DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 02-4-14

NO JORNAL O POVO
Senador tucano protocola pedido de impeachment de Dilma
Sob a alegação de que a presidente Dilma Rousseff (PT) cometeu ato de improbidade administrativa no processo de compra da refinaria de Pasadena (EUA), o senador Mário Couto (PSDB-PA) protocolou na tarde desta terça-feira um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. "A presidente da República cometeu um crime de improbidade ao confessar que assinou um documento sem ler. Qual é a presidente que pode assinar um documento sem ler?", argumentou o senador.
O tucano afirmou que tem o apoio de 500 mil internautas para protocolar o pedido e que, apesar de ser parlamentar, tomou a decisão como cidadão. "Ela é ré confessa", justificou. O senador tucano alegou que sua ação é individual e não envolve a bancada de seu partido. "A gente não quer meter a bancada nisso aí", afirmou.
Qualquer cidadão pode protocolar um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados, onde começam os processos do gênero. O presidente da Casa, se considerar procedente o pedido protocolado, cria uma comissão especial e seu relatório deve ser aprovado por dois terços do plenário. Se aprovado, o processo de impeachment segue para o Senado.

Joaquim Barbosa determina fim de regalias a condenados no mensalão
Agência Brasil | 23h34 | 01.04.2014
O caso chegou ao STF após a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios abrir investigação preliminar para avaliar a conduta do juiz na condução das execuções das penas.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou nesta segunda-feira (1º) que as autoridades do Distrito Federal acabem com regalias concedidas a condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, que estão presos em Brasília. Na decisão, Barbosa também afirma que o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), não tem “disposição para determinar a apuração dos fatos narrados”.
Desde o ano passado, quando os condenados no mensalão começaram a cumprir pena nos presídios do Distrito Federal, o Ministério Público denunciou a existência de regalias, como alimentação diferenciada e dias de visitas fora do período permitido. Em resposta às acusações, o sistema penitenciário e o governador do DF responderam ao juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP), que não há tratamento diferenciado aos presos.
O presidente decidiu que todas as decisões tomadas pela VEP para garantir o fim de regalias devem ser reiteradas. “Determino que sejam reiterados os ofícios pelo juiz delegatário, bem como as autoridades em atuação nas unidades prisionais implicadas observem todos os termos das decisões anteriormente proferidas pelo mencionado juízo, de modo que sejam suprimidas as diferenças de tratamento entre os detentos”, disse Barbosa.
O caso chegou ao STF após a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) abrir investigação preliminar para avaliar a conduta do juiz na condução das execuções das penas dos condenados no mensalão. Diante da abertura da investigação, o juiz se declarou impedido por motivo de foro íntimo para analisar as questões relacionadas aos condenados. A investigação preliminar foi aberta para apurar falta disciplinar do juiz ao solicitar informações ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, sobre regalias concedidas aos condenados no processo do mensalão.
No despacho divulgado nesta segunda, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, afirmou que o magistrado não cometeu nenhuma irregularidade, apenas cumpriu o dever de zelar pelo correto cumprimento das penas. O ministro também determinou que Bruno Ribeiro seja mantido no cargo.
"Em atitude de claro desdém para com a autoridade judicial, e desconsiderando o fato das irregularidades terem sido divulgadas amplamente e comunicadas pelos órgãos do Ministério Público e da Defensoria Pública em atuação junto à VEP, o governador do Distrito Federal deu indicação clara da sua falta de disposição para determinar a apuração dos fatos narrados e oferecer solução para problema posto”, disse Barbosa.
A assessoria do governador do Distrito Federal foi procurada pela reportagem e ainda não se manifestou.

