DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A gestão do novo presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, provoca mal-estar antes mesmo do início oficial, em razão de mudanças de áreas que fiscalizam setores de infraestrutura – nicho de atuação de Tiago Cedraz, o filho advogado que – segundo ele próprio – defende no tribunal os interesses de pelo menos 150 clientes. Daniel Maia Vieira, concunhado de Tiago, auditor sem experiência gerencial, chefiará a unidade encarregada de fiscalizar setores de infraestrutura.
A dupla Cedraz decidiu afastar Osvaldo Perrout, titular da unidade que apontou irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (EUA).
Também está sendo afastado no TCU Davi Barreto, que apontou falhas na concessão dos portos, caso do qual Cedraz (pai) foi relator.
Por essa e por outras, dois admirados técnicos declinaram do convite para os cargos de secretário-geral e secretário-geral adjunto do TCU.
Marcelo Eira e Paulo Wiechers desistiram da secretaria-geral do TCU por divergirem de certas escolhas e do desmonte em curso no tribunal.
Citado entre 28 políticos enrolados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa no petrolão, Renan Calheiros (PMDB-AL) só inviabilizará sua reeleição na presidência do Senado diante do surgimento de provas robustas de sua participação no esquema. Caciques da governança do PMDB repetem o mantra de que não adianta ter apenas o batom e a cueca: “É preciso juntar os dois para que a acusação ganhe consistência”.
Para Dilma, a saída de Graça Foster “não é necessária” porque a Petrobras e o governo “não foram prejudicados”. As ações da Petrobras caíram 35,7% em 2014, 27,8% nos últimos 30 dias.
A cúpula do PSDB acha que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a SEC, comissão de valores mobiliários de lá, podem indiciar Dilma em razão dos prejuízos causados aos investidores da Petrobras.
…pelo rumo que o novo governo Dilma está tomando, é melhor tomar posse de costas para fingir que já está saindo.
O militante petista Jorge Hage, ainda ministro da Controladoria Geral da União (CGU), deu importante contribuição, em 2010, à bibliografia da piada pronta: o livro “O Governo Lula e o Combate à Corrupção”…
Ganharam lanche e R$80,00 de cachê os oportunistas fantasiados de colete da CUT que bloquearam os acessos ao aeroporto de Brasília, ontem, e depois insultaram passageiros que lotavam o check-in.
No Senado houve sessão plenária e reunião da Comissão Mista de Orçamento, mas a maior parte do Senado já estava em recesso. Senador que precisava resolver problema urgente foi orientado a “fazer novo contato”. Mas só na segunda quinzena de janeiro.
Marcos Rogério teve seu nome sorteado junto a Rosane Ferreira (PV-PR) e Ronaldo Benedet (PMDB-SC) para assumir a relatoria da cassação de Jair Bolsonaro (PP-RJ), que corre risco de ser arquivada.

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER
JOAQUIM IRONIZA DILMA E LEMBRA QUE MP NÃO É ÓRGÃO DE ASSESSORIA
PARA JOAQUIM, CONSULTA DE DILMA AO MPF SOBRE MINISTERIÁVEIS É O FIM
Publicado: 22 de dezembro de 2014 às 21:31 - 
joaquim barbosa 2
Joaquim Barbosa, Ministro aposentado do STF

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa fez nesta segunda-feira (22) uma interrupção na aposentadoria iniciada em julho para criticar a presidente da República, Dilma Rousseff, postando mensagens irônicas em sua página no Twitter.
Barbosa publicou quatro mensagens críticas à petista horas após ela afirmar que consultaria o Ministério Público Federal (MPF) antes de nomear os ministros de seu segundo governo. Segundo Dilma, a medida serve para saber se os cotados para o primeiro escalão do governo foram citados em depoimentos da Operação Lava Jato. “Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo. Não para assessorá-lo”, reagiu Barbosa no Twitter. Antes de ser nomeado ministro do Supremo em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa era integrante de carreira do MPF.
Em outra das mensagens, Joaquim Barbosa criticou indiretamente os cotados para assumir a cadeira vazia no STF desde sua aposentadoria. “Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: Ministério Público não é órgão de assessoria!!!”. Nos bastidores de Brasília, circula a informação de que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, chefe do MPF, trabalha para ser nomeado.
Barbosa disse ainda que Dilma é mal assessorada. “Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise”. Segundo ele, a atitude da presidente reeleita é sintoma de “degradação institucional”. Também na rede social, ele explicou o motivo: “Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro de seu governo!!!”
Ao longo deste ano, Barbosa foi sondado por integrantes da oposição a Dilma para se filiar a um partido e disputar um dos cargos em jogo. Candidatos oposicionistas ao Planalto, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) chegaram a flertar com ele para obter apoio. Mas Barbosa não declarou apoio. Em eleições anteriores, ele admitiu ter votado em Lula e em Dilma. A assessoria da Presidência da República afirmou que não comentaria as críticas de Barbosa.

