DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 25-11-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

O governo federal triplicou os gastos com folha de pessoal nos últimos 10 anos, desde o início do governo do ex-presidente Lula, em 2003, ao meio do governo Dilma, em 2012. No final de 2002 eram 2,03 milhões de servidores empregados no governo, a um custo de R$ 75 bilhões. Até a metade de 2013 esse número havia crescido para 2,24 milhões de servidores, mas o custo da folha quase triplicou: R$ 212,6 bilhões.

A folha de pessoal de R$ 75 bilhões atualizada pelo IPCA se traduz em R$ 151,9 bilhões em 2013; R$ 60 bilhões a menos que o custo atual.

A Presidência da República foi campeã de crescimento na era PT: em 2002 eram 3.147 servidores no Palácio do Planalto. Hoje são 8.861.

Os 8.861 servidores do Palácio do Planalto incluem a Agência de Inteligência e secretarias como Direitos Humanos e Igualdade Racial.

Fiscalizar, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não fiscaliza, mas gastou R$ 112 milhões com pessoal, em 12 meses.

Está congelada desde novembro de 2012 a Central Nacional de Informações Processuais e Extraprocessuais (CNIPE), do Conselho Nacional de Justiça, que oferece a cidadãos, advogados e juízes acesso ao andamento de processos judiciais, com uma simples busca na internet. O investimento para implementar a CNIPE foi de mais de R$ 40 milhões, mas ainda precisa ser instalada em 80 tribunais.

O presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, não esboçou qualquer intenção de concluir a CNIPE e integrar os órgãos do Judiciário.

A CNIPE também possibilita o acesso a informações extraprocessuais, em cartórios, o que facilitaria a trâmite legal em diversas esferas.

A CNIPE possibilita a busca em causas judiciais simplesmente digitando o número do CPF, CNPJ ou número da OAB do advogado.

Os parlamentares tem até esta quinta (28) para apresentar emendas ao Orçamento de 2014, já sob a nova regra que limita R$14,6 mil de emendas individuais, sendo metade destinada à área da saúde.

Não se fazem petistas como antigamente: o secretário-geral do PT, Paulo Teixeira (SP), chamou a privatização do Galeão de “um grande sucesso”. Já o mensaleiro José Genoino, líder do PT na Câmara em 1999, chamou o leilão da Telebras de “uma grande negociata”.

Presos após condenação no Supremo Tribunal Federal, os mensaleiros José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha permanecem como titulares do Diretório Nacional do PT. Só Delúbio Soares ficou de fora.

O ex-ministro José Dirceu disse que ocupa seu tempo na cadeia “cuidando de Genoino” e lendo livros sobre a vida de Getúlio Vargas, para se manter “altivo” e “pronto para trabalhar” no regime semiaberto.

O Senado torrou R$ 2,2 milhões para divulgar “atividade parlamentar” de 53 senadores. O site Contas Abertas coloca o senador Ivo Cassol (PP-RO) no topo da lista de gastadores: R$ 160 mil só em 2013.

… só faltam Steven McQueen e Charles Bronson na fuga cinematográfica do mensaleiro Henrique Pizzolato para a Itália.


NO BLOG DO CORONEL

Honduras cala Lula.
 
Como sempre, Lula acha que é um líder imbatível. Assim pensou ao enviar um vídeo de apoio à candidata esquerdista Xiomara Castro, em Honduras. De franca favorita, a esposa de Zelaya desabou. E acaba de perder as eleições para o candidato de direita, Juan Orlando Hernández, do partido que expulsou o marido do poder. Honduras calou Lula em 2013. O Brasil vai calar em 2014.

