DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 1º-02-13

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


PSB articulou
‘rasteira de fachada’
contra Renan

A tentativa do PSB de lançar ontem, de última hora, o senador Antônio Carlos Valadares (SE) candidato ao Senado contra Renan Calheiros (PMDB-AL) foi uma jogada dupla do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Segundo senadores, Campos quis marcar posição contra o PMDB, forte concorrente para 2014 e, ao mesmo tempo, se distanciar do PSDB, que apoiou Pedro Taques (PDT-MT).

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Jogo duplo

Eduardo Campos quer sair candidato em 2014, com apoio do PSDB, ou desbancar o PMDB da vice-presidência de Dilma.

Gurgel admite
que MP não tem
como investigar

Para disfarçar a intenção de detonar a candidatura de Renan Calheiros (PMDB) à presidência do Senado, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que só denunciou o senador sexta (25), a uma semana da eleição, por falta de tempo, alegando o julgamento do mensalão em 2012. Se só pode cuidar de um caso por vez, está demonstrado que o Ministério Público não tem mesmo condições nem a devida qualificação para dar uma de polícia e investigar crimes.

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Pergunta no Congresso

Além de analisar provas e oferecer denúncia, seu trabalho, o Ministério Público ainda quer investigar. A próxima bandeira será julgar?

Quem avisa...

Os bombeiros do DF deveriam checar o Anexo 1 da Câmara. E o corredor de acesso ao arquivo, perto da TV Câmara. Uma “ratoeira”.

Muito trabalho

Fechadas em janeiro, as principais boates com “mulheres de luxo” de Brasília ficaram lotadas por três dias do encontro nacional de prefeitos.

Jogo de cena

Inúteis as viagens de Rafael Correa (Equador), Cristina Kirchner (Argentina) e do ex-presidente Lula a Cuba: médicos cubanos impedem visitas ao moribundo Hugo Chávez, apesar da constante “recuperação”.

'Go nuts'

Os investidores estrangeiros que já não entendem a política cambial gangorra do ministro Guido Mantega (Fazenda) começam também a desconfiar da Petrobras, em seu pior momento desde Getúlio Vargas.

Pensando bem...

...o Brasil está precisando de um “fiscalizador-geral de incêndios da República”.

Realidade e ficção

Foto
Logo após deixar o governo, em 2002, FHC fez uma viagem de férias com dona Ruth. Os dois apenas, sem seguranças ou assessores. Escolheram uma remota ilha dos mares gregos. Num restaurante, um grupo de turistas olhava insistentemente e cochichava. Um rapaz fortão do grupo se dirige ao casal, que temia alguma provocação.
- Desculpe – perguntou o rapaz – o senhor trabalha na TV Globo, não?
E Fernando Henrique, com aquele sorriso mordaz:
- Trabalhava, meu filho, trabalhava. Meu contrato terminou.
- Ah, sim... Valeu, tchau.
FHC ainda ouviu o rapaz se gabar com a turma:
- Num falei? Num falei? É ele mesmo!
O caso foi analisado pelo sociólogo FHC e pela antropóloga Ruth.
Concluíram que, no Brasil, a força da TV é tão poderosa que realidade (Jornal Nacional) e ficção (novela das 9) se misturam facilmente.

NO BLOG DO NOBLAT


Dilma resiste a pressão do PT e evita regular mídia

João Domingos, Estadão
Mesmo pressionada por setores do PT e pelo ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula Franklin Martins, a presidente Dilma Rousseff pretende manter na gaveta a proposta que cria mecanismos para o controle dos meios de comunicação, informaram auxiliares do governo.
Segundo eles, Dilma não está sensibilizada com o esforço feito pelo presidente do PT, Rui Falcão, e por uma ala do partido comandada pelo ex-ministro José Dirceu, que insiste na regulação da mídia. Na quarta-feira, durante reunião com deputados do PT, em Brasília, Falcão atacou a mídia e acusou setores do Ministério Público Federal de atuação política, dizendo que eles fazem a “real oposição” ao governo. O PT promete insistir no tema da regulação ao longo do ano.



Advogado do Piauí é eleito novo presidente da OAB federal

Mariângela Gallucci Bruno Lupion, Estadão
Após muita polêmica e disputa política, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) elegeu nesta quinta-feira, 31, o secretário-geral da entidade, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, como novo presidente. Com 64 votos, Coêlho foi declarado vencedor. O outro candidato, o vice-presidente da OAB, Alberto de Paula Machado, recebeu 16 votos.
Na eleição, na qual votaram os 81 conselheiros federais da Ordem, houve o registro de um voto em branco. Há 15 anos, a OAB não assistia a uma disputa eleitoral - nas últimas cinco eleições, prevaleceu a chapa única.

Novo responsável por presidir uma entidade que conta com orçamento anual de R$ 30 milhões e tem aproximadamente 750 mil filiados, Coêlho disse durante a campanha que pretende adotar na OAB as mesmas regras da Lei de Acesso à Informação, que regulamentou o direito do cidadão a requerer e receber informações de órgãos públicos.


MP: integrantes da banda e donos de boate assumiram o risco de matar

Sergio Roxo, O Globo
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) avalia que o material colhido até agora no inquérito policial que investiga a tragédia da boate Kiss (foto abaixo)  indica que os dois sócios da casa e os dois integrantes da Banda Gurizada Fandangueira, presos após o incêndio, assumiram o risco de matar, portanto devem ser enquadrados no crime de homicídio doloso. Neste caso, o dolo é eventual, pois é considerado o risco assumido.
A manifestação foi apresentada à Justiça para referendar o pedido da Polícia Civil de prorrogação das prisões por mais 30 dias. O MP também avalia que os quatro devem ficar por este período na cadeia. A polícia ainda não se manifestou sobre o indiciamento ou não dos músicos e donos da boate.
No parecer, os promotores Joel Dutra e Waleska Agostini dizem que Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, Mauro Hoffmann, sócios da boate, “mantinham estabelecimento comercial que não tinha condições de operar e, mais, operavam de forma temerária”.



