DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 02-01-13


NO PORTAL TERRA

Revalida: com 92% reprovados, CFM cobra rigor com 'médicos de fora'



Dos 884 candidatos inscritos para a edição de 2012 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições Estrangeiras (Revalida), apenas 77 terão o direito de exercer a medicina no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o percentual de aprovação - de 8,71% - é inferior ao verificado na primeira edição do exame, em 2011, quando 9,60% dos candidatos conseguiram a revalidação.
Para o cirurgião Dalvelio Madruga, membro da Comissão de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM), o resultado "desastroso" mostra a necessidade de fiscalizar com rigor o ingresso de médicos que fazem a graduação fora do País. "Seria leviano em afirmar que todos os médicos formados em países da América Latina não são capacitados, mas, em geral, a formação é muito precária e precisamos primar pela qualidade. Estamos lidando com o bem mais sublime, que é a vida humana", afirma.
Segundo o Inep, dos 77 aprovados, 20 fizeram a graduação em Cuba, 15 na Bolívia, 14 na Argentina, cinco no Peru e na Espanha, quatro na Venezuela, três na Colômbia e Portugal, dois na Itália e no Paraguai e um na Alemanha, França, Uruguai e Polônia. Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Renato Azevedo Júnior, existe um temor sobre a possibilidade de flexibilização ou até mesmo extinção do Revalida por parte governo federal.
"O problema é que há uma pressão, até mesmo por setores do governo, de se colocar médicos em todas as localidades. Mas não é permitindo o ingresso de gente de fora que vamos ter uma melhor distribuição dos médicos no território. Isso só se faz com um plano de carreira atraente", afirma o presidente do Cremesp. Consultado, o Ministério da Educação (MEC) disse que não existe nenhuma informação sobre mudanças no Revalida em discussão na pasta.
Azevedo Júnior ainda afirma que o Revalida não é uma prova excessivamente rigorosa, como afirmam alguns críticos da proposta. Para o presidente do Cremesp, o desempenho ruim é fruto da má qualidade do ensino em países como a Bolívia e Cuba. "O ensino na Bolívia é uma tragédia, não tem aula prática, só teoria, não tem professor suficiente para a enorme quantidade de alunos. Em Cuba também é complicado, primeiro porque a seleção é meio esquisita, parece que pela indicação de políticos. Segundo, a formação é bem diferente da nossa". 
O Revalida
Desde a década de 1970, quem se formava em países latinos e caribenhos tinha o diploma automaticamente reconhecido pelo Brasil, que era signatário de um acordo de cooperação acadêmica que valeu até 1999. Contudo, a partir de então a validação passou a ser realizada por universidades públicas, com regras próprias.
Para padronizar a revalidação, o governo institui em 2010 o Revalida, que passou a ser uma alternativa mais uniforme para o processo. Entretanto, o teste é considerado excessivamente rigoroso. A primeira etapa constitui uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e a segunda fase é composta de uma prova discursiva sobre a clínica médica. Em 2012, a primeira etapa foi aplicada em outubro, e a segunda, em dezembro.
O Inep informou que o participante aprovado no Revalida deverá procurar a universidade pública escolhida no ato da inscrição do exame. Caberá à instituição adotar as providências necessárias à revalidação do diploma. 

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Gurgel encaminha denúncia contra Lula

FotoROBERTO GURGEL
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta sexta (1º) que deve encaminhar a acusação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita pelo publicitário Marcos Valério, à Procuradoria da República em São Paulo, até segunda (3). A denúncia, feita durante o julgamento do Supremo Tribunal Federal, liga o ex-presidente ao mensalão e diz que ele se beneficiou do dinheiro do esquema. Lula não tem mais foro privilegiado, por isso, o caso será avaliado pela procuradoria, que atua na Justiça da primeira instância.

Dilma faz afago
em Renan após
vitória no Senado

A presidenta Dilma mal esperou o resultado da votação ontem que elegeu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) presidente do Senado para parabenizá-lo pela vitória e reforçar o projeto PT-PMDB. Apesar das movimentações do PSB – que opera para lançar voo solo ou desbancar o PMDB da vice – Dilma garante a caciques peemedebistas que reeditará a dobradinha com o partido para sua reeleição em 2014.

Enviar por e-mail Imprimir Twitter
[Comentário do Blog do Estênio: está tudo ao gosto dos mandarins republicanos].

Umbanda também
quer passaporte
diplomático

Servidores de representações brasileiras no exterior e membros de federações espíritas e de umbanda e candomblé, reconhecidas como religiões oficiais, também querem direito a passaporte diplomático, como líderes evangélicos até com passagens na polícia. A concessão dos passaportes foi um dos derradeiros atos do secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Rui Nogueira, que se aposenta.

Enviar por e-mail Imprimir Twitter

De volta

Defenestrado dos Transportes após denúncias de corrupção, o senador Alfredo Nascimento (AM) será o novo líder do PR no Senado.

Papelão

Pergunta sensata no Twitter: por que 130 milhões de brasileiros votam em urnas eletrônicas e 81 senadores votam em cédulas de papel?


NO BLOG DO NOBLAT

Hipócritas do lulopetismo se horrorizam com Renan presidente do Senado

Blog do Ricardo Setti
Mas que bando de hipócritas! Há numerosos lulopetistas em todos os cantos — inclusive colunistas e blogueiros — espinafrando a eleição, pelo Senado, do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) como seu novo presidente, por folgados 56 votos a 18 conferidos ao senador Pedro Taques (PDT-MT), e dois nulos.
Calheiros, que se viu obrigado a renunciar ao mesmo cargo em 2007 para não ser cassado, devido ao envolvimento em escândalos, está neste exato momento, como se sabe, sendo alvo de três processos no Supremo Tribunal Federal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso, e sua atuação nos bastidores do governo, supostamente para favorecer amigos, está coberta por nuvens cinzentas.

Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

É, evidentemente, um grande constrangimento, para não dizer uma coisa horrorosa, termos na presidência do Senado e do Congresso alguém nessas condições, e igualmente não é nenhuma maravilha ver aboletar-se um deputado medíocre, como Henrique Alves (PMDB-RN), integrante de uma dinastia de neocoronéis do Nordeste, e também cercado de controvérsias, na presidência da Câmara, como está prestes a ocorrer.
O problema é que lulopetistas não têm autoridade moral para criticar nem Renan, nem Alves!
Moral alguma! 

Denúncias contra Renan serão arquivadas no Conselho de Ética, diz Jucá

Eugênia Lopes e Ricardo Brito, Estadão
Os aliados do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) estão decididos a passar o rolo compressor sobre eventuais pedidos de investigação contra o novo presidente do Senado. A estratégia é arquivar sumariamente qualquer representação que venha a ser apresentada ao Conselho de Ética para apurar denúncia de que o peemedebista não tinha, em 2007, patrimônio suficiente para justificar os gastos com despesas pessoais decorrentes de um relacionamento extraconjugal.
“Vamos arquivar”, disse nesta sexta-feira, 1, o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Na época do escândalo, Renan foi acusado de ter esses gastos bancados por lobista de uma empreiteira e acabou renunciando à presidência do Senado para escapar de ter o mandato cassado. “Não adianta ficar remoendo o passado. Isso é matéria vencida e discutida no Senado”, emendou Jucá.
Ele argumentou que Renan já foi absolvido pelas urnas ao se reeleger para o Senado em 2010. “Renan não pode ser presidente condenado, mas investigado não tem problema”, disse Jucá, destacando que o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é alvo de pedido de investigação no Senado.



Bombeiros reconhecem possível erro em concessão de alvará

Flávio Ilha, O Globo
Passados cinco dias do incêndio na boate Kiss, que matou 236 pessoas na madrugada de domingo, a polícia ainda não localizou um projeto de combate a incêndio e muito menos o engenheiro encarregado pelo planejamento da ação. O Corpo de Bambeiros admite que pode ter havido irregularidade na concessão de alvará.
O delegado Sandro Meinerz confirmou ontem que a polícia só recebeu o plano, mas sem os detalhes do que fora feito para prevenir incêndios, como o que ocorreu há uma semana. Não há um laudo atestando a adoção de medidas de proteção e nem as assinaturas dos técnicos responsáveis. A prefeitura só entregou o estudo com medições sobre os níveis de ruído.



Bicho criado em casa, por Dora Kramer

Dora Kramer, O Estado de S.Paulo
O PT faz acordo para levar um denunciado e um investigado pelo Ministério Público às presidências do Senado e da Câmara, financia partidos para atraí-los à base governista, correligionários de altas patentes são condenados à prisão e, segundo o presidente do partido, a "oposição apartidária" é que desmoraliza a política. Que tal?
Isso para falar do presente, sem contar o passado de uma vida dedicada a desancar Deus, o mundo e seu Raimundo. Os correligionários de hoje eram os "picaretas", "ladrões" e "bandidos" de ontem, contra os quais o PT prometia combate ferrenho quando, e se, chegasse ao poder.
Pois há dez anos chegou e é o que se vê: não bastasse se aliar, festeja os piores tipos, elevando o que antigamente formava o baixo clero à condição de cardinalato do Congresso.
E com a tranquilidade dos puros, mas a sagacidade dos astutos, Rui Falcão, o presidente do PT, acusa Ministério Público e meios de comunicação independentes de tramarem contra a atividade política.
Oferece lições que dariam ensejo a preocupações quanto à sanidade do professor, não flertassem firmemente com o ridículo. Diz Falcão: "São esses a quem nomeei que tentam interditar a política no Brasil. Quando desqualificamos a política a gente abre espaço para aventuras golpistas. A gente abre espaço para experiências que no passado levaram ao nazismo e ao fascismo"
Faltou acrescentar um fator essencial na desconstrução do valor democrático numa sociedade: o populismo (ovo da serpente do autoritarismo), ao qual o PT se dedica com afinco no estímulo ao culto da personalidade e à desmoralização da massa crítica.
A ofensiva é clara: o petista ataca a "oposição apartidária" porque sabe que a partidária está dominada, nas cordas, sem força para preservar o indispensável exercício do contraditório sem o qual restam o silêncio, a concordância, a eliminação do debate, a alternância.
E o objetivo é esse mesmo: exercer o poder sem ser contraditado em nada e por coisa alguma, a fim de que apenas a voz do poder da vez prevaleça.
Leia a íntegra em Bicho criado em casa


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Sob a égide da ética do crime. Ou: A ética dos Renans, dos Dirceus e um livro. Ou: É permitido matar a velha a machadadas?

