DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 25-4-14

NO JORNAL O POVO DE 25-4-14
"Brasil está pior do que estava em 2007", diz pesquisador
A menos de 50 dias para o início do Mundial, a Copa do Mundo ainda não trouxe nenhum legado positivo para o País. A afirmação é de Leon Myssior, vice-presidente de Arquitetura do Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), instituição que, desde 2007 acompanha a preparação do Brasil para o Mundial.
Para o Myssior, que ministrou uma palestra sobre o tema durante o XX Congresso Brasileiro de Arquitetos (CBA), “o Brasil está pior do que estava em 2007”. “Muita gente imaginou um Brasil que em 2014 ia ter subido vários degraus em termos de infraestrutura. Então você pagou o mais caro e escolheu as piores opções de obras para atender ao prazo da Copa. E o legado que a gente vai ter em 2014 é patético”, afirma o pesquisador.
Segundo o diretor do Portal 2014 e um dos autores do relatório Vitrine ou Vidraça - Desafios do Brasil para a Copa de 2014, Rodrigo Prada, a falta de planejamento e a desorganização são os principais motivos para as mudanças e atrasos em obras previstas na Matriz de Responsabilidade.
“O fato dessas obras não estarem prontas não prejudica o Mundial. O que prejudica é o contratempo causado pelos canteiros. As obras não eram essenciais para a Copa, mas eram essenciais para estarem prontas durante a Copa”, diz.

Ronivaldo denuncia possível favorecimento a empresa por gestão RC 

Filho do dono da Diógenes Bayde é casado com filha do secretário da Casa Civil do Estado, Arialdo Pinho. Para vereador, empresa teve "informação privilegiada"
GENILSON DE LIMA/CMFOR
Ronivaldo Maia questiona como empresa Diógenes Bayde tomou conhecimento de licitação que só foi publicizada no dia do certame
O vereador Ronivaldo Maia (PT) apontou ontem possível favorecimento da Prefeitura de Fortaleza a uma empresa cujo dono, o empresário Salim Bayde Filho, é sogro da filha do secretário da Casa Civil do Estado, Arialdo Pinho. O contrato com a Diógenes Bayde Importadora e Exportadora, no valor de 12,6 milhões, foi suspenso na semana passada e está sob análise do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Ao examinarem o edital do pregão vencido pela Diógenes Bayde, para prestar serviços de integração da prefeitura à rede metropolitana de Fortaleza, técnicos do TCM entenderam que faltaram publicidade e transparência à licitação.
Conforme os técnicos, o aviso da licitação foi publicado na edição do Diário Oficial do Município de 27 de janeiro deste ano. Mas essa edição só foi tornada pública em 7 de fevereiro, dia em que se realizou o certame, o que teria impossibilitado a formulação de propostas de outras empresas.
“Como é que a Diógenes Bayde tomou conhecimento da licitação, se o edital só saiu no dia 7?”, disse Ronivaldo. “Por coincidência ou não, o filho do dono dessa empresa é casado com a filha do Arialdo. A empresa de alguma maneira foi favorecida, teve informação privilegiada da prefeitura”.
O líder do prefeito Roberto Cláudio na Câmara, Evaldo Lima (PCdoB), prometeu levar a Ronivaldo todos os esclarecimentos sobre o certame. A prefeitura afirmou que todo o procedimento para a contratação da empresa seguiu a legislação. Por meio de assessoria, Arialdo Pinho definiu como “absurda” qualquer suposição de favorecimento.
Na semana passada, além de determinar a suspensão do contrato com a Diógenes Bayde, o auditor David Matos, conselheiro substituto do TCM, ordenou à prefeitura que suspendesse os pagamentos à empresa Alusa, contratada para gerenciar a iluminação pública de Fortaleza. As decisões cautelares ainda terão de ser analisadas pelo pleno do TCM, que poderá derrubá-las ou homologá-las. A prefeitura destacou ontem que enviou todas as informações solicitadas por David Matos referentes às duas licitações e aguarda a manifestação do tribunal.
O POVO tentou entrar em contato, na noite de ontem, com a Diógenes Bayde, mas as ligações feitas para um número disponível na Internet, de Juzeiro do Norte, não foram atendidas.

