CORREIO MEDIÚNICO


Revista O Consolador, Ano 7 - N° 307 - 14 de Abril de 2013
 
 

Confortadora visita 
Camilo Rodrigues Chaves (Espírito)

Irmãos, o condiscípulo temporariamente afastado da escola vem visitar-vos e agradecer as vibrações encorajadoras e amigas.
A morte foi para mim benigna e rápida, no entanto, a desencarnação mental, propriamente considerada, continua para meu espírito, porque o homem não se desvencilha, de chofre, dos hábitos consuetudinários que lhe marcam a vida. Os deveres, as afeições, os projetos formados para o futuro, constituem laços ao pensamento.
Ainda assim, tenho comigo a bênção da fé, presidindo-me a gradativa liberação.
Sinto-me, por enquanto, na posição do convalescente inseguro, esperando recuperar-se; contudo, já sei o bastante para afirmar-vos que, neste «outro lado» da vida, a sobrevivência é tal qual pressentimos na Terra, mas nem todas as situações se desdobram aqui, segundo imaginamos.
A experiência continua sem saltos, o homem se prolonga sem alterar-se de improviso, a matéria rarefaz-se e, de algum modo, se modifica, sustentando, porém, as características que lhe são próprias, e o túmulo é apenas transposição de plano em que a nossa consciência encontra a si mesma, sem qualquer fantasia.
Compreendo, assim, agora, com mais clareza, a função do Espiritismo como instituto mundial de educação renovadora das almas, junto ao qual precisamos empenhar interesse e energia.
Não vale tomar a Doutrina a serviço nosso, quando é nossa obrigação viver a serviço dela. Escravizá-la às vantagens particulares, nos caprichos e paixões da luta terrestre, é acrescer compromissos e débitos, adiando a nossa própria emancipação.
Sem a cápsula física, nossa penetração na verdade é mais íntima e, a rigor, mais verdadeira.
Daí o motivo de nos doerem, fundo, as faltas de omissão, porque todos trazemos para cá a preocupação de não haver feito pelo bem tudo aquilo que poderíamos ter realizado, no transcurso de nossa permanência no corpo.
Não nos iludamos. Exercer a caridade vulgar, alimentando os famintos e agasalhando os nus, é simples dever nosso, em nossas novas noções de solidariedade e justiça. E não nos esqueçamos de que a caridade real será sempre iluminar o espírito humano para que o espírito humano se conheça e ajude a si próprio.
Oxalá possais ver mais longe que nós, os companheiros que vos precederam na grande viagem, atendendo ao serviço primordial que nos desafia!
Sem a assimilação dos nossos postulados, de maneira intensiva, utilizando consciência e coração, raciocínio e sentimento, falecer-nos-á o discernimento; sem discernimento fugiremos à responsabilidade; sem responsabilidade não teremos elevação moral e, sem elevação moral, o fenômeno espírita, não obstante a sua legitimidade, será estagnação no primitivismo.
Procuremos Jesus, afeiçoando-nos a ele, para que os nossos irmãos de senda evolutiva e de atividade regeneradora o encontrem conosco. Esta, meus amigos, por agora, é a nossa tarefa maior.

Do cap. 57 do livro Instruções Psicofônicas, obra mediúnica de autoria de Chico Xavier e Espíritos diversos. Dr. Camilo Rodrigues Chaves, desencarnado em Belo Horizonte em 3/02/1955, exercia na ocasião o cargo de presidente da União Espírita Mineira. 

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