DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 23-6-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Deixem que animais fiquem sozinhos

De boas intenções o inferno está cheio”, dizia o refrão popular. Está na hora de refluir o movimento pelo passe livre e demais reivindicações. É imprescindível que os jovens deixem as ruas. Obtiveram sucesso. Em quase todas as cidades do país os prefeitos revogaram o aumento das passagens dos transportes coletivos. Provavelmente o governo federal tomará a iniciativa de investir mais em educação e saúde. Então, chega! Basta! Porque as manifestações ditas pacíficas transformaram-se na guerrilha urbana mais violenta de nossa História. Por certo que sem desejar a imensa baderna que nos assola, os líderes não tiveram força para impedir a ação do que chamam de minorias empenhadas em depredar, invadir, assaltar e destruir. Minorias? Há dúvidas. Leia o artigo completo de Carlos Chagas.

Dilma terá de
gastar o triplo para
comprar fazenda

A presidenta Dilma autorizou a compra da Fazenda Buriti, símbolo da briga entre produtores e índios no Mato Grosso do Sul, mas não dispõe no orçamento sequer de um terço do valor da propriedade de 15 mil hectares, estimada em R$ 150 milhões. Por pressão da bancada estadual, o governo incluiu no Orçamento de 2013 a dotação, insuficiente, de R$ 40 milhões para terras em “situação de conflito”.

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A quem aproveita

Baderneiros sabem muito bem: depredação de patrimônio público combina com “licitação emergencial”, a velha jabuticaba brasileira.

Porto Alegre:
Dilma compra
casa vizinha ao ex

Se o futuro a Deus pertence, Dilma já garantiu o seu na cidade do coração em caso de “aposentadoria”: uma bela casa em estilo colonial português avaliada em R$ 5 milhões, no bairro Tristeza, um dos mais nobres da capital gaúcha. Será vizinha do ex-marido Carlos Araújo, pai de sua filha, com quem mantém amizade inabalável e confidente. Mineira, Dilma fez carreira política em Porto Alegre e adora a cidade.

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Boa troca

Dilma declarou ao Tribunal Superior Eleitoral três outros apartamentos na capital  gaúcha, mas a casa não chega aos pés, junto ao rio Guaíba.

Comentário do editor deste blog: "E é essa gente que condena a elite brasileira querendo negar a ela pertencer."

Avisa lá

Paralisado com os protestos e aparentemente sem comando, o Brasil lembra a velha piada judaica do patriarca à beira da morte, cercado por todos os parentes atentos: “E quem está tomando conta do loja?”

Custo da ignorância

O Itamaraty ainda calcula prejuízo das manifestações. Mesa, abajur e pelo menos 62 vidraças, além de pichações e paredes chamuscadas pela tentativa de incêndio devem custar mais de R$ 60 mil ao Erário.

Asa Delta

A presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Leila Mariano, suspendeu a obra da lâmina superfaturada do anexo 4. A construtora Lopes Marinho, sucessora da finada Delta, está sem receber há dois meses.

Tome tenência, 01!

Os secretários estaduais de Segurança deveriam parar com a xaropada de “vândalos infiltrados”, exigindo roteiro prévio de passeatas e identificando in loco os potenciais agressores, em geral encapuzados.

Apartidário

O PMDB nacional mandou espalhar bandeiras do partido e de outros como PT, PSDB, PCdoB e PSOL durante os protestos em Brasília para testar a reação dos manifestantes. Foram todos refutados.

Compra de votos

Os líderes do Governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do PT, José Guimarães (CE), acataram a proposta de Nilson Leitão (PSDB-MT) para acabar com a figura do cabo eleitoral, caçador de votos.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Por que eu digo “não” 1 – A rebelião das massas. Ou: Dilma fala, mas o quebra-pau nas ruas continua

