DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 10-12-12

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Retorno ao PDT
pode ser o plano
B de Dilma

Irritada com a interferência de “lulistas” em seu governo, com a falta de solidariedade de muitos deles e o desgaste provocado pelas denúncias de “malfeitos” que não lhe pertencem, a presidenta Dilma já segredou a interlocutores próximos que no futuro pode considerar seu retorno ao PDT como uma espécie de “plano B”. Seu ex-marido e amigo Carlos Araújo já voltou ao partido de Leonel Brizola, ídolo dele e da ex-mulher.

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‘Olheiro’

Ex-assessora de Leonel Brizola (fazia um resumo diário do noticiário para ele), Dilma quer seu ex testando a aceitação de sua refiliação.

Limpeza

Num gesto de assepsia política, Dilma fez de Brizola Neto ministro do Trabalho para ajudá-lo a destituir o presidente da sigla, Carlos Lupi.

Apoio explícito

A pedido de Brizola Neto, Dilma apóia o deputado João Dado (SP) para líder do PDT, contra o atual, André Figueiredo (CE), ligado a Lupi.

Ganha quem pode

Ainda repercute na Agência Nacional de Aviação Civil os R$170 mil de auxílio-moradia à filha de Rosemary Noronha, Mirelle, que morava em São Paulo. Não é exceção: apadrinhados são transferidos para a sede no Rio, deixando concursados locais à deriva. E o contribuinte, ó...

Na tomada

Elétricas que discordaram da Eletrobras para defender acionistas e não quebrar no “saco de bondades”, lembram o célebre ditado de Margaret Thatcher: “o socialismo acaba quando termina o dinheiro dos outros.

Virou suco

Os dados são do ministério do Desenvolvimento Econômico do ministro Fernando Pimentel: maior exportador mundial de suco de laranja, o Brasil perdeu 21,9% do comércio entre novembro de 2011 e 2012.

Pensando bem...

...com os mandatos mantidos, mensaleiros condenados deveriam “trabalhar” na Câmara dos Deputados com pijama listrado e bola no pé.


NO BLOG DO NOBLAT


A saída é trair, por Ricardo Noblat

O que se exige de um juiz para ser promovido pelo presidente da República a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)?
Duas qualidades: reputação ilibada e apurado saber jurídico. É o que pede a Constituição - e estamos conversados.
Não. Conversados não estamos.
A reputação pode não ser tão ilibada e o saber apenas razoável desde que o aspirante a ministro, digamos assim, seja pessoa sensível.
Entenda-se por sensível: capaz de atender vez por outra a favores de quem o nomeou. Ou dos que o ajudaram a ser nomeado pedindo por ele junto ao presidente e aos seus cupinchas.
A verdade é esta: ninguém vira ministro sem contar com padrinhos fortes. De graça, por seus belos olhos e cultura enciclopédica, vira não. Esqueça.
E é aqui que mora o perigo. Quero dizer: o problema.
Como esperar independência a quem pediu favores para chegar a ministro e a quem deve favores por ter chegado lá?
Só há uma saída por ora: trair.
De certa forma foi o que ocorreu com alguns ministros nomeados por Lula e Dilma. Lula queria ver os mensaleiros livres. Acabaram condenados.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, revelou que Joaquim Barbosa pediu a José Dirceu para reforçar suas chances de ser ministro. Não se sabe se foi atendido.
Joaquim acabou sendo impiedoso com Dirceu e a parcela maior dos réus do mensalão. Procedeu de acordo com sua consciência. Conforme as provas que enxergou no processo.
Existe a favor de Joaquim o fato de ele ter ido parar no STF dois anos antes de o mensalão sacudir a República.
Até então, Lula parecia mais interessado em por um negro no STF do que em se acautelar contra escândalos e condenações futuras dos seus parceiros. Outros ministros chegaram lá depois de Joaquim. E aí...
Tudo costuma ser muito delicado. Nada é dito de maneira direta.
Pessoas próximas do presidente, sem nunca sugerirem que falam em nome dele, sondam as opiniões dos candidatos a ministro. Alguns assuntos preocupam o governo e podem lhe causar sérios embaraços. Dependendo das respostas dos candidatos...
"Deixa comigo que eu mato no peito e chuto", prometeu Luiz Fux ao ouvir de gente ligada a Lula notícias da aflição dele com o julgamento do mensalão.

