DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 04-11-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Cassado em 2009 por abuso de poder político, o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), que deve assumir a vaga de Vicentinho Alves (SDD-TO) no Senado, figura em impressionantes 519 processos, nas diversas esferas do Judiciário, do Supremo Tribunal Federal ao Tribunal de Justiça. Só no TRE-TO, por exemplo, está em 303 processos, e outras 108 ações no Tribunal Superior Eleitoral.

Em um dos processos no STF, Miranda é acusado pelo Ministério Público Federal de peculato, falsidade ideológica e corrupção passiva.

No Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Marcelo Miranda responde a diversos processos de crimes ambientais e até execução fiscal.

Propaganda eleitoral irregular e abuso de poder político são frequentes nas acusações pelas quais responde o ex-governador tocantinense.

Outro processo no Supremo ainda questiona a posse de Miranda no governo do Tocantins em 2006, cargo do qual foi cassado.

O deputado federal Francisco Escórcio (PMDB-MA) conseguiu o milagre da multiplicação dos pães e do patrimônio, que cresceu 1.200% (12,1 vezes) em 4 anos, apesar de declarar apenas os rendimentos de parlamentar. Em 2006, Escórcio declarou bens de R$ 2,2 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral; em 2010, seus bens já somavam R$ 26,8 milhões. Nesse período, seus salários totalizaram R$ 1,2 milhão.

Escórcio, que amigos chamam de “Chiquinho”, recebe R$ 26,7 mil por mês, R$ 320,6 mil anuais. O patrimônio cresceu R$ 6 milhões por ano.

Foram vinte bens declarados por Escórcio, em 2006, avaliados em R$ 2,2 milhões. Em 2010, seus quinze bens já valiam R$ 26,8 milhões.

Francisco Escórcio atribui seu enriquecimento ao “crescimento econômico”, em razão da “correção monetária” dos valores dos bens.

Se autoridades querem mesmo combater em conjunto os baderneiros do Black Blocs no Rio, devem destruir o “território” do grupo na Lapa, centro da cidade, onde tem bandeira tremulando e maconha livre.

Assaltado e agredido na quinta (30) num restaurante em Brasília, o presidente do PT, Rui Falcão, pode dizer que foi vítima de um excluído do sistema social que ainda ignora os benefícios do Bolsa Família.

Nesta data, há 43 anos, o ditador Emílio Garrastazzu Médici mandava prender toda a turma do Pasquim, genial criação de jornalistas e humoristas como Jaguar, Millôr Fernandes, Paulo Francis, Ivan Lessa, Ziraldo etc, que entraram para a história da resistência democrática.

A chamada “governança” do Senado considerou arrogante a ausência do presidente da Anatel, João Rezende, a uma audiência pública, semana passada. Os senadores nem deixaram seu representante falar. Rezende ignorou seis de nove convites do gênero, no Senado.

É de um ano o prazo de registro de armas no 1º Comando Militar, no Rio: 30 senhas por dia para 200 pessoas em meio expediente, além de taxas absurdas, incentivando a ilegalidade e o contrabando.

O deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) critica argumento falso de que o Marco Civil da Internet dificulta espionagem: “É a internet livre que permite que denúncias sejam feitas, por isso o governo quer controlar”.

Ao voltar do recesso, a procuradora-geral do Ministério Público do DF, Eunice Carvalhido, terá de decidir se acata pedido da ONG Adote um Distrital para ajuizar ação contra o diretor do DFTrans, Marco Campanella, acusado de intimidar servidores que apuram esquemas de corrupção.

Em conferência no Paraná, Lula chamou de “milagre” o resultado do Bolsa Família. De fato: o número dos carentes do programa só cresce.