DILMA ASSUME RESPONSABILIDADE
CAIADO: DILMA MANTÉM FOSTER E ASSUME OS ATOS DA PETROBRAS
CAIADO: AO MANTER FOSTER, PRESIDENTE SE RESPONSABILIZA PELOS ‘MALFEITOS’
Publicado: 22 de dezembro de 2014 às 16:50  
Senador diz que Dilma vai  "cinicamente" conclamar a todos para lutar por mais recursos por meio da volta da CPMF. (Foto Gabriela Korossy/Ag. Câmara)
Senador diz que Dilma vai “cinicamente” conclamar a todos para lutar por mais recursos por meio da volta da CPMF. (Foto Gabriela Korossy/Ag. Câmara)

O líder da Minoria no Congresso Nacional, Ronaldo Caiado (Democratas-GO), afirmou há pouco que a presidente Dilma Rousseff, a partir de agora assume toda a responsabilidade dos maus feitos na Petrobras ao insistir em manter Graça Foster e toda a diretoria em seus cargos. A presidente da República declarou hoje que não existem indícios contra a cúpula da estatal, por isso, pretende mantê-los em seus postos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Dilma fez uma defesa “contundente” de Graça Foster durante café da manhã com jornalistas.
“Essa insistência em manter a diretoria caracteriza um vínculo acima do esperado. Diante desse fato, a presidente da República passa a assumir 100% de tudo o que for praticado na Petrobras pela Graça Foster. Dilma Rousseff passa a responder por tudo o que feito por essa quadrilha instalada na Petrobras”, opinou o deputado.
“Os brasileiros é que querem saber a quem interessa a permanência de Graça Foster no comando da empresa que vem afundando nos últimos dois anos. Nós é que queremos saber quais interesses seguram a atual presidente no cargo. Graça e a diretoria estão apagando a digital dos crimes cometidos”, acrescentou Caiado.
O senador eleito ainda apontou contradições nas declarações da chefe do Executivo quando ela afirmou que consultará o Ministério Público para nomear ministros de Estado. “Se ela vai consultar o Ministério Público já deveria então demitir a diretoria da Petrobras, conforme recomendou o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Existe uma grave distorção entre o que ela fala e a realidade. Para substituir a diretoria não serve a posição do Ministério Público, mas para nomear ministro serve”, concluiu.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Em seu blog, o ex-governador paulista Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, reagiu às declarações feitas na cerimônia de diplomação de Dilma Rousseff pelo ministro Dias Toffoli, presidente do TSE. Entre outras afirmações, Toffoli considerou ‘página virada’ a eleição de outubro e avisou: ‘Não haverá terceiro turno’. Segue-se a resposta de ALBERTO GOLDMAN: 
O ministro Dias Toffoli, membro do Supremo Tribunal Federal e, atualmente, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, chegou ao STF por ser ativo militante do PT, sem cumprir o dispositivo constitucional que determina que para chegar a esse posto do Judiciário tem que ter “notável saber jurídico”. Não tem em seu curriculum nada que o credencie. Foi indicado por Dilma Rousseff e aprovado pela maioria governista do Senado Federal. Um acinte.
No mínimo deveria ter compostura e mostrar a isenção de um magistrado na mais alta Corte do País.