 

Fux ainda não era ministro. Pela terceira vez estava em campanha para ser. Pedia socorro a políticos de todas as cores - Maluf, Delfim Netto, Antonio Palocci, Dirceu e Stédile, coordenador dos Sem Terra.
"Mato no peito e chuto" não significava necessariamente que Fux absolveria os mensaleiros se os julgasse culpados. Mas seus interlocutores entenderam que sim. E é bastante razoável pensar que Fux cometeu a frase para que ela de fato assim fosse entendida.
"Eu não conhecia o processo. Ele tinha provas suficientes para condenar os réus", explicou-se depois.
A intuição de Lula acendeu a luz vermelha. "Como posso nomear um candidato apoiado ao mesmo tempo por Delfim e Stédile, pessoas tão diferentes?" - perguntou Lula. E não nomeou.
Dilma nomeou. E ao comparecer à posse de Joaquim Barbosa como presidente do STF nem sequer olhou para Fux.
Tolice! Fux tem quem olhe para ele no calçadão de Ipanema.
Há várias propostas em tramitação no Senado para mudar a maneira de escolha de ministros dos tribunais superiores. Para torná-la menos contaminada pelos interesses do governo e dos políticos.
Difícil que prosperem.
Não servem para o governo como ele desejaria. Nem para os políticos que aprovam as nomeações na esperança de colher favores mais tarde.

STF deve decidir hoje se deputados condenados serão cassados

Jaílton de Carvalho, O Globo
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir hoje a votação sobre a perda do mandato dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), réus parlamentares condenados no processo do mensalão.
A tendência do tribunal é aprovar — com pelo menos cinco votos — a proposta de cassação imediata do mandato formulada pelo relator e presidente do Tribunal, Joaquim Barbosa. Mas a questão é delicada e, além de forte tensão politica, pode gerar um impasse institucional.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), entende que o STF não tem poder de decretar a perda de mandato parlamentar, nem mesmo com base em sentença criminal. Esta seria uma atribuição exclusiva da Câmara, em caso de deputados, ou do Senado, em caso de senadores envolvidos em processos criminais. Na semana passada, Barbosa propôs a cassação do mandato dos três deputados condenados com base no artigo 55 da Constituição. 



Antes de ir para prisão, Dirceu não consegue mobilizar o PT

Jean-Philip Struck, Veja
Condenado a mais de dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha e corrupção ativa, o ex-ministro José Dirceu já conhece seu destino – e não se conforma. Antes de começar a cumprir sua pena, que deve ser iniciada em regime fechado, o petista tenta há semanas organizar eventos com militantes do partido em sua defesa.
Mas o que Dirceu não esperava era que seu prestígio estivesse tão baixo dentro da legenda onde construiu sua trajetória política e onde alcançou posto de líder influente. Os três primeiros atos organizados até agora foram esvaziados e não produziram nenhum barulho.



Dia Internacional Contra a Corrupção tem manifestações em todo país

Estadão
Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo em várias cidades do País para participar dos atos ligados ao Dia Internacional Contra a Corrupção, no qual pediram "mão dura" e celebraram as recentes condenações dos políticos envolvidos no caso mensalão.
Em Brasília, os organizadores da manifestação convocaram uma corrida de dez quilômetros pela Esplanada dos Ministérios, onde estão todos os edifícios do poder público, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou 25 políticos e empresários por práticas corruptivas denunciadas em 2005.

Tesouro usou R$ 390 bi para estimular concorrência entre bancos

Leandro Modé, Estadão
O Tesouro Nacional injetou R$ 390,1 bilhões nos três bancos controlados pelo governo federal - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - entre o fim de 2006 e outubro deste ano. No período, a participação das instituições financeiras públicas no crédito total da economia saltou de 36,8% para 46,6%.
A forte expansão é resultado da estratégia do governo de estimular a atividade econômica e aumentar a concorrência no setor financeiro. Quarta-feira, o governo deu mostras de que a estratégia permanecerá ativa. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a liberação de R$ 100 bilhões para o BNDES no ano que vem. Desse valor, cerca de R$ 45 bilhões poderão ter como fonte o Tesouro Nacional.


NO BLOG DO CORONELEAKS

PF atrás dos 25 milhões de euros da Rose.

Após representação feita pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), a Polícia Federal abriu investigação sobre suposta remessa de uma fortuna em euros que Rosemary Noronha teria feito para a cidade do Porto, em Portugal. O deputado alega que Rose, em uma viagem oficial, levou 25 milhões de euros e chegou a solicitar um carro forte para transportar o valor. A PF considera "inverossímil" a informação. O criminalista Celso Vilardi, que defende Rose, classifica a denúncia de "bobagem, leviandade".(Estadão)






Para José Dirceu, o hall da fama. Para a Rose do Lula, o olho da rua. Esse é o PT.