Resolvi manter este texto, publicado às 18h42 de ontem, no alto da home. Abaixo dele, há os posts da madrugada deste sábado.
Renan Calheiros (PMDB-AL), reconduzido à Presidência do Senado, resolveu exibir musculatura filosófica no discurso oficial como candidato ao posto. E disparou: “A ética não é um objetivo em si mesma. O objetivo em si mesmo é o interesse nacional. A ética é meio, não é fim”. Que coisa! O candidato falava, então, em termos abstratos, conceituais, e a paixão especulativa poderia nos devolver lá a Aristóteles, passando por Kant e chegando a Spinoza — depois de devidamente desprivatizado, já que, no Brasil, Marilena Chaui se quer a intérprete oficial do autor; se a obra de Spinoza fosse “A Valquíria”, Marxilena se apresentaria como Maria Callas… Mas que se deixe a abstração de lado. O voo teórico de Renan se fez ética encarnada na voz do senador Lobão Filho (PMDB-MA), que chegou à Casa como suplente de Lobão Pai, hoje ministro das Minas e Energia: “Nessa Casa não há nenhuma vestal. A última vestal que tentou ser vestal nessa Casa foi desossado pela imprensa. Não há ninguém a levantar o dedo para o senador Renan Calheiros”. O Lobinho é o homem do Lobão!
Ele se referia certamente a Demóstenes Torres, defenestrado por bons motivos do Senado, como todo mundo sabe. Mas que se note: Demóstenes não perdeu o mandato porque se apresentasse como vestal; ele foi cassado porque não praticava, na vida pública, aquilo que enunciava e anunciava. Quando aquele senador caiu, os valores éticos não caíram com ele. É espantoso! Hoje em dia, intelectuais de esquerda, os petistas e tipos como Lobinho passaram a demonizar o discurso da ética e da moralidade públicas. Ele seria sempre e necessariamente falso; só poderia se exercer como moralismo de fachada. Nessa perspectiva, não se deve mais censurar este ou aquele pelo crime cometido; cumpriria, então, indagar: “Mas por que ele fez tal coisa? O fim é nobre?”.
De fato, a ética não é uma finalidade em si, mas um instrumento. Só que há uma consideração que certamente não passa pelo amoralismo de Renan Calheiros e dos setores da esquerda que são hoje seus aliados: os meios empregados qualificam os fins. Se Maquiavel retirou a política da esfera quase celeste e a devolveu à terra ao constatar que, na vida real, os fins acabam justificando os meios, tomada tal perspectiva como um norte ético, mergulha-se, então, no vale-tudo.
Não, meus caros! Nem Aristóteles, nem Espinosa, nem Kant. O livro que trata de forma mais viva e cruenta a questão da ética é o magistral “O Zero e o Infinito”, escrito pelo ex-comunista Arthur Koestler, que veio à luz em 1941. Ele precisou de muito menos tempo do que outros para constatar os crimes do comunismo. O centro da obra é justamente um questionamento ético. Entre 1936 e 1938, Stálin — tratado no livro como o “Nº 1” — liquida boa parte da velha-guarda revolucionária no curso dos chamados “Processos de Moscou”, uma farsa judicial espantosa para se consolidar como a única fonte de poder da União Soviética. Os “processos” são especialmente espantosos porque conduzidos de forma a criar uma maquinaria argumentativa que levava os acusados a confessar a sua culpa, embora soubessem que isso não os livraria da morte, à qual já estavam condenados. A acusação essencial: conspirar contra o estado soviético, a revolução socialista e o partido.
É esse clima que Koestler reproduz em seu livro. Rubachov é um comunista revolucionário de primeira hora que está preso, acusado de conspiração e traição. Somos apresentados a seus diálogos com seus algozes, todos eles a serviço do partido e da causa. Ocorre que se formara ele também na certeza de que o partido não errava nunca e de que não se iria construir uma nova humanidade sem cometer alguns atos condenados pela moral burguesa.
Um trecho do livro é particularmente significativo. Rubachov conversa com Ivanov, um policial do regime com certas pretensões filosóficas. Este faz algumas considerações sobre Raskolnikov, o jovem assassino de “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, aquele que mata uma velha exploradora a machadadas para supostamente usar o seu dinheiro em benefício da humanidade. Raskolnikov acaba confessando a sua culpa e busca a reabilitação.
Para Ivanov, o policial, “Crime e Castigo” é um livro que deveria ser queimado porque não propõe nenhuma questão relevante. Entende que Raskolnikov “é um louco, um criminoso, não porque se comporte logicamente ao matar a velha, mas porque está fazendo isso por interesse pessoal”. E acrescenta:“O princípio de que o fim justifica os meios é e continua sendo a única regra da ética política. Tudo o mais é conversa fiada e se derrete, escorrendo por entre os dedos. Se Raskolnikov tivesse matado a velha por ordem do Partido (por exemplo, para aumentar os fundos de auxílio às greves ou para instalar uma imprensa clandestina), então a equação ficaria de pé, e o romance, com seu problema ilusório, nunca teria sido escrito, e tanto melhor para a humanidade”.
Como vocês percebem, para Ivanov, o assassinato mais torpe se enobrece se a causa é considerada não exatamente justa, mas útil.  O programa do computador deu pau (daí a demora em voltar…), e estou digitando trechos do livro. Rubachov responde que, no poder, os revolucionários conseguiram criar uma sociedade pior do que aquela que buscavam substituir, que as condições de vida se deterioram dramaticamente em todas as áreas, que as pessoas sofrem muito mais.
Ivanov então responde: “Sim, e daí? Não acha maravilhoso? Alguma vez já aconteceu algo mais prodigioso na história? Estamos tirando a pele velha da humanidade e lhe dando uma nova. Não é uma ocupação para gente de nervos fracos”. O policial já havia dito ao líder comunista que caíra em desgraça que só há duas éticas no mundo, opostas e inconciliáveis: uma é a cristã e humana, que declara que o homem é sagrado e que os princípios da aritmética não podem ser aplicadas a unidades humanas; a outra é a coletiva, que subordina cada homem às necessidades do coletivo; esta outra, que é a sua, diz ele, “não somente permite como pede que o indivíduo seja de todas as maneiras subordinado e sacrificado à humanidade”.
De volta a RenanE o que Renan tem com isso? É um legítimo representante ou herdeiro da esquerda, por acaso? Até namorou com o PC do B quando jovem, mas isso não tem importância. Relembro “O Zero e o Infinito” porque nenhuma  obra levou tão longe e de maneira tão viva o questionamento ético. A elite dirigente que hoje comanda o país transformou em norte moral a máxima de que o fim justifica, sim, os meios empregados. Essa visão de mundo contamina setores da imprensa. Quantos não são aqueles que justificam a aliança da velha com a nova oligarquia em nome do interesse nacional?
A “ética” de que fala Ivanov é aquela que entrega a um partido, a um ente, o destino da humanidade e de cada homem. Sim, ele está certo na constatação, entendo eu, de que, a rigor, só existem duas éticas: a que sacraliza o indivíduo e a que o transforma em peça de uma narrativa contada por aquele ente de razão. O que nos distingue, por óbvio, é que fico com a primeira, e ele, com a segunda.
O Brasil passa por um momento particularmente infeliz no que diz respeito à ética porque, com efeito, o PT é herdeiro moral do vale-tudo bolchevista — sem mais ser, por óbvio, comunista. E, em nome do que vende como “causa da humanidade”, não só pratica os piores crimes como os transforma em ferramenta de progresso social, como faz Ivanov. Esse amoralismo redentor, que apela a amanhãs gloriosos, se casou perfeitamente com os interesses das elites reacionárias brasileiras, de que são expressões os Renans, os Sarneys etc.
Se uns nunca tiveram têmpera revolucionária, os outros a empregam como farsa. Porque, de fato, se os reacionários nunca tiveram como perspectiva um novo mundo, os supostamente revolucionários queriam era dividir o comando da reação. E conseguiram. Os dois grupos se dizem hoje irmanados na defesa do bem comum, em nome do qual tudo é permitido.
O conjunto explica por que José Dirceu sai proclamando aos quatro ventos que as críticas a Renan derivam do moralismo udenista. Dirceu é o candidato a Ivanov dessa nova ordem. E Ivanov já disse: Raskolnikov, o que matou a velha a machadadas, só não era um herói porque não agiu sob o comando do partido, de uma causa.
Não sei se daqui a dois, seis, 10, 14 ou mais anos… Um dia essa gente será apeada do poder. E poderemos, ou outros poderão, refletir com ainda mais rigor sobre a era em que vivemos sob a égide do crime sem castigo. Os que chamamos as coisas por seus respectivos nomes fazemos a crônica de um tempo.
Por Reinaldo Azevedo