NO ESTADÃO DE 25-4-14
Políticos assustam papa, que deixa a missa
Parlamentares se aproximaram na hora errada para a cerimônia do beija-mão
José Maria Mayrink – enviado especial
Vaticano – O papa Francisco deixou inesperadamente a Igreja de Santo Início de Loyola, no centro de Roma, na noite desta quinta-feira, 24, após celebrar missa em ação de graças pela canonização do Padre Anchieta, cancelando uma cerimônia de beija-mão, na qual seria cumprimentado por 50 convidados, numa sala ao lado do altar.
Na interpretação dos organizadores da cerimônia, Francisco ficou assustado com o assédio de políticos brasileiros que tentavam se aproximar quando ele falava com o vice-presidente da República, Michel Temer, que veio a Roma representando a presidente Dilma Rousseff.
Os políticos, que pelo protocolo não deveriam se aproximar naquele momento, eram Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e seus colegas Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Ana Rita (PT-ES), além do deputado Esperidião Amin (PP-SC) e o ex-senador Gerson Camata.
Tudo estava preparado para o beija-mão, mas Francisco caminhou até a porta principal do templo, onde foi aplaudido umas 100 pessoas que não tiveram acesso à missa e cercado por um grupo de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, em meio a um pequeno tumulto.
Em vez de voltar para o beija-mão e de sair por uma porta lateral, o papa pegou seu carro de volta ao Vaticano sem explicações. Alguns convidados acharam que ele estava muito cansado, o que seria natural após a programação da Semana Santa.
A missa reuniu 1.200 pessoas, selecionadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB), que convidou o governo e parlamentares,e pela Companhia de Jesus, a qual pertencia São José de Anchieta.
Simplicidade 
O também jesuíta papa Francisco, que canonizou o Apóstolo do Brasil há três semanas, em 3 de abril, celebrou uma missa festiva, mas de liturgia simples, que duro pouco mais de uma hora.
O papa leu o texto da missa em português, mas fez a homilia em espanhol.
Embora os participantes fossem, na maioria, na maioria brasileiros, havia uma delegação de 80 peregrinos e três bispos das Ilhas Canárias, onde Anchieta nasceu na cidade de São Cristóvão da Laguna.

Usinas térmicas reduzem produção em até 30% por problemas operacionais
Relatório diário do ONS mostra que entre 20% e 30% da potência das termoelétricas não está disponível para operação, seja por falta de combustível ou por questões técnicas, o que leva a maior utilização de água nos reservatórios das hidrelétricas
24 de abril de 2014 | 21h 43
Renée Pereira, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - O Brasil não tem conseguido aproveitar toda a capacidade instalada das usinas termoelétricas para poupar água nos reservatórios. Relatório diário do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra que entre 20% e 30% da potência das usinas não está disponível para operação. Na quarta-feira, por exemplo, isso representava 4.726 MW parados por algum tipo de restrição - energia que seria suficiente para abastecer uma cidade de 12 milhões de habitantes.
Hoje, o Brasil tem 21.799 MW de capacidade instalada. Mas, às vezes, nem o volume disponível para operação é usado. Todos os dias o ONS programa uma quantidade de energia térmica para ser produzida. Em muitos casos, o resultado da geração fica abaixo do previsto por uma série de problemas, que vão da falta de combustível (gás natural, carvão e biomassa) ao menor rendimento das unidades.
Nesta semana, pelo menos, quatro usinas não operaram - ou produziram abaixo do previsto - por falta de combustível. Uma delas é Uruguaiana, que não tinha gás para funcionar. O combustível é importado, desembarcado na Argentina e depois enviado por gasoduto até o sul do Brasil, onde está instalada a térmica. Outros dois casos, Caçu e Ipaussu, tiveram problema por falta de biomassa (bagaço de cana). Candiota III reduziu a produção por falta de carvão, segundo o relatório do ONS.
No caso de Ipaussu, a Raízen, dona da usina, afirmou que está no começo da safra e, portanto, ainda tem pouca matéria-prima para produzir energia. Já a Odebrecht, proprietária de Caçu, disse que, se em alguns dias ela produz menos, em outros gera acima do programado. "Essa variação é normal e justificada por questões relacionadas à chuva, disponibilidade para transporte de matéria-prima, etc."
Outras dez usinas, segundo relatório do ONS, estão em manutenção. Juntas, elas têm capacidade de 2.877 MW, e 1.011 MW estão disponíveis. Em recente entrevista ao Estado, o presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antonio Veloso, afirmou que várias usinas estavam prestes a completar 12.500 horas de operação e teriam de parar para fazer a manutenção. A maioria dessas usinas é movida a diesel e óleo combustível.
"O País tem uma capacidade instalada, mas não pode usar por uma série de problemas", afirma Walter Froes, da CMU Comercializadora. Na atual situação, qualquer megawatt gerado por térmica poderia fazer diferença nos reservatórios, hoje com 37,8% de armazenamento no Sudeste/Centro-Oeste. No passado, o descumprimento da geração térmica rendeu multas e suspensões por parte da Aneel. Algumas persistem até hoje.

Relatório da PF sugere que Alexandre Padilha indicou executivo para laboratório de doleiro
Suspeita é levantada a partir de conversas de doleiro Alberto Youssef com deputado André Vargas
Fausto Macedo e Andreza Matais
São Paulo e Brasília – (atualizado às 23h43) Relatório da Operação Lava Jato da Polícia Federal sugere que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, indicou um executivo para o Labogen – controlado pelo doleiro AlbertoYoussef, o Primo – quando o laboratório tentava obter contrato milionário da pasta em 2013.
O documento mostra ainda que Youssef, preso desde 17 de março de 2014, mantinha contatos com outros deputados do PT, além de André Vargas (PT-PR).
A PF suspeita que o doleiro se encontrou com Vargas no apartamento funcional do ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP), em Brasília. Também teria enviado um emissário para participar de reunião com Vicente Cândido (PT-SP), em São Bernardo do Campo, no Grande ABC.
O relatório de 80 páginas, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin) da PF, indica que no período de 19 de setembro de 2013 a 12 de março de 2014, Youssef e Vargas trocaram 270 mensagens pelo aplicativo Black Berry Messenger.
Eles se tratam por “irmão” e se despedem com “beijo”. Para a PF, esse tratamento “indica que a relação não era superficial”.
Ex-ministro
No trecho relativo ao ex-ministro da Saúde, a PF captou diálogos entre Youssef e Vargas – este chama Padilha de “Pad”. No dia 26 de novembro de 2013, Vargas pede ao doleiro que reserve a melhor suíte de um hotel – Blue Tree – que pertence a Youssef, segundo a PF. O deputado diz que falou com o “PAD”. “Ele vai marcar uma agenda comigo”, diz Vargas. O doleiro responde: “ótimo”. E elogia a atitude do deputado. “Precisamos estar presentes.”
A PF diz que o Labogen – com folha de pessoal de apenas R$ 28 mil – planejava arrecadar R$ 150 milhões com o negócio na Saúde, fornecimento de remédio para hipertenso. O contrato não chegou a ser assinado e, segundo o ministério, nenhum pagamento foi feito.
Indicado 
O executivo que teria sido indicado por Padilha para os quadros do Labogen é Marcus Cezar Ferreira de Moura. Ele havia trabalhado no Ministério da Saúde entre 26 de maio e 1.º de agosto de 2011. Foi assessor da coordenação de eventos na gestão de Padilha.
O ex-ministro não caiu na malha de grampos da PF e nem é investigado, mas a investigação chegou a juntar aos autos da Lava Jato até uma fotografia de Padilha em um evento. “As evidências indicam que Vargas tinha interesse no processo de contratação do Labogen junto ao Ministério da Saúde”, sustenta a PF.
O alvo das interceptações era o doleiro. Todos os que com ele conversaram, por telefone ou por mensagens, acabaram grampeados indiretamente. Em 27 de novembro de 2013, Youssef foi avisado por Vargas que “achou o executivo” com experiência que seria colocado à frente do Labogen, um nome que não despertasse suspeitas com relação aos contratos da pasta. No dia seguinte, o petista diz ao doleiro amigo que foi Padilha quem indicou o profissional. Para a PF, “existem indícios que os envolvidos tinham grande preocupação em colocar à frente da Labogen alguém que não levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras”.
Em um contato, o doleiro e o deputado comemoram a possibilidade do negócio. “Estamos mais fortes agora”, diz Vargas. “Você vai ver o quanto isso vai valer, tua independência financeira. E nossa também, é claro”, responde o doleiro. Vargas ri.
No dia 7 de março de 2014, Vargas tenta viabilizar reunião com Youssef, o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, o “PP” – ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992) –, e o executivo supostamente recomendado por Padilha. O encontro foi marcado para dali a 3 dias.
Deputados 
No dia 25 de setembro de 2013 o doleiro avisa Vargas que acabou de chegar em Brasília, acompanhado de “PP”, diretor da GPI Participações, sócia oculta do Labogen, segundo a PF. “Achei que você estivesse aqui na casa do Vaccarezza”, diz o doleiro. “Os indícios apontam que o alvo Alberto Youssef mantinha relações com o deputado federal Candido Vaccarezza”, sustenta a PF.
A citação ao deputado Vicente Cândido surgiu em diálogo de 20 de setembro de 2013, entre o doleiro e Vargas. Este cobra de Youssef informações sobre “os demais assuntos” e menciona “Vicente Cândido”.
O doleiro informa que com relação a “Vicente, nada”. E avisa Vargas que precisa “captar” – para a PF, “possivelmente referindo-se à falta de capital de giro para efetuar suas atividades”. Vargas sugere o nome de João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, da Quality Holding Participações, controlada pelo doleiro – este diz que Prado “esteve com Vicente Candido em alguns lugares”, como São Bernardo do Campo, “mas que não andou”. Vargas responde que “vai atuar”.
A ligação entre Youssef e Vargas é rotineira. Para a PF, Vargas servia ao doleiro, a ponto certa vez até de fazer conexão de voo em São Paulo para atender a pedido de Youssef. No dia 12 de março de 2014, o doleiro diz ao deputado que “deixou os óculos de grau” na casa dele. Vargas pergunta onde Youssef está e ele responde “em São Paulo”. Para não deixar o amigo na mão, o deputado, em trânsito, pousa em São Paulo e entrega os óculos de Youssef.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO DE 25-4-14
Contratos milionários de terceirização de mão de obra, que, segundo fontes do Ministério Público Federal, seriam controlados por pessoas e empresas ligadas ao ex-ministro José Dirceu, estão entre as razões da resistência do governo à instalação da CPI da Petrobras. A “caixa preta” esconderia também “esqueletos” como a compra de plataformas e contratos na Transpetro, rica subsidiária da maior estatal brasileira.
A oposição acha que inúmeros negócios e contratos são tão lesivos à Petrobras quanto a compra superfaturada da refinaria de Pasadena.
Os desacertos e a manipulação de preços fizeram a Petrobras perder 50% do seu valor desde 2010, de R$ 380 bilhões para R$ 179 bilhões.
Padrinho do presidente da Transpetro, Sergio Machado, no cargo há 11 anos, Renan Calheiros é dos mais empenhados em inviabilizar a CPI.
Renan consultou o Planalto antes de divulgar que recorreria da decisão da ministra Rosa Weber (STF) sobre uma CPI exclusiva da Petrobras.
Apelidado de “garçom”, quando ministro de Relações Institucionais do governo Dilma, por só anotar os pedidos dos parlamentares, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) perdeu força na disputa pela vice-presidência da Câmara. Segundo dirigentes petistas, o presidente do partido, Rui Falcão, “não engoliu a petulância” do enrolado André Vargas (PT-PR), que o desafia fazer de Luiz Sérgio o seu substituto.
O escritório de advocacia Studio Gentiloni Silveri, de Roma, contratado pelo governo brasileiro para acompanhar a extradição do mensaleiro Henrique Pizzolato, vai receber 25 mil euros (R$ 75 mil) na primeira fase e 75 mil euros (R$ 225 mil) na fase de apelação. Por enquanto.
Líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA) critica presidente do Senado, Renan Calheiros, por recorrer ao plenário do STF contra CPI da Petrobras: “O PT faz do PMDB linha auxiliar para fazer o trabalho sujo.”
Grávida do 2º vice-presidente da Câmara, Fábio Faria (PSD), Patrícia Abravanel tirou onda no programa de TV do pai, Silvio Santos, e se proclamou a terceira mulher do Brasil, atrás de Dilma e Marcela Temer.
Diante de denúncia de que os Correios acumulam correspondências simples para entregá-las em “pacote”, com até dois meses de atraso, procuramos explicações da estatal. Mas sua assessoria, que chega ao trabalho somente às 10h, antes das 17h já havia ido embora.
Vai em domicílio e vende maquiagem: não é a Avon, é a pesquisa do IBGE.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DE 25-4-14

NO BLOG DO CORONEL DE 25-4-14
A refinaria de Pasadena, pela qual a Petrobras pagou mais de US$ 1,2 bilhão, apresentava em 2008 — quando teve início a disputa judicial entre a estatal e a companhia belga Astra Oil — sérios problemas de segurança, que causaram acidentes e prejuízos de quase US$ 100 milhões, como consta em documento interno obtido pelo GLOBO. Parte dos problemas já eram conhecidos pela empresa brasileira em 2005, quando as negociações para a aquisição da refinaria tiveram início.
Antes da compra da refinaria, entre os dias 29 e 31 de março de 2005, uma equipe de oito técnicos da Petrobras visitou as instalações de Pasadena para conhecer o ativo que fora oferecido pela Astra como sociedade. Durante a visita, eles estiveram em contato com o CEO da refinaria, Alberto Feilhaber, que tinha sido funcionário da Petrobras entre 1976 e 1995. A equipe técnica identificou uma série de deficiências nas instalações, como “vários equipamentos com corrosão externa, pintura deficiente, presença de detritos e material de sucata deixado sobre o piso, pouca sinalização de segurança e identificação de equipamentos”. Por outro lado, foram vistos poucos vazamentos de vapor e hidrocarbonetos na área industrial.
Feilhaber, no entanto, que chegou a exercer cargos de supervisor e chefe de setor na Petrobras, deu boas informações à empresa brasileira sobre Pasadena. Antes de a Petrobras decidir pela compra, os técnicos escreveram, em auditoria, que “segundo o CEO (Feilhaber), em termos de mecânica a refinaria está ‘pretty good’ (muito boa), faltando, entretanto, mais instrumentação e controle.”
De acordo com os técnicos, um dos focos da gestão naquele momento era exatamente “aumentar a confiabilidade da planta”. O relatório aponta que, segundo informação dada por um funcionário que estava há 25 anos na empresa, “nesse período só tiveram uma fatalidade”. Se a informação era verdadeira, a Petrobras acabou atraindo toda sorte de problemas depois.
Quando os sócios entraram em conflito, em 2007, a Astra Oil praticamente abandonou a administração de Pasadena — o que, de acordo com relatos feitos à diretoria executiva da Petrobras, contribuiu para o estado de deterioração dos equipamentos da refinaria.
Uma apresentação feita em setembro de 2008 aos diretores da Petrobras, à qual O GLOBO teve acesso, dizia: “Vários incidentes aconteceram nos últimos meses, provocando paradas de emergência, acidentes pessoais e prejuízos”. Os diretores da Petrobras mostravam-se preocupados com a situação porque, para eles, se os problemas viessem à tona poderiam provocar a “exposição da imagem da Petrobras em caso de inspeção da Osha (Occupational Safety and Health Administration) ou de acidente com repercussão externa”. A Osha é uma espécie de secretaria de administração de Saúde e Segurança do Trabalho, vinculada ao Departamento (Ministério) do Trabalho dos Estados Unidos.
O documento aponta que mais de 50 acidentes com pessoal já tinham ocorrido até setembro de 2008 (apesar de não ser explícito, o texto dá a ideia de que todos os fatos ocorreram naquele mesmo ano), com oito queimaduras com ácido e três acidentes com tempo perdido. A situação era tão grave, diz o texto, que até mesmo “exposição radioativa” já tinha sido reportada durante a manutenção da unidade de coque.
Tudo isso provocou algumas paralisações da refinaria: houve, segundo o informe, uma parada completa em fevereiro de 2008, após a explosão de uma subestação; outra parada parcial em agosto de 2008, por conta de um curto-circuito em painel eletrônico; e duas paradas não programadas, com mais de 60 dias perdidos — tudo escrito no informe.
Todas essas paralisações na produção causaram prejuízos. O documento aponta que, por conta de todos esses problemas, “oportunidades de negócios foram perdidas da ordem de US$ 68 milhões”, e houve “gasto de US$ 30 milhões com paradas não programadas”. O informe também destaca que, com a disputa mais acirrada entre os dois sócios, a Astra praticamente teria abandonado sua atuação na administração de Pasadena. De acordo com o texto, foi identificado um “aumento no risco humano: ambiente de trabalho ruim e se deteriorando rapidamente. Astra cada vez mais ausente na gestão da refinaria”. Além disso, a diretoria da Petrobras foi informada de que estava havendo perda de pessoas-chave para o dia a dia da refinaria, além da saída de técnicos qualificados.
Sobre a preocupação da Petrobras com uma possível inspeção da Osha e sua repercussão negativa para a imagem da empresa, o informe dá a entender que a entidade americana já havia apresentado anteriormente um relatório no qual apontava a “não conformidade” com algumas irregularidades. Para os diretores da Petrobras, a Astra não estava se importando muito com o assunto, porque, segundo o documento, a belga apresentava apenas sugestões de ações de baixa eficácia.
Outros documentos internos da Petrobras mostram que, para a refinaria de Pasadena continuar a funcionar, em qualquer cenário, seriam necessários investimentos de US$ 275 milhões em meio ambiente, segurança e paradas programadas, dinheiro que seria gasto de 2009 a 2013. Somente modificações no sistema de esgoto, por exemplo, demandavam US$ 5 milhões. Os documentos apontam, inclusive, a necessidade de remoção de pessoal de áreas de risco, a um custo de US$ 12 milhões.
Outras auditorias no controle de estoques da refinaria, obtidas pelo GLOBO, revelam mais falhas graves. O sistema prevê que o cadastramento de todos os negócios realizados pelas empresas da Petrobras deve ocorrer em até 48 horas. Mas, em Pasadena, foi encontrado um atraso de 281 dias nesse cadastramento.O consultor legislativo da Câmara dos Deputados para Petróleo e Gás Paulo César Ribeiro Lima afirmou que o prejuízo e a quantidade de acidentes registrados em Pasadena são altos. Ele destacou que é normal enfrentar problemas ao comprar uma refinaria antiga como Pasadena — que, na definição do consultor, era uma sucata.
— Esse prejuízo é alto, mas, quando você compra uma sucata, tem que estar disposto a investir. A Petrobras deve ter feito os investimentos. E um dos motivos para fazer os investimentos deve ter sido esses acidentes, essas paradas programadas. Uma coisa é você ter uma refinaria nova, ter um problema na unidade e ter que parar. Isso não é uma coisa que você espera. Mas, numa sucata daquela, é mais do que provável que, se você quiser operá-la, vai ter problemas — afirmou Lima.
Segundo ele, a exposição radioativa às vezes ocorre em refinarias no Brasil. — Essa questão de exposição radioativa às vezes ocorre aqui também, porque você faz uma solda no equipamento, e você vai ter que fazer uma inspeção. Aí você usa raio gama, por exemplo. Você tem que cercar uma área, e ninguém pode entrar. E, às vezes, alguém passa na área. Aquilo realmente é um negócio complicado — disse o consultor.
A Petrobras afirma que a refinaria de Pasadena opera normalmente e, assim, está obedecendo às “condições estabelecidas pelas autoridades locais quanto aos aspectos de saúde, meio ambiente e segurança”. Segundo a estatal, desde janeiro de 2013 não há acidentes com afastamento de trabalhadores.“A Petrobras aguarda as conclusões dos trabalhos de sua comissão interna para melhor esclarecer outras questões levantadas”, informou a empresa, por meio da assessoria de imprensa. ( O Globo)

Na foto, da direita para a esquerda: Fernando Pimentel, Marcelo Odebrecht, Dilma Rousseff e Graça Foster, em inauguração de uma unidade industrial da Braskem, que é uma sociedade entre a Petrobras e o Grupo Odebrecht.
A Controladoria-Geral da União (CGU) vai pedir à Petrobrás que tome providências para identificar e punir os responsáveis por irregularidades em contrato de US$ 825 milhões firmado com a Odebrecht. O órgão só está tomando estas providências depois que o Tribunal de Contas da União investiga o caso desde o final de 2013, quando a denúncia foi feita. Leia aqui.
O ministro da pasta, Jorge Hage, disse ontem ao Estado que será feita uma sugestão para que a estatal aplique as penalidades cabíveis. Outra hipótese é que o próprio órgão de controle do governo federal, por meio de sua corregedoria, instaure processo interno a respeito. "É uma recomendação de aplicação de sanções", afirmou o ministro.
O contrato da Odebrecht com a Petrobrás foi firmado em 2010 para prestação de serviços em 10 países nas áreas de segurança e meio ambiente. Auditoria da própria estatal identificou indícios de superfaturamento. O contrato previa itens com preços inflados em até 1.000%. O caso foi revelado no ano passado pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Na época do contrato, a Petrobrás era presidida por José Sergio Gabrielli.
Segundo Hage, a investigação feita pela estatal identificou problemas. Porém, não teria avançado em providências para eventuais punições. "No caso da Odebrecht, foi feito um trabalho pela auditoria interna da Petrobrás, mas ele não concluiu propondo aplicação de sanções."
Sigilo
 O ministro não quis antecipar nomes de eventuais dirigentes alvos de penalidades, justificando que os trabalhos da CGU são sigilosos. O contrato firmado em 2010 e seus aditivos incluem trabalhos de manutenção na refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), pivô da crise na estatal.
No mês passado, o Estado revelou que a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, na época presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, votou a favor da compra da refinaria - um negócio investigado por suspeita de superfaturamento. Em resposta à reportagem, ela disse que sua decisão se baseou em relatório "técnica e juridicamente falho", que omitia cláusulas que, na sua versão, não seriam aprovadas se conhecidas.
Além de Pasadena, o contrato com a Odebrecht previa serviços em unidades no Japão, Argentina, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Chile, Equador, Bolívia e Brasil. Após a constatação de irregularidades, os valores teriam sido reduzidos.
No caso da compra da refinaria de Pasadena, o ministro Hage disse que uma sindicância só será aberta após a estatal apresentar resultados de sua investigação interna a respeito. Segundo ele, uma equipe do órgão acompanha os trabalhos na Petrobrás.
Embora o caso envolva os mais altos dirigentes da companhia, entre eles integrantes do Conselho de Administração, Hage disse não ver a necessidade de avocar a investigação por risco de ingerência. Afirmou que confia nos trabalhos conduzidos pela presidente da estatal, Graça Foster. (Estadão)

O PT fez as contas e apresentou a fatura para Renan Calheiros (PMDB-AL). Não vai contestar a decisão do STF sobre a CPI exclusiva da Petrobras, deixando o servicinho sujo para o presidente do Congresso Nacional, que o fará com todo o seu currículo. Calheiros já pagou amante com dinheiro de empreiteira e já pegou jatinho para implantar cabelos. É das figuras mais nojentas e mais associadas à corrupção pelos brasileiros. É o aliado certo para o partido do Trambique e do Mensalão. É a cara de um e o focinho do outro.

Mujica, o Libertador da Maconha Bolivariana, tirou Dilma da lista dos mais influentes. Humpf!
Os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela), Michelle Bachelet (Chile) e José Mujica (Uruguai) são, ao lado do papa argentino Francisco, os únicos representantes da América Latina na lista de cem pessoas mais influentes segundo a revista americana "Time".
Dilma Rousseff, que esteve em 2012 e 2011, ficou de fora, tendo em vista a perda de prestígio tanto dentro quanto fora do Brasil. Também saíram Graça Foster e Eike Batista, a primeira pelas maracutaias da Petrobras, o segundo porque quebrou de vez. Na lista de 2013 entraram o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), e o chef Alex Atala figuraram entre os escolhidos.
Outros líderes presentes na lista são Vladimir Putin (Rússia) e Hasan Rowhani (Irã). Na capa da revista está a cantora americana Beyoncé. Publicada anualmente, a lista é reconhecida tanto por seu caráter eclético – reúne líderes políticos mundiais como esportistas, artistas pop e ativistas pouco conhecidos – quanto por sua repercussão global.

NO BLOG DO NOBLAT DE 25-4-14
Gabo morreu e deixou aí o seu realismo mágico.
Falta um narrador de sua qualidade literária para descrever a espécie de Macondo em que se transformou a novela da Petrobrás, desde o momento que emergiu a tenebrosa história da compra da refinaria de Pasadena até o capítulo da CPI que o governo quer transformar, como Nizan Guanaes quer fazer com a Copa, na CPI de todas as CPIs.
Tudo começou com a posse de Graça Foster, funcionária de carreira da Petrobrás, de perfil marcadamente técnico, engenheira química de formação, na presidência da empresa, em fevereiro de 2012, em substituição a José Sérgio Gabrielli.
