DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 26-01-14

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Auditoria sigilosa da Controladoria-Geral da União (CGU), em geral muito boazinha com órgãos do governo federal, apontou dezenas de irregularidades no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que motivaram operação da Polícia Federal na qual foram presos ou conduzidos coercitivamente altos funcionários da Cia Nacional de Abastecimento (Conab). A CGU avaliou repasses de R$ 1,3 bilhão dos ministérios da Agricultara e do Desenvolvimento Social só em 2013.

Os gastos da Conab com o PAA, fonte dos escândalos, representam 68,33% do total de 2009 a 2012. A informação é da própria CGU.

O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, enfrenta resistência na bancada do PT e sobretudo entre parlamentares ligados à saúde, que o acusam de ser “sectário” demais: “só favorece aos seus”. Clientes?

Lula tinha razão: “nunca antes na história deste país”, o Brasil teve o maior déficit em conta corrente, a menor criação de empregos em uma década, e a confiança do consumidor mais baixa desde junho de 2009.

…como diria Dilma, quando você olha um Fórum Econômico Mundial sempre vê um grande capitalista por trás.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Publicado na edição impressa de VEJA
MARCELO SAKATE
Os governos gozam de um privilégio perigoso: fabricar dinheiro. Nos períodos de recessão forte os governos podem ─ e devem ─ abrir a torneira de liquidez monetária para tentar reanimar a atividade econômica. Perigoso por quê, então? Porque imprimir dinheiro não significa criar riqueza. Se errar a mão e imprimir mais dinheiro do que a economia precisa para funcionar, o governo arrisca-se a criar uma bolha inflacionária ─ que nada mais é do que o aumento artificial dos preços pelo excesso de liquidez no mercado.
Nos últimos anos, em reação à queda no ritmo de crescimento do PIB, a equipe econômica de Dilma Rousseff resolveu elevar o volume de crédito como forma de incentivar o consumo e, assim, dar um empurrão na economia. Não funcionou. Nem podia. Os números mostram que nos últimos dez anos o consumo dos brasileiros aumentou 115%, enquanto, no mesmo período, a indústria nacional cresceu apenas 20%.
Não é preciso ser um gênio para ver nessa disparidade o retrato de uma política econômica que se equivoca em incentivar o consumo, quando o gargalo está na produção. Não se resolve com mais crédito uma situação em que a demanda dispara, enquanto a oferta de produtos fica estagnada. Claramente, a indústria brasileira não está conseguindo competir em preço e qualidade com os produtos importados. As fábricas brasileiras precisam aumentar exponencialmente sua produtividade, e isso não se consegue com mais crédito ─ que implica mais gastos do governo, maior desequilíbrio fiscal e, claro, juros mais altos.

NO BLOG DO CORONEL

A presidente Dilma Rousseff está em Portugal, onde passa o fim de semana. A comitiva presidencial ocupa mais de 30 quartos de dois dos hotéis mais caros de Lisboa. Segundo o Estado apurou, a suíte que ela utiliza custa, no preço da tabela, cerca de R$ 26,2 mil (8 mil euros). A viagem não estava na agenda oficial da presidente, divulgada na sexta-feira à noite, e foi mantida em sigilo pelo Palácio do Planalto. A informação era de que ela estaria "sem compromissos oficiais" hoje e amanhã.
Pela manhã, Dilma deixou Zurique sem falar com a imprensa. A presidente esteve na Suíça desde quinta-feira e, ontem, foi uma das palestrantes no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O próximo compromisso oficial é a inauguração de um porto financiado pelo Brasil em Cuba, na segunda-feira. Entre Davos e Cuba, Dilma e sua delegação decidiram passar o sábado em Lisboa. Além da presidente, a comitiva conta com alguns dos ministros que a acompanharam até a Suíça.
Ela se hospeda no hotel Ritz de Lisboa. O estabelecimento colocou uma enorme bandeira do Brasil na porta para homenagear a presidente. Já sua delegação de apoio ocupará mais 25 quartos no hotel Tivoli. Os dois aviões da delegação de Dilma decolaram de Zurique às 12h15 horário de Brasília. Ela deve deixar Lisboa amanhã, às 10h (horário local). Em Davos, Dilma fez um apelo a investidores para que apostem no Brasil e falou de programas de combate à pobreza.
Acompanhada
 A presidente Dilma chegou ao hotel em Lisboa acompanhada dos ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), além de Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência. A assessoria informou que a passagem por Lisboa é uma "parada técnica".(Estadão)