Poderia começar cantarolando um antigo hit: “Não vou mudar/ esse caso não tem solução…” Não, meus caros, mesmo reconhecendo, e já escrevi aqui, que existem reivindicações justas e honestas nas manifestações de rua; mesmo reconhecendo que expressões de descontentamento são próprias do regime democrático; mesmo reconhecendo que, hoje, o PT se transformou num dos alvos principais dos protestos, apesar de tudo isso, eu continuou rejeitando a forma como milhares expressam o seu repúdio “a tudo o que está aí”. Não posso fazer nada a respeito. Eu sou eu e minhas circunstâncias, para citar um dos pensadores que me são caros, Ortega Y Gasset, autor do que, para mim, é um clássico: “A Rebelião das Massas”.
Não posso, contra tudo aquilo que penso, assentir com práticas que, se generalizadas e tornadas um norte politico, ético e moral, conduziriam o país a um mal maior do que aquele que se propuseram a combater. Ainda que tais procedimentos possam atingir em cheio figuras e partidos que execro, essa seria uma batalha sem princípios — e é contra os meus princípios adotar os métodos daqueles a quem combato. Eu não cultivo a humildade socrática e jamais diria “só sei que nada sei”. Prefiro o que poderia ser, talvez, uma divisa aristotélica: SÓ NÃO SEI O QUE NÃO SEI. O fato de eu, como toda gente — incluindo governo e oposição —, não saber direito o que está em curso nem qual será a forma do futuro não implica que eu deva esquecer o que sei. Entenderam?
O fato de ignorarmos as causas exatas de um determinado fenômeno não pode nos levar a nos colocar diante deles como uma tabula rasa, de sorte a nos deixar conduzir pelo puro empirismo. O fato é que sei algumas coisas. Sei, por exemplo, que não existe política fora da política. Sei, por exemplo, que não existe saída civilizada fora da representação democrática. Sei, por exemplo, que a imposição coletiva de descontentamentos individuais ou de grupos nem protege o individualismo nem cria coletividades mais tolerantes. Sei, por exemplo, que os oportunistas sempre se beneficiam da depredação dos valores institucionais. Só não sei o que não sei. Mas sei o que sei.
Seria tolo ignorar o que aprendi até aqui e me deixar arrastar pela voragem das ruas contra as minhas convicções. E entendo, sim, por que muita gente boa se entusiasma. Sim, meus caros, eu sou tão conservador, mas tão conservador, que acredito que Dilma tem de ser derrubada segundo métodos… conservadores! Ou por outra: tem de ser vencida nas urnas segundo valores que são de outra natureza. Os que estão em curso não me servem. Os que estão aí têm certo cheio de petismo sem PT; de petismo pós-moderno; de um petismo que se espalhou nas redes sociais — ainda que muita gente, e é certo que são milhões, execrem o PT. MAS ATENÇÃO! Nem para tirar os petistas do poder eu aceitaria flertar com categorias que considero pré-políticas, inaptas, ineptas e inapetentes para a vida em sociedade. Não aceitaria porque eu também sei aonde essas coisas vão dar.
Eu, que desconfio de coletivos e coletivismos; que repudio os aiatolás que se arvoram em juízes do pensamento alheio; que sou um fanático da distinção entre as esferas pública e privada da vida, eu não posso — e não vou — dar piscadelas àqueles que acreditam que podem impor aos outros a sua vontade; que a rua, qualquer rua, pode ser apropriada como espaço de reivindicação de maiorias ou minorias que pretendem falar em nome da causa geral. Na verdade, uma das razões por que me oponho ao PT, aos ditos movimentos sociais (que nada mais são do que minorias que acreditam no valor universal de causas no mais das vezes particulares) e aos coletivos disso e daquilo que têm a ambição de atuar como polícias do pensamento é justamente seu caráter autoritário, impositivo, fascistoide.
No Globo Repórter de sexta-feira, por exemplo, um rapaz do movimento “Juntos”, tratado como um neoiluminista, falava da importância da sociedade mobilizada. Era o exemplo do “jovem”. O Globo Repórter só não informou — e não o fez porque não quis, já que segredo não é — que o “Juntos” é uma cria do PSOL. Luciana Genro é a dona do domínio da turma na Internet. Já contei isso aqui. O rapaz que aparecia ali, mestrando em sociologia, poetizando sobre um futuro generoso, é membro de uma legenda que tem na sua plataforma, entre outras delicadezas, a expropriação também de terras produtivas para a reforma agrária — eles defendem um limite para a propriedade rural, mesmo aquela sobre a qual não há nenhuma evidência de irregularidade. É princípio! Ele diz:  “Isso [pessoas nas ruas] deixa feliz; nós vamos ser um país melhor, mais democrático; nós vamos ter mais possibilidade de tomar nas nossas mãos o nosso futuro quanto mais pessoas puderem ir às ruas (…)”. É verdade! O PSOL disputa eleições. Se e quando tiver votos, que aplique o seu programa. Dividindo o comando do DCE da USP, por exemplo, o partido desse notável tribuno da plebe deu um golpe continuísta porque corria o risco de perder. Nas greves da universidade, o PSOL costuma impor a sua vontade por intermédio de suas minorias truculentas. Mas lá estava ele sendo tratado como uma personagem dessa nova aurora — e, pior, como se não tivesse partido.
