista que usa o mandato parlamentar para espetáculos mambembes.
Quem também subiu à tribuna para, sob encenação dramática, destilar a obsolescência da ideologia comunista foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Conhecido por discursos inflamados e fora do eixo, Randolfe usou o microfone do plenário para condenar o pagamento dos juros da dívida, como se o capital alheio tivesse que financiar as barbaridades do Partido dos Trabalhadores. O senador amapaense, que como todo incompetente usa o radicalismo como salto alto, criticou com veemência os banqueiros e capitalistas. Palavrório esquerdista vencido e fora de propósito, pois os próprios integrantes do governo se refestelam nas benesses do capitalismo, a exemplo do que ocorria na extinta União Soviética.
A tese despejada no Congresso pelos radicais da base aliada, de que a política econômica da presidente Dilma Rousseff foi certeira porque, acima de tudo, distribuiu renda, cai por terra na primeira e rápida análise da realidade brasileira. Enquanto esses gazeteiros de aluguel defendiam teses absurdas no plenário da Câmara dos Deputados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentava em meio ponto percentual a taxa básica de juro (Selic), que saltou de 11,25% para 11,75% ao ano. Isso significa que a política econômica fracassou e que os penduricalhos parlantes do governo não sabem o que defendem.
A teoria insustentável de que a política econômica do desgoverno do PT foi bem sucedida porque distribuiu renda é uma utopia desmedida, pois o índice de inadimplência e o grau de endividamento das famílias brasileiras são assustadores. Esse quadro surgiu depois que Lula e Dilma empurraram os cidadãos na vala do consumismo, como forma de minimizar os efeitos da crise global (2008-2009), que até hoje é usada pelo Palácio do Planalto para justificar a incompetência do governo central. A política econômica do governo do PT (leia-se Lula e Dilma) é equivocada, pois o que de fato ocorreu foi o consumo no rastro do crédito fácil e irresponsável, ao passo que os fundamentos da economia recomendam que isso ocorra a partir da geração de riqueza por parte do cidadão.
Apostando na demanda reprimida, Lula, com o apoio de Dilma Rousseff, apostou na fórmula mambembe de que o pobre tem direito a ter as mesmas coisas que os ricos, como se isso fosse possível apenas porque o PT tem um projeto totalitarista de poder, ou seja, um plano de golpe embalado pela mentira e pelo confronto de classes, especialidade primeira do coroinha palaciano Gilberto Carvalho.
Para finalizar, a aprovação do PLN 36 passou a borracha na Lei de Responsabilidade Fiscal, apenas porque Dilma incorreu em crime, mas que a organização criminosa que se instalou no Palácio do Planalto não pense que esse estupro legal ficará por isso mesmo. A presidente por certo escapará das garras da lei, até porque o Petrolão serviu para comprar a base aliada, mas a conta há de chegar em breve no bolso dos trabalhadores e dos contribuintes. Por isso e muito mais o UCHO.INFO não baixará a guarda.


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