No Brasil, só 11% das cidades têm bombeiros

O Globo
Só 11% das 5.568 cidades brasileiras possuíam ao menos uma unidade do Corpo de Bombeiros em 2009, segundo estudo encomendado pelo governo federal e coordenado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
O número de bombeiros na ativa é menor do que padrões internacionais recomendam. De acordo com dados do Ministério da Justiça e de governos estaduais, havia cerca de 63 mil bombeiros no país em 2011 (o número não inclui o Rio Grande do Sul, que não informou o dado). O número ideal seria de 190 mil profissionais.
'Outras cidades tiveram mais sorte que juízo', diz subcomandante dos bombeiros de Santa Maria
Para o coordenador do estudo “Brasil sem chamas” e pesquisador do IPT, José Carlos Tomina, o percentual de cidades onde os bombeiros estão presentes é muito pequeno, o que prejudica a realização de vistorias e avaliação de segurança em redes comerciais.


Governo ‘adia’ despesa para melhorar contas

Lu Aiko Otta, Estadão
O governo adicionou mais um item ao seu kit de maquiagem do resultado das contas públicas de 2012. Além de sacar recursos do Fundo Soberano, receber antecipadamente dividendos das estatais e inflar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Tesouro Nacional empurrou cerca de R$ 5 bilhões em despesas de dezembro para janeiro. Dessa forma, reduziu os gastos e engordou o saldo do ano.
Técnicos da Fazenda admitem que houve um "remanejamento" de despesas, mas não informaram o valor. O cálculo de R$ 5 bilhões foi feito pelo economista-chefe da corretora Convenção Tullet Prebon, Fernando Montero.
O economista chegou a essa conclusão analisando o comportamento dos gastos ao longo de 2012. Ele verificou que, em comparação ao ano anterior, as despesas vinham crescendo a um ritmo de 6,9% até novembro, mas deram uma freada em dezembro, fechando o ano com uma alta de 5,4%.

No aniversário da batalha, cidade russa volta a se chamar Stalingrado

O Globo
A cidade russa de Volgogrado terá de volta o ditador soviético Josef Stalin em seu nome neste sábado, quando será celebrado o 70º aniversário da batalha épica de Stalingrado. Vista pelos russos como o evento que salvou a Europa do nazismo, o combate representou a primeira derrota alemã na Segunda Guerra Mundial.
Legisladores locais decidiram usar o nome Stalingrado em eventos comemorativos da batalha no sábado e em quatro outros dias do ano. A decisão, no entanto, sem a aprovação do governo russo, teria desagradado o presidente Vladimir Putin.

A Petrobras perdeu até o senso, por Carlos Alberto Sardenberg

Carlos Alberto Sardenberg, O Globo
Sabe qual a melhor coisa que poderia acontecer para a Petrobras? Uma forte queda do preço internacional do petróleo. Isso derrubaria também as cotações da gasolina e do diesel, produtos que estão quebrando a estatal brasileira. Como não há produção interna suficiente desses combustíveis, a companhia tem que importá-los.
Como o governo Dilma segura os preços internos para conter a inflação, a Petrobras se vê na situação esdrúxula de comprar caro e vender barato — que perdura mesmo depois do reajuste anunciado na última terça. Prejuízo na veia.
Logo, se o governo não deixa aumentar mais o preço interno, resta torcer pela queda da cotação internacional.
Pode? Uma companhia petrolífera, dona de reservas elevadas, dependendo de uma queda no preço de seu principal ativo!
Acrescente aí uma forte valorização do real e o quadro “melhoraria” ainda mais para a estatal. Se o dólar voltasse, digamos, para R$ 1,70, a Petrobras economizaria cerca de 15% nas suas compras externas de combustível.
Claro que, nesse caso, também cairia o valor das reservas da Petrobras. De novo, pode? Uma companhia precisando de queda no valor de seu patrimônio.
Por outro lado, que sempre tem, a queda do preço internacional de petróleo colocaria em risco a operação no pré-sal. Ainda não se sabe o custo exato, pois a tecnologia está em desenvolvimento, mas certamente será muito caro retirar o óleo lá do fundão do oceano. Assim, se a cotação global cair muito, o pré-sal torna-se economicamente inviável.
Consequências: a Petrobras não conseguiria financiamento para as novas operações e os estados e municípios perderiam os royalties pelos quais tanto brigaram.
Ou seja, é uma ideia de jerico torcer pela queda dos preços internacionais do óleo e dos combustíveis.
Leia a íntegra em A Petrobras perdeu até o senso

Lula e a falência da ‘Doutrina Garcia’, por Demétrio Magnoli

Demétrio Magnoli, O Globo
Lula sabe mais que os “intelectuais progressistas” reunidos em seu instituto para, nas palavras do assessor Luiz Dulci, “definir um plano de trabalho para o desenvolvimento e integração” da América Latina.
Há muito reduzidos à condição de intelectuais palacianos, os convidados celebraram os “avanços” na integração regional e a miraculosa clarividência do ex-presidente. O anfitrião, contudo, pediu-lhes algo diferente da bajulação habitual: a formulação de uma “doutrina” da integração latino-americana.
No décimo-primeiro ano de poder lulista, o pedido traz implícito o reconhecimento de um fracasso estrondoso de política externa — e da crise regional que se avizinha.
“Não tem explicação, depois de mais de 500 anos, eu inaugurar a primeira ponte entre Brasil e Bolívia; não tem explicação, depois de mais de 500 anos, eu inaugurar a primeira ponte entre Brasil e Peru”, proclamou o ex-presidente, sem ser corrigido por nenhum dos intelectuais que decoravam o ambiente.
O trem inaugural da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré chegou a Guajará-Mirim em abril de 1912.

