DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Foi recebida sem surpresa, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a representação do responsável pela Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), Eugênio Aragão, contra a designação do ministro Gilmar Mendes como relator do processo que examina as contas da campanha de reeleição de Dilma Rousseff. Durante a campanha, a PGE apresentou pareceres favoráveis ao PT em 85 dos 119 casos; ou seja, 71% dos processos.
Dos 57 processos analisados pela PGE envolvendo PT e PSDB, apenas 12 representações tiveram pareceres favoráveis aos tucanos.
Atual vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão tem sido citado como um dos prováveis candidatos a vaga de ministro do Supremo.
Alto escalão do PMDB já colocou as barbas de molho sobre o destino do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado. Uma eventual prisão do apadrinhado do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), não pegará a cúpula do partido de surpresa pois Machado foi acusado na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Costa de pagar pessoalmente propina de R$ 500 mil em licitação de compra de navios.
A presidenta Dilma avisou a Renan que Machado não reassumirá a Transpetro no próximo dia 4. O PMDB não pretende contestá-la.
PT e PMDB acreditam que a próxima fase da Operação Lava Jato deve prender envolvidos sem foro privilegiado, como Sérgio Machado.
A investigação da Transpetro no Petrolão pode envolver ao menos mais 12 pessoas, de Machado até diretores e membros do conselho.
Homem-chave no Petrolão, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto terá que prestar contas da lambança dos fundos de pensão na Bancoop e do repasse de obras inacabadas da cooperativa, favorecendo a OAS.
Preso por ladroagem, o ex-primeiro-ministro socialista de Portugal, José Sócrates Monteiro é grande amigo do ex-presidente Lula, que inclusive assina o prefácio ao seu livro “A Confiança no Mundo”.
Em 2011, a imprensa portuguesa anunciou convite ao ex-primeiro-ministro Sócrates Monteiro para representar a Petrobras e a Camargo Corrêa na União Europeia. Atuou em negócios farmacêuticos com o ministério da Saúde.
A farmacêutica suíça Octapharma, investigada pela Justiça Federal, faturou R$ 51,8 milhões com hemoderivados, em 2013. O Brasil é o maior importador mundial de plasma de Cuba – R$150 milhões anuais.
Do ex-Secretário Nacional de Justiça, delegado Romeu Tuma Jr. ontem no Twitter: “Se os empreiteiros foram ‘extorquidos’, por que não se queixaram ao Lula e à Dilma, a quem doaram tantos $$”?
O clima no Conselho Nacional de Justiça, que já não era bom, ficou péssimo após os conselheiros terem divulgado ofício ao presidente Ricardo Lewandowski (STF) criticando a redução dos julgamentos.

NO DIÁRIO DO PODER
FOSTER DENUNCIADA AO MPF PELO CRIME DE MENTIR À CPI
PRESIDENTE DA PETROBRAS DENUNCIADA POR MENTIR EM DEPOIMENTO À CPI
Publicado: 26 de novembro de 2014 às 11:43 - Atualizado às 11:47
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), membro da CPMI da Petrobras, ingressou na manhã desta quarta-feira (26), no Ministério Público Federal (MPF) com notícia-crime contra a presidente da Petrobras, Graça Foster.
O documento apresenta provas de falso testemunho de Foster durante depoimento na comissão no dia 28 de maio de 2014, cinco dias após um telefonema do presidente da SBM Offshore admitir o pagamento de propina por parte da empresa a funcionários da estatal. A presidente deve responder ao Artigo 342 do Código Penal.
“Quando perguntada se ela tinha informação de que a SBM havia pago propina para funcionários ou agentes ligados, ou servidores da Petrobras, ela tergiversou. Ela mentiu, enrolou e não falou. E quando esteve na CPMI ela já detinha essa informação como a própria estatal revelou diante de nota oficial da empresa”, defendeu Onyx.
O democrata apresenta no requerimento o trecho da nota oficial em que é relatado o fato: “Em 23/05/2014, através de um telefonema do presidente da SBM, a Petrobras recebeu as informações de que o Ministério Público holandês havia confirmado transferência de valores de uma conta de propriedade de representante comercial da SBM no Brasil para um empregado ou ex-empregado da Petrobras, não identificado.”