Lula e a Odebrecht: muito mais do que negócios...
A Odebrecht faturava R$ 5 bilhões em 2000. Em 2014 deve chegar ao seleto clube das empresas que faturam mais de R$ 100 bilhões anuais. Não houve, neste período, maior parceiro do PT do que este grupo empresarial. Chega a ser assustador o volume de negócios que Lula abriu para seu amigo Emílio, o fundador, ou para o novo presidente Marcelo. Sempre em mercados altamente suspeitos. Angola,Venezuela e Cuba são apenas alguns deles. 
O BNDES sempre presente, financia tudo e mais um pouco. Por exemplo, o Porto de Mariel, que Dilma irá inaugurar na próxima semana, em Cuba, levando uma comitiva de mais de trinta pessoas. O banco estatal entregou U$ 682 milhões para a Odebrecht tocar a obra. E colocou o negócio sob segredo de estado. Agora a Odebrecht anuncia que fará uma fábrica de plásticos dentro do porto cubano. Como tudo corre em segredo de estado, não se sabe de onde vem o dinheiro. 
No final do ano, a Odebrecht recebeu mais uma benesse do BNDES. A Odebrecht Transport, que ganhou a concessão do aeroporto do Galeão do Rio, vendeu 10,6% da companhia por R$ 1 bilhão. Para o BNDES. Além disso, para manter a participação de 30% neste pequeno braço (ou seria mão) da Odebrecht, o FI-FGTS, fundo criado com recursos do trabalhador, investiu mais R$ 429 milhões na empresa. 
Lula é um palestrante muito bem remunerado da empresa. Também usa o avião da companhia para rodar pelo mundo. É, na prática, um lobista da Odebrecht. Até para fazer o estádio do Corinthians a Odebrecht pegou quase R$ 800 milhões do BNDES. Nos governos petistas, a Odebrecht pulou de R$ 5 bilhões para quase R$ 100 bilhões de faturamento. É um dos grandes doadores do PT. Com denúncias, inclusive, de ter pago uma bolada de U$ 8 milhões para a campanha de Dilma, em 2010, por conta de um gordo contrato com a Petrobras. Odebrecht e o PT em peso se encontrarão em Cuba. Peso de ouro!

O Ministério Público Federal em Brasília investiga a decisão da Caixa Econômica Federal de contabilizar como receita R$ 719 milhões de contas encerradas por irregularidades no cadastro, em 2012. Além de os procuradores terem aberto anteontem um inquérito civil para apurar se o banco cometeu irregularidades ao fechar mais de 525 mil contas, está em curso uma investigação preliminar no âmbito criminal.
A Caixa terá 15 dias para prestar esclarecimentos sobre detalhes da contabilidade que lhe permitiu ganhar duas vezes com os recursos das poupanças lançados no balanço como receita financeira e operacional. O procedimento, segundo a Folha apurou, não é permitido pelas normas do BC. A Caixa nega que tenha cometido irregularidades.
O Ministério Público também solicitou "discriminação e comprovação" de todas as iniciativas do banco para identificar e regularizar as contas que posteriormente foram encerradas e medidas adotadas para sanar irregularidades apontadas pelo Banco Central. (Folha de São Paulo)