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA
Chama-se Arena das Dunas o estádio que Natal, capital do Rio Grande do Norte, construiu para a Copa do Mundo, que começará daqui a 71 dias.
Pois bem: construída pela famosa empreiteira OAS, a arena natalense não resistiu à chuva que caiu domingo sobre aquela cidade.
A bela cobertura do estádio foi reprovada no teste e transformou-se em uma só goteira, inundando tudo, inclusive a área destinada à imprensa.
No Itaquerão, na rica cidade de S. Paulo, um operário morreu sábado passado ao cair de um andaime, causando a paralisação da obra, que está seis meses atrasada.
Em Fortaleza, faltam ser concluídos o túnel da Avenida Paulino Rocha e o alargamento da própria.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Também fisicamente o deputado André Vargas é um atentado ao decoro, constatou em 4 de fevereiro um post inspirado na performance do vice-presidente da Câmara na sessão de abertura do ano legislativo. As provas estavam na foto publicada pela Folha. Entre os numerosos detalhes que compõem uma fachada obscena, causaram especial impressão os cabelos que reivindicam aos berros a renovação da tintura, a papada de glutão de nascença e o meio sorriso de Mona Lisa de bordel. Uma figura dessas, registrou a última linha do texto, nem precisa de carteirinha de sócio para entrar sem bater em qualquer clube dos cafajestes.
O post foi brando demais, alertou nesta terça-feira a reportagem da Folha sobre as ligações promíscuas entre o n° 2 da Casa dos Horrores e o doleiro Alberto Yousseff, n° 1 na relação de delinquentes montada pela Operação Lava Jato, concebida para apurar um superlativo esquema de lavagem de dinheiro. As descobertas da Polícia Federal já bastaram para instalar numa cela de cadeia, além de Yousseff, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos articuladores da desastrosa e suspeitíssima aquisição da refinaria de Pasadena. Ainda não se sabe exatamente o que fez o companheiro André Vargas. Mas a entrada em cena reiterou que o caçula do elenco é bastante promissor.
O deputado paranaense regressou ao noticiário político-policial a bordo do jatinho que emprestou de Yousseff para viajar entre Brasília e João Pessoa, na Paraíba. O favor foi negociado em 2 de janeiro, numa troca de mensagens em poder da Polícia Federal. “Tudo certo para amanhã, boa viagem e boas férias”, informou Yousseff num recado pelo celular. Surpreendido pela Folha, Vargas não forjou a tempo um álibi menos bisonho. Disse que optou pelo jatinho “porque os voos comerciais estavam muito caros no período”. Admitiu que conhece o doleiro há 20 anos, mas só agora descobriu quem é Alberto Yousseff. |
“Não sei se o avião é dele, ele foi dono de hangar e eu perguntei se ele conhecia alguém com avião”, improvisou em mau Português. “Eu não sabia com quem eu estava me relacionando. Eu não tenho nenhuma relação com os crimes que ele eventualmente cometeu”. Ou Vargas está mentindo ou é tão prestativo que abre as portas do poder até para desconhecidos necessitados. Numa das conversas, por exemplo, ele aparece no papel de despachante de doleiro, encarregado de facilitar as coisas para uma certa Labogen, empresa fantasma usada por Yousseff para remeter ilegalmente ao exterior mais de 37 milhões de dólares.
O diálogo merece ser transcrito sem correções:
Vargas: Reunião com o Gadelha foi boa demais. (Segundo a Polícia Federal, o deputado se refere a Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde).
Yousseff: Que bom. (…) Parabéns. (…) Gostou do que viu?
Vargas: Sim, mas da conversa com Gadha (Carlos Gadelha) ele garantiu que vai nos ajudar.
Yousseff: Já estamos prontos para Anvisa.
Vargas: Muito bom.
Confrontado com a conversa comprometedora, o vice-presidente da Câmara enredou-se no palavrório dos pilhados em flagrante. Declarou que Yousseff o procurou “para saber como funcionavam parcerias com ministérios”. Que o doleiro amigo e um grupo de investidores “estavam tentando recuperar uma petroquímica”. Que se lembra de um encontro no aeroporto com um representante de Yousseff. Que não consegue recordar o nome desse representante. Que o misterioso mensageiro lhe contou que teria tido “uma boa reunião com Gadelha”.
Melhor interromper o falatório e pedir a algum mensaleiro o número do celular de um advogado especializado em inocentar pecadores. O que disse de improviso só serviu para evocar as imagens do revolucionário com algumas arrobas a mais, ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, erguendo o braço esquerdo para exibir o punho cerrado. Depois desta terça-feira, o Brasil decente desconfia que André Vargas estava ensaiando o gesto que poderá repetir para os fotógrafos na entrada do presídio da Papuda.