No discurso de posse prometeu “metas mais realistas” no planejamento da empresa, demitiu quatro diretores diretamente ligados a Gabrielli, mandou rever todos os contratos referentes a projetos fundamentais aprovados pelo seu antecessor e deixou um certo tom de perplexidade no ar — afinal de contas para um acionista meia palavra basta.
Prometer metas “mais realistas” não deixa margem a outra leitura: as metas que estavam no planejamento eram irrealistas.
A imprensa, na época, procurou explicar a que se referia a nova presidente, falou nas metas não cumpridas, e antes que os ânimos se acirrassem um pouco além do que é conveniente à convivência política entre criaturas políticas gêmeas, ainda que não univitelinas, apareceu a turma dos panos quentes.
Graça amenizou a sua linguagem, e para responder à exacerbação de quem atribuía a ela “a desconstrução da gestão Gabrielli” (que durara 7 anos), fez novos discursos dizendo que a sua gestão seria “uma gestão de continuidade”. Comme il faut.
Depois que se tornou público o episódio da refinaria de Pasadena, a diplomacia político-empresarial da gigante petrolífera voltou a derrapar e os pelos dos gatos ficaram eriçados de novo.
Leia a íntegra em O realismo mágico

Mariana Oliveira, G1
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu nesta quinta-feira (24) o ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) das acusações de peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica. 
Segundo a denúncia do Ministério Público, Collor teria recebido propina de empresários do setor de publicidade em troca de benefícios em contratos. Conforme a acusação, o dinheiro era usado para pagar contas pessoais do ex-presidente, como a pensão de um filho fora do casamento.

NO BLOG DO JOSIAS DE 24-4-14
O Ministério Público Federal protocolou, em Goiás, uma ação civil pública para obrigar o IBGE a manter o cronograma de realização e divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Signatário da ação, o procurador da República Ailton Benedito de Souza enxergou motivação política no adiamento para janeiro de 2015 da divulgação dos dados.
“A decisão de suspensão das divulgações dos resultados da PNAD Contínua teve unicamente a finalidade de impedir que a população tivesse conhecimento da real conjuntura brasileira no que se refere ao nível de desemprego, em contradição com a propaganda do governo federal”, anotou Ailton em sua petição. “A conduta do IBGE caracteriza flagrante desrespeito aos preceitos constitucionais e legais da publicidade, impessoalidade, moralidade e acesso à informação.”
Na propaganda oficial e nos discursos de campanha, trombeteia-se a taxa de desemprego de 5,4%, apurada pelo mesmo IBGE na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). O problema é que a Pnad Contínua, pesquisa trimestral planejada por oito e divulgada pela primeira vez em janeiro passado, o índice de desemprego foi maior: 7,1%.
Deve-se a diferença à amplitude da amostra. Na PME, compilam-se os dados recolhidos nas seis maiores regiões metropolitanas do país. A Pnad Contínua abrange 3.500 municípios em todo o território nacional. Quer dizer: trata-se de uma pesquisa mais ampla e, portanto, mais precisa.
O procurador incluiu na ação judicial um pedido de liminar. Pede que seja revertida imediatamente, antes mesmo do julgamento final do processo, a decisão da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, de empurrar para depois das eleições a divulgação da pesquisa mais completa. Ela alegou dificuldades técnicas. Faltaria mão de obra para o manuseio dos dados.
Porém, evocando o noticiário, o procurador Ailton Benedito realçou a interferência de senadores governistas no processo. Por exemplo: em 2 de abril, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, enviou ofício sobre o tema à ministra Miriam Belchior (Planejamento).
No texto, Gleisi declara-se preocupada com uma suposta omissão da Pnad Contínua. Faltaria à pesquisa a aferição da renda domiciliar per capita. O diabo é que essa informação só terá utilidade prática a partir de janeiro de 2016, quando entrará no cálculo da verba que o governo federal é obrigado a distribuir aos Estados. Gleisi quer que a metodologia da Pnad Contínua seja debatida no Congresso.
O Ministério Público pede à Justiça que garanta a divulgação dos dados que o IBGE decidiu sonegar, a começar pela publicação referente ao primeiro trimestre de 2014, que estava marcada para 3 de junho. Pede também que sejam fixadas multas diárias para o caso de descumprimento da ordem judicial: R$ 1 milhão para o IBGE e R$ 100 mil para cada dirigente do órgão.
- Aqui, a íntegra da ação (tem 32 páginas).



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