NO BLOG DO CORONEL
Perceberam que o discurso de Dilma Rousseff, na tentativa de desqualificar as denúncias de Venina da Fonseca, é exatamente o mesmo de Graça Foster? Que tudo é tão ensaiadinho como se as duas tivessem passado a noite juntas, estudando e combinando cada palavra. Vejam o que Dilma Rousseff disse:
“Como é que você tipifica uma alegação sem provas? Tem alguma prova apresentada sobre qualquer conduta da presidente da Petrobras, Graça Foster? Eu conheço a Graça. Eu sei da seriedade da Graça. Sei da lisura da Graça. Acho que é importante saber qual é a prova que apresentou. Eu dizer que te falei, que eu quero? Eu tenho que provar que eu falei. Não há dúvida daquilo que a Graça já respondeu, que houve informação sobre aquela questão relativa – como é que chama? – a comunicação e houve alteração a partir dali. De outro lado, a Graça assumiu a direção da Petrobras e mudou toda diretoria”
“Nós precisamos da Polícia Federal, do Ministério Público, precisamos do Judiciário e de uma lei chamada delação premiada para descobrir o que ocorreu. Senão, você não descobre. Então, é de um simplismo absurdo supor que alguém tivesse noção do que estava acontecendo porque estava lá na diretoria, porque era encoberto. É próprio desses processos serem encobertos.”
As palavras de Dilma e Graça Foster, como colocamos no post anterior, apenas justificam a fortalecem a posição de Venina. Esta funcionária não poderia, sozinha, enfrentar os seus superiores corruptos, sob pena de sofrer duras retaliações. Não poderia fazer acusações diretas. Ela estava buscando apoio e não encontrou. Encontrou uma cúmplice de alguém ainda mais poderosa do que os diretores corruptos que a cercavam. É o que a Oposição, com toda a razão, está manifestando.
“As informações são extremamente graves. Quando a corrupção deixa de ser o fato feito por ausência de caráter de um indivíduo ou de um grupo político já é grave. Quando é algo institucionalizado dentro de uma empresa e as providências não são tomadas, mesmo com tantos alertas feitos, é realmente algo inédito na nossa História contemporânea. Eu acho que a presidente da Petrobras perdeu todas as condições de ficar à frente da empresa. Cabe à presidente da República substituí-la, e vai fazer isso no tempo”, comentou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido.
“Após as declarações e os elogios da presidente Dilma Rousseff em apoio à presidente Graça Foster, a Graça Foster já não tem que responder por mais nada. A presidente puxou para si toda a responsabilidade do escândalo da Petrobras. O próprio procurador-geral da República já solicitou a mudança da diretoria da Petrobras, e ela insiste e avaliza todas as ações feitas pela Graça Foster?”, questiona o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

É um absurdo a entrevista de Graça Foster, presidente da Petrobras, concedida ontem (22) ao Jornal Nacional, na tentativa de desqualificar as graves denúncias de Venina da Fonseca, feitas ao jornal Valor Econômico e reiteradas ao vivo no Fantástico, no último domingo (21). A presidente da Petrobras disse que a sua subordinada nunca falou em corrupção, conluio, lavagem de dinheiro. E como poderia? Ela estava fazendo um alerta! Ninguém, a não a ser o MPF, pode indiciar alguém desta de forma. Venina não era a Polícia Federal para acusar frontalmente um esquema poderoso como o montado dentro da Petrobras. Graça Foster não ouviu sua colega e depois subordinada porque não quis e porque está envolvida. Ao que tudo indica, seu papel maior é blindar a atual presidente da República. Graça Foster queria o quê? Que Venina desenhasse para que ela entendesse que a funcionária estava buscando apoio para impedir o conluio, a corrupção, a lavagem de dinheiro? Obviamente, pela entrevista matreira, malandra, esperta concedida por Graça Foster, Venina Fonseca bateu na porta errada. Até quando este Urutu da Dilma vai continuar mentindo para o País, como o fez na CPI, neste troca-troca de proteção mútua com a Presidente da República, que mandou e desmandou na Petrobras nos últimos 12 anos?