Não, meus caros leitores, minhas caras leitoras! Isso não me encanta. Ainda — e é verdade — que as esquerdas tenham perdido o protagonismo do movimento que está nas ruas; ainda que o “Juntos” e o “Movimento Passe Livre” tenham sido engolidos por outra agenda — que eles, de fato, repudiam —, os métodos referendam uma forma de fazer política que não aprovo. E eu não tenho o menor receio de ser contra a maiorias. Nunca tive. Este blog bateu sucessivos recordes de visitas nesta semana porque diz o que pensa, não o que pensam. Pesquisa Datafolha, segundo a Folha deste domingo, aponta que 66% dos paulistanos acham que manifestações de rua devem continuar; 34% acham que não. Que elas continuem, aprovo. Que tomem qualquer via pública, quando der na cabeça das lideranças, aí não. Nesse caso, estou com os 34%. À diferença do pensador do Globo Repórter, eu acho que o mundo será melhor quanto mais pudermos, cada um de nós, cuidar de nossa própria vida e da vida da nossa família. “Então não existem demandas públicas, Reinaldo?” Existem! Por isso existe a praça. Segundo o Datafolha, 78% dos paulistanos apoiam a ocupação da Paulista. É? Pois eu estou com os 28%, então. Não posso negar o que sei. E EU SEI QUE NEM MESMO AS MAIORIAS TÊM O DIREITO DE CASSAR O DIREITO CONSTITUCIONAL DE IR E VIR. Nem o rapaz do PSOL nem um outro que odeie o PT pode obrigar terceiros a aderir à pauta do PSOL ou a odiar o PT, entenderam? E se todos aqueles que tiveram algo a dizer ou alguma demanda a apresentar ao estado decidirem fazer o mesmo? Qual é o limite? Quem esses juízes do espaço público acatam como juiz? “Ah, mas o direito de se expressar e se reunir também está na Carta!” Eu sei e apanhei bastante para conquistá-lo. Reitero: a praça está à disposição. Por mim, o Vale do Anhangabaú, por exemplo, pode ficar reservado só para manifestações.
Aí eu vou lá levar o meu cartaz. Erguerei um contra a corrupção, contra a PEC 37, contra o eventual esforço de transformar o julgamento do mensalão num pastelão, contra a inércia do Congresso, contra a incompetência no gerenciamento da saúde, contra a morte da Baleia (a cadela de “Vidas Secas”), contra comida japonesa, contra o Bolero de Ravel, contra a vírgula entre sujeito e predicado, contra o risco de que as orações subordinadas sejam extintas em nossa imprensa… Eu tenho demandas imensas.
Mas não me peçam…
Mas não me peçam para aplaudir, porque não vou, uma onda que professa seu ódio à política sob o pretexto de que pretende melhorá-la. Vocês sabem o que penso sobre o PT, o PSTU, o PSOL… Acima, expresso a minha contrariedade por um programa jornalístico da Globo ter omitido a origem de um movimento, atribuindo-lhe tinturas apartidárias que são falsas. Sou pela clareza. Defendo o meu direito de demonstrar que são partidos obscurantistas, que, na prática, querem mesmo é ditadura. Mas não me encanta, de modo nenhum!, esse ataque generalizado à política como morada exclusiva da falta de ética e da ladroagem. Exclusiva não é. Mas isso também não resolve, é claro. Basta que seja para merecer um protesto. Mas, então, que se melhore a política, ora!
Nos protestos havidos em Brasília, havia muita gente gritando contra Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, por exemplo. O arquivo está à disposição para que se saiba o que penso dele e o que já escrevi sobre ele. Mas é de uma estupidez sem par chamar de pacífica uma manifestação que toma o teto do Congresso, com cartazes convertidos em tochas. Eu não seria eu se não escrevesse tudo. E, então, vou escrever tudo: se o diabo me obrigasse a escolher entre a democracia que temos, com Renan Calheiros lá, sendo quem é, e os que acreditam que podem sapatear sobre o teto do Parlamento, eu teria de escolher Renan. O motivo é muito simples: no sistema que temos, eu, ao menos, posso escrever o que penso sobre o presidente do Senado… Escrevi contra as manifestações e recebi centenas de ameaças de morte e espancamento. “A culpa não é dos milhares que se manifestam!” Nem eu estou dizendo que seja. Mas é preciso, sim, cuidar dos sentimentos que a gente mobiliza quando faz determinadas reivindicações.
O ódio à política — e, não há como negar, há uma parte da imprensa encantada com isso (vou escrever a respeito; lembrem-se que esta é apenas a primeira parte deste texto) — nos conduz a formas pré-políticas de resolução de conflitos: ou à guerra de todos contra todos ou à má política. Em seu péssimo pronunciamento, a presidente Dilma anunciou a disposição de levar para o Palácio do Planalto os tais movimentos sociais. Como serão usados? Serão tratados como supostos representantes do povo, numa espécie de “by pass” no Congresso? Com que legitimidade? Eu não quero uma democracia tutelada por conselhos populares, formados por pessoas que outorgam a si mesmas o poder da representação.
Já escrevi 10.200 toques e estou muito longe de acabar este post. Por isso ele vai em partes — autônomas, sim, mas formam um conjunto. É claro que essa voz das ruas, ora justa, ora destrambelhada, mas sempre equivocada nos métodos, tem uma origem (por óbvio, mais remota) e se fez mais audível em razão de causas recentes. Ela questiona, sim, o modelo petista de governo, mas de uma maneira que entendo distinta do que se tem dito por aí. O baixo crescimento ou a inflação, por exemplo, são absolutamente insuficientes para explicar esse mal-estar.
Encerro dando uma pista do que virá na parte 2. Anotem aí: dez anos de ataque sistemático à ordem constituída por meio da depredação de instituições e valores — Congresso, Judiciário, imprensa, Polícia, Forças Armadas — não poderiam resultar numa coisa muito boa. Mais: a “sociedade de consumo” do modelo petista tem outras demandas, além de uma TV de tela plana, especialmente aquelas ligados ao serviço público. Os canais do partido, em sua fase burocrática, foram obstruídos por pelegos, pela “burguesia do capital alheio”, como chamo. Vejo esta patética UNE tentando se meter no meio da criançada que está na rua, e seus representantes me parecem pterodáctilos renascidos no século 21. A UNE não existe. Foi privatizada por Lula, que a comprou com dinheiro público. Nesses anos, a oposição poderia ter sido um bom canal de expressão das contraditas — e tudo dentro da ordem democrática —, mas também ela silenciou com medo da suposta unanimidade e foi demonizada pelo demiurgo, cujo governo montou, por intermédio do subjornalismoo de aluguel, uma verdadeira máquina criminosa de difamação das pessoas que ousam divergir e da própria imprensa — que foi, com as exceções de praxe, frequentemente servil ao suposto milagre petista.
O país parecia morto ou anestesiado. Na dúvida, bastava chamar João Santana. Dilma chamou de novo. E se produziu nesta sexta um discurso pífio na TV. No dia seguinte, lá estavam as massas na rua, de novo, quebrando tudo.
Por Reinaldo Azevedo