NO BLOG DO NOBLAT

Gustavo Uribe, O Globo
A manifestação contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, realizada neste sábado na capital paulista, terminou em depredação na região central de São Paulo. Após a dispersão do protesto, que reuniu cerca de 1,5 mil pessoas, um pequeno grupo depredou um carro da Polícia Metropolitana de São Paulo.
Um carro que passava pelo local da manifestação pegou fogo ao passar por cima de um colchão incendiado. A família que estava dentro do veículo foi retirada por fotógrafos que registravam o protesto.
Um grupo correu para o hotel Lison, na Rua Augusta, onde foram cercados pela polícia. Segundo a rádio CBN, cerca de 40 manifestantes foram detidos. O protesto foi convocado pelas redes sociais e reuniu black blocs, movimentos sociais, partidos políticos de esquerda, entre outros grupos.
Foto: Nelson Antoine/AP

Evandro Éboli e André de Souza, O Globo
Parado na Câmara há quatro anos, um projeto de lei derivado da CPI do Sistema Carcerário cria o Estatuto Penitenciário Nacional, com modelos de prisões que, se saírem do papel, vão transformar a realidade das penitenciárias do país.
O estatuto, com 119 artigos, prevê, entre outras medidas, banho com temperatura adequada ao clima; artigos de higiene como creme hidratante, xampu, condicionador, desodorante, absorvente, barbeador e creme dental; salão de beleza para as presas; e equipamentos para atividade física.
Diz ainda que, para cada grupo de 400 presos, serão obrigatórios: 5 médicos, sendo 1 psiquiatra e 1 oftalmologista; 6 técnicos de higiene mental e nutricionistas.
A proposta ainda cria tipos de crime para o agente penitenciário que não tratar o preso da maneira prevista no texto. Quem, por exemplo, negar ao preso xampu, creme hidrante e condicionador pode pegar de 3 a 6 anos de reclusão.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Carro particular é incendiado por vândalos durante protesto (Foto: Tiago-Chiaravalloti-FuturaPress-Folhapress)
Sim, vou comentar a baderna que alguns bandidos disfarçados de manifestantes promoveram em São Paulo neste sábado, num protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, que reuniu, segundo a PM, 1.500 pessoas. Como sempre, depredação de lojas e ônibus, um veículo incendiado confronto com a polícia. E, para não variar, lá estavam os mascarados. O texto vai ficar longo. Mas tempo não lhes falta neste domingão, certo? Vamos lá. No Rio também houve alguma confusão. Em outras capitais, a convocação não reuniu mais do que algumas dezenas. Para que trate do evento de ontem, no entanto, preciso recuperar algumas coisas. Terei de falar um pouco dos rolezinhos e da reação do governo federal e dos petistas ao fenômeno. Vamos lá.
Manifestante com um lança-chamas. Ninguém vai chamá-la de “pacífica” (Foto: Ivan Pacheco)
Escrevi neste blog meu primeiro texto sobre os rolezinhos no dia 13 de janeiro. É curto, meus caros, e vale a pena reproduzi-lo na íntegra. Mui modestamente, a minha bola de cristal antecipou o que viria com impressionante precisão. Releiam (em azul).
*
Esquerdistas bocós (existem os não bocós?) já estão de olho no “rolezinho”. Aqui e ali, noto a vocação ensaística de alguns dos meus coleguinhas na imprensa. Já há gente, assim, treinando o olhar para teorizar sobre mais essa erupção — e irrupção — da luta de classes. É fácil ser bobo. Fosse mais difícil, não haveria tantos bobalhões. Daqui a pouco o Gilberto Carvalho chama os teóricos dos “rolezinhos” para um bate-papo no Palácio do Planalto.
O “rolezinho”, que até pode ter começado como uma brincadeirinha irresponsável nas redes sociais, está começando a virar, vejam vocês!, uma questão política — ao menos de política pública. A coisa pode se tornar mais séria do que se supõe. Infelizmente, noto que muita gente, inclusive na imprensa, está tentando ver essas manifestações como se fossem uma espécie de justa revolta de jovens pobres contra templos de consumo da classe média.