NO BLOG DO CORONEL

Sob comando direto da presidente Graça Foster, a Petrobrás tem reduzido sua atuação na área internacional e fechado representações no exterior. Em Portugal, Austrália, Irã, Nova Zelândia, Turquia e Líbia as atividades estão sendo encerradas. Todas as seis representações da companhia na África passarão ao guarda-chuva de uma joint venture criada junto com o BTG, deixando o balanço da estatal mais leve.
Quando Graça assumiu em 2012, a Petrobrás tinha operação em 23 países. Hoje, o portfólio foi reduzido para 17. Deve enxugar ainda mais quando forem incluídas as seis unidades africanas que sairão do balanço da companhia: Nigéria, Angola, Gabão, Benin, Namíbia e Tanzânia. Ainda há atividades operacionais na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Peru, Venezuela, México, Estados Unidos e Japão.
"Fizemos muitas aquisições na área internacional antes do pré-sal, quando o planejamento estratégico era crescer no exterior. E quando se faz aquisição, traz-se junto algumas empresas que, isoladamente, não se compraria" , disse Graça, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Parte das empresas existe apenas no papel; outras têm apenas escritório montado, sem operação de fato. Ao todo, 15 empresas já foram extintas e outras 38 serão encerradas até dezembro de 2015.
Graça cita como exemplo a aquisição da argentina Perez Companc, em 2002, por US$ 1 bilhão, que trouxe à companhia um pacote de exploração em três países (Peru, Equador e Venezuela), além de hidrelétricas que não seriam compradas isoladamente. "Entraram várias empresas que a gente certamente não compraria, empresas de geração de energia elétrica, hidrelétricas enormes, de 600 megawatts."Segundo fontes da companhia, houve também uma decisão de Graça de manter maior controle sobre a área, alvo de investigações de autoridades por suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas, a exemplo da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Pouco após ser indicada à presidência, Graça assumiu pessoalmente a direção da área internacional e mudou os gerentes executivos desse departamento, colocando gente de sua confiança. "(Essa área) está comigo, até segunda ordem. Estou aqui aprendendo um monte de coisas", brinca a executiva.
Paraísos fiscais
Além dos 17 países em que ainda tem representação operacional, a Petrobrás também detém empresas em uma dezena de países sem atividades operacionais desde 2012 ou que desempenham outros papéis para o sistema. Entre eles, há alguns paraísos fiscais: Bahamas, Curaçau, Equador, Espanha, Holanda, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, Inglaterra, Trinidad e Tobago. Parte é necessária, por exemplo, para operações de compra e venda de petróleo no mercado internacional. Outras, no entanto, são uma incógnita e seus balanços financeiros não podem ser acessados.
A Petrobrás alega que, por terem sede no exterior, essas empresas não respondem às leis de informações brasileiras. É o caso da Petrobrás Américas, a unidade americana, ou a PRSI, da Refinaria de Pasadena. Hoje, ainda existem 120 empresas sob gestão da área internacional, contando a holding controlada Petrobrás International Braspetro B.V. (PIB BV) que formará uma joint venture (50% cada) com o banco BTG, do banqueiro André Esteves, para exploração e produção de óleo e gás na África. A estatal continuará no continente por meio da joint venture. O negócio, de US$ 1,5 bilhão, foi anunciado em junho deste ano e ainda está em curso. "Aí junta-se tudo, elas saem (do balanço) e fecham", disse Graça.
Pré-sal 
A Petrobrás vem diminuindo gradativamente sua atuação internacional desde que descobriu o pré-sal. Além de investir menos, a companhia tem vendido ativos no exterior para concentrar esforços no Brasil. No ano passado, o plano quinquenal da estatal previa desinvestimentos de US$ 14,8 bilhões, incluindo algumas operações financeiras. Neste ano, o plano de negócios 2013-2017 prevê vendas de US$ 9,9 bilhões.
Até outubro, foram vendidos US$ 4,3 bilhões em ativos, a maioria no exterior, segundo informou em evento no mês passado a coordenadora de relacionamento externo da área de Exploração e Produção corporativo da Petrobrás, Rafaela Monteiro.Em abril, a companhia vendeu uma participação de 20% em seis blocos no Golfo do México, nos Estados Unidos, recebendo US$ 110 milhões, mais participação em um outro bloco no País. Em maio, foi vendida a participação de 12% em um bloco na Tanzânia para a Statoil, com volume não divulgado. A venda de 100% das ações da Petrobrás Colômbia para a Perenco rendeu US$ 380 milhões à estatal brasileira em setembro passado, incluindo participações em 11 blocos e oleodutos. Em outubro, foi vendida participação de dois blocos no Uruguai à Shell por US$ 17 milhões. (Estadão)
PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 03-11-2012, ÀS 23:19