Trecho concluído ferrovia Madeira-Mamoré. C.1909-1910 Foto:Dana Merril/ USP

Os presidentes Café Filho e Paz Estenssoro inauguraram a Estrada de Ferro Brasil-Bolívia em Santa Cruz de La Sierra, em janeiro de 1955.
A Ponte da Amizade, sobre o Rio Paraná, uma ousada obra de engenharia, foi inaugurada em 1965, conectando o Paraguai às rodovias brasileiras e ao porto de Paranaguá.
As pontes que Lula inaugurou estavam previstas na Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), aprovada na conferência de chefes de Estado de Brasília, em 2000, no governo FHC.
De lá para cá, sob o lulismo, integração regional converteu-se em eufemismo para alianças políticas entre governantes “progressistas”.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

A verdade é que a imprensa brasileira sempre foi tolerante com as besteiras de Lula e ajudou a criar o mito fanfarrão. Ou: Bobeou, Lula “passa o pente”…

Luiz Inácio Apedeuta da Silva foi a Havana participar de um troço chamado “Conferência pelo Equilíbrio Mundial”. Atacou aquela velha senhora, a Dona Zelite, especialmente a imprensa, que perseguiria democratas e humanistas como Cristina Kirchner, Evo Morales, Hugo Chávez… No Brasil, disse ele, a “mídia” não gosta de ver pobre andando de avião. Vai ver é por isso que o fanfarrão tentou reinstaurar a censura no Brasil: para que passássemos a elogiar aeroportos fedorentos, caindo aos pedaços, entregues a uma gestão ineficiente, lotada de larápios. Vai ver ele e Dilma retardaram em quase dez anos a privatização do setor para dar uma lição aos jornalistas: “Vocês vão ter de aguentar o povo!”. Como é mesmo? “País rico é país sem conforto”.
Em peregrinação pelo Brasil, José Dirceu ataca o Ministério Público, o Judiciário e, claro!, a imprensa — que estaria disposta a instaurar uma ditadura no Brasil. Não uma ditadura qualquer, mas do tipo nazifascista, segundo Rui Falcão, este democrata exemplar. Pois é… A verdade, no entanto, é bem outra. Ao longo dos anos, ao longo das décadas, o jornalismo brasileiro foi é complacente com Lula e sempre relevou — quando não promoveu — sua pletora de bobagens na suposição de que ele, afinal, era um autêntico representante do povo e tinha, por isso, licença especial para dizer tolices.
Raramente Lula foi visto como aquilo que de fato era: um político empenhado na construção de um partido para disputar o poder. Era tratado como uma força da natureza; como o bom selvagem que vocalizava não um conteúdo político, mas uma mensagem vinda das entranhas da Terra. Seus juízos eram, sim, meio toscos — “mas ele não teve estudo, coitado!”. Suas soluções eram simplistas, primárias, notavelmente ignorantes — “mas ele é um representante das massas, e apontar suas burrices é manifestação de preconceito”. E se foi criando, então, o mito do homem que sabia tudo sem estudar nada. Numa entrevista à revista “Primeira Leitura”, que eu dirigia, Marilena Chaui comparou o chefão petista à deusa grega Métis (ainda vou recuperar a passagem; é notável).
Voltemo-nos àquela entrevista que o então já bastante poderoso e influente Lula concedeu à revista Playboy em 1979. Que outra figura pública teria resistido à confissão de que iniciou sua vida sexual com animais? Que outra personalidade teria sobrevivido à admissão de que ficava de olho nas viuvinhas que entravam no sindicato para, recorrendo a seu vocabulário iluminado, “papá-las”? Atenção! Aquele notável líder da classe trabalhadora aproveitava-se da morte de um companheiro e da fragilidade da mulher — que tinha ido ao órgão de classe para cuidar da pensão — para, como se diz por aí, “passar o pente”. Que outra expressão do sindicalismo ou da política teria superado a revelação de que tinha na galeria dos homens admiráveis e admirados Hitler e Khomeini. Por quê? “Porque estavam do lado dos menos favorecidos…”, ele explicou.
“Lá está o Reinaldo querendo ressuscitar velharias…” Não! Já demonstrei que não são velharias. As escolhas que Lula fez na política externa, por exemplo, indicam que coerência com seu passado. As escolhas que faz na política interna são compatíveis com aquela visão de mundo. E ousaria mesmo dizer que certos sucessos de sua vida privada — com repercussões na esfera pública — remetem àquela espreitador de viuvinhas. No sindicato, na Presidência e no partido, ele nunca soube distinguir suas necessidades privadas das questões coletivas. Isso está dado pelos fatos.
A mentira
É mentira, das mais escancaradas, essa história de que a imprensa persegue Lula, o PT e os petistas. Ao contrário: há mais de 30 anos, essa gente está entre os pauteiros mais influentes do jornalismo. Com muita frequência, em razão de alinhamentos ideológicos e afinidades eletivas, é poupado das críticas.
Não se trata aqui de apelar ao escatológico ou ao que parece anedótico para definir um homem inteiro. Usar um cargo num órgão de representação de classe para “papar” viúvas fragilizadas não define apenas um gosto sexual; define também um caráter. Afirmar que Hitler é um homem admirável, ainda que discorde de sua ideologia, por causa do “fogo de se propor a fazer alguma coisa” é mais do que a mera expressão de um juízo torto; Lula conseguiu atravessar a camada do horror para descobrir no facínora o ardor da transformação.
O Lula de 1979 está presente no Lula de 2013 e, de fato, jamais o abandonou. A cada vez que confunde o público com o privado, em que toma a sua própria vida como metro de todas as coisas, quem se manifesta é o molestador de viúvas. A cada vez que justifica os crimes dos companheiros (os petistas ou os governantes delinquentes da América Latina), ouve-se a voz do admirador de Hitler e Mussolini. Não especulo se aquele Lula escatológico tem expressão ainda hoje em dia porque minha imaginação se nega a visitar certas paragens…
Ataque à imprensa por quê? Com raras exceções, noticiou-se a sua óbvia e indevida intromissão na Prefeitura de São Paulo e mesmo no governo Dilma como se fosse algo natural, corriqueiro, aceitável. Lula decide na base do dedaço quem é e quem não é candidato no partido, e se considera isso muito normal porque, afinal de contas, ele é mesmo o líder inconteste no partido. Os mais sabujos veem nisso um “saudável processo de renovação” do partido. Num seminário, os porta-vozes do Apedeuta anunciam quem será o verdadeiro articulador do governo Dilma, e ninguém se ocupa de indagar: “Mas com quais credenciais que a tanto o habilitem, se não é deputado, não é senador, não é ministro, não é assessor da Presidência?”.
Mas ao petismo não basta. Se o partido conseguisse cooptar todos os meios de comunicação menos um, seguiria reclamando e denunciando o “complô” da mídia contra as forças do povo, como naquela carta-programa dos nazistas… A imprensa que Lula agora ataca, tudo bem pensado, praticamente o inventou como líder e segue tendo com ele uma generosidade que a nenhum outro político é dispensada.
Aquele que é hoje um dos homens mais poderosos do país ainda é visto por muitos como o ignorante amoroso, de bom coração, cheio de boas intenções, dono de uma intuição genial, interessado apenas na redenção do seu povo. Não há o que perguntar às cabras. A indagação teria de começar pelas viúvas…
Texto publicado originalmente às 6h37
Por Reinaldo Azevedo


NO BLOG DO CORONELEAKS

Renan será processado por peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Está bom assim ou quer mais?

      Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) encaminha voto favorável ao projeto (PLS 278/2009) que garante remuneração e direitos trabalhistas básicos aos conselheiros tutelares de todos os municípios brasileiros e do Distrito Federal (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

Os 81 senadores da República irão eleger daqui a pouco como presidente da Casa um colega denunciado na última semana pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público, 2 a 12 anos de cadeia), falsidade ideológica (1 a 5 anos de cadeia) e uso de documento falso (2 a 6 anos de cadeia).
 
ÉPOCA,em matéria de Diogo Escosteguy,  teve acesso na noite de quinta-feira (31), com exclusividade e na íntegra, à devastadora denúncia oferecida pelo procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, contra o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, no dia 24 de janeiro. Gurgel é taxativo: Renan apresentou, ao Senado da República, notas frias e documentos falsificados para justificar a origem dos recursos que o lobista de uma grande empreiteira entregava, em dinheiro vivo, à mãe de sua filha, a título de pensão. Está provado, finalmente, que Renan não tinha condições financeiras de arcar com a pensão – e que não fez, de fato, esses pagamentos à mãe de sua filha. De quebra, descobre-se na denúncia que Renan desviou R$ 44,8 mil do Senado. Nesse caso, também usou notas frias para justificar o desfalque nos cofres públicos.
 
Se condenado pelos três crimes no STF, o novo presidente do Senado poderá pegar, somente nesse processo, de 5 a 23 anos de cadeia – além de pagar multa aos cofres públicos, a ser estipulada pela corte. (Há, ainda, outros dois inquéritos tramitando contra Renan no STF.) A denúncia de Gurgel está no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski desde segunda-feira. Caberá a ele encaminhar, aos demais ministros do STF, voto favorável ou contrário à denúncia. Lewandowski não tem prazo para dar seu voto. 
Peculato, falsidade ideológica e documento falso (Foto: Reprodução)
A denúncia de Gurgel, fundamentada em anos de investigação da PGR e da PF, centra-se no episódio que deu início ao calvário de Renan, em 2007, quando ele era presidente do Senado e, após meses de incessantes denúncias, viu-se obrigado a renunciar ao cargo – mas não ao mandato. Naquele ano, descobriu-se que o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, pagava, em dinheiro vivo, R$ 16,5 mil mensais à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tivera uma filha. No mesmo período em que o lobista Gontijo bancava as despesas de Renan, entre 2004 e 2006, a Mendes Júnior recebia R$ 13,2 milhões em emendas parlamentares de Renan destinadas a uma obra no Porto de Maceió – obra tocada pela mesma Mendes Júnior. Abriu-se um processo no Conselho de Ética no Senado. Renan assegurou aos colegas que bancara a pensão do próprio bolso, e apresentou documentos bancários e fiscais que comprovariam sua versão. O dinheiro seria proveniente de investimentos do senador em gado. A denúncia da PGR derruba por completo a versão bovina de Renan – e mostra que, para se montar a versão fajuta, Renan cometeu muitos crimes.  
Espantosa lucratividade (Foto: Reprodução)
  
Diz Gurgel na denúncia (leia o trecho abaixo): “Em síntese, apurou-se que Renan Calheiros não possuía recursos disponíveis para custear os pagamentos feitos a Mônica Veloso no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, e que inseriu e fez inserir em documentos públicos e particulares informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira”. Para piorar: “Além disso, o denunciado utilizou tais documentos ideologicamente falsos perante o Senado Federal para embasar sua defesa apresentada (ao Conselho de Ética)”. “Assim agindo”, diz Gurgel, “Renan Calheiros praticou os delitos previstos nos artigos 299 (falsidade ideológica) e 304 (uso de documento falso), ambos do Código Penal.” 
Defesa com documentos falsos (Foto: Reprodução)
"Espantosa lucratividade"
 
Como Renan apresentara ao Senado extratos bancários capengas, sem identificação de entradas e saídas de recursos, a PGR conseguiu, com permissão do Supremo, quebrar o sigilo bancário dele. Uma perícia da Polícia Federal nas contas do senador apontou que “os recursos indicados por Renan Calheiros como sacados em dinheiro não poderiam amparar os supostos pagamentos a Mônica Veloso no mesmo período, seja porque não foi mencionada a destinação a Mônica, seja porque os valores destinados ao denunciado não seriam suficientes para suportar os pagamentos”. Em português claro: Renan não tinha saldo em conta para pagar a pensão, ao contrário do que alegara.
Nesse caso, os peritos da PF não deixaram margem à dúvida. Em 2009, esmiuçaram detidamente os documentos bancários e fiscais. Dos 118 cheques relacionados por Renan como fontes dos pagamentos da pensão, 66 foram destinados a outras pessoas e empresas, e outros 39 tinham como beneficiários o próprio senador. Escreve Gurgel: “No verso de alguns destes cheques destinados ao próprio Renan, havia manuscritos que indicam o provável destino do dinheiro, tais como ‘mão de obra reforma da casa’, ‘reforma Barra’ e ‘folha de pagamento’, o que diminui ainda mais sua capacidade de pagamento”.
Renan garantira ao Senado que sua “capacidade de pagamento” advinha de seus investimentos em gado. A investigação da PGR demonstra que a versão de Renan é um disparate fiscal, bancário e até mesmo matemático. Há discrepâncias na quantidade de animais vendidos, assim como nos destinos deles. Em 2006, por exemplo, as notas de Renan registram a venda de 765 animais, mas as chamadas guias de trânsito animal – um documento adicional a esse tipo de transação – informam que 908 foram transportados. Ao confrontar datas e quantidades, peritos da PF descobriram que as informações de venda e entrega coincidem apenas no caso de 220 animais. Há mais irregularidades.
 
Algumas guias de trânsito de animal apresentadas por Renan nem eram dele, mas de outros vendedores de gado. As notas fiscais apresentam falhas, como falta de selos fiscais de autenticidade, campos deixados em branco e informações rasuradas. Duas empresas que, segundo os documentos, teriam comprado gado de Renan, nem estavam habilitadas para isso – e estavam envolvidas em fraudes tributárias. José Leodácio de Souza, que teria comprado 45 bois, negou, em depoimento, ter tido qualquer negócio com Renan – o que, nas palavras de Gurgel, “confirma a falsidade ideológica dos documentos apresentados”.
 
Segundo a investigação da PGR, Renan não registrou quaisquer despesas com o custeio de suas atividades como pecuarista. É como se os 1.950 bois de Renan, por mágica, pastassem durante anos sozinhos, abandonados – sem precisar, por exemplo, do trabalho de peões ou veterinários. Diz Gurgel: “A ausência de registro de despesas de custeio (…) implica resultado fictício da atividade rural, o que explica a espantosa ‘lucratividade’ obtida pelo denunciado entre 2002 e 2006”. Em 2002, Renan declarou lucros de 85% com os bois; em 2006, 80%. Era, presume-se, o rei do gado.
 
A PGR descobriu inconsistências semelhantes na evolução do patrimônio declarado oficialmente por Renan. A se acreditar nas declarações de Imposto de Renda do senador, diz a PGR, Renan viveria em regime espartano para os padrões de um senador. Mal teria dinheiro para “sua subsistência e de sua família”, diz a PGR. Em 2002, por exemplo, a família de Renan teria apenas R$ 2,3 mil mensais para viver. Em 2004, um pouco mais: R$ 8,5 mil mensais.
   Desfalque no Senado” (Foto: Reprodução)
 
Tunga no Senado
 
Renan não usou apenas bois para tentar justificar de onde tirava dinheiro para pagar a pensão da filha. Usou também uma empresa que pertence ao primo – e que recebia do gabinete de Renan por “serviços”. Trata-se da Costa Dourada, uma locadora de carros de Alagoas que está em nome de Tito Uchôa – este não apenas primo, mas também laranja de Renan em rádios e TVs. Renan, ainda para justificar como pagara a pensão da filha, disse ter recebido R$ 687 mil da empresa, por meio de supostos empréstimos.
A PGR descobriu, porém, que os empréstimos não foram declarados à Receita e que o dinheiro supostamente proveniente deles “não transitou pelas contas apresentadas”. No papel, Renan recebia mais dinheiro da Costa Dourada do que o lucro que a empresa tinha. Em 2005, por exemplo, Renan recebeu R$ 99,3 mil da Costa Dourada – mesmo ano em que a empresa declarou lucro de R$ 71,4 mil. E quanto aos supostos empréstimos da Costa Dourada a Renan, contraídos em 2005? Não foram pagos pelo senador. Diz Gurgel: “Passados mais de três anos desde o início dos empréstimos, não houve registros de pagamentos ou amortizações parciais dos recursos”.
 
A PGR descobriu muito mais, após quebrar os sigilos bancários dos envolvidos: havia saques, em espécie, das contas da Costa Dourada, enquanto a empresa supostamente prestava serviços ao gabinete do senador. O dinheiro saída da conta do Senado, ia para a conta da empresa do laranja de Renan, era sacado em espécie – e sumia. As gambiarras entre Renan e a empresa do primo-laranja levaram a PGR a descobrir outro crime cometido pelo senador: peculato, ou desvio de dinheiro público. Diz Gurgel na denúncia: “No curso deste inquérito, também ficou comprovado que, no período de janeiro a julho de 2005, Renan Calheiros desviou, em proveito próprio e alheio, recursos públicos do Senado Federal da chamada verba indenizatória, destinada ao pagamento de despesas relacionadas ao exercício do mandato parlamentar”.
 
Era um esquema prosaico. O gabinete de Renan desviava recursos da verba indenizatória e apresentava ao Senado notas fiscais da Costa Dourada. No total, R$ 44,8 mil. Ao analisar as contas bancárias da Costa Dourada e de Renan, porém, a PGR nada encontrou. Diz Gurgel: “Não há registro de pagamento e recebimento dos valores expressos nas referidas notas fiscais, o que demonstra que a prestação de serviços não ocorreu (…) servindo apenas para desviar os recursos da verba indenizatória paga pelo Senado Federal”. E onde foi parar o dinheiro do Senado? A PGR não conseguiu descobrir ainda. Por quê? Porque o Senado recusou-se a fornecer os documentos que comprovariam o destino dos recursos. Para a PGR, “o denunciado (Renan) praticou o delito previsto no artigo 312 (peculato), do Código Penal”.
 
O Senado não se recusou apenas a encaminhar ao Supremo as provas sobre o destino da verba indenizatória de Renan. Sequer encaminhou a íntegra da papelada fornecida por Renan ao Conselho de Ética para justificar o patrimônio, conforme pedira a PGR. Diante da postura do Senado, Gurgel pede na denúncia que o Supremo ordene à Casa que envie a documentação necessária ao avanço das investigações.
 
Desde que as primeiras acusações sobre seu patrimônio vieram a público, Renan mantém sua inocência. Mesmo com o acúmulo de evidências contrárias à versão dele, Renan insiste que o dinheiro para pagar a pensão de sua filha não viera da Mendes Júnior – e, sim, dos tais rendimentos que ele teria obtido com a venda de gado. Entre 2003 e 2006, esses investimentos teriam lhe rendido R$ 1,9 milhão. Na semana passada, após se descobrir que Gurgel apresentara a denúncia à qual agora ÉPOCA tem acesso, Renan afirmou em nota: “Ela (a denúncia) padece de suspeição e possui natureza nitidamente política. A denúncia foi protocolada exatamente na sexta-feira anterior à eleição para a presidência do Senado Federal. Trata-se de atitude incompatível com o habitual cuidado do Ministério Público no exercício de suas nobres funções”. Renan disse ainda que foi ele quem solicitou as investigações ao Ministério Público e à Receita Federal, e que forneceu os documentos (“todos verdadeiros”), além de sigilos bancário, fiscal e telefônico. Diz a nota: “O senador Renan Calheiros lamenta a injustificável demora e agora a acusação, já julgada pelo Senado Federal, também será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, num ambiente de imparcialidade”.
Documentos sonegados (Foto: Reprodução)
 
Assim que obteve cópia da denúncia da PGR, na quinta-feira, ÉPOCA telefonou para Renan, mas o senador não atendeu à reportagem. Na caixa postal de seu telefone celular, foi deixada uma solicitação de entrevista para que o senador pudesse comentar a denúncia do procurador Roberto Gurgel. Cinco minutos após o contato feito por ÉPOCA, uma mulher ligou, a partir do telefone celular do senador Renan Calheiros, e identificou-se como Dilene, secretária do senador. Mais uma vez, ÉPOCA solicitou uma entrevista com o senador. Até o fechamento da reportagem, o senador Renan Calheiros e sua assessoria de imprensa não responderam aos pedidos de entrevista. 


NO BLOG ALERTA TOTAL

Renan e Alves ganham fácil as presidências do Senado e da Câmara, mas agravam desgaste institucional


Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net 

Provavelmente com uns 60 votos dos 81 senadores, Renan Calheiros ganha hoje, facilmente, a “disputa” pela Presidência do Senado. Apoiada por PSDB, PPS, PSB e parte do DEM a candidatura de Pedro Taques (PDT-MT) já nasce mortinha da silva. O problema institucional é que Renan vence, mas não convence. Serão dois anos de inferno institucional até 2014, com uma campanha reeleitoral no meio.

A vitória (dele no Senado e de Henrique Eduardo Alves na Câmara – ambos envolvidos em denúncias de corrupção) agrava o desgaste da imagem dos políticos e do Congresso Nacional perante a opinião pública. Nas redes sociais, centenas de milhares de internautas assinam petições e postam manifestos contra a dupla dinâmica da politicagem tupiniquim. A base de sustentação de ambos é digna de um filme de terror de quinta categoria. 

Um dos maiores “cabos eleitorais públicos” de Renan Calheiros é o advogado e consultor José Dirceu de Oliveira e Silva. O pobre condenado injustamente como comandante da quadrilha do Mensalão (todo mundo sabe quem mandava acima dele) usou seu Blog do Zé para nos brindar com uma descabida teoria conspiratória. Na visão míope de Dirceu, Renan é alvo de uma "ofensiva midiática", respaldada pelo Ministério Público Federal. Dirceu escatologizou que está em curso uma "campanha moralista e udenista", para tentar "dividir a base de apoio do governo":

A temporada de negociatas & politicagens fica escancarada no Congresso. Na Câmara isto já está evidente desde já. Henrique Alves (PMDB-RN) alega ser intriga a denúncia de que ele distribui cargos para viabilizar sua favorita candidatura. Alves é alvo de denúncias de favorecimentos de aliados a partir do uso de recursos públicos. Por isto ele apanha tanto nesta campanha de cartas já devidamente marcadas pelo clientelismo e compadrio político.

Henriquinho (como é chamado) deve ganhar folgadamente o comando da Câmara. Já que tem o apoio de uns 460 dos 513 deputados de 16 partidos. As candidaturas adversárias de Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES) têm nenhuma chance. Da mesma forma que a candidatura alternativa e de protesto de Chico Alencar. Mas o deputado do Psol-RJ pelo menos joga Henrique no ventilador.

Uma carta escrita por Alencar, e assinada pelo líder do Psol Ivan Valente, deixa claro o que representa o atual processo eleitoral interno na Câmara: "o condomínio de poder que articula grandes empreiteiras, partidos da ordem e encomendas dos governos, e que não quer ser investigado - como revelou o melancólico fim da CPI Cachoeira. Afirmamos que há alternativas aos sócios da espantosa operação 'abafa' que se apresentam agora como candidatos 'imbatíveis' para a direção das Mesas do Congresso".

Chico Alencar foi claro na mensagem: "O PMDB da 'moral homogênea' (expressão do saudoso Márcio Moreira Alves) aspira dirigir as duas casas do Congresso e conta com o apoio da base do governo e da oposição conservadora. Seus candidatos são bem conhecidos não como notáveis, apesar de antigos e experientes parlamentares, mas como notórios frequentadores de territórios nebulosos na vida pública. Negamos o noticiário que dá suas vitórias como inevitáveis. Afirmamos que uma outra prática política é possível e necessária".

Renan e Henriquinho são dois nomes que ridicularizam o Legislativo. O poder vai ficar bem mais fraco que os demais. O Executivo, com Dilma Rousseff correndo atrás da reeleição presidencial vai demonstrar ainda mais poderio. O Judiciário, com o super Joaquim Barbosa, também. E a briga com o Legislativo deve se acentuar com a decisão de cassar automaticamente os deputados condenados no Mensalão assim que o tal “transitado em julgado” se efetivar. 

Todo mundo sabe que Renan Calheiros é alvo de denúncia criminal no Supremo Tribunal Federal, e pode ser forçado a perder o “emprego” – como já ocorreu em 2007, com sua renúncia forçada. O presidente nacional e líder do DEM, José Agripino (RN), jácansou de falar que é preciso acreditar nas palavras do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, de acordo com as quais são "consistentes" as denúncias contra Renan. 

Agripino justifica por que é uma temeridade respaldar o nome do alagoano: "Vamos votar em uma pessoa que pode sofrer um processo criminal? Se houver um confronto entre o STF e o Senado, quem vai pagar o pato é a instituição. Se a gente não se blinda, vai junto no calvário do presidente do Senado".

Latim

Da professora Mara Montezuma Assaf, freguentadora das cartas de leitores nos principais jornais, um erudito ataque ao Renan, apelando até para o latim:

"O Senado está corrompido? Senatus corrupta est? Ainda que com parcas esperanças, coloquei a frase com uma interrogação... Mas após a quase certa eleição de Renan para a presidência do Senado, retire-se esta , por favor, e coloque-se uma exclamação! Senatus corrupta est! E completo: Brasil est destructis, ou o Brasil está sendo destruído!

E o abaixo-assinado virtual contra Renan continua bombando:


Piada do Zé

Com direitos políticos automaticamente cassados pela condenação no Mensalão, José Dirceu de Oliveira e Silva parece sério candidato a humorista.

O velho amigo da Rosemary, em escala abaixo de Lula, protestou em seu Blog do Zé que o senador Renan Calheiros é vítima de campanha de falso moralismo orquestrada pela mídia e por grupos organizados.

Se continuar nessa balada, Dirceu acaba contratado para atuar no quadro do buraco do metrô da Dilma, no programa Zorra Total da Rede Globo...



Dane-se o avião

Luiz Inácio Lula da Silva viajou a Cuba “inteiramente di grátis” no luxuoso jatinho da transnacional baiana Odebrecht.

Além de agradar ao parceirão $talinácio, a empreiteira o usou como uma espécie de “relações públicas” com os irmãos Castro.

Usando financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento do Estado Socialista), a Odebrechtr toca as obras do Porto de Mariel – que foram visitadas pelo presidente Raul Castro, na animada companhia de Lula.

Aliás, será que, depois de visitar o empreendimento cubano da Odebrecht e a obra do Porto do Açu do amigo Eike Batista, o presidente do Instituto Lula não está querendo algum emprego de mestre de obra portuária?

O buraco é deles

No maravilhoso mundo das empreiteiras, fofoca-se ser pule de 10 que a Odebrecht vai ganhar a concorrência internacional do governo de São Paulo para construir a linha 6 do Metrô.

Fazendo a ligação entre a estação São Joaquim (zona Sul) até Brasilândia (zona Norte), o negócio tem um investimento previsto de R$ 7,8 bilhões, com prazo de entrega para 2018.

O consórcio a ser pilotado pela empresa presidida por Marcelo Odebrecht topa até bancar toda a obra, pois sabe que a linha 6 será uma das mais rentáveis do mundo, com demanda inicial de 634 mil passageiros por dia. 

Geraldo pragmático

O governador Geraldo Alckmin não quer saber de briga – e sim de grana – do governo federal.

O Governo do Estado de São Paulo e o Banco do Brasil firmam nesta, às 12h, no Palácio dos Bandeirantes, um protocolo de intenções que prevê financiamentos para projetos nas áreas de transportes, meio ambiente, rodovias e saneamento.

Participam do ato o governador Alckmin, o Secretário da Fazenda, Andrea Calabi, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o Superintendente Estadual de Governo da instituição, Evaldo Borges.

Atentado de Santa Maria

Roberto Godoy, do Estadão, revela o fundamental papel de nossas forças armadas no resgate de vítimas e no socorro aos feridos no trágico incêncio da boite Kiss, em Santa Maria.

O resgate, o atendimento e a remoção dos feridos seguiram procedimentos militares, próprios de crises.

Soldados da 3ª Divisão de Exército chegaram ao prédio quando tudo ainda estava fumegante.

Papel da FAB

Uma espécie de centro C3 (Comando, Controle, Comunicações) coordenou a operação com 1.300 militares.

Atuaram no socorro e tratamento de vítimas ada menos que 64 médicos só da Aeronáutica - especialistas no atendimento a queimados, traumatologistas e intensivistas, com suporte de seus times de enfermagem.

O socorro aéreo teve até ajuda dos aviões Blackhawks (que pousam verticalmente) e fizeram uma ponte entre Santa Maria, descendo no Parque Farroupilha, ao lado de dois grandes hospitais. 

Grana, sem ela

Embora tenha o sobrenome Grana, Carlos, o prefeito petista de Santo André propagandeia que está sem ela.

A Secretaria de Finanças confirma a existência de déficit na ordem de R$ 110,4 milhões, herdado da gestão anterior.

A cidade do falecido Celso Daniel é 10º economia do Estado de São Paulo, com orçamento de R$ 2,4 bilhões para 2013.

Nota fiscal paulista

Um total de 181.354 usuários cadastrados na Nota Fiscal Paulista destinaram, durante outubro de 2012, R$ 36.976.959,03 para abatimento ou quitação total do IPVA 2013.

Agora em fevereiro, a Secretaria estadual da Fazenda devolverá R$ 47.500,00 a 6.198 contribuintes que utilizaram créditos para pagar todo o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores.

O valor corresponde ao desconto de 3% pelo pagamento à vista do tributo.

Acabou o papel...

A partir de segunda-feira, as ações propostas nas 45 varas cíveis do Fórum João Mendes Júnior, em São Paulo, só poderão ser feitas por meio eletrônico.

O advogado precisa ter uma certificação digital para sair da Era da papelada.

O sistema vai diminuir bastante o trânsito dos causídicos pelo fórum, além de poupar o tempo deles, sem deslocamentos físicos para protocolar petições.

Dois ou três?

Bruno Senna ainda reuúne patrocinadores para conseguir uma vaga na Force India para disputar o Mundial 2013 da Fórmula 1.

Outro brasileiro, Luiz Razia, será anunciado hoje como piloto da lentíssima Marussia.

Com Razia confirmado e Felipe Massa confiante em uma temporada melhor pela Ferrari, se Senna emplacar a Rede Globo vai poder torcer por três pilotos para turbinar a audiência (em queda) da F1.

Possibilidade

O nome de Senna pode ou não ser confirmado logo mais.

A Force India lança seu novo carro em Silverstone – circuito inglês em que o tio de Bruno, o imortal Ayrton Senna, adorava correr.

Nesta sexta-feira, Felipe Massa participa com Fernando Alonso do lançamento da nova Ferrari F138, em Maranello.

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.


NO BLOG UCHO.INFO

Tarso Genro arrumou parceiro de covardia e deixa o delegado de Santa Maria abusar do “achismo”

Caso de polícia – Coragem é o que falta ao governador Tarso Genro e ao secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels, para que o delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, seja preso e exonerado do cargo? Parece que sim! Responsável pelo inquérito que apura as causas do acidente ocorrido na boate Kiss, na cidade da região central do estado, Arigony fala o que bem entende e quando quer. Não importa se suas palavras sejam verdadeiras ou resultem de um “achismo” burro e petulante.

Tarso e Michels perderam o poder de mando e já não conseguem controlar o delegado, cada vez mais deslumbrado com os parcos – e possivelmente únicos – minutos de fama da sua carreira policial. Depois de postar em sua página do Facebook uma foto que seria da parte interna da boate que foi consumida pelo fogo no último domingo (27), sugerindo aos seguidores que tirassem conclusões a partir da imagem, Marcelo Arigony convocou a imprensa para uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (31). O pior é que a imprensa, que adora vender tragédia, abre espaço para um tresloucado que já acredita que é o xerife dos pampas.
Aos jornalistas, Arigony afirmou que a espuma que revestia o teto da boate, onde morreram 235 pessoas, “foi a causa das mortes”. Como um delegado faz uma afirmação dessa natureza se o trabalho da perícia ainda não foi concluído?
“A espuma foi colocada com a finalidade de melhorar a acústica do local”, disse o delgado regional de Santa Maria. Quem disse isso a ele? Com que direito esse cidadão dispara o seu besteirol, sem ter em mãos as provas daquilo que afirma e balbucia diante de câmeras e microfones?
A tristeza profunda ainda silencia o Rio Grande do Sul, mas Marcelo Arigony chama para si a prerrogativa de transformar uma investigação, que seria rigorosa segundo o governador Tarso Genro, em uma ópera bufa sem precedentes.
Esse palavrório das autoridades sul-rio-grandenses serve apenas e tão somente para confundir a opinião pública e proteger pessoas envolvidas no crime e possivelmente em outros maiores que tinham os subterrâneos da casa noturna como palco.
Investigação policial não se desenvolve na seara do “talvez”, “quem sabe”, “quiçá”, “pode ser”, “possivelmente”… Se Marcelo Arigony não sabe, mas deveria saber, um inquérito pirotécnico como o que ele conduz é tão criminoso quanto o incêndio que matou jovens que se divertiam. Investigação policial é uma sequência de procedimentos que visa a exatidão e não abre espaço para a suposição.
Que Tarso Genro é frouxo todos sabem e a história já mostrou, mas o secretário Airton Michels poderia pelo menos mandar o “xerifinho de ocasião” de Santa Maria ficar quieto e lembrá-lo que para chegar a popstar ainda será preciso percorrer algumas galáxias, já que para dar-lhe voz de prisão ainda não apareceu um corajoso na terra de ximangos e maragatos, que derrama sobre a pilcha o lamento de um povo.
Governador Tarso Genro, mesmo que por um instante, valha-se da coragem alheia, emprestada ou alugada e conte ao Brasil quem é o protegido da vez.

Enxurrada de absurdos do cotidiano político nacional transforma os brasileiros de bem em alienígenas

Outro planeta – Há dias, os organizadores do Fórum Econômico Mundial divulgaram o cardápio dos assuntos que serão discutidos durante o encontro. Entre eles, a vida extraterrestre, pois aumenta o número de cientistas que afirmam que não estamos sozinhos no universo.

Sozinhos ou não, fato é que em termos de ufologia os cidadãos brasileiros estão se sentindo verdadeiros ETs diante da balbúrdia em que se transformou o País, que até outro dia era minimamente organizado e vivia debaixo da sensatez.
Cada vez mais inexplicável, o cotidiano nacional caminha na direção do indecifrável. E a culpa desse quadro é exclusiva da classe política, em especial dos atuais donos do poder, que conseguiam em apenas uma década transformar o Brasil no paraíso dos absurdos.
Pode parecer redundância de nossa parte, mas há fatos na política do País que são inaceitáveis. Marcos Valério acusa Lula de ter se beneficiado do Mensalão do PT e de ter sido um dos chefes do esquema. Lula, que antes alegava desconhecer o assunto, disse que não seria derrotado por qualquer vagabundo, mas depois adotou o silêncio. A Polícia Federal deflagra a Operação Porto Seguro e entre os integrantes da quadrilha dos pareceres está a namorada do ex-petista, Rosemary Noronha. E Lula decide fugir da imprensa, como o diabo foge da cruz.
Como se nada tivesse acontecendo, Lula se reúne com o prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, e diante de uma dezena de secretários municipais – companheiros, claro – dá ordens de todos os matizes. Dilma Rousseff, que foi apresentada ao povo brasileiro como a “gerentona”, mas é mãe da paralisia econômica, vem a São Paulo para acatar as ordens de Lula, antes de participar de evento ao lado do governador Geraldo Alckmin
Por conta de um acordo bisonho, o PT, que em tempos outros era defensor da moralidade, aceita os candidatos indicados pelo PMDB para a disputa das presidências da Câmara e do Senado. O senador Renan Calheiros (AL) e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) fizeram campanha como forma de cumprir tabela, pois já se consideravam eleitos, até que graves denúncias surgiram contra ambos.
Henrique Alves disse que o assunto está esclarecido, mas não é bem assim, pois no local onde deveria funcionar a construtora beneficiada pelo parlamentar vivia um bode. Renan Calheiros, que usou notas fiscais frias de venda de gado (possivelmente indianas e sagradas) para justificar despesas pagas por um lobista de Brasília, foi alvo de denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviada ao Supremo Tribunal Federal.
Presidente nacional do PT, o sempre submisso e manipulado Rui Falcão decide atacar Gurgel. Seu chefe, José Dirceu, condenado à prisão pelo Supremo no processo do Mensalão do PT, diz que não será o falso-moralismo que impedirá a vitória de Renan Calheiros na sexta-feira (1), quando o Senado elege a Mesa Diretora. José Sarney, que abafou o escândalo dos atos secretos para não ser levado à guilhotina, apoia incondicionalmente Renan.
Também condenado à prisão no processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o arrogante José Genoino tomou posse como deputado federal – dentro da legalidade, mas no universo da imoralidade – foi aplaudido pela claque petista ao chegar na Câmara dos Deputados.
Fernando Collor de Mello, que foi ejetado do Palácio do Planalto por causa de um Fiat Elba e tornou-se aprendiz de feiticeiro perto dos escândalos de Lula, de quem é aliado, pensa em se candidatar à presidência em 2014.
Pois bem, caro leitor, se não formos nós os extraterrestres, o Brasil tornou-se um hospício de dimensões continentais, pois circo já é há algum tempo.















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