Preso em uma cela de seis metros quadrados, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu criticou Luiz Inácio Lula da Silva pela forma como ele administrou até agora a crise do mensalão. A insatisfação com o ex-presidente foi manifestada por Dirceu a pelo menos três amigos que o visitaram, nos últimos dias, no Complexo Penitenciário da Papuda.
Irritado com o silêncio do Planalto, Dirceu perguntou: "E o Lula não vai falar nada?". Era a senha para a urgência de um pronunciamento, que deveria ser feito o quanto antes, no diagnóstico do ex-ministro, sob pena de grande abalo na imagem do PT, com potencial de interferir na campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
Três dias depois de receber o recado, Lula fez o mais veemente discurso desde que os petistas foram condenados. Sugeriu, na quinta-feira passada, que o rigor da lei só vale para o PT e dirigiu ataques ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Em meio a protestos contra as "arbitrariedades" na execução das sentenças, Lula e dirigentes petistas também decidiram promover um desagravo a Dirceu, ao ex-presidente do PT José Genoino e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares na abertura do 5.º Congresso da sigla, de 12 a 14 de dezembro, em Brasília.
A contrariedade de Dirceu com Lula, porém, não vem de hoje. Interlocutores do ex-ministro contaram ao Estado que ele sempre reprovou a forma "conciliatória" como o então presidente conduziu o caso desde que o escândalo estourou, em junho de 2005. Em conversas mantidas no cárcere, Dirceu tem dito que Lula errou ao não fazer o "enfrentamento" necessário para não deixar a denúncia de corrupção virar uma espada permanente sobre o PT e o governo.
Para Genoino, os réus do PT não têm escapatória, mesmo se conseguirem reduzir suas penas, pois perderam a batalha da comunicação. "Estamos marcados como gado", resumiu ele a um amigo. Na avaliação de Dirceu, Lula deixou a CPI dos Correios prosperar, em 2005, quando ainda teria condições de barrá-la. Por esse raciocínio, ao não politizar a denúncia da compra de votos no Congresso, Lula abriu caminho para a "criminalização" do PT.
Num café da manhã com Dirceu, em novembro de 2010, Lula prometeu a ele que, quando estivesse fora do Planalto, desmontaria a "farsa do mensalão". A promessa não foi cumprida sob a alegação de que era preciso blindar o primeiro ano do governo Dilma. Depois vieram as disputas municipais de 2012 e agora o ano é pré-eleitoral. (Estadão)

O abraço de Lula em Roseana Sarney
No post abaixo, o blog informa que o PT criou uma fábula interna para explicar a corrupção que deteriorou o partido e que colocou seus principais líderes na cadeia. É um devaneio que não resiste ao confronto com a realidade. Uma realidade como a mostrada abaixo, no Maranhão, onde o PT afoga uma candidatura do partido para entregar-se, como faz há 8 anos, ao jugo da Família Sarney, responsável pela miserabilidade em alta escala daquele estado. A matéria é da Folha de São Paulo.
À revelia da direção do PT nacional, a Executiva do partido no Maranhão decidiu realizar ontem o segundo turno das suas eleições internas, mesmo sem apoio de todos os municípios. Segundo a própria organização estadual, dos cerca de 120 municípios que participaram das eleições do primeiro turno, 72 foram às urnas nesta etapa.
Diante de um impasse sobre o resultado da primeira votação, a direção nacional do partido suspendeu a realização do segundo turno --o que foi descumprido pela Executiva local. "De acordo com o regulamento de eleição do próprio PT, não há outra data para se fazer o segundo turno. A meu ver, a eleição de hoje [ontem] tem toda a legitimidade", disse Ivaldo Coqueiro, secretário de organização local. O atual presidente do PT-MA, Raimundo Monteiro, que anunciou ter sido reeleito no primeiro turno, duvida que a votação seja validada.
O pano de fundo para a disputa no PT no Maranhão é a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Hoje, o PT apoia o PMDB da governadora Roseana Sarney. Já o adversário de Raimundo Monteiro, Henrique Sousa, quer que o partido lance candidato próprio no Estado e apoie no segundo turno o pré-candidato do PC do B, Flávio Dino, rival da família Sarney.