Em contradição, as notas taquigráficas de seu depoimento à CPMI revelam uma outra versão, omitindo o tal telefonema ou qualquer informação compartilhada pela empresa holandesa. “A Comissão de Apuração Interna não identificou, na sua esfera de atuação, dentro das atribuições que tinha e que tem, de pagamento de qualquer vantagem a qualquer um dos nossos empregados. A comissão não identificou”, afirmou Graça na ocasião.
Para Onyx, o falso testemunho dado na comissão de inquérito é mais um duro golpe na credibilidade da empresa, o que compromete ainda mais a atual diretoria. Ele defende o afastamento imediato de toda a direção.
“Por todas as evidências que nós estamos comprovando, fica cada vez mais claro que esse grupo diretivo que está na Petrobras continuou mantendo o esquema de corrupção. Se a presidente Dilma quiser dar uma demonstração de que a Petrobras é importante e deve ser saneada para a recuperação, inclusive da imagem da companhia, o único caminho é a demissão de Graça Foster e de toda sua diretoria”, defendeu.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
“Neste país, as notícias ruins são manchetes e as boas saem pequenininhas”, vive resmungando Lula. Depende do olhar de quem lê ou da folha corrida de quem lê. Neste domingo (23), por exemplo, o site de VEJA informou que continua longe do desfecho judicial o escândalo descoberto em 23 de novembro de 2012 pelos policiais federais engajados na Operação Porto Seguro. A impunidade da quadrilha que forjava pareceres de órgãos federais para apressar a liberação de obras irregulares executadas por empresários malandros é uma notícia ruim para os brasileiros decentes. Mas muito boa para Lula.
Ele gostou de saber que, graças ao andar preguiçoso do caso na Justiça, tão cedo não se juntarão num banco dos réus os delinquentes de estimação que ampliaram consideravelmente o volume de negociatas depois do ingresso no bando de Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose. Entre 2004 e 2010, a mulher que costumava apresentar-se como “namorada do Lula” até a gente que acabara de conhecer acumulou o posto de segunda-dama da República Lulopetista com o cargo de chefe do escritório da Presidência em São Paulo.
Deu-se o contrário em 13 de novembro, quando o site do Superior Tribunal de Justiça divulgou o que foi uma ótima notícia para gente honesta e péssima para Lula: “O STJ acolheu o pedido da Infoglobo e do jornalista Thiago Herdy Lana para terem acesso aos gastos efetuados com o cartão corporativo do governo federal utilizado por Rosemary Nóvoa de Noronha, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/razão social”. Thiago Herdy só recorreu ao STF depois de buscar inutilmente essas informações na Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Em resposta à solicitação, o órgão limitou-se a liberar a planilha que registra, sem discriminá-los, os gastos efetuados por Rosemary Noronha entre 2003 e 2011. Para o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator do caso no STJ, a esperteza da Secretaria de Comunicação Social configurou uma “violação ilegal do direito líquido e certo da empresa e do jornalista de terem acesso à informação de interesse coletivo”. Segundo Maia Filho, o pleno acesso aos extratos que detalham a gastança “é assegurado pela Constituição e regulamentado pela Lei de Acesso à Informação”.
Além do valor de cada transação, logo se saberá onde, quando e para quê a mulher que se apresentava aos comparsas como “namorada do Lula” sacou da bolsa o cartão corporativo do governo federal que ganhou junto com o empregão no escritório presidencial. As esquivas do Planalto, o sumiço de Rose e o silêncio do parceiro fortalecem a suspeita de que é de bom tamanho o teor explosivo das informações ainda secretas. Todas, admita-se, são menos graves que as evocadas pelo Ministério Público para denunciar Rose por formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica.
Mas, contempladas por Lula, decerto parecerão mais constrangedoras e desmoralizantes. Conjugadas, vão confirmar que o caso Rose é o primeiro escândalo que o ex-presidente que nunca sabe de nada está impedido de terceirizar, ou enterrar na cova rasa onde jazem os muitos casos de polícia que o chefe debitou na conta dos chefiados. Não houve intermediários entre Luiz Inácio e Rosemary. Foi ele quem instalou a segunda-dama no comando do escritório presidencial que acabaria reduzido a sucursal de quadrilha. Foi ele quem fantasiou de mãe-da-pátria uma soberba nulidade.
Também foi ele quem ordenou a Dilma que mantivesse no cargo a vigarista de estimação. Foi ele quem presenteou a companheira com 23 viagens internacionais a bordo do Aerolula. Foi ele quem transformou delinquentes amigos da amiga em diretores de agências reguladoras. Foi ele quem confundiu interesses públicos com prazeres privados. Foi ele, enfim, o protagonista da chanchada pornopolítica que produziu, como constata o post reproduzido na seção Vale Reprise, pelo menos 40 perguntas à espera de respostas ou álibis que não há.
“Inexiste justificativa para manter em sigilo as informações solicitadas, pois não se evidencia que a publicidade de tais questões atente contra a segurança do presidente e vice-presidente da República ou de suas famílias”, liquidou a questão o relator Maia Filho. “A divulgação dessas informações seguramente contribui para evitar episódios lesivos e prejudicantes”. Pena que a decisão do STJ tenha sido confinada nos centímetros que sobraram nas editorias de Política & Polícia inundado pelas bandalheiras do Petrolão. Para quem respeita a lei, foi uma ótima notícia. Merecia manchete.

Publicado na coluna de CARLOS BRICKMANN
Os Dez Mandamentos da Lei de Deus são severos, rígidos; e nem eles proíbem a mentira. O estadista britânico Winston Churchill dizia que a verdade é tão preciosa que precisa ser protegida por uma muralha de mentiras. A mentira, vemos, tem muitas vantagens; mas tem o poder de destruir quem acredita nela.
Todos assistimos à campanha eleitoral, todos assistimos hoje à desconstrução, pela presidente Dilma, daquilo que a candidata Dilma afirmava. Não tem grande importância: o importante é que a presidente tenha reconhecido, ao escolher sua equipe econômica, a necessidade de gastar menos do que o Governo arrecada, de evitar manobras criativas com a aritmética, de fingir que a inflação e as contas externas estão sob controle, que tudo vai bem e no melhor dos mundos.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considera contar já com os elementos necessários para abrir ainda neste ano os primeiros inquéritos para investigar políticos envolvidos com o petrolão, embora ainda haja delações em curso. O doleiro Alberto Youssef prestou seu depoimento final no dia 25. É o que informa Severino Motta, na Folha desta quinta (27). Quantos inquéritos? Ainda não se sabe. O método será diferente daquele empregado no caso do mensalão, em que todos foram investigados num único inquérito, o que, convenham, tornou o caso enrolado, confuso e trabalhoso. Só que a abertura de investigação de autoridades com direito a foro especial por prerrogativa de função depende da autorização de tribunais superiores.
Só para lembrar: são processados e julgados por crimes comuns no STF o presidente da República, o vice-presidente, os membros do Congresso Nacional, o Procurador-Geral da República, os ministros de Estado, os membros de Tribunais Superiores, os do TCU e os chefes de missão diplomática de caráter permanente. São processados e julgados pelo STJ os governadores de Estado e do Distrito Federal, os desembargadores, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do DF, os juízes dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os integrantes do Ministério Público da União. Há dezenas de autoridades citadas nas delações premiadas: deputados, senadores, ministros de Estado e governadores. Ainda não conhecemos todos os nomes porque eles surgiram no âmbito da delação premiada, que é sigilosa. Mas alguns, como vocês sabem, vieram a público.
Pessoas sem foro especial podem acabar sendo processadas por tribunais superiores se for impossível dissociar a sua atuação da de autoridades com esse direito, a exemplo do que aconteceu no mensalão.
Janot enviou ainda ao Supremo, nesta terça (25), pareceres contrários à pretensão de três acusados de envolvimento com a roubalheira na Petrobras. Como há políticos citados no caso, as respectivas defesas de Murilo Barrios, sócio da Sanko Sider, fornecedor da Petrobras, e de Waldomiro de Oliveira, um empregado de Youssef, pediram que os atos do juiz Sérgio Moro sejam considerados nulos, com a revogação de prisões, já que só o Supremo poderia atuar no caso.
Para o procurador-geral da República, o pedido “desborda da boa-fé objetiva”. Quem vai dar a palavra final é o ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF.
Para arrematar: os esbirros do petismo na imprensa seguem firme em sua campanha contra o juiz Sérgio Moro, apontando ilegalidades onde não há. Depois dos “heróis do povo brasileiro” do mensalão, agora há colunistas querendo criar os “heróis do povo brasileiro” do petrolão. O verdugo daqueles pobres ladrões era Joaquim Barbosa; o dos pobres ladrões de agora, Sérgio Moro.
É de dar nojo!

Ai, ai… Lá vamos nós. A presidente Dilma Rousseff decidiu receber nesta quarta (26) dois representantes do próprio hospício mental para tratar, segundo entendi, de tema nenhum, numa evidência de que a suprema mandatária pode andar meio desocupada. Leonardo Boff, suspeito de ser teólogo, e Betto, suspeito de ser frei, estiveram com a governanta. O encontro acontece um dia depois de a dupla ter assinado um dito “manifesto de intelectuais petistas” contra a indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para, respectivamente, os ministérios da Fazenda e da Agricultura. Hein? Intelectuais petistas? Isso é como cabeça de bacalhau e enterro de anão. Alguém já viu? Se intelectuais, como petistas? Se petistas, como intelectuais? A obra de maior peso escrita pela dupla se chama “A Galinha e a Águia”, que costuma aparecer, nas livrarias, ao lado de “A Galinha Pintadinha”.
Betto e Boff são expoentes de uma certa teologia que costumo chamar de “Escatologia da Libertação”. Por alguma estranha razão, a dupla acredita que Deus discrimina os viventes segundo a conta bancária e a filiação partidária. Acham que o Altíssimo é compatível, por exemplo, com Fidel Castro. Já chego lá. Disse o Boff ao jornal O Globo: “Ela [Dilma] mesma não promoveu muito contato com as bases, porque se ocupava muito com a administração dos grandes projetos. E ela disse que, a partir de agora, será um ponto alto do seu governo, um diálogo permanente, contínuo, orgânico com os movimentos sociais e com a sociedade em geral”
Audácia do Boff! É o mesmo chororô de Gilberto Carvalho, segundo o qual os “movimentos sociais”, que mobilizam não mais do que alguns poucos milhares de pessoas, devem tomar, na cabeça e na agenda do governante, o lugar de milhões de pessoas. Mas Dilma os recebeu, não é? E eles representam quem, além da própria loucura? Loucura?
Sim. O dito Frei Betto criou o seu próprio “Pai Nosso”. É verdade! Começa assim: “Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da trilha peregrina das formigas do meu jardim (…)”. Para ler a íntegra, clique aqui. Não ficou nisso. Ele também criou a “Ave Maria” latino-americana. Assim (íntegra):
Ave Maria,
grávida das aspirações de nossos pobres,
o Senhor é convosco,
bendita sois vós entre os oprimidos,
benditos os frutos de libertação
do vosso ventre.
Ele é autor de uma outra peça imaginosa, em que Santa Tereza d’Ávila transa — sim, leitor, faz sexo, faz aquilo naquilo — com Che Guevara e… engravida. Teria nascido o Bebê de Rosemary?
Dilma decidiu dar trela a essa gente. É bem provável que não tenha se aproximado da janela em nenhum momento, né? Não custa ser precavido. Ah, sim: Boff, o audacioso, disse não ter debatido nomes de ministros com a presidente. Que bom, né? Afinal, ninguém o elegeu para isso. Ainda que essas duas personagens tenham um apelo, digamos, momesco, ao recebê-las com certa solenidade, Dilma exibe sinais preocupantes, como se estivesse a purgar os pecados do realismo, ajoelhando-se no altar de heresias delirantes. 
Vade retro!

NO BLOG DO CORONEL
Eletrobras vira sócia da Queiroz Galvão, empreiteira do Petrolão, para construir hidrelétrica na Nicarágua. O BNDES entra com o dinheiro, a Eletrobras com o risco e a empreiteira comanda a sociedade.
Clique aqui e conheça o site do Projeto Tumarin. Está hospedado no portal Centrales Hidrelétricas de Nicarágua (CHN), um consórcio entre a Eletrobras e a Queiroz Galvão para construir uma grande hidrelétrica naquele país. Como todos sabem, a Construtora Queiroz Galvão, está envolvida até o pescoço no Petrolão. Por sua vez, a Eletrobras teve um prejuízo de R$ 2,7 bi apenas no terceiro semestre de 2014. O valor da obra paga pelo dinheiro dos brasileiros via BNDES? U$ 1,1 bilhão! 