Com qual cara José Dirceu se olha no espelho? No dia 18, ele queria povo na rua; no dia 21, ele já via uma grave ameaça da direita; no dia 18, chamava a PM de SP de violenta; no dia 21, de omissa. Ele já teve duas caras diferentes, mas a de pau continua a mesma!

Caros leitores,
é claro que as pessoas podem mudar de ideia sobre isso e aquilo. Eu já mudei algumas vezes. É certo que essas mudanças, quando ocorreram, não se deram do dia para a noite, num estalar de dedos. Fui trotskista, como sabe muita gente. Deixei de sê-lo. Demorou um pouco. Comecei a consumir esquerdismo muito cedo. Sabem como é… Esse troço cria dependência, especialmente em cabeças adolescentes. Mas, como dizem os adictos, estou “limpo” há quase 30 anos. Defendi o presidencialismo no plebiscito sobre o sistema de governo, em 1993. Eu me arrependo. Deveria ter votado no parlamentarismo. No caso do regime, fiquei com a República mesmo porque, se era para ser monarquia, só aceitaria a absolutista, não a parlamentarista (uma das opções), desde que eu fosse o Rei Naldo. Eita! Seria uma maravilha o meu reinado! Em vez de rap nas escolas, como virou moda, ópera! Em vez de criança aprendendo a bater lata, oboé! “E comida, saúde, transporte de graça, casa de graça, felicidade de graça?…” Tudo, gente! Todo mundo teria direito a tudo. Eu seria um sonho encarnado de Platão: um tirano bonzinho! Por que essa introdução? Porque vou falar de José Dirceu, e isso sempre desperta em mim a vontade de falar sobre outra coisa. Mas vá lá.
No dia 18 deste mês, um dia depois da passeata em São Paulo que reuniu 65 mil pessoas e, estima-se, 100 mil no Rio, o Zé era puro entusiasmo. Estava feliz. Não se esqueçam de que o PT, como antecipei aqui, havia aderido à manifestação. Já contei os bastidores dessa história. O objetivo era atacar o governo Alckmin, fazer proselitismo eleitoral, desviar o foco do preço da passagem para a “repressão policial” e coisa e tal. Os estafetas do Zé, que fazem o seu blog, escreveram, então, o que segue, com a sua concordância, e claro! Prestem atenção! Volto em seguida.
O dia de ontem pode ser considerado um marco na história recente do Brasil.Em todo o país, jovens e cidadãos de classe média, mas também populares,saíram às ruas em sua maioria pacificamente para protestar.
Protestar contra a repressão – não vamos apagar essa demanda, como fez a mesma mídia que pediu repressão histericamente dois dias antes em editoriais, incluindo todos os três jornalões dos barões da mídia –, por melhores condições de vida, transporte melhor e mais barato.
Os atos mostraram sua natureza democrática, pluralista e aberta, espontânea em parte, organizada pelas redes por centenas de grupos de jovens que protestam contra os gastos na Copa e mais recursos para a educação.
Houve ainda setores políticos protestando contra governos, sejam os de Sérgio Cabral, Geraldo Alckmin, Fernando Haddad ou Dilma Rousseff. Mas é importante ressaltar que foram poucos e pontuais os protestos contra o governo Dilma, ao contrário do que gostaria a direita e certa mídia. Até mesmo nas reportagens dos jornalões isso fica claro.
Voltei
Se eu tivesse assinado uma porcaria dessas, acho que ficaria uns seis meses sem mostrar a cara. Prestem atenção aos trechos em destaque. Ele não tinha entendido nada. Já detalhei aqui como setores do petismo — incluindo José Eduardo Cardozo — tentaram insuflar a confusão em São Paulo. Não custa observar: na própria segunda, dia 17, já estava claro que Dilma era um dos alvos dos protestos que se estenderam Brasil agora. Nada menos de 100 mil tomaram as ruas no Rio, contra 65 mil em São Paulo. Ocorre que a capital fluminense tem metade da população da capital paulista.
Bem, conhecemos o resto da história. O Planalto tem em mãos pesquisas de opinião demonstrando que esses eventos têm sido devastadores para o prestígio de Dilma. Em São Paulo, os petistas têm números indicando que a reputação do petista Fernando Haddad despencou. Vai se recuperar? Não sei. No momento, é um pato manco. Passou a imagem de hesitante, ausente, trapalhão — em seu próprio partido, a avaliação é bastante negativa. É bem verdade que, no caso dos ônibus, acabou vítima do próprio governo federal.
E o Zé?
Três dias depois, quando ficou claro que o PT havia se tornado um dos principais prejudicados pelo baguncismo que o partido incentivou, o Zé  mudou de ideia. E os estafetas tiveram de dar nó no verbo. Sim, claro, claro, o Zé reconhece o direito que as pessoas têm de se manifestar, mas… Leiam o que escreve.
(…)
Mas há uma tentativa de setores políticos e sociais de tomar conta de alguns atos, deixando num segundo plano essas reivindicações majoritárias.
Com amplo apoio da mídia – que num primeiro momento taxou as manifestações de baderna e exigiu repressão -, esses setores procuram mobilizar abertamente sua base social de oposição para ir às ruas. Para tanto, inclusive explorando as palavras de ordem contra a corrupção, a PEC 37, contra os partidos, dando continuidade a uma agenda que a mídia alimentou esses últimos anos contra a política em geral, o que sempre acaba em ditadura.
(…)
Em São Paulo, assusta a passividade adotada pela PM. Ela não pode agir com repressão, mas não pode se abster de cumprir seu papel responsável de força policial.
Comento
Entenderam? Há meros três dias entre um texto e outro. A “polícia repressora” — aquela que foi demonizada pelos petistas, inclusive por Fernando Haddad — agora é acusada de “passiva”. O que antes era uma retomada gloriosa das ruas passou a ser palco de manobras da direita. Segundo Dirceu, a “mídia”, que antes apoiara a repressão (ISSO NUNCA ACONTECEU!), agora estaria incentivando as manifestações.
E, claro, ele reclama da pauta, que considera moralista, a saber: a PEC 37 e o combate à corrupção. Que coisa! Escrevi aqui certa feita que os petistas do poder acabariam por declarar ilegal a própria moral!!!
Este escriba
Pois é. Não mudei, não! Sigo um crítico muito duro do que está nas ruas porque, em certa medida, vou demonstrar em texto, pode expressar o pior espírito do petismo — só que sem o PT… Mas isso fica para depois.
Quando vejo petistas obrigados a essas operações mentais constrangedoras, a esses malabarismos, fico quase tentado a pegar uma cartolina e também ir para um protesto. Só não faço isso porque não e gente como José Dirceu que determina as minhas escolhas — tampouco seria um partido como o PT.
Mensalão
Vou contar por que Jose Dirceu está com medo. Percebeu tardiamente que uma das reivindicações das ruas — correta, é evidente — é o fim da impunidade. A praça pública já percebeu que há gente querendo assar algumas pizzas no Supremo. Ele teme que se tenha estreitado o espaço para as manobras.
Pois é… Dirceu já teve duas caras diferentes em razão de plásticas feitas em Cuba, mas a de pau sempre foi a mesma.
Por Reinaldo Azevedo


NO BLOG DO CORONEL

Volta?

A última foto é de 11 de junho, com Temer.

Enquanto petistas e Imprensa especulam sobre um "volta, Lula", boatos dão conta que Lula estaria com graves problemas de saúde. Os boatos ficam mais fortes porque há reuniões, mas não há fotos. Há declarações, mas não há entrevistas. Em plena crise, Lula sumiu. As últimas fotos são de mais de 10 dias atrás. Os comentários não são fofocas de internet, tem como fontes profissionais da área médica que trabalham dentro do Sírio Libanês. Pararam as audiências, apenas Dilma, Temer, Haddad e Mercadante estiveram com ele, nos últimos dias. Sem fotos. Pararam as conferências. Não há motivo algum para esconder nada. Afinal de contas, assim como FHC, ele é apenas um ex-presidente.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:56:00


Dilma: sem dinheiro e sem prestígio, a faxineira quer voltar.

Dilma Rousseff inicia nesta semana ofensiva para responder aos protestos que pipocam em todo o país sem dinheiro em caixa para anunciar novos investimentos que contemplem a extensa e difusa pauta de reivindicações. Na semana passada, com a escalada de violência e adesão às passeatas, o Ministério da Fazenda fez à presidente avaliação pessimista da perspectiva da economia. 

O sinal de que os estímulos federais se esgotaram foi dado por Guido Mantega, que vetou pleito do prefeito Fernando Haddad por mais desonerações fiscais. Com o caixa baixo, a presidente vai tentar resgatar a imagem que ajudou a inflar sua popularidade nos dois primeiros anos: a de que é intransigente com a corrupção e com o "malfeito'' na gestão.
A dificuldade será conciliar esse discurso, que teve destaque em sua fala em rede nacional de TV, com os esforços para montar a maior aliança possível para a reeleição, levando de volta ao primeiro escalão os "faxinados'' PR e PDT. Ela também recorreu a Antonio Palocci, demitido após a Folha revelar seus negócios em consultoria, como conselheiro na crise. No Congresso, já há aliados, inclusive no PT, que defendem que Dilma abra mão de algumas siglas e faça uma coalizão mais à esquerda. 
Senadores governistas tentam dissuadir o Planalto de patrocinar o projeto que tolhe o tempo de TV e o acesso a fundo partidário de novas legendas, para não passar a essa nova massa mobilizada a impressão de que Dilma quer esmagar adversários. No campo da transparência, outro clamor das passeatas a que Dilma se referiu na TV, está em estudo no Planalto o recuo na medida recém-baixada de sigilo nos gastos das viagens presidenciais. O governo estuda, ainda, reduzir cargos de confiança na administração direta e reforçar atribuições da Controladoria-Geral da União, para que possa punir servidores acusados de desvios.
A orientação é que ministros repisem que as obras da Copa têm poucos recursos de investimento direto do Tesouro Nacional, e que a maior parte delas é de responsabilidade dos Estados ou financiada por empréstimos. A falta de recursos para novas ideias levou os estrategistas de Dilma a recorrer a um artifício conhecido quando um governo está acuado e precisa dar uma resposta rápida ao eleitorado: o chamamento a um pacto político. 
Na reunião amanhã com governadores e prefeitos de grandes cidades, a petista deve enumerar investimentos já feitos em Estados e municípios. Também deve acenar com a renegociação do indexador e a redução nas alíquotas das dívidas de Estados e capitais, pleito já em fase de discussão na Fazenda. Outra medida será desburocratizar as linhas de financiamento do BNDES para municípios, que reclamam da demora de quase um ano para liberação de verbas.
Ao mesmo tempo em que tenta responder aos protestos, Dilma terá de lidar, nos próximos dias, com o ressurgimento, no PT, de setores que pregam a volta de Luiz Inácio Lula da Silva como candidato em 2014.A viagem da presidente a São Paulo para consultar o antecessor e a sequência de reuniões e telefonemas na semana passada para políticos que ele promoveu ajudaram a engrossar o caldo do ''queremismo'' petista.
No governo há quem defenda que ela afaste os ministros mais próximos do ex-presidente, como Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), para calar essas especulações.(Folha de São Paulo)
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:38:00

O povo que foi para a rua expulsou os "movimentos sociais" ligados ao PT. Eles te representam? Dilma acha que sim.

Por favor, atentem para este trecho do discurso de Dilma, vaiado em âmbito nacional no último dia 21 de junho, à noite:

Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos... Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.

Agora leiam a Carta Aberta dos "Movimentos Sociais" enviada para a presidente, no mesmo dia 21 de junho. Aqui a íntegra. Abaixo um trecho:

Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade. Trata-se de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade.
Propomos a realização, com urgência, de uma reunião nacional, que envolva os governos estaduais, os prefeitos das principais capitais, e os representantes de todos os movimentos sociais.De nossa parte, estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidade.
É óbvio que foram os ditos "movimentos sociais" que pautaram o discurso de Dilma. Fica claro, assim, que o seu governo vai dar uma guinada à esquerda. Que vai tentar contrapor protestos pacíficos usando sabem quem? Quem assina a carta a ela enviada e quem pautou o seu discurso. 
Vejam quem são as entidades que assinam e respondam: alguma vez elas se manifestaram contra os gastos com a Copa do Mundo? Alguma vez elas contestaram a corrupção dentro do governo, atacando os escândalos protagonizados por Palocci, Erenice e Rosemary? Alguma vez eles pediram a prisão dos mensaleiros ou estão em uma luta para pressionar o STF a reduzir as suas penas? 
Estas são as entidades que assinam a carta: ADERE-MG; Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG); AP – Assembléia Popular; Barão de Itararé; CIMI; CMP-MMC/SP; CMS; Coletivo Intervozes; CONEN; Consulta Popular; CTB; CUT; Fetraf; Fórum Ecumênico ACT Brasil; FNDC- Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação; FUP; KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço; Levante Popular da Juventude; MAB; MAM; MCP; MMM; Movimentos da Via Campesina; MPA; MST; Quilombo; Rede Ecumênica de Juventude (REJU); SENGE/PR; Sindipetro – SP; SINPAF; UBES; UBM; UJS; UNE;/ UNEGRO. 

Elas te representam?   

POSTADO POR O EDITOR ÀS 09:23:00

Dilma quer salvar o seu governo com conchavos políticos e dialogando com os "movimentos sociais"? Representam quem?

A matéria do Estadão, abaixo, mostra que o governo ainda não entendeu o que se passa. O problema não é falta de Lula.O problema é que Lula, PT, movimentos sociais não representam mais nada. 