Após as prisões dos petistas condenados pelo mensalão, o PT tentará agora reforçar a tese de que o partido é vítima do atual sistema político-eleitoral. A defesa foi apresentada na primeira versão do texto base do 5º Congresso Nacional do PT, que será aberto em dezembro, em Brasília. Redigido por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, o documento afirma que o partido é "prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção".
Ele foi mostrado ao Diretório Nacional do partido na última segunda-feira, em reunião realizada em São Paulo. O texto ainda poderá ser modificado por emendas. Sem citar o mensalão, o PT levanta a bandeira da ética como forma de fazer um contraponto ao escândalo que atingiu o partido e volta a defender uma ampla reforma política. Após os protestos de junho, Dilma Rousseff sugeriu ao Congresso a realização de um plebiscito sobre o assunto, mas foi derrotada.
De acordo com o PT, o financiamento público exclusivo de campanha é o principal passo a ser dado no rumo de uma reforma política. O documento faz ainda uma dura crítica ao Poder Judiciário ao afirmar que o "sistema judicial é lento, elitista e pouco transparente" e diz ainda que ele tem sido "permeado por interesses privados".
Ao longo de 14 páginas, o texto faz ainda uma autocrítica sobre a "burocratização" do partido durante os 11 anos de governo e afirma que o PT não avançou para imprimir um novo ritmo à sua política. No fim do documento, o partido indica o que poderá ser o mote de campanha para a reeleição de Dilma Rousseff ao comparar o atual momento político com o fim da ditadura. "Quando saímos da noite da ditadura, soubemos dizer Nunca Mais!'. Agora, depois de uma década de grandes transformações, afirmamos Nunca menos!'."
No texto, os petistas resgatam o discurso de que os problemas econômicos refletem a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso, como recessão, juros abusivos, fortes pressões inflacionárias e vulnerabilidade externa.(Folha de São Paulo)

NO BLOG DO NOBLAT

O Globo
Como costuma fazer aos domingos, o juiz substituto da Vara de Execuções Penais (VEP) Bruno André Silva Ribeiro (foto abaixo), de 34 anos, foi à casa do pai, o ex-deputado distrital pelo PSDB Raimundo Ribeiro, para o almoço de família. Pouco depois, recebeu uma ligação e saiu às pressas. Até à noite, não havia voltado. O domingo já foi uma mostra da sua nova rotina: caberá ao juiz cuidar dos processos de execução das penas dos presos pelo mensalão no complexo da Papuda, no Distrito Federal.
Bruno acompanhará a situação dos presos na Papuda, com exceção da análise de benefícios, atribuição do presidente do STF. O juiz já atuou em outro caso rumoroso: a prisão provisória do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em julho de 2012, quando o contraventor estava na Papuda, Bruno negou um pedido de entrevista que já havia sido consentida pelo detento.

Merval Pereira, O Globo
O mais ambicioso plano de reformas sociais e econômicas da China, anunciado há uma semana, encaminha o país para o capitalismo de mercado, superando a fase de investimentos maciços e poupança para dar prioridade ao consumo interno.
É justamente o caminho inverso do Brasil, que precisa sair de uma economia consumista para dar prioridade aos investimentos de infraestrutura e à poupança interna de longo prazo.
As reformas permitirão que os agricultores transfiram suas terras (antes pertencentes ao Estado) e, ainda, dá-las como garantia. Ou seja, “podem usar, beneficiar e transferir suas terras” e também “lucrar” com sua valorização. Essa alteração tem a ver também com a permissão à migração rural, começando pelas cidades menores.
A previsão é que ocorra rápido desenvolvimento econômico, com os trabalhadores recebendo melhores salários num mercado de trabalho urbano competitivo. Eles poderão vender suas terras e mudar para cidades maiores com melhores ofertas de trabalho. Poderão também abrir seus próprios negócios usando suas terras como garantia para empréstimos bancários.
Haverá também implicações no mercado imobiliário, com a construção de casas adequadas às necessidades dos novos proprietários. Qualquer “investidor privado” (escrito assim mesmo) poderá recorrer ao “seguro de depósito”, o que melhora sua garantia perante os bancos.
E o Banco Central já havia removido os controles sobre as taxas de empréstimo. Vai ser criado, para estar funcionando no início de 2014, um sistema de seguros para dar a investidores privados “qualificados” condições de investir em vários campos, como distribuição de energia e até mesmo exploração dos recursos naturais, hoje controlados pelo governo, inclusive a água.
Leia a íntegra em China capitalista