O PT já decidiu que vai expulsar a Rose do Lula, se ficarem provados os seus crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva. E também decidiu que não vai expulsar José Dirceu, José Genoíno, Delubio Soares e João Paulo Cunha, por crimes semelhantes. Que vergonha!



NO BLOG DO JOSIAS

Debate sobre mandatos de mensaleiros mostra que quase tudo muda no Brasil, exceto cinismo 
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Num Brasil em aparente mutação, em que o mensaleiro de ontem é um presidiário de amanhã, certas coisas permanecem fiéis a alguns princípios. Por exemplo: a desfaçatez do Congresso. Há anos o cinismo do Legislativo causa incredulidade e desânimo porque é sempre igual.
Nesta segunda-feira, o STF retoma o debate sobre a situação dos condenados do mensalão que são deputados. Em artigo veiculado na Folha, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), revelou-se preocupado. Acha que o Supremo pode mergulhar o país numa “grave crise institucional”.
O fim do mundo viria se o STF decidisse cassar os mandatos dos deputados sentenciados. Nessa hipótese, escreveu Maia, “podemos estar diante de um impasse sem precedentes na história recente da política nacional”. Por quê? Caberia à Câmara decidir sobre os mandatos, não à Suprema Corte.
O Código Penal prevê a perda de mandato para os casos em que o dono da cadeira é condenado à cadeia. A Constituição também anota que o mandato irá para o beleléu se o eleito for sentenciado em processo criminal “transitado em julgado” (sem possibilidade de recurso). Porém…
Num desses parágrafos providenciais, os constituintes de 1988 escreveram que a perda de mandato de deputados criminosos “será decidida pela Câmara.” Tudo conforme o velho figurino: processo lento e votação secreta. No STF, o relator Joaquim Barbosa já votou pela cassação automática. O revisor Ricardo Lewandowski endossou a tese de Marco Maia (assista abaixo).
Como disse o senador Pedro Taques (PDT-MT) referindo-se a outro caso –o Rosegate—, o Direito é como o Kama Sutra, tem várias posições jurídicas. Prevalecendo a posição de Maia e Lewandowski, os condenados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) virariam vilões de desenho animado. O mesmo ocorreria com José Genoino (PT-SP), na bica de assumir uma suplência na Câmara.
Nos desenhos, quando são empurrados para o abismo, os personagens malvados caminham sobre o vazio até certo ponto. Só caem quando se dão conta de que estão pisando o nada. O enredo ‘Maiandowski’ é mais surrealista.
Nele, os condenados do mensalão flutuarim sobre o precipício por tempo indeterminado –talvez até o fim do mandato. Pior: os encrencados do STF poderiam ser “absolvidos” no julgamento político do plenário da Câmara.
Marco Maia conta que o trecho da Constituição que atribuiu ao Congresso a palavra final sobre os mandatos dos congressistas nasceu de emenda defendida em plenário pelo então deputado Nelson Jobim. Aprovaram-na 407 constituintes. Entre eles FHC, Lula e Aécio Neves. Prova da “pluralidade do debate empreendido naquele momento [março de 1988]”.
O presidente da Câmara pega em lanças pelos criminosos: “[…] Qualquer subjugação do Legislativo tem o mesmo significado de um atentado contra a democracia, e isso é inaceitável. Espera-se que a decisão da Corte Máxima, à luz da Constituição, contribua para o fortalecimento da nossa jovem e emergente democracia.”
Nesse roteiro de desenho animado, não podem faltar as aparições de hipotéticos extraterrenos e suas reações às esquisitices da jovem e emergente democracia brasileira. Imagine-se a surpresa de um marciano ao chegar a Brasília e dar de cara com João Paulo, Valdemar, Genoino e Henry caminhando sobre o abismo.
O homenzinho verde decerto gargalharia por todas as suas 23 bocas ao ser informado de que a levitação de criminosos é uma fórmula desenvolvida pela civilização brasileira para dissolver em cinismo os “impasses sem precedentes” e as “graves crises institucionais.” A criatura voltaria para Marte folheando o Kama Sutra.