No site ficamos sabendo que:
a) Las obras serán financiada con apoyo del Banco Nacional de Desarrollo Económico Social (BNDES) de Brasil, así como del Banco Centroamericano de Integración Económica (BCIE), por medio de la estructuración de un Project Finance.
b) La construcción de la presa será realizada en un período de 4 años y después de los primeros 26 años de operación comercial, de acuerdo a lo que establece la Ley 695 y su reforma, la Ley 816, la planta pasará sin costo alguno al gobierno de Nicaragua, representado por ENEL.
Precisa traduzir? Não é um negócio muito estranho? Mas o pior os leitores não sabem. O gerente geral da CHN é um brasileiro. O nome dele é Roberto Abreu de Aguiar. Sabem onde ele trabalhava antes? Na Construtora Queiroz Galvão. Não é engraçado que a Eletrobras, que tem um imenso prejuízo no Brasil, insista em fazer uma obra lá fora que, daqui 26 anos, será entregue ao governo da Nicarágua, sem custos? E que abra mão de enviar um diretor brasileiro, funcionário público, para coordenar a obra, deixando tudo nas mãos de um ex-funcionário de uma das construtoras do Petrolão?
O que fica cheirando é que existe aí uma grande negociata. O BNDES bota o dinheiro. A Eletrobras entra com o risco. A Queiroz Galvão toca o negócio sem que ninguém fiscalize a obra. E a Nicarágua ganha uma grande hidrelétrica de graça, depois de 26 anos. Já pensaram se Itaipu fosse um negócio assim? É gravíssimo que o governo brasileiro não comande a obra. Que a construtora mande! O TCU, o MPF, a PF e o juiz Sérgio Moro não entram lá. Imaginem o tamanho da roubalheira! 
Assista aqui a um dos vídeos onde Roberto Abreu de Aguiar informa que o primeiro passo é a construção de uma estrada de 50 km até o local da obra. O homem da Queiroz Galvão manda, não pede. Virou celebridade na Nicarágua, às custas do dinheiro do contribuinte brasileiro.
Leia aqui matéria de hoje sobre Tumarin, publicada no Estadão.

Aécio Neves diz que primeiro mandato de Dilma foi sustentado pela corrupção. E que segundo começa refém do fisiologismo.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a ausência da base na sessão do Congresso Nacional, inviabilizando a alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para acomodar o rombo das contas públicas, foi um recado para a presidente Dilma Rousseff. O tucano disse que a presidente está refém de seus aliados, que não aprovaram a mudança, porque ainda não tiveram seus pleitos atendidos e estão a espera de uma resposta que ainda não veio. Ele reafirmou a disposição da oposição de brigar no Supremo Tribunal Federal se a mudança, inconstitucional, da Lei de Responsabilidade Fiscal for aprovada.
Segundo o tucano, as dificuldades do governo em aprovar o fim da exigência de cumprir o superávit primário foi um recado claro, “uma violência da base mostrando que não tem limites, que só atende o governo se for atendida”. — A presidente Dilma Rousseff, para se livrar de um crime de responsabilidade, terá de entregar, necessariamente, mais espaço de poder. E eles sabem disso. Só vão dar a ela a anistia que busca, se forem atendidos em seus pleitos . A presidente está refém de uma estrutura politica que só lhe dá apoio em torno de espaço de poder — comentou Aécio.
Aécio disse ser “risível” o discurso do senador Lindbergh Faria (PT-RJ) , que da tribuna hoje disse que a Oposição será culpada pela paralisação do País, caso o governo seja obrigado a cumprir a meta de superávit primário se a mudança não for aprovada. — Esse discurso de culpar a oposição é risível. Esse governo começa seu segundo mandato desmoralizado — disse. 