Na pior semana de seu governo, com uma onda de protestos violentos sacudindo o País, inflação em alta e popularidade em queda, a presidente Dilma Rousseff criou uma espécie de gabinete de crise e rompeu o isolamento do Palácio do Planalto. Avessa a negociações e alvo de críticas no Congresso, ela foi obrigada a montar uma agenda de emergência para ouvir as vozes das ruas, conter as insatisfações e abafar o coro do "Volta Lula", que já começa a ser entoado na seara doméstica para pedir o retomo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na eleição de 2014. Desde o escândalo do mensalão, em 2005, o PT não enfrenta desgaste tão grande.
Com muitos nós para desatar, Dilma pretende agora testar um novo estilo de governo para tentar virar o jogo e traçar a rota do projeto de reeleição. Ajustes na política econômica para reagir à esperada redução de dólares no Brasil, com o fim do programa de estímulos nos Estados Unidos, e mudanças no núcleo político do Palácio do Planalto são aguardados para o segundo semestre.
Habituada a centralizar decisões e a formular sozinha as principais diretrizes políticas e econômicas, a presidente encerrou a semana com a imagem de gerente desgastada, em meio a uma sucessão de más notícias que deixaram o Planalto atônito. É nesse tumultuado cenário que a presidente terá que negociar com aliados as composições para 2014.
O PMDB convocou reunião de sua Executiva para terça-feira, a fim de discutir a crise e os obstáculos à formação dos palanques com o PT nos Estados, como no Rio de Janeiro. "A coordenação política do governo está sem força e ninguém mais aceita essa história de dois palanques para Dilma", resumiu o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
"Bicho esquisito". "Tem um bicho esquisito aí", admitiu o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "Quem está na chuva é para se queimar e esses protestos também atingiram o PSDB e o governador Geraldo Alckmin", completou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fazendo um trocadilho. "Com certeza, alguma lição vamos tirar dessa catarse", previu o ministro.
Dos problemas com a demarcação de terras indígenas, passando por boatos sobre o fim do programa Bolsa Família, vaias na abertura da Copa das Confederações, escalada da inflação, "Pibinho", atritos com o PT e o PMDB e, agora, a fúria nas ruas, tudo pareceu conspirar para o inferno astral do governo, nos últimos dias.
Para recuperar o apoio perdido, Dilma acertou com Lula que mudará a estratégia política, chamando, por exemplo, representantes de movimentos sociais para conversas periódicas. Até agora, ela manteve distância regulamentar de todos.
Concertação. A presidente também fez um apelo pela "concertação" com o Legislativo e o Judiciário. Sob intenso fogo cruzado, anunciou que vai se reunir com governadores e prefeitos e propôs um pacto nacional, expressão abominada pela esquerda, em torno da mobilidade urbana. No Congresso, aliados preparam outra estratégia para aprovar projeto de interesse do Planalto que inibe novos partidos, aproveitando a fragilidade de Dilma para cobrar faturas antigas de cargos e emendas.
No diagnóstico do governo, as manifestações que tiveram como origem o aumento das tarifas de transporte coletivo e desandaram para protestos contra tudo o que está aí assumiram contornos perigosos. A preocupação é com o clima de instabilidade e confronto, num momento de dificuldades na economia, justamente quando as atenções internacionais estão voltadas para o Brasil, que sedia a Copa das Confederações e está prestes a receber a visita do papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, marcada para julho, no Rio.
Para Bernardo, as manifestações mostraram que o povo não se sente representado pela forma tradicional de fazer política. Atropelada por jovens sem partidos, a cúpula do PT tentou pegar carona no movimento e convocou seus militantes para uma passeata em São Paulo, na quinta-feira, com o objetivo de defender "o legado de Lula e Dilma", após o recuo no aumento das passagens. O gesto foi visto pelo Planalto como "um tiro no pé" porque pôs o PT, Dilma e o prefeito Fernando Haddad, já derrotado politicamente, na mira de novos protestos.
"As reivindicações sobre transportes são legítimas, porque o serviço de ônibus nas grandes cidades é muito ruim", afirmou Paulo Bernardo. "Protestar contra a corrupção também é legítimo, mas, levantar bandeira contra a PEC 37 é conversa fiada. A imensa maioria nem sabe o que é isso", constatou o ministro, numa alusão à proposta de emenda constitucional (PEC) que limita o poder de investigação criminal do Ministério Público.
Coro do Volta Lula. 
Embora petistas, aliados e até empresários descontentes com o governo ensaiem novamente o "Volta Lula", o ex-presidente garante que não será candidato, em 2014. Lula antecipou o lançamento de Dilma, em fevereiro, para segurar especulações sobre o seu retorno, mas, nos bastidores do PT, a estratégia foi considerada desastrosa.
Agora, Lula atua como "ouvidor"" da República, chamando em seu escritório políticos da base aliada, governadores, prefeitos, dirigentes sindicais e empresários. "Todos reclamam da falta de interlocução com o Planalto. Lula, então, faz uma "triagem" das reivindicações e encaminha tudo para Dilma.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:13:00


Dilma copia programa chavista e manda o povo fazer dívida em tempos de inflação.

"Toda mulher que lava a roupa no tanque sabe como isso é importante, como uma lavadora automática melhora a vida no dia a dia, não é?", disse a presidente Dilma Rousseff em seu programa de rádio na última segunda. 

Foi mais uma oportunidade para promover o Minha Casa Melhor, programa de venda facilitada de eletrodomésticos e móveis lançado pelo governo no dia 12 como tentativa de turbinar a economia pelo consumo num momento de queda de popularidade de Dilma --antes mesmo de a onda de protestos virar uma crise política grave. 
Na locução, Dilma sugere ainda que as famílias do programa "Minha Casa, Minha Vida", que têm direito ao benefício, troquem a TV por "uma digital novinha, dessas bem modernas, para assistir aos jogos da Copa".
A estreia da presidente na retórica de garota-propaganda de eletrodomésticos e móveis, a pouco mais de um ano das eleições, tem um antecedente de peso entre a vizinhança: Hugo Chávez. 
Em 2010, o então presidente venezuelano, morto em março passado, utilizou o mês que antecedia as cruciais eleições legislativas daquele ano para lançar o "Mi Casa Bien Equipada" --programa de venda subsidiada (e muitas vezes distribuição gratuita) de itens da linha branca importados da China e TVs.
"Tremenda máquina de lavar. Grandíssima, barata!", promovia Chávez, em transmissões televisivas. Para ele, o ponto não era aquecer a economia ou incentivar a produção local, mas aumentar o acesso da população mais pobre e mostrar que o consumo na "revolução socialista" valia mais que no "capitalismo".
Além da escolha de períodos politicamente sensíveis para o lançamento, os programas de lá e de cá têm outras semelhanças: há compra a prazo vinculada a bancos estatais, com juros bem abaixo do mercado, e um cartão específico para fazê-lo. A Venezuela de Chávez e do atual presidente Nicolás Maduro se orgulha de ter uma intensa ligação com o governo do Brasil e o maior número de agências de cooperação brasileiras em Caracas --uma das principais iniciativas é manter lá um posto da Caixa, que transmite, por exemplo, práticas de bancarização de população de baixa renda.
Os venezuelanos já levaram daqui ideias e técnicos do Minha Casa, Minha Vida para ajudar a desenvolver lá programas do setor, como o "Gran Misión Vivienda", lançado em 2011. Levaram também o marqueteiro de Dilma e Lula, João Santana --que batizou o Minha Casa, Minha Vida e o Minha Casa Melhor no governo brasileiro-- para trabalhar na campanha presidencial de Chávez de 2012. Usaram em propagandas na TV na Venezuela uma adaptação do bordão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Esto nunca se había visto en este país".  Agora, o caminho parece ser o inverso. Com o programa de vendas de móveis e linha branca de Dilma, é a primeira vez que ideias usadas com sucesso primeiro no país vizinho estão sendo aplicadas no Brasil, guardadas as proporções. 
Para o especialista Leonardo Vera, da Universidade Central da Venezuela, o "Mi Casa Bien Equipada" foi um "exitoso instrumento de marketing político" para o governo chavista. "Esse é um programa de retorno muito rápido e que deu um rendimento político favorável ao governo Chávez", afirma. Na Venezuela, o programa foi uma bandeira na campanha de Chávez e, depois, de Maduro --o logo do programa leva agora uma imagem estilizada do mentor esquerdista. Segundo o governo, 940 mil famílias já foram beneficiadas desde 2010. No Brasil, a presidente tem comemorado publicamente a rápida aceitação do programa --foram 18,7 mil adesões em cinco dias--, mas não está previsto que ela fale na TV sobre o tema.
Questionado se a versão venezuelana tinha sido uma referência para o governo Dilma, o Ministério das Cidades, responsável pelo Minha Casa Melhor, disse "não ter informação neste sentido".Segundo a Folha apurou com uma fonte ligada ao tema, o lançamento de uma linha de crédito para eletrodomésticos e móveis ligada ao Minha Casa, Minha Vida era estudada desde o governo Lula e não houve "inspiração" venezuelana. A iniciativa só não teria sido anunciada em 2010, no ano da eleição de Dilma, porque não estava claro que garantia orçamentária teria. O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Arvelaiz --entusiasta da cooperação bilateral em habitação--, disse não ter sido consultado pelo Brasil sobre a experiência do "Mi Casa Bien Equipada".
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:03:00


"Movimentos sociais" ligados ao PT ameaçam usar balas de verdade contra manifestantes pacíficos. É caso de polícia.

reportagem abaixo é caso de polícia. Foi publicada no portal da Rede Brasil Atual, que pertence a Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, entidade cultural sem fins lucrativos mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em conjunto com o Sindicato dos Bancários de São Paulo e a Central Única dos Trabalhadores. Nem precisa dizer a quem este "grupo de comunicação" está ligado. Leiam e chamem as autoridades!

São Paulo – Cerca de 60 pessoas representando diversos coletivos e movimentos sociais que atuam em bairros periféricos da zona sul de São Paulo se reuniram na noite de ontem (21) na sede da Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa), no Jardim Guarujá, para articular estratégias de combate a ideais classificados como fascistas. Os participantes discutiram sobre a presença de grupos com símbolos associados ao nazismo e ao fascismo no ato da última quinta-feira, quando milhares de pessoas se reuniram na Avenida Paulista pedindo, entre outras pautas associadas ao conservadorismo, o fim dos partidos e dos governos. Para a frente periférica, isso, associado a palavras de ordem como “Fora Dilma”,  sinalizou a intenção desses grupos de usar formas não democráticas para atingir seus objetivos. No ato, bandeiras de legendas políticas e da Uneafro foram queimadas e militantes ficaram feridos.
A avaliação preliminar do grupo em formação é que é preciso haver apoio mútuo entre movimentos sociais e partidos de esquerda, ainda que haja diversas críticas a eles, especialmente ao PT e ao governo Dilma. “Não é hora de a Dilma sair. Nós vamos responder nas urnas”, afirmou Débora Silva Maria, coordenadora das Mães de Maio.
Para a frente periférica, é preciso reafirmar os preceitos da esquerda e formular uma pauta de reivindicações unificada e objetiva que contemple as demandas das regiões mais pobres da cidade, além de não permitir que grupos de direita usem a população como massa de manobra. Diversos bairros na cidade e em municípios da região metropolitana também têm sido tomados por manifestações. Jovens já pararam avenidas importantes da zona sul, entre elas, a Belmira Marin, que liga o Grajaú à Cidade Dutra, e a Estrada de Itapecerica, no Capão Redondo.
Há mais de uma década, o movimento Hip Hop e os saraus têm reunido forças de esquerda em bairros afastados das regiões centrais da capital paulista. Agora, acredita Sérgio Vaz, poeta e coordenador da Cooperifa, é hora de colocar em prática todo o acúmulo desses movimentos. “Não é uma luta qualquer. É luta de classes. A gente fala tanta coisa, escreve tanta coisa. Tanta gente cita o Che Guevara, agora o Mariguella. Chegou o dia”, avaliou. Vaz acredita que o fortalecimento do conservadorismo afeta diretamente a periferia. “Normalmente sobra para a gente. Mas as balas aqui não vão ser de borracha”, afirmou.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 23:43:00

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