História: Dilma ajudou a desregular a regulação 


Com esses pareceres escritos por agentes públicos a soldo de interesses privados o governo inovou mais uma vez. Já não há diretores de agências reguladoras. Há agências de diretores desregulados.
Rosegate, penúltimo escândalo da República, produziu três expurgos nas agências: Paulo Vieira (Águas), Rubens Vieira (Aviação Civil) e Tiago Pereira Lima (Transportes Aquaviários).
Não se chega a semelhante situação na base do improviso. O descalabro exige perseverança e método. A desregulagem começou no alvorecer do governo Lula. A Agência Nacional do Petróleo foi entregue à prospecção do PCdoB.
O caos aéreo revelaria mais tarde que a desfaçatez aterrissara também na Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac. A charuteira Denise Abreu, uma das faces da crise, fora à diretoria de serviços aéreos por indicação de José Dirceu.
Milton Zuanazzi, símbolo da ineficiência que convulsionou os aeroportos, alçara-se à presidência da Anac empurrado por Dilma Rousseff. Afora a familiaridade com o petismo, Denise e Zuanazzi tinham em comum o pouco conhecimento de aviação.
No final de 2006, época em que o apagão aéreo atingiu o seu ápice, Zuanazzi endereçou a Dilma, então chefe da Casa Civil, um e-mail. Por engano, cópias da mensagem foram remetidas a diretores da Anac.
“…Na hora que te parecer oportuno, estou te disponibilizando o mandato de presidente da Anac”, escreveu Zuanazzi para Dilma, em português turbulento. “Se não achares necessário, fica a informação que estou seriamente repensando minha permanência na agência.”
Zuanazzi queixava-se da rispidez da madrinha nas reuniões de Brasília. “Em todo esse tempo, fiquei sempre com a sensação [sic] que me tratavas nem como chefe da Casa Civil e nem como amiga, e nem as duas coisas juntas.”
Anotou que Dilma o tratava como se ele “fosse um devedor eterno por ter sido indicado para presidir a Anac. Em nenhum momento senti qualquer proteção pela cumplicidade natural entre companheiros.”
A “cumplicidade” seguraria Zuanazzi no cargo além do razoável. Ele só seria tirado do ar mais de um ano depois. Hoje, Dilma fala em profissionalizar as agências. Faz pose de solução. Na verdade, é parte do problema.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Conviva de praia de José Dirceu era braço político da quadrilha, sustenta inquérito da PF

Em seu depoimento no Congresso, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que não havia quadrilha nenhuma instalada no governo federal e usou como evidência o fato de que a Polícia Federal não iria indiciar Rosemary Noronha, a dita “amiga íntima de Lula”, por formação de quadrilha. Pois é… Indiciou por esse e mais três crimes: corrupção ativa, tráfico de influência e falsidade ideológica. Em seu relatório, a PF considera que ela era o braço político da quadrilha. Reportagem da revista VEJA deste fim de semana, de Adriano Ceolin e Laura Diniz, evidencia que a mulher é bem menos, como direi?, parva do que alguns tentam dar a entender, buscando caracterizá-la apenas como uma coitada, que se deixou enredar pelas tramas do coração.
E ela é, sim, pessoa da intimidade e da confiança de José Dirceu. O ex-ministro, todo mundo sabe, é o condenado pela Justiça mais buliçoso que se conhece. Nunca antes alguém sentenciado, em última instância, por corrupção ativa e formação de quadrilha vituperou tanto contra a Justiça e emitiu tantas opiniões. No feriado do dia 15 de novembro, uma quinta-feira, ele viajou para a casa de um empresário, em Camaçari, na Bahia. Fotos feitas por Edson Ruiz, do Estadão Conteúdo, foram publicadas pela imprensa. Uma delas foi esta aqui.
 
Nada de especial na imagem. Indica apenas tratar-se de um senhor de posses. A bermuda é da marca francesa Vilebrequin. No Brasil informa a VEJA, custa R$ 600. Certamente sem saber o que tinha à sua frente, Ruiz resolveu deslocar a lente um pouco para a sua esquerda e fez esta outro foto:

Esta senhora à esquerda, de óculos e chapéu de praia, é Rosemary, a amigona do Zé, em companhia da namorada do poderoso chefão petista, Evanise Santos, com óculos Prada. Vale para o Zé o que vale para todos nós: no mais das vezes, chamamos para compartilhar um feriado na praia pessoas com as quais temos intimidade, proximidade, amizade mesmo. Dirceu, vocês sabem e ele mesmo já disse, está a cada dia mais convencido da sua inocência; ele só tem a má sorte de os escândalos estourarem na sua vizinhança e envolverem pessoas de seu círculo de relações. Não que Rose não pudesse alcançar patamar ainda mais alto no petismo. Ocorre que o Zé certamente tem um senso se organização e disciplina que deve faltar a Lula. O Zé é o sistema operacional da máquina.
Rose deixou Camaçari em companhia do seu amigo da bermuda Vilebrequin no dia 18; na sexta, dia 23, a Polícia empreendeu a operação de busca e apreensão no gabinete da Presidência da República em São Paulo. Íntima, ela ainda tentou o socorro do companheiro com quem havia dividido o sol baiano. Foi inútil. E começamos a conhecer os detalhes do mais recente escândalo da República. Leiam um trecho da reportagem de VEJA:
“VEJA teve acesso a novos detalhes do inquérito da Operação Porto Seguro. Os papéis detalham o funcionamento do esquema de  corrupção e mostram o espraiamento da quadrilha por órgãos do governo federal, até chegar a gabinetes do primeiro escalão. Na  última sexta-feira, a Polícia Federal entregou à Justiça uma nova leva de documentos. São mais quarenta volumes, com uma descrição detalhada do conteúdo de arquivos de computadores, contratos, recibos e dinheiro apreendidos no escritório da Presidência em São  Paulo e nas casas dos suspeitos. É essa munição que mantém Lula e o PT calados. Além da intimidade com o ex-presidente, Rose usava como trunfo para suas ações a proximidade com o mensaleiro José Dirceu. Em conversas interceptadas pela PF com autorização  judicial, Rose revela a intimidade que tinha com o chefe da quadrilha. “Eu fui almoçar com o Zé na casa dele (…). Ele acha que tem  grandes chances de ser condenado a quatro anos e cumprir um terço da pena”, diz Rose. Paulo Vieira, seu interlocutor, procura tranquilizar a amiga, que se dizia “superpreocupada” com a possibilidade de Dirceu ir para a cadeia. “Preso ele não vai, não, Rose (…).  Sem chance”, afirma o chefe da quadrilha dos pareceres sobre o chefe da quadrilha do mensalão.”
Pois é…
Foi, no entanto, ao estabelecer uma parceria com Paulo Vieira, que a PF considera o chefe da quadrilha, que Rose foi ganhando vulto como braço político do grupo. Leiam outro trecho da reportagem, que traz à luz ninguém menos do que Rui Falcão, presidente do PT, outro que esforça para dizer que não tem nada com isso:
Em 2004, Paulo, filiado ao partido, ganhou uma senhora boquinha na administração: a nomeação para presidente do Conselho Fiscal  da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp. Ele foi indicado pelo PT de São Paulo. Efetivado no cargo, Paulo Vieira atendeu a um pedido feito por telefone pelo deputado estadual Rui Falcão, atual presidente do partido, para que recebesse o empresário e ex- senador Gilberto Miranda (PMDB -AM ). Não era propriamente um pedido, mas uma “missão partidária”, conforme expressão usada  por Falcão. Ele nega: “Nunca pedi nada disso. Nunca tive qualquer relação com os citados”. O resto da história está contada no inquérito. Para a Polícia Federal, Vieira ajudou Miranda a conseguir pareceres favoráveis à ocupação de duas ilhas no litoral paulista.  As investigações dão a dimensão exata de como se misturam interesses públicos e privados no Brasil.
RetomoEis aí. Cumpre perguntar, a esta altura: será que o PT sabe como fazer as coisas de outro modo, à luz da lei, da Constituição e das regras republicanas? Uma coisa é certa: há uma cultura anti-institucional no partido. Em suas conversas singelas com Paulo Vieira, Rose se mostra inconformada com o STF. Vejam que mimo. Volto para encerrar.
 