Tucanos pra quê?

Não tem jeito, não! As coisas não acontecem por acaso. A oposição não chega ao estado miserável a que chegou no Congresso por acidente. É preciso muito esforço para isso. É preciso haver muita dedicação. E nisso, convenham, os tucanos são de uma aplicação comovente. Pelo critério da proporcionalidade, ao PSDB caberia, como coube, a Primeira Secretaria da Mesa Diretora do Senado, mas a turma de Renan Calheiros (PMDB-AL) poderia ter retaliado e negado a vaga ao partido. Não é lei, mas acordo. Já que, oficialmente, o partido havia se alinhado com a candidatura adversária, não haveria por que cumprir compromisso. E os patriotas de Renan até chegaram a pensar nisso. Quando, no entanto, foram computados os votos, tiveram uma certeza: parte da bancada, os bons de bico, traiu o compromisso e deixou Pedro Taques (PDT-MT) na mão. E aqueles que o fizeram certamente deram um jeito de fazer chegar ao rei posto a sua (in)fidelidade.
Eu já havia escrito aqui que o coração de muitos tucanos pulsava mesmo é pelo peemedebista. Assim, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) assumiu a Primeira Secretaria sem medo se ser feliz. Ele também é investigado pelo Ministério Público Federal. Temos uma Mesa Diretora formada por heróis.
Os 11 tucanos poderiam vir a público para declarar o seu voto. Não se trata de patrulha, não, mas de vergonha na cara. Já que se anunciou à sociedade o apoio ao adversário de Renan, cumprira agora deixar claro quem fez o quê. Notem: ninguém é obrigado a abrir o voto. Mas todos podem se dispensar de mentir. Se havia senadores contrários ao apoio a Taques, que dissessem, ora.
Aécio Neves (PSDB-MG), cotado para ser presidente do partido e apontado como candidato à Presidência da República, havia acenado com a possibilidade de fazer um discurso em defesa da candidatura de Taques. Discurso não houve. O senador se limitou, há alguns dias, a fazer uma espécie de convite-apelo a Renan para que retirasse a sua candidatura. O alagoano não topou, claro… O apoio ao opositor de Renan, no fim das contas, foi uma operação de marketing que acabou saindo pela culatra. Agora, resta  suspeita da farsa, do adesismo e da traição, tudo misturado. Se era para fazer esse papelão, melhor teria sido defender que a presidência coubesse à maior bancada e fim de papo. Melhor a sabujice franca do que a dissimulada.
No dia 3 de setembro de 2012, escrevi aqui um texto afirmando que a greve que realmente faz mal ao Brasil é a greve da oposição, que está paralisada há sete anos, caminhando para oito, desde quando ficou com medo das consequências e recuou diante da possibilidade de pedir o impeachment de Lula, na crise do mensalão. Depois disso, não se encontrou mais.
É claro que há líderes regionais importantes do partido. No próprio Congresso, há deputados e senadores que fazem um trabalho sério e não temem confrontar o governismo em questões relevantes. Já destaquei aqui o trabalho, por exemplo, de Álvaro Dias (PR) e Aloysio Nunes (SP) — espero que estejam entre aqueles que votaram em Taques. O que falta, no entanto, é uma diretriz partidária. Que cara tem, afinal, o “maior menor” partido de oposição do país? Quer o quê? Acena com quais valores? Não se sabe. Há um vazio de mensagem, há um vazio de propostas, há um vazio de liderança.
Assim, cabe a pergunta: “Tucanos pra quê?”.
Não é um qualquerA eleição de Renan Calheiros é uma porrada na cara da nação. Estou entre aqueles que acham que a oposição tinha a obrigação política de apresentar uma alternativa, ainda que o PMDB tivesse apresentado como candidato uma vestal. Mas não! Tratava-se de Renan Calheiros, que já teve de renunciar a esse posto. Assume a cadeira denunciado por três crimes. “Ah, mas ele é inocente até não ser condenado pela Justiça…” Fato. Ocorre que estamos falando de política, não de polícia — ainda que essas duas palavras sejam quase anagramáticas. A Justiça vai, sim, decidir se ele cometeu crimes ao tentar provar que pagava pensão à ex-amante e a um filho com recursos próprios. O que é incontroverso é que uma empreiteira arcava com as despesas.
Um partido ou um grupo que tem a ambição de chegar ao poder tem de escolher uma mensagem, tem de mobilizar fatias da sociedade, tem de definir com quem quer falar. Há dez anos — notadamente dos últimos sete! —, o PSDB, como voz institucional, foge miseravelmente de todos os embates e se expõe ao descrédito e à chacota daqueles que entendem que a democracia é o regime das alternativas, não do discurso único.
Eu não sei a resposta. Se os tucanos sabem, poderiam nos dizer: “PSDB pra quê?”.
Por Reinaldo Azevedo