NO BLOG DO NOBLAT
Graça Foster e Dilma: ou crime ou incompetência
23/12/2014 - 02h47
Ricardo Noblat
É clara a tentativa conjunta da presidente Dilma Rousseff e de Graça Foster para deixar tudo como está na Petrobras.
Deixar tudo como está significa manter Graça – ou Graciosa como prefere Dilma – na presidência da Petrobras. E mais os diretores que ela queira manter.
Dilma e Graça não são apenas queridas amigas. Não seria o bastante. São aliadas. Cúmplices em tudo que a Graça faça com o aval de Dilma.
Daí o empenho de Dilma em proteger Graça do mar de lama que ameaça afogar a Petrobras e subir a rampa do Palácio do Planalto.
De sua parte, Graça tudo tem feito para se proteger – e proteger Dilma. Nada disse até aqui que comprometa a amiga.
E outro dia, para preservar a si mesma, transferiu bens para os nomes de parentes, uma maneira de escapar de um eventual bloqueio deles.
Se Dilma mandasse Graça embora não estaria apenas pondo em risco a biografia da amiga, mas também a sua.
Afinal, o que teria havido? Dilma falhara na escolha da principal executiva da mais importante empresa do país? Ou fora traída por ela?
Num caso como no outro, errara fortemente. E logo numa área na qual se considera especialista.
Despachar Graça seria também por em risco a própria biografia de Dilma.
De resto, Graça à frente da Petrobras serve de escudo a Dilma. É uma cabeça que Dilma preserva para entregar em caso de extrema necessidade.
O que Graça tem dito como resposta às revelações feitas por Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente da Petrobras, está longe de convencer o distinto público de que fala a verdade.
Como é possível que não tenha convocado Venina para uma conversa e perguntado o que ela queria dizer ao se referir em e-mails a “irregularidades” e a “esquartejamento” de projetos?
Como é possível que não tenha desconfiado que Venina sabia de muita coisa depois de ela ter denunciado corrupção na área de comunicação da empresa? Afinal, a denúncia de Venina acabara comprovada.
Com mais de 30 anos de carreira na Petrobras, como é possível que Graça não fizesse a mais pálida ideia da roubalheira praticada ao seu redor?
Se fez ideia e não tomou providências é criminosa. Se não fez é incompetente. Vale a mesma coisa para Dilma.
Espantoso é o silêncio ensurdecedor dos milhares de funcionários da Petrobras e de seus sindicatos. A que se deve isso?
À cumplicidade com a roubalheira?
Ao aparelhamento da empresa pelos partidos?
Ao medo de perder benefícios e regalias?
A tudo isso junto - e muito mais?

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza23/12/2014 07:00
A decisão de Dilma Rousseff de manter Graça Foster no comando da Petrobras submeterá a estatal a um novo teste de resistência. Graça deve ser intimada a prestar esclarecimentos ao Ministério Público Federal, em Curitiba. Afastada, iria ao depoimento como ex-presidente. Mantida, carregará o peso da logomarca para dentro da sala de interrogatórios.
Deve-se à ex-gerente Venina Velosa Fonseca o provável depoimento de Graça. Na semana passada, ela foi inquirida na Procuradoria por quase cinco horas. Esmiuçou o relato sobre a forma como Graça e outros dirigentes da Petrobras fizeram ouvidos moucos para os alertas a respeito de irregularidades na companhia. Entregou documentos aos procuradores.
A simples cogitação de intimar Graça é um prenúncio de que o time da Lava Jato levou Venina a sério. Inicialmente, a ainda presidente da Petrobras deve ser ouvida como testemunha. Para manter essa qualificação, talvez tenha de soar um pouco mais convincente do que na entrevista concedida nesta segunda-feira (22). A dúvida que se insinua é: como ficará a cotação das ações da Petrobras no dia em que os procuradores crivarem sua presidente de perguntas? Dilma talvez seja levada a fazer por pressão o que não fez por opção.

Josias de Souza23/12/2014 05:02
Num país de tantos roubos e delações, Dilma Rousseff descobriu um sentimento inédito de vulnerabilidade. Vive a psicose do que ainda está por acontecer. A uma semana da reposse, a presidente ainda não preencheu as lacunas do seu ministério. Prometeu aos repórteres que divulgará os nomes até o dia 29. Antes, fará uma consulta ao Ministério Público Federal. Que não responderá imediatamente, para manter a independência.
Quando Dilma estiver saindo do Alvorada, com a lista de nomes sob a axila, o procurador-geral da República Rodrigo Janot telefonará, finalmente, para passar as instruções que as leis e as circunstâncias autorizam: “Use aquele terninho vermelho.” Dilma, já pronta, tirará o tailleur bege, vestirá a peça recomendada e irá para a entrevista coletiva, no Planalto.
Ao recorrer a Janot, Dilma dá um inesperado exemplo de humildade. Com os aliados que o antecessor lhe deixou, ela precisa mesmo habituar-se à ideia de que sua rotina passará a ser dirigida pela Procuradoria da República. Nos mínimos detalhes. Se Janot não lhe ministrar ensinamentos regulares sobre estética, o governo perderá por completo o apuro.
Com o procurador-geral tomando as decisões, Dilma ficará livre para tocar o seu projeto prioritário: a implantação do regime draconiano para a perda de 13 quilos. Enquanto a presidente se dedica ao auto-emagrecimento, há sempre a alternativa de entregar o país nas mãos de Deus. Ou do Lula, que, para o petismo, é a mesma coisa. Mas o poder divino tem conduzido o governo à desmoralização. Melhor não insistir.