Durante a ditadura, a oposição de esquerda transformou a experiência dos países socialistas em referência de democracia. A ditadura do proletariado foi exaltada como o ápice da liberdade humana e serviu como contraponto ao regime militar. A falácia tinha uma longa história. Desde os anos 1930 brasileiros escreveram libelos em defesa do sistema que libertava o homem da opressão capitalista.
Tudo começou com URSS, Um Novo Mundo, de Caio Prado Júnior, publicado em 1934, resultado de uma viagem de dois meses do autor pela União Soviética. Resolveu escrevê-lo, segundo informa na apresentação, devido ao sucesso das palestras que teria feito em São Paulo descrevendo a viagem. À época já se sabia do massacre de milhões de camponeses (a coletivização forçada do campo, 1929-1933) e a repressão a todas os não bolcheviques.
Prado Júnior justificou a violência, que segundo ele “está nas mãos das classes mais democráticas, a começar pelo proletariado, que delas precisam para destruir a sociedade burguesa e construir a sociedade socialista”. A feroz ditadura foi assim retratada: “O regime soviético representa a mais perfeita comunhão de governados e governantes”. O autor regressou à União Soviética 27 anos depois. Publicou seu relato com o título O Mundo do Socialismo. Logo de início escreveu que estava “convencido dessa transformação (socialista), e que a humanidade toda marcha para ela”.
Em 1960, Caio Prado não poderia ignorar a repressão soviética. A invasão da Hungria e os campos de concentração stalinistas estavam na memória. Mas o historiador exaltava “o que ocorre no terreno da liberdade de expressão do pensamento, oral e escrito”, acrescentando: “Nada há nos países capitalistas que mesmo de longe se compare com o que a respeito ocorre na União Soviética”. E continua escamoteando a ditadura: “Os aparelhos especiais de repressão interna desapareceram por completo. Tem-se neles a mais total liberdade de movimentos, e não há sinais de restrições além das ordinárias e normais que se encontram em qualquer outro lugar.”
Seguindo pelo mesmo caminho está Jorge Amado, Prêmio Stalin da Paz de 1951. Isso mesmo: o tirano que ordenou o massacre de milhões de soviéticos dava seu nome a um prêmio “da paz”. Antes de visitar a União Soviética e publicar um livro relatando as maravilhas do socialismo – o que ocorreu em 1951 -, Amado escreveu uma laudatória biografia de Luís Carlos Prestes. A União Soviética foi retratada da seguinte forma: “Pátria dos trabalhadores do mundo, pátria da ciência, da arte, da cultura, da beleza e da liberdade. Pátria da justiça humana, sonho dos poetas que os operários e os camponeses fizeram realidade magnífica”.
A partir dos anos 1970, o foco foi saindo da União Soviética e se dirigindo a outros países socialistas. Em parte devido aos diversos rachas na esquerda brasileira. Cada agrupamento foi escolhendo a sua “referência”, o país-modelo. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) optou pela Albânia. O país mais atrasado da Europa virou a meca dos antigos maoistas, como pode ser visto no livro O Socialismo na Albânia, de Jaime Sautchuk. O jornalista visitou o país e não viu nenhuma repressão. Apresentou um retrato róseo. Ao visitar um apartamento escolhido pelo governo, notou que não havia gás de cozinha. O fogão funcionava graças à lenha ou ao carvão. Isso foi registrado como algo absolutamente natural.
O culto da personalidade de Enver Hoxha, o tirano albanês, segundo Sautchuk, não era incentivado pelo governo. Era de forma natural que a divinização do líder começava nos jardins de infância onde era chamado de “titio Enver”. As condenações à morte de dirigentes que se opuseram ao ditador foram justificadas por razões de Estado. Assim como a censura à imprensa.
Com o desgaste dos modelos soviético, chinês e albanês, Cuba passou a ocupar o lugar. Teve papel central neste processo o livro A Ilha, do jornalista Fernando Morais, que visitou o país em 1977. Quando perguntado sobre os presos políticos, o ditador Fidel Castro respondeu que “deve haver uns 2 mil ou 3 mil”. Tudo isso foi dito naturalmente ─ e aceito pelo entrevistador.
Um dos piores momentos do livro é quando Morais perguntou para um jornalista se em Cuba existia liberdade de imprensa. A resposta foi uma gargalhada: “Claro que não. Liberdade de imprensa é apenas um eufemismo burguês”. Outro jornalista completou: “Liberdade de imprensa para atacar um governo voltado para o proletariado? Isso nós não temos. E nos orgulhamos muito de não ter”. O silêncio de Morais, para o leitor, é sinal de concordância. O pior é que vivíamos sob o tacão da censura.
O mais estranho é que essa literatura era consumida como um instrumento de combate do regime militar. Causa perplexidade como os valores democráticos resistiram aos golpes do poder (a direita) e de seus opositores (a esquerda).

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Escândalo na Suíça denunciou que a tecnologia de rádio dos caças Gripen, comprados pelo governo brasileiro em dezembro passado, detém “certificado de tecnologia” americana da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA).  O sistema de rádio, desenvolvido pela empresa Rockwell Collins, permite o monitoramento de toda comunicação e até das imagens capturadas pelos caças suecos.
Como o Brasil, a Suíça vai comprar os caças Gripen, da Saab, que terceirizou o sistema de comunicação à americana Rockwell Collins.
De acordo com denúncia do jornal suíço Tages Anzeiger, a tecnologia de comunicação pode até ser desligada por completo, remotamente.
Parlamentares suíços já pediram que o Ministério da Defesa de lá explique o caso e dê “transparência total” à compra de caças Gripen.
O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) encaminhou para análise técnica projeto que permite ao consumidor gerar energia (eólica, solar, etc) em casa e vender o excedente, como ocorre na Alemanha e nos EUA. Segundo o autor da recomendação, o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), cada 30 mil casas com geradores produzem 2,5 gigawatts de potência, suficiente para abastecer cerca de um milhão de pessoas.
Está sob suspeita de manipulação uma enquete sobre a definição de família, no site da Câmara dos Deputados. Ontem, ninguém conseguia marcar a opção definindo família como “núcleo formado a partir da união entre homem e mulher”. A Câmara alegou “problemas técnicos”.
A farsa da construção da sede da UNE no Rio, que recebeu mais de R$ 50 milhões do governo federal, vai além dos tapumes metálicos que escondem o mato: não há placa identificando projeto de engenharia.
O Procurador-Geral, Rodrigo Janot, prometeu a Luiz Carlos Heinze (PP-RS) celeridade na investigação da compra feita pela Petrobras, em 2009, de 50% de participação em duas usinas de biodiesel da BSBios, em Passo Fundo (RS) e Marialva (PR). Valor total: R$ 255 milhões.
…o “não sabia que Youssef era doleiro”, de André Vargas, foi a melhor mentira de 1º de abril em Brasília ontem. Quase supera o “mestre” Lula.

NO BLOG DO CORONEL
O ex-diretor internacional da Petrobrás Nestor Cerveró se ofereceu por meio de cartas a prestar esclarecimentos no Congresso Nacional, na Polícia Federal e perante o Ministério Público sobre a compra da refinaria de Pasadena. Cerveró participou da negociação e foi apontado como autor do resumo executivo que balizou a aprovação da transação pelo Conselho de Administração da Petrobrás em 2006. Na negociação, a estatal brasileira mais de US$ 1 bilhão.
A compra, conforme revelou o Estado, teve o voto favorável da presidente Dilma Rousseff, que comandava o Conselho. Ela disse que o resumo tinha "informações incompletas" e era técnica e juridicamente falho. Cerveró foi exonerado da diretoria financeira da BR Distribuidora no dia 21 de março, após a repercussão negativa do caso, que leva agora o Congresso a debater a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para realizar a investigação.
As cartas de Cerveró, cujo conteúdo o Estado teve acesso, datam da última segunda-feira, 31 de março, e são assinadas pelo ex-diretor e por seu advogado, Edson Ribeiro. Elas foram encaminhadas ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra. Os documentos foram protocolados nesta quarta-feira, dia 1º de abril.
As duas correspondências endereçadas ao Congresso tem igual teor: "Venho informar a Vossa Excelência que estou à disposição da Câmara dos Deputados para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários sobre minha participação, à época, como diretor internacional da aludida estatal, bem como sobre toda a tramitação do processo aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás e, ainda, demais fatos que atestam a lisura do meu procedimento", diz o ex-diretor. O tom é o mesmo nas encaminhadas à PF e ao MP. A estes órgãos, requer a designação de datas para oitivas.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Imbassahy (BA), disse que recebeu o advogado de Cerveró na tarde desta quarta-feira e ouviu dele a reiteração do desejo do cliente de prestar depoimento. Imbassahy observou que a Comissão de Fiscalização e Controle já fez um convite ao ex-diretor e incumbiu o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) de levar cópia da carta para a sessão da comissão para que seja marcado o depoimento. "Ele vem há algum tempo mandando sinais e agora tem a carta. Espero que a comissão marque já para a próxima semana", disse o líder tucano.
A oposição acredita que o ex-diretor poderá levantar dúvidas sobre a versão de Dilma de que não conhecia as cláusulas que levaram ao prejuízo no negócio. A presidente diz que não faziam parte do resumo executivo as cláusulas que garantiam lucro mínimo à empresa belga Astra Oil, sócia na refinaria, e que obrigavam a Petrobras a comprar a parceira em caso de desavença comercial. Dilma afirmou ainda que caso essas informações tivessem sido recebidos o negócio poderia ter outro desfecho no Conselho de Administração. A expectativa dos oposicionistas é de que o ex-diretor se defenda das acusações da presidente sustentando que ela teve acesso a todos os detalhes da compra. (Estadão)

O Jornal Nacional mostrou, em primeira mão, ontem, o conteúdo de dois documentos sobre o processo da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras. São relatórios de empresas contratadas para avaliar o negócio antes que ele fosse concretizado. E as duas deixaram muito claro para a Petrobras que não tiveram tempo e informações suficientes pra fazer a avaliação. E alertavam para riscos.
Mesmo assim, a empresa brasileira concretizou a compra, que acabou se tornando um péssimo negócio. O parecer confidencial foi entregue à Petrobras em janeiro de 2006, um mês antes da aprovação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Foi feito pela BDO, uma empresa de auditoria que atua em 140 países.
A empresa fez um levantamento na contabilidade e nos valores de estoques e equipamentos, avaliados pela Astra Oil. Os auditores encontraram 40 pontos questionáveis, perguntas sem resposta. A BDO questiona, por exemplo, o fato de a Astra Oil dizer que seus equipamentos valem US$ 33 milhões, sem informar quais são, quantos são, o tipo e o tempo de uso. No relatório, em inglês, a consultoria afirma que é preciso obter uma lista detalhada para justificar esse valor.
A consultoria também questiona o valor de US$ 189 milhões fixado para o estoque de óleo da refinaria. A BDO diz que o contrato não detalha o tamanho desse estoque. A BDO alerta: a refinaria passou por disputas trabalhistas e precisa se adequar às leis ambientais, o que pode gerar novas despesas. O relatório recomenda expressamente: é preciso colocar limites! Uma consultoria desse tipo é feita para evitar riscos e prejuízos, e cabia à Petrobras seguir ou não as recomendações.
Metade da refinaria foi comprada em 2006, e a outra metade em 2012. A Petrobras gastou, no total, cerca de US$ 1,3 bilhão, ou mais de R$ 2,9 bilhões, por uma refinaria que valia, em 2005, US$ 42,5 milhões. Há duas semanas, a presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da Petrobras, declarou, em nota, que apoiou a compra com base em um resumo técnico que trazia "informações incompletas", e “omitia qualquer referência às cláusulas", "que se fossem conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho de Administração da Petrobras".
O Jornal Nacional também teve acesso ao documento feito pelo Citigroup - que tem sido usado pelo governo como um atestado de defesa da compra da refinaria. Mas não é isso que o relatório contém. O Palácio do Planalto chegou a citar a avaliação em uma cartilha, que encaminhou a deputados aliados para que eles unificassem o discurso a favor do negócio.
O documento a que o Jornal Nacional teve acesso é confidencial. A data é de 1° de fevereiro de 2006, mesmo mês em que a compra de Pasadena foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras.São três páginas, em inglês, enviadas à direção da Petrobras. E quase todo o conteúdo é dedicado a ressalvas sobre a metodologia e os critérios usados pelo Citigroup.
Os técnicos admitem que somente conversaram com diretores e representantes da Petrobras e examinaram previsões financeiras disponibilizadas pela diretoria da estatal. O documento diz: "Nós não fizemos e não nos foi fornecida uma avaliação independente". E destaca: "Nós não fizemos inspeções na refinaria de Pasadena, no Texas". "E nossa opinião é baseada, necessariamente, em dados fornecidos para nós". O Citigroup informa que, por causa disso, "confia que a Petrobras não tenha omitido informações relevantes ao grupo".
São dez parágrafos. Nove dedicados a ressalva, e apenas um, no fim do relatório, se limitando a dizer que o preço foi justo do ponto de vista financeiro. O Citigroup não opinou sobre outros termos do negócio. E alerta que o documento deveria servir ao quadro de diretores da Petrobras somente para nortear a avaliação da compra. O parecer não poderia ser citado publicamente sem o consentimento do Citigroup.

Até agora, por conluio ou falta de noção, a imprensa não publicou o nome dos senadores que apoiaram a CPI inventada ontem pela Gleisi Hoffmann (PT-PR) para tentar melar a verdadeira CPI instalada no Senado para investigar os escândalos diários que surgem contra a Petrobras. Quando a CPI da oposição foi protocolada, os nomes dos senadores apoiadores foram fartamente divulgados. Veja na imagem. Havia até mesmo uma lista dos que seriam convencidos a desistir em troca de benesses do governo ou mesmo de pura chantagem. Não aconteceu. Foram valentes que mantiveram seus nomes debaixo de todo o tipo de pressão deste governo corrupto. Agora escondem o grupo que tenta driblar a democracia e dar um golpe no direito da minoria instalar CPIs. Sabe-se que do PT todos assinaram, assim como os dois senadores do PCdoB. Quem são, por exemplo, os 8 senadores do PMDB que tentam assassinar a CPI da Petrobras? Estão com medo de mostrar a cara ao país? Queremos a lista dos 32 golpístas!

Nas conversas interceptadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o vice-presidente da Câmara, André Vargas, demonstram ter muito mais do que uma relação de amizade. Em quase cinquenta mensagens registradas pela PF, Vargas recebe orientações do doleiro, combina reuniões com Youssef e chega a passar informações das conversas que ele, como parlamentar do PT, mantinha com integrantes do governo. Como é natural nesses diálogos nem sempre edificantes flagrados pela polícia, Vargas e Youssef adotam a precaução de conversar em códigos. Para Polícia Federal, no entanto, os registros colhidos na operação mostram que Vargas faz parte de projetos de Youssef e usa sua influência no governo em benefício do parceiro.
Nas mensagens obtidas pela polícia, Vargas e Youssef tratam de interesses do laboratório Labogen Química Fina e Biotecnologia no Ministério da Saúde. Como VEJA revelou há duas semanas, a Labogen é uma das empresas do esquema do doleiro. A Polícia Federal já descobriu que a empresa – que está no nome de um laranja de Youssef e é tudo menos um laboratório farmacêutico – já havia conseguido fechar uma parceria com o Ministério da Saúde pela qual receberia 150 milhões de reais em vendas de remédios para o governo. 
No dia 26 de fevereiro deste ano, Vargas escreve para Yousseff: “Reunião com Gadelha foi boa demais... Ele garantiu que vai nos ajudar, que sabe da importância, e encaminhou reunião decisiva dia 18, mas pediu que entregássemos os medicamentos da primeira PDP (Parceria para o Desenvolvimento Produtivo) e concluíssemos Anvisa, boas práticas aqui em BSB”. O doleiro elogia o empenho de Vargas: “Que bom. Parabéns.” E diz que já estão prontos para a Anvisa. “Muito bom”, finaliza Vargas.
Para a Polícia Federal os termos da conversa não deixam dúvidas: “Os indícios presentes nesta conversa apontam que o interlocutor não identificado (André Vargas) faz parte do projeto da Labogen junto ao Ministério da Saúde, e possivelmente atua exercendo influência junto aos responsáveis pela contratação do governo.” Falando sempre em códigos, André Vargas e o doleiro falam da necessidade de marcar uma reunião com um interlocutor identificado por Vargas pelas iniciais “PP”. Aparece na conversa também o nome de um certo “Marcos”.
No dia 7 de março, outra conversa chama atenção dos investigadores. Até então, os agentes da Polícia Federal consideravam a possibilidade de André Vargas ser apenas um homônimo do vice-presidente da Câmara. As evidências de que se trata mesmo do deputado federal petista aparecem quando o próprio Vargas combina um encontro com Youssef: “Quer fazer eu, você e Marcos segunda de noite em Brasília (sic)?”, pergunta o doleiro. “Tenho reunião com deputados. PP falou de fazermos na quinta”, responde André Vargas. “A partir dessa afirmação, ficam contundentes os indícios de que o interlocutor possui contatos no Congresso, pois tem marcada uma reunião com deputados, provavelmente em Brasília”, registra a PF no relatório.
Ainda segundo a PF, as negociações entre André Vargas e o doleiro no Ministério da Saúde eram realizadas a partir do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Augusto Grabois Gadelha, e de Eduardo Jorge Valadares, diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, órgão do Ministério da Saúde. Além dos servidores, o próprio ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, atualmente pré-candidato petista ao governo de São Paulo, é citado nominalmente no inquérito da Polícia Federal justamente por ter assinado o contrato com o laboratório do doleiro.
Ao jornal Folha de S.Paulo, que revelou parte das conversas hoje, Vargas negou qualquer contato com os servidores citados pela Polícia Federal. Na semana passada, porém, o vice-presidente da Câmara também negava ter participado de qualquer reunião com o doleiro em Brasília ou intermediado qualquer interesse de Youssef. “Eu só conversava com o Youssef em Londrina, no aeroporto ou num posto de gasolina. Como eu sou um cara que tenho muita influência no partido do governo, ele queria saber o que estava acontecendo na política, na economia. Ele queria saber dos cenários econômicos, políticos e eu só dava os meus pitacos”, disse Vargas. Com o lobby e as reuniões de Vargas em favor do doleiro escancaradas, tem-se agora a demonstração do que pode estar por trás de um simples “pitaco”. (VEJA)

O Senado da República acaba de assistir a um fato lastimável, a um verdadeiro golpe dos mais baixos contra a democracia. Primeiro, na tentativa de inviabilizar a CPI da Petrobras, Gleisy Hoffmann, senadora do PT do Paraná, suscitou uma questão de ordem para dizer que a mesma não tinha um fato determinado. Ora, os fatos citados estão todos conexos: compra superfaturada da refinaria de Pasadena, superfaturamento da refinaria Abreu e Lima, compra superfaturada de plataformas com pagamento de propina para funcionários corruptos e, por fim, lançamento destas plataformas ao mar sem condições de segurança, colocando em risco a vida de funcionários. Num segundo momento, sem conseguir convencer para a questão de "desordem", o PT e a senadora paranaense incluíram no requerimento da CPI da Petrobras a investigação de um fato que nada tem a ver com o objeto da mesma, indo contra o que estavam pregando minutos antes. A investigação de um suposto cartel de trens em São Paulo, apenas em São Paulo, quando existem denúncias no Brasil inteiro. Um momento vergonhoso do Congresso Nacional. Uma canalhice sem precedentes. Um golpe contra a democracia brasileira.

NO BLOG DO NOBLAT
Tahiane Stotchero, G1
O Corpo de Bombeiros de São Paulo diz que o projeto técnico da Arena Corinthians ainda não foi apresentado para avaliação final e que, dessa forma, segundo nota divulgada para o G1, "o estádio não está seguro para receber o público, tendo em vista que ainda não se adequou à legislação vigente e não possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros".
De acordo com o major Sidnei Turato, o clube ainda tem 26 irregularidades apontadas no projeto para responder, ainda não informou a lotação exata do estádio nem como as pessoas podem sair em caso de emergência.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
PRESENTE - O deputado petista André Vargas, em férias, na Paraíba (Fotos do site de Veja)

Quando fretou um avião particular para as férias do vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), o doleiro Alberto Youssef não estava fazendo apenas um favor para um político influente no governo da presidente Dilma Rousseff. Vargas era mais do que isso para o doleiro. Ambos tratavam-se como irmãos. Nas conversas interceptadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, o deputado petista não esconde a euforia ao agradecer Youssef pelo aluguel do jato: “Valeu irmão.” Um verdadeiro presente de irmão mesmo. Documentos obtidos por VEJA revelam que o aluguel do Learjet 45, fretado para transportar a família do petista de Londrina (PR) a João Pessoa, na Paraíba, custou 100.000 reais.
Pivô de um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado até 10 bilhões de reais, o doleiro Alberto Youssef é um antigo conhecido de André Vargas. Como VEJA revela na edição desta semana, Vargas e Youssef moram na mesma cidade, Londrina, se conhecem há vinte anos e, nos últimos anos, com a chegada de André Vargas a cargos importantes no Congresso, conversavam rotineiramente sobre negócios variados. “Ele me procurava para avaliar investimentos, colher informações, trocar ideias”, disse Vargas na semana passada. Nessa “troca de informações” entrariam dados valiosos sobre o programa Minha Casa, Minha Vida – cujo relator foi justamente André Vargas, na Câmara – e negócios do doleiro no Ministério da Saúde.
Jatinho luxuoso fretado pelo doleiro Youssef

“VALEU IRMÃO”
Foi interceptando o telefone BlackBerry, o mesmo modelo utilizado por André Vargas, que a Polícia Federal estabeleceu o vínculo do doleiro com o deputado petista. No dia 2 de janeiro, véspera da viagem de férias da família, Vargas e Youssef trocaram vinte mensagens sobre o avião. “Tudo certo para amanhã. Daqui a pouco te passo o tel do comandante... Duração do voo: 3h45 minutos, João Pessoa, Paraíba”, avisa Youssef a Vargas. “Tem o telefone da América?”, pergunta o deputado, referindo-se ao hangar aonde o avião chegaria. “Da América, não. Mas é só buzinar no portão que eles abrem”, orientou o doleiro. “Valeu irmão”, devolveu Vargas. “Boa viagem e boas férias abs (sic)”, responde Youssef. Leia MAIS