Isso é uma tolice, um cretinismo. Os shoppings têm se caracterizado como os mais democráticos espaços do Brasil. São áreas privadas de uso público, muito mais seguras do que qualquer outra parte das cidades brasileiras. Os pais preferem que seus filhos fiquem passeando por lá a que façam qualquer outro programa, geralmente expostos a riscos maiores. É uma irresponsabilidade incentivar manifestações de centenas ou até de milhares de pessoas num espaço fechado. Ainda que parte da moçada queira apenas fazer uma brincadeira, é evidente que marginais acabam se aproveitando da situação para cometer crimes, intimidar lojistas e afastar os frequentadores.
Esse negócio de que se trata de uma espécie de revolta dos pobres contra os endinheirados é uma grossa bobagem. Boa parte dos shoppings de São Paulo, hoje em dia, serve também aos pobres, que ali encontram um espaço seguro de lazer. A Polícia precisa agir com inteligência para que se evite tanto quanto possível o uso da força. É necessário mobilizar os especialistas em Internet da área de Segurança Pública para tentar identificar a origem dessas convocações.
É preciso, em suma, chegar à raiz do problema. As redes sociais facilitam essas manifestações, como todos sabemos, mas é evidente que elas não são espontâneas. Há pessoas convocando esse tipo de ação, que pode, sim, como se viu no Shopping Metrô Itaquera, degenerar em violência.
No dia em que os shoppings não forem mais áreas seguras, haverá fuga de frequentadores, queda de vendas e desemprego. E é certo que estamos tratando também de um sério problema de segurança pública. Num espaço fechado, em que transitam milhares de pessoas, inclusive crianças, os que organizam rolezinhos estão pondo a segurança de terceiros em risco.
E que ninguém venha com a conversa de que se trata apenas do direito de manifestação num espaço público. Pra começo de conversa, trata-se, reitero, de um espaço privado aberto ao público, que é coisa muito distinta. De resto, justamente porque os shoppings têm essa dimensão pública, não podem ser privatizados por baderneiros que decidiram ameaçar a segurança alheia.
Encerro notando que o Brasil precisa ainda avançar muito na definição do que é público. Infelizmente, entre nós, muita gente considera que público é sinônimo de sem-dono. É justamente o contrário: o público só não tem um doo porque tem todos.
Retomo
Como se pode ver:
1: nego que os rolezinhos tenham um caráter político:
2: nego que os rolezinhos sejam fruto da exclusão social;
3: nem especulo sobre a possibilidade de ser uma criação do PT; é claro que não é!;
4: aponto o óbvio: shoppings são espaços que também servem aos moradores da periferia;
5: afirmo que têm de ser coibidos por uma questão de segurança.
6: O QUE CONDENO NO MEU TEXTO É A TENTATIVA DAS ESQUERDAS DE POLITIZAR O ROLEZINHO. É PRECISO SER MUITO BURRO PARA AFIRMAR QUE EU ATRIBUO ESSES EVENTOS ÀS ESQUERDAS. O diabo é que há gente burra aos montes — e outras tantas de má-fé.
E muitos outros textos se seguiram a esse. E não adotei tal ponto de vista apenas aqui, é claro! Afirmei a mesma coisa na Rádio Jovem Pan. Na Folha, na coluna no dia 17, escrevi:
“Setores da imprensa e alguns subintelectuais, com ignorância alastrante, tentaram ver o “rolezinho” como manifestação da luta de classes.” Ou ainda: “Jovens que aderem a eventos por intermédio do Facebook não são excluídos sociais, mas incluídos da cultura digital, que já é pós-shopping, pós-mercadoria física e pós-racial.”
Mais:
“Não se percebia, originalmente, nenhuma motivação de classe ou de “raça” nessas manifestações. Agora, sim, grupos de esquerda, os tais “movimentos sociais” e os petistas estão tentando tomar as rédeas do que pretendem transformar em protesto de caráter político.”
Adiante.
Ônibus é depredado em SP: Carvalho não vai chamar o rapaz para um papinho(Foto: Ivan Pacheco)
Por quê?
Mas por que evoco os rolezinhos? Porque o tratamento que a imprensa, alguns acadêmicos mixurucas e os “progressitas” lhes conferiram revela o espírito do tempo. Deixados os eventos por si mesmos, com a devida contenção quando se fizesse necessária, iriam esmorecer. Os shoppings da periferia são um espaço de lazer das famílias, parentes, amigos, vizinhos — a “comunidade”, enfim — dos rolezeiros. Mas como resistir ao, digamos, “cheiro conceitual dos pobres”? Assim, foram buscar LUTA DE CLASSES onde havia, e há, desejo de ascensão de classe, que é coisa muito distinta.
As justas e corretas mobilizações dos lojistas, das respectivas direções dos shoppings, dos consumidores e da própria polícia para coibir os eventos foram tachadas de discriminação racial e de classe. Se me pedissem para listar os três traços de caráter que mais abomino, um deles é a demagogia — sim, eu a considero um desvio de caráter. E, infelizmente, está contribuindo para rebaixar o caráter do país.
Carvalho
No primeiro parágrafo do meu primeiro texto sobre o rolezinho, leiam lá, antevejo que Gilberto Carvalho vai meter os pés pelos pés e fará besteira. Batata! Na semana passada, ele afirmou: “Da mesma forma que os aeroportos lotados incomodam a classe média. Da mesma forma que, para eles, é estranho certos ambientes serem frequentados agora por essa ‘gentalha’ (…). O que não dá para entender muito é a carga do preconceito que veio forte. (…) As pessoas veem aquele bando de meninos negros e morenos e ficam meio assustadas. É o nosso preconceito“.
Reproduzo agora os dois últimos parágrafos da minha coluna na Folha desta sexta (em azul):
Enquanto a fala indecorosa do ministro circulava, uma turba fechou algumas ruas na Penha, em São Paulo, para um baile funk. A polícia, chamada pela vizinhança, acabou com a festa. Um grupo de funkeiros decidiu, então, assaltar um posto de gasolina, espancar os funcionários, depredar um hipermercado contíguo e roubar mercadorias. Na saída, um deles derramou combustível no chão e tentou riscar um fósforo. Tivesse conseguido… O “Jornal Nacional” relacionou o episódio à falta de lazer na periferia. Pobre, quando não se diverte, explode posto de gasolina, mas é essencialmente bom; a falta de um clube para o funk é que o torna um facínora. Sei. É a luta entre o Rousseau do Batidão e o Hobbes da Tropa de Choque.
Os maiores adversários do PT em 2014 não são as oposições, mas a natureza do partido e os valores que tornou influentes com seu marxismo de meia-pataca e seu coitadismo criminoso. A receita pode, sim, desandar.
Sabem qual era o primeiro parágrafo dessa coluna? Este (em azul):
“O pânico voltou a bater às portas do Palácio do Planalto, que dá como inevitáveis novos protestos durante a Copa. O PT já convocou o seu braço junto às massas, uma tal Central de Movimentos Populares (CMP), para monitorar o povaréu.”
Pronto! Com o parágrafo acima, chego aos confrontos deste sábado, em São Paulo, depois de ter caracterizado o AMBIENTE INTELECTUAL em que acontecem.
Olhem o black bloc aí, o dono da rua, certo de que não vai acontecer nada com ele (Foto: Ivan Pacheco)
Direitos e limites
É evidente que as pessoas têm o direito de não querer a Copa do Mundo no Brasil e de expressar esse ponto de vista. Mas não o de sair quebrando tudo por aí. Se vocês observarem, até agora, o governo federal não disse uma palavra firme a respeito. Ao contrário até: em seus discursos, dentro e fora do Brasil, Dilma passou a citar as manifestações como exemplos de democracia. Não são!
Dia sim, dia também, movimentos de sem-teto, por exemplo, paralisam áreas da cidade. E o que eles querem? Que parte das casas construídas pelo poder público seja destinada a seus militantes — e, atenção!, será. É evidente que isso é um despropósito e caracteriza uma espécie de desvio de recursos públicos para entidades que são, não dá para fingir que não, de caráter privado. Ao ceder a pressão, o que se faz é endossar um método.
A desordem e o confronto estão se transformando em métodos aceitáveis de expressão, seja da alegria, seja da reivindicação política. Não! Não antevejo o caos; não acho que o Brasil caminhará para o buraco por isso; não acredito que estaremos nas cavernas daqui a pouco — não sou, em suma, apocalíptico. ATÉ PORQUE, LEITOR, O APOCALIPSE NÃO CHEGA — nem no Haiti ou no Sudão. Mas é claro que se vai construindo, com determinação e método, as condições de um atraso perene.
“Se o Brasil fosse menos desigual, isso não aconteceria”, repetem por aí. Bobagem! As manifestações violentas havidas no país a partir de junho não tiveram — como não teve o evento de ontem —, caráter popular. Foram lideradas por radicais mais ou menos endinheirados.
O que não existe no país — aí, sim — são líderes políticos que tenham a coragem de falar em defesa da ordem. De qual ordem? A da democracia e do estado de direito! O que lhes parece? Ao contrário: incentiva-se a desordem. Vejam o caso da ação do Denarc na Cracolândia. O prefeito Fernando Haddad convocou uma entrevista coletiva para atacar a polícia e não disse uma única palavra de solidariedade aos policiais que foram agredidos por um bando de dependentes. Atenção! Estava cumprindo o seu dever: foram lá prender traficantes.
Amarro as pontas para quem, eventualmente, até aqui, ainda não uniu os vários fios deste texto: o incentivo à desordem no país vem hoje de homens e mulheres que ocupam posição de relevo nos Poderes Constituídos, seja por meio de palavras irresponsáveis, como a de Gilberto Carvalho, seja pelo silêncio. E não é diferente com entidades da sociedade civil que já chegaram a se destacar pela defesa da ordem democrática.
A OAB-RJ e a Comissão de Direitos Humanos da OAB nacional exerceram um papel detestável, vergonhoso, na proteção aos tais black blocs no Rio, por exemplo. Quando policiais de São Paulo enquadraram, por bons motivos, dois indivíduos na Lei de Segurança Nacional — que deixou de ser “coisa da ditadura” quando foi, na prática, recepcionada pela Constituição democrática (ou não foi?) —, fez-se uma gritaria dos diabos. Alguns vagabundos vão para as ruas para quebrar tudo na certeza de que nada vai lhes acontecer — e, de fato, nada tem acontecido.
Encerrando
Começo a concluir lembrando que, até que se chegasse àquele confronto do dia 13 de junho do ano passado em São Paulo, que, por assim dizer, “nacionalizou” as manifestações, houve três protestos violentos, com depredações, coquetéis molotov e incêndio a ônibus: nos dias 6, 7 e 11 de junho. A arruaça correu solta, e a Polícia Militar só apanhou dos “manifestantes”. Quando reagiu, vocês sabem o que aconteceu. É história. Fiz uma pequena memória daqueles dias aqui.
Não! O PT não inventou junho nem inventou os rolezinhos — e, obviamente, não será o criador de possíveis novos distúrbios na Copa. O que o partido e seus capas-pretas fizeram e fazem é flertar com a desordem — quando não a insuflam. Nunca é demais lembrar que os petistas Gilberto Carvalho e Luíza Bairros (ministra da Integração Racial) não hesitaram um minuto em jogar “negros e morenos” (Como disse Carvalho) contra brancos no caso dos rolezinhos. Convenham: é preciso ser de uma espantosa irresponsabilidade para brincar assim com o perigo.
O incentivo à desordem no país vem hoje do Palácio do Planalto e do PT — ainda que o problema possa cair no colo do partido e do governo. Ocorre que essa gente, como o escorpião, tem uma natureza.

NO BLOG ALERTA TOTAL

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O espectro da fraude eleitoral ronda as moderníssimas eleições brasileiras. A frase de defeito seria perfeita para Carlinhos Petralha e Frederico Banqueiro iniciarem a redação do Manifesto Capimunista = uma obra sobre o sistema político e econômico tupiniquim. O incompleto modelo eletrônico de votação, sem possibilidade de auditoria impressa do voto, é a única coisa que pode garantir 101% de chances a favor da reeleição da Presidenta Dilma Rousseff.
Dois motivos colocam nosso modelo eleitoral na vanguarda do atraso democrático. Primeiro, o absurdo voto obrigatório – negação da liberdade individual. Uma massa de ignorantes, manipulável por pressão política, econômica ou pelo desconhecimento sobre o mundo real, é compulsoriamente obrigada a dar uma dedada mágica na urna eletrônica. O ato de pseudocidadania garante emprego bem remunerado aos políticos, por quatro anos (no caso de vereadores, deputados, prefeitos, governadores e o presidente da república) ou oito anos (no caso dos senadores).
O segundo motivo é o sistema eletrônico de votação com resultado final incontestável. Pior que isto é o rótulo dogmático de “100% seguro” imposto pela Justiça Eleitoral. É muito inocência acreditar, piamente, nesta infalibilidade ou confiabilidade total do sistema. Principalmente no País do Mensalão, onde as instituições republicanas funcionam conforme os piores vícios corruptos de uma monarquia absolutista. O governo do crime organizado transforma nossas eleições em um passeio cívico pelo cassino do Al Capone.
Só um político de expressão – justiça histórica lhe seja feita – criticava tal processo. O falecido Leonel de Moura Brizola denunciava uma armação perfeita. Pesquisas de opinião, com resultados duvidosos, indicando a vitória de quem lhe financiasse, ajudavam a abrir caminho para a fraude. Tanto induzindo o eleitor mais ignorante a “votar com o vencedor”. Quanto preparando o terreno psicossocial para a manipulação final do resultado eleitoral. O resultado da pesquisa casaria direitinho com o da votação – o que impediria a contestação do número final.
Esforços hercúleos de defensores da transparência e segurança total do processo eleitoral conseguiram emplacar a chance legal de o voto ser recontado parcialmente. O artigo 5º da Lei 12.034, de setembro de 2009, previa a exigência de impressão dos votos, para posterior conferência, por amostragem, de 2% das urnas de todas as zonas eleitorais. Uma auditoria independente contaria os votos em papel, Assim seria feita uma comparação entre os resultados e os boletins das urnas.
Esse modelo já não seria o ideal. Melhor seria uma auditoria total. O resultado eletrônico pode e deve ser ágil, como é. Mas a posterior conferência poderia acontecer sem tanta pressa. O resultado final só seria homologado, com proclamação definitiva do vencedor, após a conferência pública e independente. O resultado da urna eletrônica teria de coincidir com o do papel. A recontagem valeria para esta eleição de 2014...
O sistema previsto era simples. Após a confirmação do voto, a urna imprimiria o voto. O papel seria depositado automaticamente em um recipiente lacrado. Por que o eleitor não poderia fazer isto, confirmando se o voto foi corretamente atribuído pela maquininha de votação? Tudo bem, não quiseram assim... Afinal, o eleitor é inconfiável... A informática, não?
Agora, o mais grave e triste. Integrantes do movimento do Voto Seguro – liderado pelo engenheiro Amilcar Brunazo Filho - sempre denunciaram a insegurança do nosso sistema de votação, apuração e fiscalização. No entanto, foi a própria Justiça Eleitoral quem sempre criou obstáculos para que o sistema tenha transparência. No dia 6 de novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal – presidido pelo super Joaquim Barbosa - ajudou a sepultar de vez a possibilidade de conferência do voto, por impressão e posterior recontagem por amostragem de urnas.
Em 2011, a Procuradoria Geral da República questionou o modelo. Alegou-se que a impressão do voto geraria um número de identificação associado á assinatura do eleitor. Tal processo comprometeria o princípio constitucional do segredo do voto. O STF, imediatamente, concedeu uma decisão liminar, suspendendo o pedido.
Dois anos depois, neste final de 2013, em plenos festejos pós condenação dos mensaleiros, os ministros do STF decidiram que o voto impresso seria desnecessário, porque a justiça eleitoral já faz auditorias a cada eleição e fica à disposição para fazer recontagens, se isto for requisitado. Curiosamente, nenhum partido político brasileiro, até hoje, pediu a tal recontagem...
Nosso sistema de votação tem falhas. Amilcar Brunazo Filho já denunciou: “Conhecendo todos os procedimentos usados, por força de minha função como representante técnico de partidos junto ao TSE, sei como agentes dos cartórios eleitorais desonestos podem proceder para conseguir a troca de BUs (Boletins de Urnas) usando as próprias urnas para emitirem, com antecedência, BUs falsos, porém aceitos pelo sistema, burlando todos os recursos de criptografia, assinaturas, tabelas, etc. Descrevo os passos desta fraude nos cursos de fiscalização que dou para poder ensinar como se defender. E a única defesa eficaz contra esta fraude de troca de BUs é justamente a coleta de cópias impressas dos Bus, assim que são emitidos nas seções eleitorais”. 
País com o antidemocrático voto obrigatório, pesquisas de opinião eleitoral manipuladas e insegurança no processo de votação é capaz de produzir qualquer escatologia política. A dogmática confiança na veracidade absoluta do resultado da votação é o mais doloroso calcanhar de Aquiles do subdesenvolvido regime político tupiniquim.
Sorte nossa é que a eleição de 2014 será comandada pelo jovem ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Toffoli – que vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral a partir do meio do ano. Com o ilustre ex-advogado do PT tocando o processo, o fantasma da fraude eleitoral será apenas o título de um conto ficcional infantil de história em quadrinhos.
O material só não pode ser publicado pela Disney... Afinal, os Irmãos Metralha e o João Bafo de Onça podem pedir para trabalhar na equipe de informática... E o Pateta pode pedir para comandar o processo...
Já passou da hora de os segmentos esclarecidos da sociedade engrossarem a campanha pelo voto seguro. Repito: só o fantasma da fraude eleitoral pode garantir a vitória petralha em 2014.
Piada de brasileiro em Portugal?
Depois da medíocre presença no Fórum Econômico Mundial de Davos, a comitiva presidencial foi curtir as mordomias do poder em Portugal.
O séquito da rainha Dilma ocupou mais de 30 quartos de dois dos hotéis mais caros de Lisboa: Ritz e Tivoli.
Só a suíte onde Dilma ficou tem um custo cerca de R$ 26 mil (8 mil euros).
E no avião não vai nada?
O motivo para a paradinha técnica em terras lusitanas é que o avião presidencial não tem autonomia para ir direto da Suíça para Cuba – sendo a distância entre Zurique e Havana de 8.199 quilômetros.
O probleminha editorial e matemático é que na página oficial da Aeronáutica está escrito que o FAB 001, um Airbus A319 Corporate Jetliner - A319CJ , usado pela Presidência da República, é uma aeronave transcontinental, com autonomia de voo de até 11 mil quilômetros, dependendo do número de passageiros:
"Com sua elevada autonomia de voo, maior que a do A319 comum operado pela TAM, elimina muitas escalas técnicas para abastecimento. Permite voos de Brasília a Paris, a Nova York, a Quebec ou a Washington, sem escalas. Assim, demanda da FAB reduzido apoio logístico".
Defesa para quem precisa...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.




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