Josias de Souza22/12/2014 19:42
Dilma Rousseff não obterá do Ministério Público Federal, como deseja, subsídios para nortear a escolha dos seus futuros ministros. Num encontro de final de ano com jornalistas, a presidente disse nesta segunda-feira (22) que pretende ouvir o procurador-geral da República Rodrigo Janot sobre os candidatos à Esplanada. “Qualquer pessoa que for indicar, vou consultar”, explicou. “Vou perguntar o seguinte: há alguma coisa contra fulano que me impeça de nomeá-lo?”
O blog ouviu a Procuradoria. Em manifestação oficial, o gabinete do procurador-geral informou que ainda não recebeu nenhuma consulta de Dilma. Mas, de antemão, esclareceu dois pontos: 1) a lei proíbe os membros do Ministério Público de prestarem consultoria; 2) Rodrigo Janot não compartilhará informações contidas em processos que correm sob segredo judicial.
Janot já havia indeferido em setembro pedido de Dilma para ter acesso aos depoimentos prestados sigilosamente pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que fechou com o Ministério Público um acordo de delação premiada. Dedurou políticos. A requisição de Dilma foi formalizada pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
Em ofício a Cardozo, Janot explicou que a lei que regula a delação obriga que os depoimentos permaneçam em sigilo até que a Justiça converta os processos em ações penais. No caso da Operação Lava Jato, que apura a corrupção na Petrobras, a decisão sobre o envio dos agentes políticos ao banco dos réus cabe ao STF. O relator da encrenca é o ministro Teori Zavascki.
Na semana passada, Janot informou que só em fevereiro, depois do término do recesso do Judiciário, irá encaminhar ao Supremo os pedidos de diligências ou eventuais denúncias contra os políticos pilhados recebendo propinas na Petrobras. Dilma diz que escolherá seus minsitros até o próximo dia 29.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Venina, ex-gerente da Petrobras, durante entrevista ao Fantástico da TV Globo.

O Ministério da Justiça negou o pedido de proteção policial feito pela Câmara dos Deputados para a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca. Venina denunciou que a diretoria da estatal, incluindo a atual presidente, Graça Foster, foi pessoalmente alertada sobre as irregularidades em contratos firmados pela companhia.
Em ofício enviado à Câmara dos Deputados, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, informou que cabe à própria gerente fazer a solicitação de proteção – e não à Casa.
“Informamos que a solicitação de providências para assegurar a proteção de Venina Velosa da Fonseca necessariamente deverá ser apresentada pela mesma, uma vez que a proteção efetuada sem o seu consentimento poderá caracterizar abuso de autoridade ou constrangimento ilegal”, disse Daiello no parecer.
O pedido de proteção foi protocolado pelo DEM. Na representação, o partido alega que a ex-gerente se posicionou de “forma corajosa” ao apontar as irregularidades na estatal e que, por isso, sofreu “retaliações profissionais e ameaças à sua vida e a de sua família”.
Em entrevista exibida na noite deste domingo pelo Fantástico, da TV Globo, Venina afirmou que alertou pessoalmente a presidente da empresa, Graça Foster, sobre irregularidades em contratos. "Eu estive com a presidente pessoalmente quando ela era diretora da área de gás e energia. Discutimos o assunto. Foi entregue uma documentação com uma denúncia na área de comunicação", disse ela.
A declaração contraria posicionamento público da Petrobras, que, na última terça-feira afirmou que a ex-gerente só havia feito afirmações vagas em mensagens e que Graça Foster só foi alertada sobre irregularidades em um e-mail enviado em 20 de novembro deste ano, após a demissão da funcionária. Só que o Fantástico mostrou um e-mail que Venina enviou para Graça Foster em outubro de 2011 em que ela se queixava sobre os técnicos da empresa estarem sendo passados para trás e sobre o "esquartejamento" de projetos para dificultar a fiscalização. Na época do e-mail, Graça Foster era diretora de gás e energia. Ela assumiu a presidência da empresa em fevereiro de 2012.
A ex-gerente declarou que recebeu "várias ameaças" quando trabalhava na Petrobras e começou a apurar as irregularidades. "Se eu tivesse participado de algum esquema eu não estaria aqui denunciando." Emocionada, Venina lembrou, durante a entrevista, sobre seu afastamento e sua realocação em Singapura, logo depois de fazer as primeiras denúncias. "Eu tinha uma família, um marido, um apartamento. O que eles fizeram foi me afastar para Singapura", disse. Do site da revista Veja


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA