DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Os depoimentos do empresário Júlio Camargo à Justiça Federal, sob delação premiada – garante fonte ligada às investigações – fazem parecer irrelevantes as revelações do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do megadoleiro Alberto Youssef sobre o esquema que roubou a Petrobras. Ele não é apenas um executivo da japonesa Toyo Setal, responsável por depósitos no exterior depois convertidos em propina para políticos: “ele é o coração do esquema de corrupção”, diz a fonte.
O MPF acredita que Júlio Camargo protagonizou a formação de cartel de grandes fornecedores da Petrobras que alimentaram o Petrolão.
Júlio Camargo é mais que um “executivo”, como tem sido chamado. Ele seria, para os investigadores, líder e articulador do esquema corruptor.
Ao propor delação premiada, Júlio Camargo mostrou que a Operação Lava Jato atingiu em cheio o esquema de corrupção na Petrobras.
Milionário apaixonado por cavalos, Júlio Camargo é conhecido por levar seus “puro sangue” para competições em aviões climatizados.
Com objetivo de aglutinar três grandes forças – ruralistas, sindicalistas e evangélicos – o DEM abriu negociações para possível fusão com o PSC e o partido Solidariedade (SD). Sua direção obteve sinalização positiva do pastor Everaldo (RJ) e se reuniu em café da manhã na casa do presidente do SD, Paulo Pereira (SP), da Força Sindical, em Brasília. O novo partido nasceria com 49 deputados e seis senadores.
Estranha a matemática que soltou José Dirceu. Ele descontou 142 dias da sua sentença, por ter supostamente trabalhado três vezes mais que isso (426 dias), ou sejam, 14 meses. Mas ele só ficou preso 11 meses.
Aécio Neves (PSDB-MG), que jamais se opôs pra valer a ninguém, tem muito a aprender. Por exemplo: oposição não “cobra apuração das denúncias”, como afirmou, e sim “exige que o governo pare de roubar”.
Após admitir que votou em Aécio Neves “por gratidão a Tancredo”, o ex-presidente e senador José Sarney passará uma semana em Lisboa levando um assessor – abriu mão de outros, ao contrário do ex Lula.
Em meio à confirmação do doleiro Youssef de que deu R$1 milhão do Petrolão à campanha dela, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) convocava tuiteiros a doar sangue numa campanha beneficente.
A Forbes (EUA) confirmou que as mais de 140 mil assinaturas em 48h, na petição à Casa Branca contra a corrupção e bolivarianismo, podem sensibilizar a administração Obama. A chance é remota, mas possível.
Presidente da Petrobras, Graça Foster desdenhou das expectativas de novos preços afirmando que “aumento (de gasolina) não se anuncia, pratica-se”. A sentença vale para corrupção também.

NO BLOG DO CORONEL
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, terá que apresentar explicações ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a compra de duas refinarias de biodiesel no sul do país pelo preço de R$ 200 milhões. A aquisição foi feita pela Petrobras Biocombustível no período em que Rosseto dirigia a companhia. Para o TCU, há indícios de irregularidades na aquisição por ela ter sido comprada descumprindo normas da estatal e por quase o dobro do valor que a proprietária anterior havia pago meses antes. A denúncia partiu da Comissão de Agricultura da Câmara. 
O relator do processo no TCU, ministro José Jorge, considera que o processo é semelhante ao da compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA, pela Petrobras. Rosseto participou da equipe de coordenação da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Ele é cotado para se manter no ministério, mas em pasta de maior importância. As usinas de biocombustíveis são em Marialva (PR) e Passo Fundo (RS). Elas foram adquiridas entre 2009 e 2011 da empresa BSBios. 
Segundo o relatório, valores de ativos para mensurar o preço das usinas foram muito maiores que os preços que a própria Petrobras considerava para alguns produtos. O valor usado para estimar o custo da glicerina, por exemplo, era o triplo do que a estatal pagava na época. Segundo o relatório, só nesse item o preço da usina subiu R$ 20 milhões. 
Outra suspeita do TCU é que o valor da Usina de Marialva estaria estimado na época em não mais que R$ 48 milhões, mas acabou adquirida por R$ 110 milhões. O relator deu prazo de dez dias para que a Petrobras, Rosseto e Ricardo Castello Branco, também ex-dirigente da Petrobras Biocombustível, apresentem as justificativas para os problemas apontados pelos auditores. A Folha não conseguiu contato com o ministro. (Folha Poder)

Um dia depois de receber autorização para deixar o Centro de Progressão Provisória (CPP) e passar a cumprir o restante da pena a que foi condenado em regime domiciliar, o mensaleiro José Dirceu não compareceu ao escritório do advogado José Gerardo Grossi, onde vinha dando expediente desde que obteve o direito de trabalho externo. Pelas regras do regime aberto divulgadas nesta quarta-feira, o apenado Dirceu terá prazo de 90 dias para "comprovar que exerce trabalho honesto" ou "justificar suas atividades".
Numa rápida conversa com Grossi na terça-feira (04), Dirceu disse que gostaria de permanecer por mais algum tempo no emprego atual. Ele ganha R$ 2,1 mil por mês para organizar a biblioteca do escritório do advogado. O mensaleiro petista foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa. Dirceu recebeu autorização para cumprir pena em regime domiciliar do Supremo Tribunal Federal (STF) porque, com a soma dos 142 dias remidos por trabalho e estudo, completou um sexto da pena na cadeia. 
No final da manhã desta quarta-feira (05), Grossi, que arrumou a boquinha para o mensaleiro, disse que não vê problema numa eventual mudança de rotina de trabalho de Dirceu. Para ele, o importante é que o trabalho seja feito de forma adequada. Pelas regras do semi-aberto, Dirceu tinha que cumprir horários fixos: trabalhar das 9 às 17 horas, de segunda à sexta-feira. No regime de prisão domiciliar, o horário de trabalho pode ser redefinido pelas partes. A obrigação do mensaleiro é estar em casa de segunda à sexta-feira das 22 horas até às 5 horas do dia seguinte.
Dirceu terá ainda que permanecer em casa em tempo integral nos sábados, domingos e feriados. O ex-ministro não pode deixar Brasília sem autorização da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas (Vepema). Também não pode frequentar bares, andar armado e nem manter contato com outros réus condenados no mensalão, entre outras restrições. Dirceu deve morar com a mulher num apartamento no Sudoeste e, depois, se mudar para uma mansão que teria alugado no Lago Sul. (Com informações de O Globo)

NO BLOG DO JOSIAS
Sob refletores, Aécio Neves fez um pronunciamento de mostruário no plenário do Senado. Peito estufado, soou enfático: “Chamo a atenção desta Casa e dos brasileiros para o que vou dizer.” As frases saltavam-lhe dos lábios embebidas de sangue. “Qualquer diálogo tem que estar condicionado especialmente ao aprofundamento das investigações e exemplares punições daqueles que protagonizaram o maior escândalo de corrupção da história desse país, já conhecido como petrolão.”
Com loquacidade ensaiada, Aécio aproveitou os mais de 51 milhões de votos que recebeu dos brasileiros para elevar a estatura da oposição. Longe dos holofotes, no entanto, o PSDB dialogou com o PT para rebaixar o teto na CPI da Petrobras. A portas fechadas, tucanos, petistas e Cia. definiram o que não desejam investigar. No melhor estilo uma mão suja a outra, tiraram de cena políticos e operadores que estão pendurados de ponta-cabeça no noticiário sobre o escândalo da Petrobras.
Pelo lado do PT, foi à gaveta o requerimento de convocação do tesoureiro João Vaccari Neto, acusado de fazer o traslado da propina da Petrobras até as arcas do petismo. Enfurnaram-se também as convocatórias da senadora Gleisi Hoffmann e do seu marido, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações). Ela foi delatado como beneficiária de uma youssefiana de R$ 1 milhão para a campanha de 2010. Ele foi apontado como uma espécie de agenciador.
No jogo de proteção mútua, o tucanato tirou de cena um potencial depoente chamado Leonardo Meirelles. Trata-se do empresário que, investido da autoridade de laranja do doleiro Alberto Youssef, declarou à Justiça Federal ter repassado propinas extraídas de negócios da Petrobras para o deputado pernambucano Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB federal, já morto.