NO BLOG ALERTA TOTAL
Se o governo petralha jura que não deseja revogar a Lei de Anistia, então, o que justifica que a chefona em comando Dilma Rousseff tenha determinado e o Ministério da Defesa, ordenado que sejam criadas comissões de sindicância para investigar torturas e mortes em 7 instalações militares, durante o período 1964-1985? Tal determinação do ministro Celso Amorim aos militares resulta de um pedido, feito no dia 18 de fevereiro, pelo presidente da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari. Curioso é que os Comandantes Militares cumpriram direitinho a ordem superior, aparentemente sem grandes contestações públicas.
Na verdade, a Presidenta Dilma Rousseff e seus radicalóides no desgoverno só esperam a chegada do relatório final de uma petição on line, com centenas de milhares de assinaturas, colhidas pela ONG Anistia Internacional, para que algum “laranja” no Congresso Nacional faça um Projeto de Lei Complementar com um pedido de revogação da Lei de Anistia de 1979. Além de deixar os militares PTs da vida, o ato burro, inconstitucional e revanchista de mudar a Lei 6.683, de 28 de agosto de 1979, não é tema consensual na complicada base aliada, ainda mais em véspera de CPI da Petrobras, pedido de impeachment e tentativa de reeleição presidencial.
O problema concreto é que não basta ter vontade de mudar a anistia. Simplesmente, ela está inserida como clausula pétrea,” imexível”, da Constituição de 1988 – que a petralhada amaria reformar. Se fizerem uma nova constituição, pode-se pensar em mudar a regra do jogo. Do contrário, só contando com a nova configuração governista do STF para mexer no vespeiro. A OAB pretende questionar no STF, novamente, o alcance da anistia – conivente com a quebra da soberania legal brasileira proposta pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e pelos revisionistas da chamada “Justiça de Transição” (transição para quê, não se sabe).
A intenção prática da turma da ex-guerrilheira Dima é permitir uma espécie de revogação unilateral da anistia que se puna alguns militares ainda vivos, como bodes expiatórios. Nada se fala em punir esquerdistas que também praticaram comprovados atos hediondos de tortura, assassinatos e atos terroristas – que são crimes claramente imprescritíveis, na tese da tal “Justiça de Transição”. A Anistia Internacional não toca nos crimes hediondos da esquerda.
O comandantes das Forças Armadas, em ato de falso legalismo hierárquico, embarcam na inconstitucional intenção dos revanchistas ideológicos pós-64. O Exército abriu sua sindicância em 25 de março, enquanto Marinha e a Aeronáutica abriram no simbólico dia 31 de março. Os sete locais investigados são no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco: Destacamento de Operações de Informações do I Exército (DOI/I Ex); 1ª Companhia de Polícia do Exército da Vila Militar; Base Naval da Ilha das Flores; Base Aérea do Galeão; Destacamento de Operações de Informações do II Exército (DOI/II Ex); Destacamento de Operações de Informações do IV Exército (DOI/IV Ex); Quartel do 12º Regimento de Infantaria do Exército.
O Alerta Total adverte. Não resta dúvidas de que estamos em uma perigosa Era da Intolerância – que tem tudo para acabar mal, em radicalização, violência e tudo de ruim que uma tirania mental possa produzir. A proposta de mexer na anistia faz parte de um carnaval ideológico que tem dois objetivos claros. Primeiro, desmoralizar as forças armadas, como guardiãs da soberania e dos valores democráticos. Segundo, usar o tema polêmico para desviar o foco de outros problemas mais graves.
Lamentável é que alguns militares de alta patente, na ativa, caiam, feito patinhos, neste jogo globalitário contra os interesses soberanos do Brasil. Quando vão aprender que o inimigo real não é o comunista. O verdadeiro inimigo é quem patrocina os ideólogos para enganar os tolos, enquanto coloniza o Brasil.
Comissão da Mentira
Do jurista Célio Borja, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, aos 85 anos de idade ainda advogando no Rio de Janeiro, em entrevista à Folha de S. Paulo, condenando o falso debate sobre quebra da Lei de Anistia e a ação da Comissão da Verdade.
“A Anistia é um instrumento de pacificação. Ninguém é tolo o bastante de acreditar que seria possível pacificar o país sem o esquecimento dos crimes praticados de um lado ou de outro. A Comissão da Verdade é o oposto. O que a Anistia fez, ela desfaz”.
Nem por isso, Borja deixou de criticar o ato falho do regime, o Ato Institucional número 5, baixado na azarada sexta-feira 13 de dezembro de 1968:
“A sublevação de organizações de esquerda criou um clima que justificava, para alguns, uma carapaça militar sobre o governo civil. O AI-5 foi um desastre. Havia a Constituição de 1967 e um recomeço da vida constitucional. Mataram isso”.
Termo impreciso
O mesmo jurista Célio Borja, que foi presidente da Câmara dos Deputados durante o governo do Presidente Ernesto Geisel (1974-1979) prega que não houve “ditadura”, mas sim um “regime de plenos poderes”:
“Ditadura é a concentração de todos os poderes em mãos do chefe de Estado. Nenhum presidente militar teve isso. O Congresso e o Judiciário eram independentes. Ditadura, nunca houve. O que se podia dizer é que havia um regime de plenos poderes. Não era ditadura”.
Borja classificou de distorcida a visão que se tem do governo dos presidentes militares:
“Sempre se diz que a história é escrita pelos vencedores. Aqui, os vencidos estão escrevendo a seu gosto com um objetivo político: desqualificar quem não lutou contra a famosa ditadura, que não foi ditadura nenhuma”.
Puro Primeiro de Abril...
Dilma Rousseff declarou, na segunda-feira, que reconhece e valoriza “os pactos políticos que nos levaram a redemocratização”.
Ontem, Dia da Mentira, a Secretaria de Comunicação da Presidência providencialmente informou que o governo não pretende tomar iniciativa para propor mudanças na Lei da Anistia.
A mensagem oficial só ressalva que o governo também não pretende interditar o debate sobre sua revisão.
Morde e assopra
Sem nada entender de constitucionalidade, por culpa ou dolo, a nova Secretária Especial de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, repetiu a bobagem legal de que cabe ao Congresso Nacional decidir se pretende ou não revisar a Lei de Anistia.
Na mesma linha imbecil de raciocínio ideológico com o intestino, a agora deputada Maria do Rosário (PT-RS), que passou o posto a Ideli, anunciou que volta para a Câmara justamente para tentar rever a Anistia:
“O governo nunca obstruiu esse debate. Ele é um debate, no entanto, que deve estar nas mãos da sociedade e que cabe ao Congresso, não é iniciativa do Poder Executivo. O Congresso também precisa ocupar o seu lugar, valorizando a própria democracia de quem ele é fruto. Por isso, eu concordo totalmente com a presidenta Dilma em seu pronunciamento, mas como parlamentar as tarefas do Congresso devem fazer o Brasil avançar num novo sentido”.
Marta contra revisão
Existe uma clara divisão no governo sobre o tema tabu da revisão da Anistia.
Quem é ligado a Luiz Inácio Lula da Silva, pragmático sindicalista de resultados, é contra a revisão, como a ministra Marta Suplicy, da Cultura:
“Acho muito importante o que a Comissão da Verdade vem fazendo, mas, em relação à anistia, não é por aí”.
Já o pessoal radicalóide, mais próximo da Dilma, sonha com a revisão revanchista...
Data Venha...
Piadinha jurídica, no meio das ações contra a Petrobras, contada ontem por um senador de oposição para seus assessores.
Pelas normas gramaticais da Dilma Rousseff, não se pode chamar de “Put On” a cláusula na negociata da refinaria Pasadena que obrigava uma das partes a comprar a outra em caso de desacordo.
Na lógica de língua portuguesa da Dilma, já que cláusula é uma palavra feminina, o termo correto seria “Puto Ona”.
Impeachment
O senador Mário Couto (PSDB-PA) insiste que cabe pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, para que seja apurada a participação dela, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, na compra superfaturada de uma refinaria defasada tecnologicamente e cheia de passivos ambientais bilionários, nos Estados Unidos.
Mário Couto afirma que a abertura de processo se justifica para apurar “prática dos atos considerados como crimes de responsabilidades, por atentatórios à probidade administrativa e à guarda ilegal e emprego dos dinheiros públicos (sic)”.
O senador defende que a presidente teria fugidio a sua responsabilidade do caso da compra da refinaria, no Texas.
Quem tem culpa tem medo

Tese idiota
O presidente do PT, Rui Falcão, insistiu no discurso de que a CPI é um ataque à empresa, e não à presidente Dilma Rousseff:
“Essa jogada político-eleitoral enfraquece a Petrobras, que é a maior empresa brasileira”.
Governistas já sabem que não existe viabilidade jurídica de ampliar o foco da CPI da Petrobras, por isso a urgência é matá-la no nascedouro, antes que comece mal e termine pior ainda.
O Desafio é...
A Petrobras terá que pagar indenização de R$ 3 mil a cada pescador prejudicado pelo derramamento de amônia no rio Sergipe, em 2008.
O valor foi determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em recurso julgado pela Segunda Sessão da Corte.
Outras 1.200 ações correm na Justiça sobre o mesmo acidente ambiental e estão sendo julgadas na mesma linha de interpretação da lei federal.
Em outubro de 2008, a indústria Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (Fafen), subsidiária da Petrobras, deixou vazar para as águas do rio Sergipe cerca de 43 mil litros de amônia, o que provocou a morte de peixes, crustáceos e moluscos e, consequentemente, a quebra da cadeia alimentar do ecossistema fluvial.
Prejuízos na Venezuela...
Empresas brasileiras, com grandes negócios na Venezuela, estão apavoradas com um eventual recuo do apoio do governo brasileiro às medidas radicais e de força tomadas por Nicolas Maduro.
E tem mais problema: Dilminha não pode cantar de galinha contra o que chama de “atrocidades da ditadura militar no Brasil”.
O lamentável é ver a Dilma mantendo seu biquinho calado sobre as violações públicas de direitos humanos e civis que a repressão de Nicolas Maduro promove na Venezuela, principalmente contra jovens e mulheres, os mais aguerridos manifestantes contra a ditadura bolivariana.

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.


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