Rose queria um protesto por transparência na Justiça! Rose queria parar o Brasil! O Zé bem que tentou. Mas até os petistas já começam a fugir da rodinha quando ele chega…

Brasil pode ser destino do dinheiro sujo de Assad e de seu bando; em 2007, PT assinou um acordo de cooperação com partido do ainda ditador sírio

O Estadão publica hoje uma reportagem de Lourival Sant’Anna que merece ser lida com cuidado. Vocês vão entender por quê. Reproduzo um trecho. Prestem atenção!
Assessora de Assad esteve secretamente no BrasilBussaina Shaaban, principal assessora pessoal do presidente sírio, Bashar Assad, esteve secretamente em São Paulo, no Rio e em Buenos Aires, no fim de novembro. Não cumpriu nenhuma agenda oficial, nem com o governo brasileiro nem com os diplomatas sírios nem com as entidades que representam a comunidade síria no Brasil. Bussaina conversou com grandes empresários sírios no Brasil – alguns com atividades legais, outros, mais obscuras – sobre a possibilidade de transferir pessoas e grandes quantidades de dinheiro da Síria para cá. A missão secreta de Bussaina coincide com a notícia, publicada pelo jornal israelense Haaretz, de que o vice-chanceler sírio, Faiçal Mekdad, esteve na semana retrasada em Cuba, Venezuela e Equador, averiguando a possibilidade de Assad exilar-se em um desses países.
Em comum com o Brasil e a Argentina, os governos das três nações ostentam simpatia pelo regime de Assad, embora o Itamaraty tenha, nos últimos meses, mantido uma posição mais reservada sobre o tema. A própria Rússia, parceira do Brasil nos Brics (junto com Índia, China e África do Sul), e aliada da Síria, onde mantém sua última base naval no Oriente Médio, está distanciando-se de Assad, diante das evidências de que seus dias estão contados.
Duas fontes, uma de oposição e outra favorável ao regime, confirmaram ao Estado a vinda secreta de Bussaina. De acordo com a fonte que apoia Assad, a assessora do presidente veio fazer tratamento médico em São Paulo. O que não explicaria por que ela esteve também no Rio e em Buenos Aires. (…) Os movimentos de Assad e de seu círculo íntimo na direção de uma fuga da Síria coincidem com avanços do Exército Sírio Livre (ESL) sem precedentes em 21 meses de rebelião na Síria, que resultam numa asfixia econômica do governo e num cerco militar das forças leais. De acordo com fontes sírias ouvidas pelo Estado, o ESL tomou entre 30 e 35 bases do Exército perto de Damasco, num raio de 30 a 5 km do centro da capital, 3 bases aéreas e 12 instalações antiaéreas. Na avaliação dessas fontes, as forças terrestres leais ao regime estão muito reduzidas, a ponto de “200 combatentes” serem capazes de ocupar, pelo menos por um tempo, uma instalação estratégica. Os insurgentes já chegaram a até 500 metros da pista do Aeroporto de Damasco, que está fechado, e forma forçados a recuar, mas mantêm um cerco a seu redor. Com o uso de granadas e foguetes portáteis, neutralizaram 37 aviões no solo.
(…)
VolteiComo o mundo era muito complexo e depois foi ficando mais complicado, sabem os leitores que não sou exatamente um entusiasta do que se passa na Síria – o que se estende a toda a dita “Primavera Árabe”. Assad já era! O melhor – ai, ai… – que pode acontecer ao país é cair nas mãos da Irmandade Muçulmana, depois que esta vencer o embate interno, e vencerá, com os jihadistas. Dito isso, avancemos. Assad, qualquer que seja a motivação e os métodos dos que se opõem a ele, é um tirano asqueroso, um facínora. A sua queda é uma boa notícia em si, sem que isso implique uma visão otimista sobre o que virá depois. O risco de um confronto religioso também sangrento no país é grande. De volta ao cerne da notícia do dia.
Como se vê, o Brasil é um potencial destino do dinheiro sujo de Assad e de seu bando. Vejam as demais nações que estão no grupo: Cuba, Venezuela, Equador e… Argentina! São países governados hoje por delinquentes políticos. O que Banânia faz aí? Bem, o governo petista andou ajustando suas posições em relação ao governo sírio, mas Assad tem Dilma Rousseff – na verdade, o PT – como uma aliada. E essa proximidade não é de hoje.
Em 2007, o então presidente do PT, Ricardo Berzoini, assinou um acordo de cooperação com o partido Baath, de Assad, cujo nome completo é “Partido Baath Árabe Socialista”. O tal acordo com o partido do carniceiro incluía sete compromissos, dentre os quais se destacavam os seguintes: incentivar a troca de visitas,  coordenar os pontos de vista quando os partidos estiverem presentes em congressos e fóruns regionais e internacionais, promover a troca de publicações e de documentos partidários importantes e fortalecer a cooperação entre organizações populares e representantes da sociedade civil para intercâmbio de experiências.
É isso aí… Assad, como a gente nota, sempre foi considerado um “bom companheiro”. Imaginem se chegar, então, com as malas cheias de dinheiro…









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