O principal braço de espionagem do governo brasileiro monitorou diplomatas de três países estrangeiros em embaixadas e nas suas residências, de acordo com um relatório produzido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e obtido pela Folha. O documento oferece detalhes sobre dez operações secretas em andamento entre 2003 e 2004 e mostra que até países dos quais o Brasil procurou se aproximar nos últimos anos, como a Rússia e o Irã, viraram alvos da Abin.
Segundo o relatório, que foi elaborado pelo Departamento de Operações de Inteligência da Abin, diplomatas russos envolvidos com negociações de equipamentos militares foram fotografados e seguidos em suas viagens. O mesmo foi feito com funcionários da embaixada do Irã, vigiados para que a Abin identificasse seus contatos no Brasil. Os agentes seguiram diplomatas iraquianos a pé e de carro para fotografá-los e registrar suas atividades na embaixada e em suas residências, conforme o relatório.
A Folha entrevistou militares da área de inteligência, agentes, ex-funcionários e ex-dirigentes da Abin nas últimas duas semanas para confirmar a veracidade do conteúdo do documento que obteve. Alguns deles participaram diretamente das ações. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ao qual a Abin está subordinada, reconheceu que as operações foram executadas e afirmou que todas foram feitas de acordo com a legislação brasileira.Segundo o governo, foram operações de contrainteligência, ou seja, com o objetivo de proteger segredos de interesse do Estado brasileiro.
Nos últimos meses, o vazamento de documentos obtidos pelo analista americano Edward Snowden permitiu que o mundo conhecesse detalhes sobre atividades de espionagem dos EUA em vários países, inclusive no Brasil. Diante da revelação de que até suas comunicações com assessores foram monitoradas, a presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita aos EUA e classificou as atividades americanas como uma violação à soberania do país.
As operações descritas no relatório da Abin têm características modestas, e nem de longe podem ser comparadas com a sofisticação da estrutura montada pela Agência de Segurança Nacional americana, a NSA, para monitorar comunicações na internet. Ainda assim, o documento mostra que, apesar do que a retórica da presidente poderia sugerir, o governo brasileiro também não hesita em mobilizar seu braço de espionagem contra outros países quando identifica ameaças aos interesses brasileiros.
DESCONFIANÇAS
As operações descritas no relatório ocorreram no início do governo do ex-presidente Lula, empossado em 2003. Na operação "Miucha", de 2003, a Abin acompanhou a rotina de três diplomatas russos, incluindo o ex-cônsul-geral no Rio Anatoly Kashuba, que deixou o país no mesmo ano, e representantes da Rosoboronexport, a agência russa de exportação de armas.
A Abin desconfiava que os funcionários russos estivessem envolvidos com atividades de espionagem no Brasil. O brasileiro Fernando Gianuca Sampaio, cônsul honorário da Rússia em Porto Alegre, também foi monitorado pelo mesmo motivo. "Sou sim um agente russo, mas um agente oficial", disse Sampaio à Folha, em tom irônico.
Na operação "Xá", que monitorou a rotina e os contatos de diplomatas iranianos, a Abin seguiu os passos do então embaixador do Irã em Cuba, Seyed Davood Mohseni Salehi Monfared, durante uma visita ao Brasil, entre os dias 9 e 14 de abril de 2004. Um agente da Abin que examinou o relatório a pedido da Folha afirmou que provavelmente os iranianos foram vigiados a pedido do serviço secreto de outro país, um tipo de cooperação usual entre órgãos de inteligência.
O relatório mostra ainda que o governo brasileiro espionou a embaixada do Iraque após a invasão do país pelos EUA, em 2003. Na época, muitos diplomatas buscavam refúgio no Brasil por causa da guerra, e por isso a Abin foi mobilizada para segui-los. O então encarregado de negócios da embaixada, um dos que foram espionados, largou a diplomacia para se fixar no Brasil. Ele ganhou residência permanente e vive no Guará, nos arredores de Brasília.
Salas suspeitas
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) monitorou um conjunto de salas alugadas pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília por suspeitar que eram usadas como estações de espionagem. A operação "Escritório" é descrita em relatório elaborado pelo Departamento de Operações de Inteligência da Abin e obtido pelaFolha. Segundo o documento, os agentes brasileiros concluíram que os americanos tinham ali equipamentos de comunicação, rádios e computadores."Funcionando diariamente, com as portas fechadas e com as luzes apagadas, e sem ninguém trabalhando no local", diz o relatório. "Esporadicamente, a sala é visitada por alguém da embaixada."
Procurada, a embaixada dos Estados Unidos afirmou que essas salas --como outras alugadas pela representação em Brasília-- são usadas para guardar equipamentos de comunicação simples, como rádios walkie-talkie. Os aparelhos de rádio, ressaltou, são usados por funcionários do corpo diplomático somente em situações de emergência. Segundo a embaixada, o funcionamento dessa estrutura foi autorizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A embaixada negou qualquer ligação das salas com atividades de espionagem da CIA, a agência de inteligência americana, ou da NSA, a Agência de Segurança Nacional, que monitora comunicações telefônicas e na internet.
Agentes do serviço de inteligência brasileiro disseram à Folhaque o lugar provavelmente é usado como estação de espionagem ainda hoje. Um deles, que pediu para não ser identificado, afirmou que é comum a CIA manter no exterior imóveis para espionagem. Ele próprio, recém-aposentado, disse ter sido convidado por agentes americanos para administrar um desses aparelhos no Brasil, mas recusou a oferta. (Folha de São Paulo)

"Muitos alunos de universidade e ensino médio estão sendo acuados em sala de aula por recusarem a pregação marxista. São reprovados em trabalhos ou taxados de egoístas e insensíveis. No Enem, questões ideológicas obrigam esses jovens a "fingirem" que são marxistas para não terem resultados ruins. Estamos entrando numa época de trevas no país. O bullying ideológico com os mais jovens é apenas o efeito, a causa é maior. Vejamos.
No cenário geral, desde a maldita ditadura, colou no país a imagem de que a esquerda é amante da liberdade. Mentira. Só analfabeto em história pensa isso. Também colou a imagem de que ela foi vítima da ditadura. Claro, muitas pessoas o foram, sofreram terríveis torturas e isso deve ser apurado. Mas, refiro-me ao projeto político da esquerda. Este se saiu muito bem porque conseguiu vender a imagem de que a esquerda é amante da liberdade, quando na realidade é extremamente autoritária.
Nas universidades, tomaram as ciências humanas, principalmente as sociais, a ponto de fazerem da universidade púlpito de pregação. No ensino médio, assumem que a única coisa que os alunos devem conhecer como "estudo do meio" é a realidade do MST, como se o mundo fosse feito apenas por seus parceiros políticos. Demonizam a atividade empresarial como se esta fosse feita por criminosos usurários. Se pudessem, sacrificariam um Shylock por dia.
Estamos entrando num período de trevas. Nos partidos políticos, a seita tomou o espectro ideológico na sua quase totalidade. Só há partidos de esquerda, centro-esquerda, esquerda corrupta (o que é normalíssimo) e do "pântano". Não há outra opção.
A camada média dos agentes da mídia também é bastante tomada por crentes. A própria magistratura não escapa da influência do credo em questão. Artistas brincam de amantes dos "black blocs" e se esquecem que tudo que têm vem do mercado de bens culturais. Mas o fato é que brincar de simpatizante de mascarado vende disco.
Em vez do debate de ideias, passam à violência difamatória, intimidação e recusam o jogo democrático em nome de uma suposta santidade política e moral que a história do século 20 na sua totalidade desmente. Usam táticas do fascismo mais antigo: eliminar o descrente antes de tudo pela redução dele ao silêncio, apostando no medo.
Mesmos os institutos culturais financiados por bancos despejam rios de dinheiro na formação de jovens intelectuais contra a sociedade de mercado, contra a liberdade de expressão e a favor do flerte com a violência "revolucionária". Além da opção dos bancos por investirem em intelectuais da seita marxista (e suas similares), como a maioria esmagadora dos departamentos de ciências humanas estão fechados aos não crentes, dezenas de jovens não crentes na seita marxista soçobram no vazio profissional.
Logo quase não haverá resistência ao ataque à democracia entre nós. A ameaça da ditadura volta, não carregada por um golpe, mas erguida por um lento processo de aniquilamento de qualquer pensamento possível contra a seita.
E aí voltamos aos alunos. Além de sofrerem nas mãos de professores (claro que não se trata da totalidade da categoria) que acuam os não crentes, acusando-os de antiéticos porque não comungam com a crença "cubana", muitos desses jovens veem seu dia a dia confiscado pelo autoritarismo de colegas que se arvoram em representantes dos alunos ou das instituições de ensino, criando impasses cotidianos como invasão de reitorias e greves votadas por uma minoria que sequestra a liberdade da maioria de viver sua vida em paz.
Muitos desses movimentos são autoritários, inclusive porque trabalham também com a intimidação e difamação dos colegas não crentes. Pura truculência ideológica. Como estes não crentes não formam um grupo, não são articulados nem têm tempo para sê-lo, a truculência dos autoritários faz um estrago diante da inexistência de uma resistência organizada. Recebo muitos e-mails desses jovens. Um deles, especificamente, já desistiu de dois cursos de humanas por não aceitar a pregação. Uma vergonha para nós."
Artigo de Luiz Felipe Pondé, intitulado "Eu acuso", publicado hoje na Folha de São Paulo.


Olhem só a técnica de auscultação do Doutor Mohamed...
O egípcio Mohamed Ali está há menos de um mês em uma unidade de saúde de Curi­tiba e já sente dificuldades com a burocracia do SUS. Ali reclama que até agora não recebeu a senha para conseguir acessar o sistema que o permite encaminhar pacientes para exames e especialistas. “Por enquanto, tenho de passar o paciente para outro médico que faz o encaminhamento para mim”, comenta. Ali também já detectou an­tigos problemas da saúde pú­blica brasileira: a demora pa­ra realizar exames e a falta de leitos em hospitais e de mé­dicos especialistas. “O Mais Mé­dicos é bom, mas é preciso outros serviços para dar cer­to. O Brasil precisa também ter mais especialistas, ofertar exa­mes mais rápido e ter uma equi­pe para trabalhar em conjunto com o médico”, resume.
A propaganda do governo federal fala em levar médicos para locais desassistidos, mas no Paraná o Mais Médicos vem servindo como complemento ao quadro de profissionais já existente. Levantamento da Gazeta do Povo em 28 das 30 cidades do estado que receberam profissionais pelo programa indica que, dos 136 médicos que chegaram, apenas 24 estão em locais onde não havia médico fixo – o equivalente a 18%. O restante foi direcionado para unidades de saúde que estavam com déficit de profissionais.(Gazeta do Paraná)
Se você é de Curitiba pode vir a ser atendido(a) pelo Doutor Mohamed. Desta forma, sugerimos que você recorte e leve consigo o manualzinho abaixo, que ensina como deve ser feita a auscultação... Sem Revalida, não dá.


NO BLOG DO NOBLAT

Que país é este onde até outro dia o ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO) era o símbolo do respeito à ética na política; o bilionário Eike Batista, da rápida e espantosa ascensão empresarial; e a presidente Dilma Rousseff da gestora bem-sucedida?
O primeiro terminou cassado por envolvimento com um bicheiro e sua gangue; o segundo corre o risco de falir; e o terceiro de se reeleger no próximo ano.
Temos uma certa queda para acreditar em símbolos duvidosos. Demóstenes era capaz de, com a mesma naturalidade, falar com um ministro do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade de uma nova lei em exame no Congresso para, na ligação seguinte, discutir com o bicheiro Carlinhos Cachoeira quanto lhe caberia num negócio irregular ainda em curso.
Há pouco mais de um ano Eike foi apresentado por Dilma como “o padrão” do empresário nacional, “a nossa expectativa” e, sobretudo, “o orgulho do Brasil quando se trata de um empresário do setor privado”.
Na época, empresas de Eike davam sinais de que iam mal. Nem por isso o BNDES e a Caixa Econômica rejeitaram pedidos do empresário por mais dinheiro. Agora, a falência está às portas.
Foi no final de 2005, em conversa com deputados nordestinos, que Lula falou pela primeira vez no nome de Dilma para sucedê-lo. Talvez até mesmo em 2006 se ele não conseguisse escapar do “mensalão”. Conseguiu.
Mas tão logo se reelegeu, Lula passou a exaltar as qualidades de Dilma como gestora e a preparar o caminho de sua candidatura em 2010.
No governo da gestora exemplar obras importantes estão paralisadas, outras se arrastam, ideias não saem do papel, assim como dinheiro liberado para aplicação não sai do Tesouro Nacional.
Oito entre dez empresários de grande porte concordam: como gestora, Dilma é uma pessoa simpática. Como simpática ela não é... O coração dos empresários bate forte por Lula e, à falta dele, por Eduardo Campos.
Somente Lula enxergou em Dilma as qualidades que ela não tem. Os demais aliados dele sempre mantiveram um pé atrás quanto às chances de sucesso de quem tinha rala experiência como executiva.
Lula encantou-se pelo que julgou ser eficiência de Dilma em atender às suas encomendas. E admirou sua falta de cerimônia em tratar os subordinados com a mão pesada. Confundiu capatazia com gerência.
A administração medíocre feita por Dilma até aqui deve-se em boa parte a uma série de razões. Por exemplo, o loteamento do governo. Lula fez isso no seu segundo mandato, mas Lula é Lula. E o loteamento favoreceu à corrupção.
Dilma nomeou gente despreparada para ocupar cargos importantes. Por fraqueza política, e a condição de estranha no PT, cedeu mais do que desejava.
As indicações para as empresas estatais foram politizadas, assim como para as agências de desenvolvimento.
A Petrobras ficou impedida de reajustar o preço dos combustíveis para segurar a inflação que ameaçava sair de controle.
São discutíveis os benefícios produzidos pela política de desonerações. Calcula-se que o próximo governo, seja de quem for, se esgotará tentando corrigir o estrago causado pelo atual na economia.
E, contudo...
Demóstenes parecia ter uma longa vida política pela frente. Virou ficha suja. Eike não deixará de ser rico, mas revelou-se um incauto charlatão.
Quanto a Dilma, suará muito para se reeleger. Não conseguiu construir uma marca para si. Lula é o pai dos pobres e mãe dos ricos. O que Dilma é além de “a mulher de Lula?”

Veja
Se os números da economia formal brasileira mostram sinais de desaceleração, o submundo do crime permanece pujante. É o que mostram os dados da criminalidade enviados pelas Secretarias de Segurança das 27 unidades da federação para o Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). No ano passado, o número de homicídios no país cresceu 7,6% em relação a 2011 e atingiu a pior marca desde 2008. Foram 50.108 assassinatos em 2012, incluindo homicídios dolosos (47.136), latrocínios ou assaltos seguidos de morte (1.810) e lesão corporal seguida de morte (1.162). O país registrou taxa de 25,8 homicídios por 100 000 habitantes.
Os estados do Norte e Nordeste seguem liderando o ranking de homicídios no Brasil. Alagoas, com 61,8 casos por 100 000 habitantes, apesar de estar no primeiro lugar no ranking, registrou redução de 14%. O Pará subiu para a segunda colocação, com 44 por 100 000, seguido por Ceará (42,5), Bahia (40,7) e Sergipe (40). Os dados completos do anuário, encomendados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vão ser apresentados na terça-feira.

O Globo
A OGX, empresa de petróleo de Eike Batista que pediu recuperação judicial semana passada, informou neste domingo que estudos preliminares feitos em 2012 apontavam para um volume de petróleo recuperável (economicamente viável) menor que o divulgado nos campos que mantém da Bacia de Campos, entre eles Tubarão Azul, que desde julho interrompeu a produção. Segundo a companhia, estes estudos não foram divulgados imediatamente porque decidiu-se investigar mais profundamente os dados, devido à discrepância entre as informações preliminares.
Neste domingo, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” revelou que a equipe técnica da OGX tinha em mãos relatórios que mostravam que o volume recuperável das reservas dos principais campos da Bacia de Campos somavam 315 milhões de barris, equivalente a 17% do que se havia divulgado. No caso de Tubarão Tigre, Areia e Gato, relatório a que o jornal teve acesso aponta para a incertezas quanto à produtividade dos campos já em 2012. Ainda assim, os três tiveram sua comercialidade declarada em março de 2013. Três meses depois, foram declarados de fato inviáveis.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Perderam;


NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

Acima um "moderno"shopping de Camanguey, cidade de mais de 300 mil habitantes; em seguida uma "padaria"no centro de Havana, a capital do país e aqui a versão cubana do McDonald, o denominado "McRico" (rico em espanhol quer dizer gostoso). Reparem a imitação M do logotipo do McDonald. Fotos do site de Veja.

A edição da revista Veja desta semana traz uma reportagem especial sobre o estado de miséria total vivido pelo povo cubano sob a truculenta repressão da polícia política. As fotografias falam por si só. Selecionei algumas para ilustrar este post.
E há ainda os idiotas que defendem o regime comunista cubanos. Dentre eles o dinossauro-mór da imprensa brasileira, Fernando Morais, que é seguido por praticamente 100% dos semoventes que estão maioria das redações dos grandes veículos de mídia. E dos pequenos também. 
Resta apenas uma pergunta: se Cuba é esse paraíso, por que esses comunistas não vão viver lá? Leiam:
Desde 2006, quando o ditador Fidel Castro transferiu a presidência de Cuba para o seu irmão, o general Raúl Castro, o governo vem anunciando o que chama de reformas com o intuito de "atualizar o regime socialista". Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética e dos regimes do Leste Europeu, no início da década de 90, restaram no planeta apenas dois países com esse sistema político e econômico: Cuba e Coreia do Norte. 
Ao alardear "reformas", o regime cubano passa a impressão de que está preparando o país para uma transição gradual para um modelo inspirado na China ou no Vietnã, que do comunismo mantiveram apenas a ditadura, mas se abriram para a economia de mercado. Amargo engano. 
A reportagem de VEJA esteve durante oito dias em Havana e em Camaguey, cidade com 320 000 habitantes, para avaliar o efeito das mudanças anunciadas nos últimos sete anos. Entre conversas com fazendeiros, pescadores, médicos, barbeiros e dissidentes, a conclusão é que, a despeito da ajuda de países como Venezuela, China, Canadá e Brasil, a vida ficou mais difícil. 
O Estado, dominado pelos militares, mantém o controle de todas as atividades relevantes. A perseguição política não foi aliviada. Apenas mudou sua natureza. Se antes era realizada buscando algum suporte na lei, agora se dá de forma clandestina, com milícias governistas reprimindo os opositores. Por fim, a população continua impedida de progredir. 
Aos olhos do regime castrista, a concentração da propriedade contradiz a essência do socialismo e jamais será permitida. "A China precisou de apenas cinco anos para liberar o capitalismo de maneira irrevogável", diz o economista Rafael Romeu, da Associação para o Estudo da Economia Cubana, em Washington. "Raúl Castro completou sete anos no poder e a economia continua na mesma." Do site da revista Veja

A última do caricato tiranete da Venezuela, Nicolás Maduro, é impedir o acesso ao Twitter em todo o país. Segundo reportagem do jornal El Nuevo Herald, Maduro reuniu seu gabinete no último sábado, e decidiu declarar guerra ao Twitter.
“Temos que nos tornar independentes e temos que pensar nas modalidades profundas e radicais para nos libertarmos dessas empresas transnacionais (Twitter) que monopolizam as redes sociais”- desabafou o tiranente.
Maduro denunciou que sua conta no Twitter foi atacada, bem como de alguns ministros ou suspensas pelo próprio Twitter como parte de um suposto plano da oposição “da direita internacional”, para provocar uma explosão social nos próximos dias.
Maduro também reclamou que sua conta no Twitter havia perdido 6 mil seguidores.
Na verdade, Nicolás Maduro, o tiranete ungido pelo finado caudilho Hugo Chávez, e que chegou à Presidência do país a bordo de uma fraude formidável, se encontra na corda bamba. Inflação violenta, escassez de alimentos e papel higiênico, violência nas ruas, dezenas de assassinatos diários, roubos, assaltos à mão armada, enfim, o caos.
Apesar de deter todo o poder e de ter amordaçado a imprensa, Nicolás está realmente maduro, pronto para despencar. 
Transcrevo no original em espanhol a reportagem do El Nuevo Heraldd:
LA NOTÍCIA EN ESPAÑOL - El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, instó este sábado a su gabinete a preparar una propuesta para “liberar” a la región de Twitter, tras denunciar el pasado jueves que su cuenta, la de ministros y otras 6,600 habían sido atacadas como parte de un plan contra su gobierno.
“Tenemos que independizarnos y tenemos que pensar en las modalidades profundas y radicales para liberarnos de estas empresas trasnacionales (Twitter) que monopolizan las redes sociales. Vamos a prepararnos para liberarnos de ustedes”, dijo Maduro desde un consejo de ministros en el Poliedro de Caracas.
“Propongo que vayamos formulando una propuesta con la experiencia que ya tenemos para hacerla oficialmente en el Alba, Unasur y en Mercosur cuando hagamos la cumbre en diciembre en Caracas. Vamos a ser verdaderamente libres”, agregó al explicar que se trató de un “ataque silencioso” contra su gobierno.
El pasado jueves, Maduro denunció que su cuenta de Twitter, las de algunos ministros y otras 6,600, entre las que figuran las de algunas dependencias gubernamentales y gobernadores chapistas, habían sido atacadas o suspendidas por la misma empresa como parte de un supuesto plan opositor de la “derecha internacional” para provocar un estallido social en los próximos días.
Maduro também reclacmou que sua conta no Twitter havia perdido 6 mil seguidores.
Este sábado, el presidente también dijo tener conocimiento de que cuentas de representantes de “movimientos progresistas” en Argentina y Cuba, cuyos nombres no precisó, también habían sido atacadas.
Además, el mandatario se quejó de que su cuenta en la red social había perdido unos 6,000 seguidores.
“¿Dónde está la democracia de Twitter?”, se preguntó. “Pasa como cuando había dictadura: 5,000 desaparecidos y nadie sabía dónde estaban. Ahora pasa en las redes sociales”, concluyó. “Por la vía de la trilogía del mal, les va muy pero muy mal”, advirtió Maduro.
El mandatario recordó este sábado que la del jueves no era la primera vez que su cuenta recibía un ataque.
Según dijo, la tarde del 14 de abril, día de los comicios presidenciales en los que fue electo por una diferencia de 1.49 por ciento de los votos sobre el líder opositor Henrique Capriles, su cuenta había sido “sacada de circulación”.
Capriles reaccionó este sábado ante la denuncia del mandatario y le dirigió una pregunta: “Maduro, ¿por qué te preocupas más de Twitter que de la inflación?”, cuestionó desde una asamblea popular.
Venezuela, el país con las mayores reservas petroleras mundiales, tiene una inflación anualizada que roza 50 por ciento y una escasez (21 por ciento) cíclica de productos como café, leche, azúcar y papel higiénico que el gobierno atribuye a una “guerra económica” dirigida por la oposición. Del sitio web El Nuevo Herald

O texto que segue é o artigo na íntegra de Roberto Lopes, do site do jornal O Globo evocando um tema que aparece muito raramente na grande mídia: a tentativa de politização das Forças Armadas pelo PT, dentro do mesmo esquema que ocorre na Venezuela, desde o dia em que desembarcou no país bolivariano o primeiro lote de médicos cubanos. O título original do artigo é “O assédio cubano”. Segundo o articulista, a infiltração da inteligência, o famigerado G2, já começou cubana. Vale a pena ler:
A inteligência militar brasileira está inquieta. Diplomatas de Cuba vêm assediando funcionários de missões diplomáticas brasileiras no exterior, em busca de informações sobre: (a) a expansão do esforço antidrogas do Brasil na América do Sul, em substituição ao papel antes desempenhado pelo governo americano — fato que ocorre, por exemplo, na Bolívia; (b) a real medida da resistência brasileira à importação de médicos cubanos; (c) os motivos que levam a maioria dos formadores de opinião do país a se entrincheirar contra o chavismo.
Tal aproximação representaria o início de um processo de infiltração da inteligência cubana no Brasil, já que, em Havana, o recrutamento de diplomatas para serviços de coleta de informações é rotineiro.
Recentemente, oficiais lotados no Ministério da Defesa tentaram neutralizar a atuação dos civis petistas que facilitam a parceria com os cubanos na área das informações estratégicas. Mas não conseguiram. Tais servidores parecem ser irremovíveis, e não porque tenham sido nomeados pela presidente Dilma Rousseff, mas porque fazem parte da cota pessoal do ex-presidente Lula na administração federal.
O pessoal do G2 — Seguridad del Estado — e da contraespionagem militar cubana teve facilidade em dominar o aparato de segurança interna e a contraespionagem venezuelanos, porque lá o chavismo exigiu a politização das Forças Armadas. Coronéis (e simples majores) castristas desfilam como se fossem divindades pelos quartéis venezuelanos. À passagem deles, diz-se, os militares locais juntam os calcanhares e adotam rígida posição de sentido.
O Brasil é, felizmente, um desafio imensamente maior para os cubanos que a Venezuela, ou a Bolívia do compañero Evo. Tanto o ex-presidente Lula quanto o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, já precisaram ouvir de patentes militares que o pior que poderia acontecer no país seria a politização das Forças Armadas brasileiras. E isso porque, no Palácio do Planalto, houve quem (do alto da barba, dos óculos e da gravata borboleta) sonhasse com oficiais-generais lulistas...
Nunca existiu um partido que apoiasse tanto a renovação dos meios de Defesa no país quanto o PT (e um que frustrasse tanto as expectativas dos militares quanto o PSDB), mas o preço que os petistas cobram por seu apoio é alto.
Essa conjunção de fatores fez surgir certa expectativa em relação à dupla Eduardo Campos/Marina Silva. Ele, neto de um político no passado perseguido pelos militares; ela, a guerreira da Amazônia, que representa um potencial de problemas a certas medidas consideradas urgentes pelos militares, como a modernização da BR-319 (Manaus-Porto Velho).
A questão é que, além dos seus históricos pessoais, a dupla Eduardo/Marina também oferece um compromisso com ética e ação governamental (desenvolvimentista) mais eficiente. E isso é, verdadeiramente, novo.
Talvez eles até consigam deixar o Itamaraty esticar o pescoço por cima da linha do Equador, para enxergar que existem chances de cooperação fora do eixo Sul-Sul. E, ao afrouxar a rigidez sobre o leme, permitam que a nau gire suavemente, adotando outra proa. Do site de O Globo


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

REYNALDO ROCHA
Em alguns momentos ─ raros ─, Dilma Rousseff é assaltada por irresistíveis acessos de sinceridade. Seja quando chama de “queridos” aos que são somente “odiosos” (na visão dela). Ou dá porradas na mesa querendo mostrar que a guerrilheira ainda resiste.
Foi assim neste sábado: convocou em pleno feriado uma reunião de ministros para mostrar com quantos paus se faz uma canoa. Ou com quantos PACS se faz uma campanha.

NA COLUNA DO RODRIGO CONSTANTINO

Quem já leu Esquerda Caviar sabe que o fenômeno não está restrito ao Brasil. Pelo contrário: pululam esses tipos em Hollywood. Pois saibam que Wagner Moura chegou tarde. Já tem filme estrangeiro enaltecendo o Black Bloc. É o caso de “The East”, que no Brasil virou “O Sistema”. Eis a sinopse:
A funcionária de uma empresa de inteligência tem como tarefa se infiltrar em um misterioso grupo anarquista, conhecido por atacar grandes corporações. No entanto, sua lealdade é testada quando ela começa a apresentar sentimentos pelo líder do grupo.
A trama é manjada. Moça idealista que trabalha para empresa de espionagem e acaba desenvolvendo sentimentos pelo grupo anarquista, ao descobrir seu lado humano (comem, por exemplo, com camisas-de-força, um dando comida com a boca para o outro ao lado, para mostrarem que não são egoístas).
Rapaz rico que perde os país em acidente de barco, herda uma fortuna, começa a ser tratado de forma diferente por todos e descobre que gosta disso. Resolve, então, queimar a casa, abandonar a grana e virar líder de seita revolucionária (sempre penso que seria melhor para o mundo se essa gente deitasse num divã ou tentasse expiar a culpa de formas mais prosaicas).
Filhinha de papai milionário se rebela pois a empresa do pai contamina um rio, afetando a vida de pessoas inocentes, e entra para o grupo anarquista para se vingar do pai.
Médico que tomou um remédio contra a malária e teve efeitos colaterais que constavam no alerta apenas na lateral escondida da bula, passa a ter tremedeira que afeta sua carreira, perde a irmã por causa do mesmo remédio, e resolve entrar no grupo para se vingar do laboratório farmacêutico.
E por aí vai. As corporações são retratadas no filme como cruéis, insensíveis, que só querem lucrar e não ligam para mais nada. Nem passa pela cabeça deles que vender remédio ruim, que vai gerar milhares de doentes ou causar até morte, não costuma ser bom negócio para a empresa como um todo. Não vem ao caso. A fórmula é simples: corporação é ruim, jovens são idealistas e querem salvar o mundo.
Para provar que não há visão maniqueísta, o líder do grupo vai longe demais. Ele passa a amar mais a Humanidade do que o próximo. Os demais não aceitam seus métodos até o fim, não acham que vale tudo para derrotar o “sistema”. Eis o único dilema do filme: é válido apelar para a violência, sacrificar inocentes para fazer justiça com as próprias mãos? Ou isso torna os revolucionários tão ruins quanto as corporações que querem destruir no “olho por olho, dente por dente”?
Estragando um pouco o final para quem ainda não viu, a espiã resolve mudar de lado, adere aos revolucionários, mas sem aceitar o estilo do líder. Ela vai salvar o mundo só com o seu poder de persuasão. Se ela ao menos mostrar para todos os outros espiões que as corporações são malvadas, todos vão acordar e mudar de lado, e o sistema será colocado em xeque. É lindo! O romantismo idealista ainda vende bem.
O nome do filme é sugestivo. Qual sistema é podre, mata bichos no mar só para ter petróleo disponível para aquecer a casa de seres humanos egoístas, tem laboratórios que vendem remédios podres só para lucrar um pouco mais, despeja veneno em rios, etc.? O sistema capitalista ocidental, claro! Logo, o grupo “The East” vai detonar com o modus vivendi da turma do “The West”.
Detalhe: o filme é parceria americana e britânica, e foi orçado em US$ 6,5 milhões. Não é obra do Irã ou da Venezuela. O Black Bloc quer destruir o “sistema” mais livre e próspero que existe no mundo. E acaba enaltecido pelos bárbaros que vivem nesse mesmo sistema, desfrutando de todas as suas vantagens. Quem precisa de inimigos externos?






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