Egito à beira do caos: um morto e dezenas de feridos; militares agora matam em defesa do regime da Irmandade Muçulmana. Até quando?

Durante décadas, no Egito, a Irmandade Muçulmana foi mantida na semiclandestinidade pelos militares. O grupo não tinha uma identidade política explícita, embora seus simpatizantes estivessem no Parlamento, na Justiça, no Executivo e entre os próprios soldados. O presidente Mohamed Mursi substituiu quase toda a cúpula militar, mas certamente não conseguiu quebrar a unidade essencial das Forças Armadas, que dependem, de resto, de farto financiamento dos EUA. Poucos se dão conta de que Hosni Mubarak liderava, afinal, uma ditadura militar. Ele caiu, foi processado e está preso. Mas os militares não foram punidos, até porque, atendendo aos reclamos da praça, foram eles que derrubaram Mubarak com um… golpe.
Pois é… A Irmandade, antes mantida na semiclandestinidade pelos militares, agora só depende da fidelidade dos homens de farda para continuar no poder. Até onde eles vão com Mursi? Os islamistas que venceram a eleição não cumpriram a promessa de manter o país no rumo da democracia. Ao contrário: a Irmandade está fazendo o que prometeu aos liberais e leigos que não faria: islamizar o Estado. Os tontos sempre caem no truque.
Os militares tiveram de matar em defesa do regime que instituíram. Continuarão matando em defesa da Irmandade Muçulmana? Vamos ver. Ontem, os manifestantes voltaram às ruas. Uma pessoa morreu, e dezenas ficaram feridas. Houve uma tentativa de invasão do palácio presidencial. Leiam o que vai na VEJA.com.
*
Milhares de pessoas saíram às ruas do Egito, em diversas províncias do país, para protestar contra o presidente Mohamed Mursi e a Irmandade Muçulmana. A manifestação desta sexta-feira foi convocada por dezesseis partidos políticos e movimentos revolucionários. No Cairo, os protestos partiram em direção à Praça Tahrir e ao Palácio Presidencial de Itihadiya, no bairro de Heliópolis, onde manifestantes atearam fogo e enfrentaram policiais. Um manifestante de 23 anos foi morto a tiros durante os conflitos na capital.
As forças de segurança egípcias utilizaram gás lacrimogêneo e canhões lança-água para tentar conter os manifestantes, que lançavam coquetéis molotov e pedras nas imediações do palácio presidencial. Mohamed Mursi é acusado de trair os ideais da revolução que lhe permitiu chegar ao poder. Seus defensores dizem que os manifestantes tentam usar o poder das ruas para derrubar o primeiro presidente democraticamente eleito do país.
Os manifestantes, em sua maioria jovens, saíram da mesquita de Al Nour, no distrito de Abassiya, em direção ao Palácio Presidencial, levando cartazes que pediam a queda do presidente Mursi, que militou na Irmandade Muçulmana até assumir o poder em junho do ano passado. “Está claro que o presidente não é quem governa o Egito, mas a Irmandade Muçulmana”, criticou Issam Arafa, um dos participantes da marcha.
Perto do local do protesto havia membros da organização ‘Black Block’, envolvida nos distúrbios da última semana e que foi declarada grupo terrorista pelas autoridades do país. Vestidos com capuzes e roupas negras, vários integrantes do grupo, entre eles algumas mulheres, tentaram interromper o tráfego em Abassiya.
No Palácio Presidencial, soldados da Segurança Central e do Exército esperavam com tanques os manifestantes. Enquanto isso, na Praça Tahrir, no centro da capital, várias passeatas que vieram das mesquitas de Sayida Zeinab, no bairro de mesmo nome, e de Mustafa Mahmoud, em Mohandesin, assim como da praça de Giza, se reuniram para protestar contra o governo.
A praça e suas imediações foram o principal foco dos enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança que explodiram na sexta-feira passada durante a comemoração do segundo aniversário do início da revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak. Na última semana, distúrbios em várias províncias do país causaram mais de 60 mortes e deixaram mais de 1.000 feridos.
Port SaidUma das maiores manifestações ocorreu nesta sexta na província de Port Said, próximo ao Canal de Suez, onde foi lembrado o aniversário da morte de 74 pessoas após um jogo de futebol. Os habitantes da cidade saíram às ruas após a oração muçulmana do meio-dia na mesquita de Maryam, gritando: “com nossa alma e nosso sangue, te defenderemos, Port Said”. A passeata foi até o prédio do governo provincial.
No sábado passado, em Port Said, ocorreram enfrentamentos entre a polícia e manifestantes, após ser divulgado que um tribunal do país recomendou pena de morte para 21 acusados pela tragédia no estádio. Na quinta, as forças políticas deram os primeiros passos em direção a um diálogo nacional para resolver a crise, em um encontro organizado pela tradicional instituição sunita Al Azhar, no qual todas as partes condenaram os recentes distúrbios.
Em uma mensagem publicada no Twitter, o Prêmio Nobel da Paz Mohamed El-Baradei, um dos líderes da Frente de Salvação Nacional, principal aliança opositora não islamita, pediu calma e lembrou o acordo alcançado na quinta-feira entre as distintas partes para rejeitar a violência.


