DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 17-10-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relatou à Justiça, sob delação premiada, uma reunião em 2009 com o falecido senador Sergio Guerra (PE), presidente do PSDB, articulada pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), na qual ficou acertada a doação de R$ 10 milhões para a campanha local. Ele diz que a reunião ocorreu durante ameaça de criação de CPI sobre negócios suspeitos na Petrobras.
Mais um exemplo do uso da máquina para beneficiar candidatos. No Acre, governado pelo petista Tião Viana, ônibus estadual faz campanha por Dilma. O flagrante foi em Epitacolândia, 242 km de Rio Branco.
A empresa Brasil CT, que administra o programa de pontos dos cartões de crédito do Santander, confessa em sua página da internet ser expert em “soluções que permitem manutenção de breakage”. Ou seja, trabalha para que os pontos caduquem antes de serem utilizados.
O governo divulgou nota recuando do plano, revelado nesta coluna, de nomear não concursados para cargos comissionados no Ministério das Relações Exteriores. Os cargos DAS do Itamaraty são uma velha aspiração do PT, especialista no aparelhamento de órgãos públicos.
Após dirigir o País sem abrir mão da água que passarinho não bebe, Lula tem mesmo como reclamar e criticar quem dirige depois de beber?

NO BLOG DO CORONEL
Debate SBT: um desfecho merecido para Dilma e sua campanha suja.
A melhor análise sobre o debate veio da pena de Ricardo Noblat, a quem muitos acusam de um petismo filial (qual pai não defende o filho?), mas que é um dos mais brilhantes analistas políticos do país. Enquanto a imprensa em geral não informa que os ataques pessoais todos partiram de Dilma Rousseff e que Aécio Neves apenas defendeu-se com honestidade e sinceridade, Noblat foi preciso na sua avaliação. Leiam abaixo:
No debate do SBT, Aécio fez picadinho de Dilma
Se alguém quase se rendeu a baixarias foi Dilma.
Aécio Neves deixou de ser tucano.
Na versão política, tucano é uma ave que, apesar do bico grande, bica com delicadeza. É capaz de perder a vida para não perder a elegância. Foi assim, por exemplo, com Serra no primeiro debate do 2º turno contra Dilma em 2010.
De certa forma foi assim também com Aécio no debate da última terça-feira contra Dilma na Rede Bandeirantes de Televisão.
Quem imaginou que ele, ontem, no debate do SBT, ofereceria a outra face para apanhar, enganou-se.
O instinto de sobrevivência empurrou Aécio para cima de Dilma, e dessa vez foi ela que não estava preparada para enfrentar tamanha fúria.
Marqueteiros costumam dizer que o eleitor detesta troca de ataques entre candidatos. Lorota.
O eleitor diz que detesta para aparecer bem na foto – mas ela gosta de ataques, sim. Os ataques só não podem resultar em baixarias.
Se alguém quase se rendeu a baixarias foi Dilma quando tentou aplicar uma pegadinha em Aécio. Perguntou o que ele achava da lei que pune motoristas que dirijam bêbados ou drogados.
Uma vez, no Rio, Aécio foi surpreendido por uma blitz da Lei Seca. E se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Se Dilma sabe que ele estava bêbado ou drogado deveria ter dito. É uma grave acusação que não pode apenas ser insinuada. Ela preferiu insinuar. Leviandade.
No debate da Band, Dilma impôs a Aécio sua agenda de discussão. Acuou-o com perguntas sobre o governo dele em Minas. Aécio saiu derrotado.
No debate do SBT, Aécio impôs sua agenda. E rebateu os ataques de Dilma com calma, lógica e argumentos bem pensados. Foi impiedoso.
Dilma voltou a perguntar pelos parentes que Aécio empregou no governo de Minas. Aécio respondeu sobre apenas um deles – sua irmã, Andrea, que trabalhou no governo sem nada ganhar.
Em seguida, Aécio perguntou a Dilma pelo irmão dela, “que ganha sem trabalhar” da prefeitura de Belo Horizonte. Dilma fugiu da resposta. E começou a falar em "dilmês"
Aécio carimbou na testa de Dilma que ela não conhece direito Minas Gerais. Dilma passou recibo da acusação.
O debate acabou com Dilma nocauteada. Não é força de expressão.
Desorientada, como se não soubesse direito onde estava e o que lhe aconteceu, Dilma perdeu a voz ao responder à pergunta de uma repórter do SBT. Esqueceu que estava ao vivo. E, aparentemente grogue, pediu para recomeçar.
Não conseguiu. Alegou então que estava passando mal. Uma queda de pressão. Foi socorrida com um copo de água. Arranjaram-lhe uma cadeira.
Quis voltar à responder à repórter. Como seu tempo acabara, se irritou com ela. Chamou-a de "minha querida".
Desfecho perfeito para uma luta que perdeu.

Uso da máquina. Dilma manda Infraero reabrir aeroporto em obras para Lula pousar jatinho e fazer campanha para ela.
Uma autorização dada em cima da hora pelo governo federal facilitou uma viagem do ex-presidente Lula a Rio Branco (AC) para um evento de campanha eleitoral. Nesta quinta-feira (16), Lula visitou a cidade e participou de um ato de apoio às candidaturas de Dilma Rousseff ao Planalto e do atual governador, Tião Viana (PT), que tenta a reeleição na disputa de segundo turno. Lula chegou à capital acriana pela manhã e deixou a cidade no meio da tarde. 
O pouso e a decolagem da aeronave particular com o petista somente foram possíveis por causa de um aviso publicado horas antes num sistema interno da Infraero, órgão que administra dezenas de aeroportos do país. Desde a semana passada, todos os voos estavam proibidos de operar entre 8h e meia-noite, por causa de obras de manutenção e reparos na pista do aeroporto. Mas, na véspera da visita de Lula, a Infraero abriu uma "janela" de três dias que passou a permitir essas operações durante manhã e tarde. 
Questionada pela Folha, a Infraero disse que a "janela" já estava programada no plano de execução das obras. A reportagem então solicitou cópia desse cronograma, mas nada foi encaminhado.Indagada também se há outra "janela" programada até 20 de dezembro, quando a obra deve ser concluída, a Infraero disse que sim, mas que a data não está definida, já que isso dependerá da evolução dos trabalhos na pista. 
Segundo a Infraero, a "janela" entre quinta e sábado não foi aberta por causa da visita do ex-presidente, e sim para atender à demanda do tráfego aéreo regional. Nesse intervalo de três dias, segundo o órgão, as obras estarão concentradas em uma área de taxiamento de aeronaves, e não na pista. Nesta quinta, a Folha esteve no aeroporto pela manhã. Entre 9h40 (11h40 em Brasília) e 11h15, apenas a aeronave que levou Lula à capital do Acre pousou no local. Por causa das obras, ao menos cinco voos das companhias TAM, Gol e Azul, que antes operavam entre 12h e 15h, foram remanejados para a madrugada local. 
ISOLAMENTO
Por ser um Estado amazônico, o Acre tem na via aérea a sua principal forma de reduzir a distância e o isolamento de algumas cidades no meio da floresta. E é somente durante o dia que esta interligação é mais viável. A maioria das pistas do interior do Acre não apresenta condições para voos noturnos. Em setembro, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proibiu a operação nas pistas dos municípios acrianos mais isolados, como Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo e Jordão. (Folha)

João Santana para Dilma Rousseff ao final do debate: " por favor, não fala mais nada hoje."
A presidente Dilma Rousseff diz ter se sentido mal após debate no SBT
Testemunhas ficaram pasmas ao final do debate do SBT quando ouviram esta frase dita com rispidez pelo marqueteiro da presidente, João Santana: "por favor, não fala mais nada hoje." Ela obedeceu. E foi embora sem falar com a imprensa. O desastre foi total. Especialistas dizem que será difícil juntar os cacos.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Se o debate da Band foi equilibrado — achei que o tucano Aécio Neves se saiu melhor porque, ao menos, tentou apresentar propostas —, o embate travado nesta quinta, promovido pela Jovem Pan, pelo UOL e pelo SBT, foi bem desequilibrado: o domínio esteve com Aécio durante quase todo o tempo. É a velha história: o ouvinte/telespectador decide quem ganhou e quem perdeu. Eu me limito a falar do desempenho de cada um.
As táticas de Dilma para desestabilizar o adversário não funcionaram e, convenham, ele acabou vencendo no contra-ataque. Se será essa a avaliação majoritária do eleitorado, não sei. Dilma voltou a criticar a gestão de Aécio em Minas e a desfilar números supostamente ruins das gestões tucanas. Ele contestou, claro!, e seria infindável entrar aqui nas minudências, mas encontrou duas armas que me pareceram muito eficazes: lembrou que já está à frente dela em Minas — e as pesquisas vão demonstrá-lo — e sugeriu que a petista deixe o povo mineiro em paz, que pare de tentar degradar o Estado. A petista sentiu o golpe e tentou se explicar: estava criticando o candidato, não os mineiros. Acabou fincando na defensiva.
O debate serviu para deixar claro que o PT não terá nenhum receio em avançar para o campo pessoal. Dilma tentou ser sutil e perguntou o que o tucano pensava sobre a Lei Seca. Ele acertou ao se antecipar, desafiando Dilma a ter “coragem para a fazer pergunta direta”. E emendou: “Eu tive um episódio, sim, e reconheci. Eu tenho uma capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa [blitz da] Lei Seca porque minha carteira estava vencida e, ali naquele momento, inadvertidamente, não fiz o exame e me desculpei disso”. E afirmou que era diferente de sua oponente, que nunca reconhece os próprios erros. E concluiu: “A senhora caminha para perder essas eleições pela incapacidade que demonstrou inclusive de respeitar os seus adversários”.
No queixo
Fosse uma luta de boxe, Dilma teria levado um direto no queixo ao acusar o Aécio de empregar Andrea Neves, sua irmã, no governo — ela atuou no Fundo de Solidariedade de Minas, uma atividade não remunerada. O tucano esperou que a adversária fizesse um belo salseiro a respeito e disparou:
“Candidata, a senhora conhece o senhor Igor Rousseff? Seu irmão, candidata! Não queria chegar a esse ponto. O seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar. Essa é a grande verdade. Lamento ter que trazer esse tema aqui. A diferença entre nós é que minha irmã trabalha muito e não recebe nada. Seu irmão recebe e não trabalha nada. Infelizmente, agora, nós sabemos por que a senhora diz que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que seus aliados o fizessem”.
Sem resposta, Dilma tartamudeou: “A sua irmã e meu irmão, eles têm que ser regidos pela mesma lei. Eles não podem estar no governo que nós estamos. O nepotismo, eu não criei”. Acho que ela quis dizer que não é nepotismo quando um aliado contrata o parente de um político. É, sim: chama-se “nepotismo cruzado”. E, claro, entre trabalhar e não receber e receber e não trabalhar, só uma das duas práticas lesa os cofres públicos.
De resto, encerro relembrando aquela que foi a barbaridade da noite: para Dilma, uma inflação de 3% no Brasil só é possível com uma taxa de desemprego de 15%. É uma das maiorias abobrinhas ditas sobre economia nos últimos tempos. Só que é uma abobrinha brava, do tipo perigosa. Segundo a sua lógica perturbada, a inflação deve continuar alta para que não haja desemprego.
Eis aí uma derrota, antes de mais nada, intelectual. Dilma escolheu um confronto no ringue, não numa arena de debates. E perdeu. Até petistas ficaram desanimados. Se será essa a impressão do eleitor, não sei. Quem tem bola de cristal são os institutos de pesquisa. Falo do que vi e ouvi.

Pois é… Espero, sinceramente, que nada de mal tenha acontecido com a presidente Dilma Rousseff e que o mal-estar que ela sentiu tenha sido mesmo em decorrência de uma queda de pressão, que pode acontecer. Já falo a respeito — até porque sou especialista em pressão baixa; meu médico sempre diz que o contrário é que seria ruim —, mas, antes, quero aqui tratar de uma questão de estado.
Dilma é candidata do PT à Presidência, à reeleição, mas já é presidente. Sempre tem à sua disposição médico — no caso, a presidenta tem uma médica —, equipe de paramédicos, tudo conforme manda, e deve mandar, o figurino. A doutora, no entanto, não estava por ali, e a presidente, ora vejam, foi socorrida por João Santana. Não sabia que ele também é especialista nessa área.
A gente vê que Dilma se embanana duas vezes enquanto responde a pergunta da repórter Simone Queiroz, que é quem acaba lhe dando a deixa: “A senhora está passando mal?.” E Dilma diz, então, que sua pressão deve ter caído. Restabelecida, ela tenta falar de novo, mas já tinha usado seu tempo numa resposta um tanto confusa.
Ao ser socorrida por doutor Santana, a presidente afirma: “Meu filho, eu devia ter comido antes de sair de casa. Caiu um pouquinho a minha pressão. Eu senti que ia cair, mas aí, imediatamente, eu dei uma esfregadinha nos meus pulsos. A minha sorte foi que não aconteceu nada disso [durante o debate]. Foi na hora que eu levantei, porque eu levantei subitamente”.
Então vamos lá. Eu não sei quem disse a Dilma que esfregar os pulsos faz subir a pressão. Se a senhora puser um galho de arruda atrás da orelha, o resultado é o mesmo, candidata: nenhum! Dar três pulinhos, nem que seja de ódio, pode ser mais eficaz. Esse negócio de a pessoa estar sentada, levantar, e a pressão sanguínea cair caracteriza a “hipotensão postural”. Mas não foi o que aconteceu porque, nesse caso, o mal-estar é imediato, ele se dá quando a pessoa se põe de pé, não minutos depois, como foi o caso. Se o indivíduo ficar muito tempo em pé — e isso também não aconteceu —, pode ser vítima de hipotensão. Uma situação de estresse intenso também pode levar ao mal-estar. Dilma perdeu claramente o confronto com Aécio, mas não a ponto, acho eu, de sofrer uma queda de pressão.
De todo modo, reitero: quando uma presidente da República passa mal, quem tem de socorrê-la é o medico, não o marqueteiro.
EM TEMPO: NESTE BLOG, NINGUÉM TORCE PARA A MÁ SAÚDE DE NINGUÉM. PEÇO COMEDIMENTO NOS COMENTÁRIOS, OU NÃO SERÃO PUBLICADOS.
PS – O SBT pediu a retirada dos vídeos do Youtube.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
PF DESCOBRE DOCUMENTO SUGERINDO QUE HOMEM-BOMBA DA PETROBRAS TERIA SIDO COTADO PARA MINISTRO DA DILMA



Paulinho, como era chamado por Lula, em dois momentos: acima com Lula e Dilma e abaixo Dilma recebe um autógrafo de Paulinho nas costas em evento da Petrobras.

Agentes da Polícia Federal encontraram uma troca de mensagens em celular entre o megadoleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, e o deputado Luiz Argolo (Solidariedade-BA), em que eles comentam convite para que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa havia sido convidado para assumir o cargo de Ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff (PT).
Paulo Roberto Costa substituiria o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), do mesmo partido que o indicou para o cargo de onde ele comandaria o assalto aos cfres da maior estatal brasileira. Ribeiro deixou o cargo para se desincompatibilizar e disputar as eleições deste ano.
E a pior parte do relato é que o ex-diretor corrupto da Petrobras esnobou o convite, recusando-o, segundo os termos do diálogo. Youssef chega a afirmar, em mensagem a Argôlo, sobre a recusa do parceiro no maior escândalo de corrupção do governo Dilma: “Foi a melhor coisa que ele fez na vida!”
A Presidência da República negou “com veemência” que Paulo Roberto Costa tenha sido convidado para o cargo, mas eram conhecidas as relações muito próximas entre ele e a presidente Dilma. Além de fotografia em que ele autografa um blusão da Petrobras que ela vestia, durante visita a uma plataforma da Petrobras, Paulo Roberto Costa foi um dos poucos convidados ao casamento da filha de Dilma, em Porto Alegre. Na ocasião, nem mesmo o chefe imediato dele, Sergio Gabrielli, que presidia a estatal, recebeu convite para a cerimônia. Do site Diário do Poder


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