Estadão
Em entrevista ao Fantástico da TV Globo, o auditor Luiz Alexandre Cardoso de Magalhães, delator da máfia que fraudava milhões de impostos da Prefeitura de São Paulo, contou neste domingo, 24, que gastava parte do dinheiro desviado dos cofres públicos com noitadas e garotas de programa. "Gastava de R$ 8 mil a R$ 10 mil por noite", disse o auditor, que alugava um jato particular por R$ 6 mil para ir a Angra dos Reis, onde tem lancha, a cada 15 dias.
"Cada um (da quadrilha) tinha sua compulsão. A minha era sexo", disse Magalhães, na primeira entrevista concedida por um dos suspeitos de integrar o grupo que atuava nas fraudes - pelo menos R$ 500 milhões do Imposto Sobre Serviços (ISS) foram pilhados dos cofres municipais, segundo o Ministério Público Estadual.

O Globo
Como acertado pelos organizadores do movimento Bom Senso FC, a 36ª rodada do Brasileirão vivenciou mais protestos dos jogadores em busca de melhorias no calendário esportivo nacional. Nesta semana, a novidade foi que os atletas se sentaram no gramado com os braços cruzados logo após o apito inicial. O goleiro são-paulino Rogério Ceni, que é um dos líderes do ato, voltou a reivindicar as mudanças no dia em que se tornou o jogador com mais partidas por uma equipe brasileira.
- A CBF às vezes se faz de boba, faz de conta que não é o órgão que manda no futebol brasileiro. Paciência se quem manda no futebol brasileiro não esta pensando. Mas se continuar esse descaso eu não sei onde vai parar o movimento - disse o capitão são-paulino antes de ter o discurso interrompido por uma série de fogos de artifício usados para celebrar seu feito.

O Globo
A bolha imobiliária que antecedeu a crise global em 2008 e a perda do poder aquisitivo da população formaram um estoque de quase 1,4 milhão de imóveis vazios na Espanha que não encontram compradores.
Segundo o Ministério da Habitação, em 2008, os novos eram cerca de 384 mil, número que passou para 673 mil, em 2011. Caso se somem aos imóveis usados também vazios, o montante sobe a 1,4 milhões de unidades.

Cláudia Trevisan, Estadão
O presidente americano, Barack Obama (foto abaixo), conseguiu neste domingo, 24, sua mais expressiva vitória diplomática no cargo ao alcançar um acordo para frear o avanço do programa nuclear iraniano. O pacto foi assinado em Genebra pelo secretário de Estado americano, John Kerry, e pelos representantes de Irã, China, Rússia, Grã-Bretanha, Alemanha e França.
O Irã aceitou limitar durante seis meses o seu programa nuclear em troca da suspensão parcial de sanções que estrangularam sua economia. Nesse prazo, os negociadores tentarão chegar a pacto definitivo, que garanta o caráter pacífico de suas atividades de enriquecimento de urânio e permita o fim de todas as sanções aplicadas à república islâmica.

Terra
A bióloga brasileira Ana Paula Maciel, que ficou dois meses presa na Rússia após ter participado de um protesto do Greenpeace em setembro, afirmou acreditar que o sofrimento pela qual ela passou servirá para fortalecer a causa da ONG ambientalista. "Embora esses dois meses tenham sido os mais difíceis da minha vida, eu sei que eles não foram em vão", disse a gaúcha. "A nossa prisão não poderia ter sido melhor para a campanha. Eu me sinto honrada de poder ter feito parte de tudo isso", afirmou Ana Paula, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
"Nós sabíamos que a casa tinha caído pro nosso lado. De alguma maneira, toda essa super reação do helicóptero com essa tropa de elite vindo para nos prender significava alguma coisa grave. O governo russo não teve senso de humor o bastante para entender que foi um protesto pacífico".