NO BLOG ALERTA TOTAL

Até quando seremos o gado do Renan e sua turma?

Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net 


A caca institucional já está bem feita. Mas pode feder ainda mais. Basta que o poderoso ministro Ricardo Levandowski não aceite a denúncia contra o recém eleito presidente do Senado, apesar das evidentes provas apresentadas pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, contra o cada vez mais poderoso Renan Calheiros – terceiro numa eventual linha de sucessão da Dilma Rousseff.


Do ponto de vista institucional, o Brasil está naquele ritmo macabro e infeliz do “se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come. Caso o Supremo Tribunal Federal considere ser mais conveniente “poupar” Renan, só porque ele é presidente do Senado, vamos nos consagrar como o País da Impunidade. Se, por milagre, o STF resolver processar Renan, a situação pouco muda. Como o julgamento vai demorar a acontecer e depois dele ainda haverá anos perdidos em infindáveis recursos, Renan já terá aproveitado seus dois anos de mandato no comando do Senado para se dar ainda melhor na vida.


A eleição de Renan, pelo conveniente e conivente voto secreto de 56 dos 81 senadores, é o atestado da falta de vergonha da classe política. A comemoração da vitória deles significou a derrota da ética, da decência e da honestidade. Aqueles senadores passaram a noção de que são seres de outro mundo – o deles próprios. Renan comemorando com os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor foram cenas patéticas. Retratos de um País retrógrado e condenado a existir sob o ritmo anacrônico digno de uma eterna vanguarda do atraso. O tempo passa, o tempo voa e os velhos caquéticos da política continuam numa boa!


Mensalão que não acaba nunca, Rosegate com sinais de impunidade programada, permanente blindagem a Luiz Inácio Lula da Silva e quase certa reeleição de Dilma Rousseff por absoluta falta de oposição real e consistente são provas evidentes da nossa falência múltipla dos órgãos institucionais – todos contaminados pelo vírus corrupto do Governo do Crime Organizado.


A tragédia se agrava com a ignorância, leniência, conivência e covardia da grande maioria da massa tupiniquim – que sobrevive igualzinho ao rebanho de gado do Renan Calheiros, excelentíssimo presidente do Congresso Nacional. Até quando o processo de omissão vai durar, sem uma reação realmente democrática para derrotar a bandidagem política?


Será possível deletar da vida pública os cínicos funcionais em democracia que pervertem até a ética, para transformá-la em meio para seus desmandos e locupletações com o poder?


Fulecagem
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.


NO BLOG UCHO.INFO

Lula, o fugitivo, foi a Cuba para visitar Chávez, mas só conseguiu ouvir notícias sobre o tiranete

Mal contado – Desde que seu nome foi envolvido em escândalos de corrupção, o que não é novidade, Luiz Inácio da Silva é um fugitivo da imprensa. Lula, que já declarou que odeia ler, não pode ouvir falar em jornalista. Até porque, dez entre dez profissionais da imprensa aguardam uma explicação do ex-presidente sobre as denúncias de Marcos Valério acerca do seu envolvimento no Mensalão do PT e escândalo de Rosemary Noronha, sua namorada, que foi flagrada pela Polícia Federal, na Operação Porto Seguro, como membro da quadrilha dos pareceres.