Os acertos que transformaram o discurso de Aécio em palavras cenográficas foram feitos numa reunião a portas fechadas, antes do início da sessão da CPI. O repórter Gabriel Mascarenhas conta que o deputado petista Marco Maia, relator da comissão, achou tudo normalíssimo: “Gente, foi um acordo político, feito por todos os presentes, que se resolveu, em função da falta de densidade das denúncias, não produzir nenhum tipo de oitiva neste momento.''
O deputado tucano Carlos Sampaio dançou conforme a música, um chorinho bem brasileiro: “Decidimos excluir os agentes políticos e os citados nas delações premiadas. Abrimos mão de ouvir Gleisi e Vaccari. Todo mundo concordou.'' Repita-se, por eloquente, a última frase: “Todo mundo concordou”. Espanto! De novo: “Todo mundo concordou”. Pasmo! Mais uma vez: “Todo mundo concordou”. Estupefação.”
No escurinho da CPI, tucanos, petistas e toda a banda muda do Congresso desistiram também de quebrar os sigilos bancários, fiscais e telefônicos das empreiteiras acusadas de fraudar contratos na Petrobras. Optou-se, veja você, por requerer explicações por escrito. Estipulou-se um prazo: dez dias. A CPI ameaça torcer o nariz de quem desobedecer.
Sempre se soube que empreiteiras enxergam na testa dos políticos apenas o código de barras. E, de tempos em tempos, surge uma CPI para revelar os atalhos que levam os congressistas para proveitosos diálogos com potenciais financiadores.
Horas antes de Aécio discursar sobre suas condições para o diálogo, Dilma Rousseff dissera no Planalto que, passada a eleição, é hora de “desmontar os palanques”. Na CPI, as “condições'' e o “palanque'' já sumiram. Ali, tucanos e petistas estreitam a inimizade e exercem seu último privilégio, que é o de poder escolher seus próprios caminhos para a desmoralização. Por sorte, sempre que a Polícia Federal e o Ministério Público entram numa jogada, como na Operação Lava Jato, a promiscuidade pode acabar na cadeia.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
(...)
ZÉ DIRCEU
Já nota publicada pelo jornalista Lauro Jardim, do site da revista Veja, indica que José Dirceu, que acaba de ser liberado para cumprir o restante de sua pena em casa, pode se ver envolvido em mais uma encrenca das grandes:
"A delação premiada de Júlio Camargo, o executivo da empreiteira japonesa Toyo Setal que já topou devolver 40 milhões de reais aos cofres públicos, está deixando José Dirceu de cabelo (implantado) em pé.
Depois que deixou o governo Lula, em 2005, Dirceu pegou emprestado várias vezes o jato Citation de Camargo para cruzar o Brasil."

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O Brasil elegeu um governo que já nasce morto, infelizmente! O PT não tem mais nada oferecer ao país. Os dados sobre miséria e pobreza coligidos pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base na Pnad, do IBGE, indicam que, de 2012 para 2013, o número de miseráveis no país cresceu: de 10,081 milhões para 10,452 milhões — um acréscimo de 371.158 pessoas. Os dados estão no site do Ipea, órgão subordinado à Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). O instituto, por orientação da SAE, escondeu esses dados durante a campanha eleitoral alegando que a lei impedia que fossem divulgados. É mentira. Foi só uma trapaçazinha eleitoral.
O que é um miserável? É a pessoa que não tem renda para suprir as suas necessidades calóricas mínimas. O que isso quer dizer? É uma perífrase da fome. Sim, no país de cartão postal da propaganda eleitoral petista, ainda há quase 11 milhões de famintos.
Segundo o IPEA, o numero de pessoas pobres teve uma queda no período: de 30,35 milhões para 28,69 milhões em 2013. O que é um pobre? É aquele que tem o dobro da renda do miserável. Vale dizer: consegue ao menos comer. No país das Alices petistas, pois, há praticamente uma Argentina (perto de 40 milhões), em que quase 29 milhões conseguem ao menos comer — e só —, e mais de 10 milhões, nem isso. Onde eles estão? Mais da metade, no Nordeste, que concentra, por isso mesmo, o maior percentual de beneficiários do Bolsa Família e onde o terrorismo eleitoral petista foi mais eficiente. Como escrevi numa coluna da Folha, a culpa não é do Nordeste, é da pobreza.
Mas há outro corte igualmente desagradável para o governo Dilma, que lançou o tal programa “Brasil Sem Miséria”. Segundo esse programa, a linha de corte para definir um miserável, creiam, é R$ 77. Com R$ 78, ela será apenas um pobre… Pois é. Caso se leve esse número em conta, os miseráveis cresceram de 3,6% para 4% e são agora 8,05 milhões de pessoas — 870.784 pessoas a mais.
É claro que, um dia, ainda vamos nos indignar com uma “elite” (né, Lula?) que considera que o sujeito se livra da miséria com R$ 78. Mas vá lá. Volto ao começo. Digo que o país reelegeu um governo já morto porque parece evidente que os mal chamados “programas de renda” (eu acho que o Bolsa Família é assistencialismo necessário, não programa de renda) já deram o que tinham de dar.
É claro que a inflação corroeu parte do ganho dos muito pobres — a velha inflação, tão tolerada pelo governo. Segundo a candidata Dilma, só é possível diminuí-la gerando desemprego, lembram-se? Gênio da raça. Mas há uma questão de fundo: se o país não voltar a crescer a níveis aceitáveis, há pouco a fazer com os miseráveis, com os muito pobres, a não ser tentar expandir ainda mais os programas assistencialistas, aumentando o número de cativos. E, ainda assim, ficarão sujeitos à incompetência gerencial — esta mesma que flertou com a inflação e que puniu quem menos tem.
Enquanto o país foi beneficiado por um ciclo da economia mundial que lhe permitiu ancorar o crescimento no consumo — deixando de lado todos os outros fundamentos da economia —, foi possível crescer um pouco e minorar os extremos da miséria. Mas falta muito, muito mesmo!, para vencer a pobreza. O Brasil “de classe média” é uma fantasia estatística. É preciso alargar muito o conceito para a chegar a essa conclusão.
O país precisa voltar a crescer. E, até onde a vista alcança, o PT não sabe como fazê-lo sem gerar mais inflação. De maneira realmente desafiadora para a inteligência, tem conseguido o contrário: crescer perto de zero com inflação alta. Dilma foi eleita pelos pobres, como quer o petismo? Como se vê, pior… para os pobres.
A miséria cresceu porque o modelo petista morreu. O segundo mandato de Dilma é só um cadáver adiado que procria, como escreveu o poeta.

Olhem aqui: é importante não confundir alhos com bugalhos. Vocês vão ler em toda parte que governistas e oposicionistas fizeram um acordo na CPI Mista da Petrobras para não convocar políticos, restringindo os requerimentos a pessoas ligadas à Petrobras e ao doleiro Alberto Youssef. Aqui e ali, já li até que um pizzão estaria em curso. Bem, de vez em quando, a gente consegue dar uma boa notícia. Não é nada disso.
De fato, entre possíveis convocados, que ficaram fora da lista, estão medalhões como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Havia também a possibilidade de se convocar Leonardo Meirelles, ex-operador de Youssef, segundo quem Sérgio Guerra, já morto, ex-presidente do PSDB, também teria recebido propina. Os parlamentares entenderam que esses nomes, se aprovados — e, claro!, seria preciso passar pela sólida maioria governista — iriam monopolizar as atenções da comissão, e todo o resto pareceria irrelevante.
Acho o argumento procedente. Até porque, convenham, os nomes dos políticos, para valer, devem sair da delação premiada. Não creio que verdades bombásticas venham à tona no âmbito na comissão. Nesse caso, mais importante é entender, se possível, a mecânica da quadrilha. Ou alguém acredita que Gleisi ou Vaccari possam dar alguma contribuição relevante?
A comissão tem até 22 de dezembro para votar o relatório. Nada impede — e as oposições já estão comprometidas com isto — que se instaure outra CPI na nova Legislatura. Aliás, isso parece fatal.
Na segunda é que se vai ver se a base governista continua a sabotar a CPI: serão votados os requerimentos para ouvir Sérgio Machado, presidente licenciado da BR Distribuidora, e Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços. Segundo Paulo Roberto Costa e Youssef, era ele quem cuidava da propina para os petistas, em parceria com Vaccari.

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