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Li e tenho lido os artigos em defesa dos mensaleiros e contra Joaquim Barbosa — ou, mais genericamente, contra o STF. Alguns leitores sugerem que eu faça um vermelho-e-azul com este ou com aquele. Ocorre que é impossível. Não dá para combater pontos de exclamação. Não há argumentos, só palavras de ordem; não há fatos, só juízos (a)morais; não há leis, só peroração ideológica. Vamos ver.
Diz alguém: “José Dirceu foi condenado sem provas porque não há nem mesmo uma assinatura sua, um ato de ofício…” Diante dessa afirmação, há duas coisas a fazer: a) dizer o contrário: “sim, há provas…”; b) lembrar o conteúdo do Artigo 333 do Código Penal, que cuida da corrupção ativa. E se tem claro, ali, que assinar um documento é fator que agrava a pena; para que a corrupção ativa esteja caracterizada, a assinatura é dispensável. De resto, contra Dirceu, há as provas testemunhais, uma penca delas, dando conta de que os acordos espúrios só eram realizados com a sua anuência. Diretores do Banco Rural e do BMG se encontravam com o então chefe da Casa Civil depois de conceder os empréstimos fajutos ao PT.
Mas eles insistem em exclamar: “Usaram a Teoria do Domínio do Fato, uma novidade na Justiça brasileira!” Uma Ova. Não há novidade nenhuma nisso, como já demonstrou em espetacular artigo para este blog a professora Janaina Paschoal, da USP. Tal teoria está expressa em nosso direito na forma do “concurso de pessoas ou de agentes”. Claus Roxin criou a Teoria do Domínio da Organização Criminosa, que não foi empregada pelo STF.
De resto, acrescento eu, existe o Artigo 239 do Código de Processo Penal:“Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.” Lembro, a propósito, trecho do voto do então ministro Ayres Britto:
“(…) os fatos referidos pelo Procurador-Geral da República (…) se encontram provados em suas linhas gerais. Eles aconteceram por modo entrelaçado com a maior parte dos réus, conforme atestam depoimentos, inquirições, cheques, laudos, vistorias, inspeções, e-mails, mandados de busca e apreensão, entre outros meios de prova. Prova direta, válida e robustamente produzida em Juízo, sob as garantias do contraditório e da ampla defesa. Prova indireta ou indiciária ou circunstancial, colhida em inquéritos policiais e processos administrativos, porém conectadas com as primeiras em sua materialidade e lógica elementar(…)”.
Ocorre que os exclamadores em defesa dos mensaleiros não querem debater nem fatos nem leis. Fiel à tradição das esquerdas, eles fazem o que se chama naquelas plagas — e sei muito bem do que estou falando — de “luta política”. Por “luta política”, leitor, entende-se a tentativa de criar um movimento na opinião pública que justifique mesmo as coisas mais asquerosas. Na base moral dessa escolha está a convicção de que o crime não existe; de que tudo é relativo.
A mais recente gritaria das babás de mensaleiros acusa Joaquim Barbosa de ter atropelado as leis, de ter desrespeitado a garantia dos presos, de ter promovido espetáculo. Emprestam palavras fortes à sua “luta política”, mas notem: nenhum deles, ninguém mesmo, cita o texto legal que teria sido rasgado, a prerrogativa que teria sido ferida, o ato espetaculoso que teria humilhado os presos. Cadê? Onde está? É o artigo de qual código? É o parágrafo de que lei? Qual o inciso, a alínea? Nada.
Na verdade, eles fazem questão de descartar a letra da lei como se fosse mera tecnicalidade. Há quem tenha a cara-de-pau de perguntar o que, afinal de contas, um José Genoino fez de errado ao assinar empréstimo fajuto. Se você lembra ao empregadinho moral de mensaleiro que as regras do sistema bancário são um bem protegido pela Justiça, ele se zanga.
Casa-da-Mãe-Papuda
Como de hábito no petismo, a gritaria só serve para que cometam irregularidades novas. Vejam a bagunça em que transformaram o presídio da Papuda. Em que país democrático do mundo um condenado preso sai dando entrevista com o propósito de demonizar o próprio sistema judiciário? Com menos de uma semana na prisão, os petistas já criaram um sistema de privilégios que os coloca acima da lei e das regras vigentes no próprio presídio.
Insisto: Joaquim Barbosa está apanhando como cão danado desde o dia 15, quando expediu os mandados de prisão dos mensaleiros. Até agora, seus detratores — incluindo o senhor Wadih Damous, do Conselho de Direitos Humanos da OAB — foram incapazes de citar, objetivamente, uma única lei ou garantia que ele tenha desrespeitado.
A divergência de opinião é do jogo; a desonestidade intelectual é só uma das formas de ser do desonesto. Eu quero debater, sim, fazer um vermelho-e-azul. Mas é preciso que haja argumentos do outro lado. E não há nada além de militância partidária.

Lula pediu votos para candidata bolivariana em Honduras, e a população do país lhe deu uma banana; Hernández, do Partido Nacional, deve vencer. Não será desta vez que o Foro de São Paulo tomará o pequeno país
Vale a pena rever este vídeo, não?
Pois é… Faço um título quase épico para a pequena Honduras. É merecido. É o país em que Lula e Chávez tentaram insuflar uma guerra civil para reinstalar no poder o chapeludo maluco Manuel Zelaya, o golpista que foi deposto pela Constituição. Nas eleições deste domingo, a candidata das esquerdas, dos sindicatos, dos bolivarianos e do Foro de São Paulo, Xiomara Castro, mulher de Zelaya, não chegou lá. À zero desta segunda, com 50% dos votos apurados, o conservador Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, atualmente no poder, liderava a apuração, com 32,8% dos votos. Xiomara, do Libertad y Refundación (Libre), vinha em segundo, com 27,29%. Marício Villeda, do Partido Liberal, também conservador, tinha 20,12%.
O “Libre” e uma legenda inventada por Zelaya e contava com o apoio de todas as esquerdas — e suas franjas sindicais — do país. Não deve obter nem um terço dos votos. Mais uma vez, a maioria dos hondurenhos diz “não” a Zelaya e à sua corja.
No dia 13, publiquei aqui um post que tinha este título:
Depois que Lula expressou seu apoio a Xiomara — o vídeo foi parar na televisão —, a candidata caiu nas pesquisas de intenção de voto. Troco e-mails com alguns hondurenhos desde aquela crise. Contam-me que o vídeo pegou muito mal no país e que muitos hondurenhos repudiaram a interferência de Lula nos assuntos internos do país. Lembrem-se de que o Apedeuta também gravou um vídeo defendendo a eleição de Nicolás Maduro, na Venezuela. Não perdeu por muito pouco.
Ao discursar para seus partidários, diante da vitória dada como certa, Hernández afirmou, segundo informa o jornal “El Heraldo”:
“Hoje, o povo hondurenho votou pelo fortalecimento do sistema democrático de Honduras. Votou pela paz, votou pela reconciliação verdadeira entre os irmãos e irmãs hondurenhos. Votou por deixar para trás a crise política de 2009, a pior da história de nosso país, que deixou milhares de hondurenhos sem emprego, que fechou negócios, que provocou a emigração, que dividiu famílias, igrejas, partidos políticos; que nos deixou ilhados e sozinhos”.
A maioria dos hondurenhos disse “não” aos bolivarianos e à interferência de Lula em assuntos que não são de sua alçada. Sem o seu apoio, talvez a mulher de Zelaya tivesse chegado lá. A eleição do país se decide num único turno — algo que os políticos responsáveis deveriam rever com celeridade. Talvez os hondurenhos, por razões insuspeitadas, devessem até ser gratos ao nosso Apedeuta, né?
Hernández discursa para seus partidários: bolivarianos são derrotados nas urnas
Hernández discursa para seus partidários: bolivarianos são derrotados nas urnas

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

O MÁXIMO DE CINISMO E O MÍNIMO DE VERGONHA

O autor de mais essa tramoia cínica noticiada pela Folha desta segunda-feira, está nesse vídeo que ficou famoso, lembram? É o top top Garcia, fazendo gestos obscenos próximo à janela de sua sala no Palácio do Planalto. É um dos "intelectuais" do governo da Dilma. Leiam: 
Após as prisões dos petistas condenados pelo mensalão, o PT tentará agora reforçar a tese de que o partido é vítima do atual sistema político-eleitoral.
A defesa foi apresentada na primeira versão do texto base do 5º Congresso Nacional do PT, que será aberto em dezembro, em Brasília.
Redigido por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, o documento afirma que o partido é "prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção".
Ele foi mostrado ao Diretório Nacional do partido na última segunda-feira, em reunião realizada em São Paulo. O texto ainda poderá ser modificado por emendas.
Sem citar o mensalão, o PT levanta a bandeira da ética como forma de fazer um contraponto ao escândalo que atingiu o partido e volta a defender uma ampla reforma política. Após os protestos de junho, Dilma Rousseff sugeriu ao Congresso a realização de um plebiscito sobre o assunto, mas foi derrotada.
De acordo com o PT, o financiamento público exclusivo de campanha é o principal passo a ser dado no rumo de uma reforma política.
O documento faz ainda uma dura crítica ao Poder Judiciário ao afirmar que o "sistema judicial é lento, elitista e pouco transparente" e diz ainda que ele tem sido "permeado por interesses privados".
Ao longo de 14 páginas, o texto faz ainda uma autocrítica sobre a "burocratização" do partido durante os 11 anos de governo e afirma que o PT não avançou para imprimir um novo ritmo à sua política.
No fim do documento, o partido indica o que poderá ser o mote de campanha para a reeleição de Dilma Rousseff ao comparar o atual momento político com o fim da ditadura. "Quando saímos da noite da ditadura, soubemos dizer Nunca Mais!'. Agora, depois de uma década de grandes transformações, afirmamos Nunca menos!'."
No texto, os petistas resgatam o discurso de que os problemas econômicos refletem a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso, como recessão, juros abusivos, fortes pressões inflacionárias e vulnerabilidade externa. Da Folha de S. Paulo desta segunda-feira

MEU COMENTÁRIO: Baixou o santo comunista na redação da Folha de S. Paulo nesta segunda-feira.
Pelo jeito, a coisa não está nada boa para as pretensões de Lula e seus sequazes do Foro de São Paulo de se perpetuarem no poder.
Agora, querer atribuir a roubalheira e a tentativa de golpe comunista via mensalão a problemas com a legislação eleitoral é cinismo no seu estado mais puro.
O que é incrível é um jornal do tamanho da Folha dar destaque a esse press-release escrito pelo João Santana.
Não tem de mudar uma vírgula da legislação. Basta apenas tirar a ratazana comunista do governo e fim de papo.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Publicado no Estadão de 24-11-2013
DORA KRAMER
Como qualquer cidadão, partido, entidade, meio de comunicação, sindicato, movimento, grupos organizados em geral, o PT dispõe de liberdade para dizer o que quiser e sempre fez uso dessa prerrogativa com estridência.
Não raro em contraposição aos fatos, muitas vezes ao modo de maquiagem da realidade ─ como faz, mais uma vez, o ex-presidente Lula da Silva ao dizer que a lei no Brasil “parece que só se aplica ao PT”─, mas é um direito que lhe assiste.




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