Desde que os escândalos vieram à tona, Lula tem intercalado viagens internacionais como sumiços de encomenda. Depois de refugiar-se no final do ano na casa de praia de um amigo, Lula voltou à cena política, mas não falou com a imprensa. Para continuar a fuga, o ex-metalúrgico arrumou uma viagem a Cuba, onde, segundo sua assessoria, faria uma vista ao moribundo Hugo Chávez, seu companheiro no esquerdismo barato que sopra na América Latina.
Em Havana, onde cumpriu o obrigatório beija-mão local, Lula visitou o ditador Fidel Castro, reuniu-se com o presidente Raúl Castro – que é igual ou pior que o irmão, participou de cerimônia oficial em homenagem a Jose Martí, discursou na Assembleia local, onde fez críticas aos Estados Unidos, e ouviu dizer que o tiranete venezuelano se recupera bem.
Ora, Lula viaja a Cuba para visitar Hugo Chávez e lá só consegue ouvir dizer que o camarada venezuelano está se recuperando? Há algo estranho nessa história que já se transformou em enredo de filme de terror, a ponto de fazer inveja ao Zé do Caixão. Que Lula queira continuar em fuga é compreensível, porque explicar o inexplicável é complicado, mas melhor seria ter combinado a mentira.
O fato de mais um político ir a Cuba para visitar Chávez e voltar sem vê-lo reforça as especulações de que caudilho bolivariano já mudou de lado há algumas semanas, como noticiou o ucho.info com base em informações de integrantes do serviço secreto de alguns países e ex-agentes da CIA. Chávez está morto e os sucessores esperam o momento para emplacar o último capítulo da farsa, que é dar posse ao cadáver, evitando assim a convocação de nova eleição na Venezuela.

A democracia sangra, mas denúncia contra Renan não tem prazo para ser analisada por Lewandowski

Sem esperança – República bananeira, o Brasil está sendo diuturnamente infectado pelo chorume do conchavo, o que corrói a cidadania e o Estado Democrático de Direito. Leis são desrespeitadas acintosamente pelos próprios legisladores. Os desafios que se impinge diariamente ao Judiciário são como provocações de botequim de esquina. Decisões judiciais são alvo de zombaria. Corruptos se unem e debaixo de discursos prolixos azeitam o corporativismo.

O Brasil involui a cada segundo. Caminha na direção da ilógica, abraça a ilegalidade. Mudar é possível, assim como resistir também. Mas é preciso mobilização, união dos brasileiros de bem. Contestar o status quo criminoso que se instalou no Congresso Nacional é algo inócuo, uma vez que o Mensalão do PT continua atuante e com outra fantasia. Não bastasse o discurso insosso da oposição, os adversários do Palácio do Planalto são alvo de engessamento político. De nada adianta gritar, pois qualquer grito soará como sussurro.
Renan Calheiros é alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República, com a garantia do procurador Roberto Gurgel que há provas suficientes e incontestáveis para a condenação em três crimes, mas a denúncia remetida ao Supremo Tribunal Federal não tem data para ser analisada e caiu nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski.
Não se trata de duvidar da retidão de Lewandowski e muito menos do seu conhecimento jurídico, mas sua atuação no caso do Mensalão do PT deixa os brasileiros com o pé atrás. Com a pauta do Supremo emoldurada por uma extensa fila de processos que aguardam julgamento, inclusive no plenário da Corte, Renan Calheiros é capaz de se reeleger presidente do Senado sem que seu processo seja analisado, caso a denúncia seja aceita.
Em tempos de apagões e de energia elétrica falsamente mais barata, o último a sair que apague a luz, pois a democracia está em chamas e à caminho da UTI. Lembrando que os aeroportos são saídas eficazes, principalmente em temporada de promoções de passagens aéreas.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Os 18 do Senado se livraram da lata de lixo da História reservada ao bando vitorioso

Tanto a Câmara quanto o Senado ofereceram ao país que presta, nesta sexta-feira, uma notícia boa e outra má. Depois de dois anos na presidência, o companheiro gaúcho Marco Maia voltou ao baixo clero e ao convívio com a multidão de nulidades condenadas à obscuridade. É a boa notícia. A má: o novo gerente do Feirão da Bandidagem é Henrique Alves, que tentou livrar-se do último escândalo em que se meteu com a demissão do bode Galeguinho. É bom saber que o senador José Sarney acabou de deixar o comando da Casa do Espanto. Ruim é saber que o sucessor é Renan Calheiros.
Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o Congresso mudou para que tudo fique igual: sairam dois casos de polícia, entraram dois prontuários de dimensões amazônicas. Todos estão lá por decisão de milhões de eleitores que votam como se estivessem escolhendo sócios do clube dos cafajestes. O bando que controla o Poder Legislativo faz o que quer por confiar na mansidão bovina do grande rebanho. Enquanto os brasileiros elegerem os sarneys, renans, maias ou alves, não haverá perigo de melhorar.
Políticos são todos iguais, recitam os omissos profissionais, os cansados de nascença ou os que simulam ceticismo para manter em segredo o voto em figuras abjetas. Não são iguais. Os 11 senadores que há dois anos se recusaram a engolir José Sarney são muito diferentes dos que se ajoelharam diante de Madre Superiora. Além de reiterar tal diferença, a eleição desta sexta-feira comprovou o crescimento da bancada dos acreditam que a atividade política não é incompatível com a honradez. Pedro Taques não é igual a Renan Calheiros. Os 18 senadores que apoiaram o senador do PDT de Mato Grosso  são diferentes dos que devolveram à presidência o alagoano apeado do cargo há cinco anos por ter feito sem a devida cautela o que continua fazendo com mais cuidado.
No discurso em que justificou a candidatura sem chances de vitória, Pedro Taques evocou a lição extraída por Darcy Ribeiro dos fracassos que acumulou. Ele tentou e não conseguiu, por exemplo, fazer uma universidade séria.  Nem por isso sucumbiu à amargura. E jamais capitulou. “Os fracassos são minhas vitórias”, ensinou Darcy Ribeiro e repetiu o candidato do Brasil decente. “Eu detestaria estar no lugar de quem venceu.” A resistência democrática tem de decorar a mensagem e entender que não tem o direito de render-se.
Dos 78 presentes, 56 senadores ignoraram o  recado do candidato do Brasil decente. Coisa de otário, conversa de noviço, devem ter achado. As imagens de Renan Calheiros confraternizando com seus eleitores gritam que o cangaceiro governista seus eleitores se merecem. Não importa quanto tempo demore, acabarão juntos para sempre na mesma lata de lixo da História. Desse destino escaparam os 18 do Senado.