Ao comentar a decisão do procurador geral da República, Rodrigo Janot, de enviar ao Supremo pedido de abertura de inquérito para apurar responsabilidades de ministros e parlamentares no esquema de desvios investigados pela Operação Lava-jato, Aécio disse que o cerco está se fechando e o que apareceu até agora é apenas a ponta do iceberg e ninguém tem noção do tamanho da pedra. — O que vem aí pela frente é muito grave e é incontrolável, por mais que tentem controlar. Vamos ter um início de ano turbulento. Do ponto de vista econômico, as medidas anunciadas confirmam o estelionato eleitoral. E a Lava-jato é a constatação, cada vez maior, que esse governo foi sustentado por um esquema de corrupção — disse Aécio. (O Globo)

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
O que assusta na marcha resoluta de Dilma Rousseff rumo ao arcaico é sua crueza explícita. Se a sessão mais recente do Congresso serviu para alguma coisa foi para informar à presidente reeleita que ela não deve esperar nenhuma colaboração altruísta dos seus aliados. Ficou entendido que, no segundo mandato, os sócios do empreendimento governista enquadrarão a presidente da República em três leis: a lei da oferta e da procura, a lei do mais forte e a lei da selva.
O fato de os partidos aproveitarem a hora para exigir definições sobre o rateio dos ministérios e otras cositas não deveria surpreender o Planalto. O pessoal está apenas exigindo a consideração que Dilma não demonstrou no primeiro mandato, quando ainda se achava uma gerente extraordinária. A presidente encomendou uma meia-sola para disfarçar o rombo nas contas de 2014. Os aliados querem ajudar. Mas exigem recompensa compatível com o valor do conserto — são regras do mercado persa.
Renan Calheiros reuniu-se com Dilma na terça-feira (25). Acertou o envio do senador Vital do Rêgo, PhD em gestão de CPIs, para uma sinecura no TCU. E prometeu apressar a aprovação do jeitinho fiscal. Renan ligou o trator. Numa única noite, arou os 38 vetos presidenciais que obstruíam a passagem da manobra que transformará deficit em superavit. Programou o grand finale para o dia seguinte, na hora do almoço. Foi mastigado pela oposição e engolido pelo seu PMDB.
Chamado de “vergonha do Congresso” por Mendonça Filho, líder do DEM, Renan tentou fingir que havia quórum para manter o funcionamento da sessão. Para entregar a mercadoria a Dilma, precisava dos votos de 257 deputados e 41 senadores. Mas passaram pelo plenário apenas 222 dos 513 deputados e 32 dos 81 senadores. Em plena quarta-feira, dia de Casa cheia, não se chega a uma falta de quórum como essa na base do improviso.
A bancada do PMDB na Câmara soma 71 deputados. Passaram pela sessão 28. Ausente, o líder Eduardo Cunha atribuiu o fenômeno à hora do almoço. Ele mesmo estava num repasto com a turma do PSC, que irá apoiá-lo na briga pela presidência da Câmara. No Senado, o PMDB controla 19 cadeiras. Apenas oito estavam ocupadas. Foi como se os peemedebistas gritassem para Dilma que Renan representa os interesses dele, não as reivindicações das bancadas.
Além do PMDB, estavam subrepresentados na sessão do Congresso outras legendas cujo governismo anda meio cansado, dependendo de uma vitamina para revigorar-se. O PP, por exemplo, desfilou no plenário apenas 23 cabeças. O PR, 17. E o PSD, 26. Reduzido à rara condição de general sem tropa, Renan reconheceu a ausência de infantaria, enfiou a empáfia no saco, encerrou os trabalhos e convocou nova batalha para terça-feira, já em pleno mês de dezembro, a 20 dias do recesso parlamentar.
Na semana passada, Dilma adiara o anúncio de sua nova equipe econômica porque lhe disseram que seria possível apresentá-los ao mercado já com a página do buraco nas contas virada pelo Congresso. Deu chabu. Nesta quinta, Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) virão à boca do palco tendo como pano de fundo a nódoa da meta descumprida do superavit. Por um instante, serão coadjuvantes de um enredo que tem a chantagem como protagonista.
Tramada e executada com esmero, a ausência de governistas na sessão do Congresso foi uma mensagem do lado mais forte para o mais fraco. E no Brasil de Brasília, os partidos governistas chegaram à conclusão de que o lado politicamente mais fraco é a presidente da República que acaba de ser reeleita. Chantageada assim, à luz do dia, Dilma terá de decidir rapidamente que tipo de papel deseja desempenhar nos próximos quatro anos: presidente ou refém?


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