NO BLOG DO ALUZIO AMORIM

ELEIÇÃO NO CONGRESSO: BRASILEIROS NÃO DESEJAM O FIM DA CORRUPÇÃO E FLERTAM SEM QUALQUER PUDOR COM UM REGIME COMUNO-FASCISTA


O texto que segue após este prólogo é do site do jornal O Estado de S. Paulo, noticiando a vitória folgada de Renan Calheiros, candidato da base alugada do PT. Destaco a notícia do Senado pois era lá que havia, ainda que remota, a possibilidade de uma virada do jogo sujo que hoje se repetiu na Câmara Alta da República.
Já na Câmara Federal, Henrique Alves, também candidato da base alugada do PT, foi eleito novo presidente da Casa. 
E, no vídeo acima o comentário sintético do competente jornalista Augusto Nunes, do site de Veja que, em apenas 1 minuto, resume a tragédia política inaugurada há uma década, quando o falastrão de Garanhuns e seus sequazes subiram ao poder, diga-se, de forma legítima, quando majoritariamente o eleitorado brasileiro resolveu adentrar o pantanal da corrupção de livre e espontânea vontade. Isto todavia, pode-se considerar pouco, já que o "projeto petista", com o mensalão, desejava mais do que se locupletar de forma episódica. O objetivo era no médio prazo implantar sistema político similar à Venezuela e à Argentina. Em outras palavras, parafraseando o excelente livro de Johan Goldberg, um regime que se pode tipificar como "fascismo de esquerda", visando a apropriação do Estado pelo partido.
Se me perguntarem se esse diabólico plano para sepultar a democracia já era, devo responder que continua sendo enquanto o PT e os sabujos do PMDB continuarem no poder. O resultado das eleições para as presidências do Senado e da Câmara, além de vergonhosas, dado ao fato das denúncias que pesam sobre os vitoriosos, é uma péssima notícia.
Não é à toa que a Dilma, Lula, Dirceu etc caterva estão todos muito contentes. Dilma inclusive enviou mensagem de saudação aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional. 
Aqui a reportagem do Estadão sobre a vitória folgada de Renan Calheiros, o que evidencia que mais da metade do Senado Federal constitui um lixão. Leiam:
Os senadores decidiram nesta sexta-feira, 1, eleger o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) mais uma vez presidente do Senado. O peemedebista recebeu 56 votos a favor; o adversário Pedro Taques (PDT-MT), 18. Ocorreram ainda dois votos em branco e outros dois nulos. Renan Calheiros presidirá o Senado no biênio 2013-2014. Ele retorna ao comando da Casa cinco anos após renunciar ao cargo para não ser cassado pelos pares e uma semana após o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tê-lo denunciado por peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e uso de notas fiscais falsas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A eleição, feita em votação secreta por meio de cédulas, durou 35 minutos e contou com a presença de 78 dos 81 parlamentares. Faltaram à votação os senadores Humberto Costa (PT-PE), Luiz Henrique (PMDB-SC) e João Ribeiro (PR-TO).
Lançado oficialmente candidato no início da noite de quinta-feira mas articulando a candidatura desde o ano passado, Renan fez um discurso em plenário no qual ignorou as acusações que pesam sobre ele e disse que ética "é obrigação de todos". Ele apresentou algumas de suas propostas para os dois anos de mandato e pediu votos. "Eu peço à nossa Casa, a Casa dos iguais, o apoio e o voto de vossas excelências, consciente de que a escolha de cada um das senhoras e senhores senadores é, acima de qualquer coisa, uma demonstração de prestígio, homenagem e celebração à democracia."
O site da Revista Época publicou nesta sexta a íntegra da denúncia sigilosa oferecida por Gurgel contra Renan na semana passada. O procurador-geral sustenta que o peemedebista não tinha patrimônio suficiente para justificar os gastos com despesas pessoais decorrentes de um relacionamento extraconjugal. Na época do escândalo, em 2007, Renan foi acusado de ter esses gastos bancados por lobista de uma empreiteira.
Questionado antes da eleição pela reportagem, o ex-líder do PMDB não quis comentar sobre divulgação do conteúdo da denúncia criminal. "Estou confiante, não vi a reportagem", afirmou. Em 2007, o parlamentar apresentou notas fiscais para comprovar que o dinheiro obtido com venda de gado bancou os gastos extraconjugais. A Procuradoria-Geral da República considerou, no entanto, que as notas eram "frias". Se a denúncia criminal for aceita pelo Supremo Tribunal Federal, Renan passará da condição de investigado para a de réu.
Na época do escândalo, o peemedebista acabou absolvido no plenário do Senado de dois processos de quebra de decoro. Foram essas acusações que o levaram a abdicar da Presidência da Casa.











Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA