DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 03-11-12

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA


Restaurante Alchymist abre em Fortaleza


Amplia-se e diversifica-se em Fortaleza o mercado da gastronomia.
O italiano Giorgio Bonelli – filho de Gianluigi Bonelli, criador do famosíssimo Tex – herói das histórias em quadrinhos até hoje publicadas – e nome de praça em Milão – abriu quinta-feira seu restaurante cearense, o Alchymist, na esquina das ruas Barão de Aracati e Pereira Filgueiras.
Há nele três ambientes, incluindo uma tenda árabe, uma ruela com casinhas multicoloridas que servem de bar e um amplo salão bem decorado e com um lustre que chama a atenção.
A categoria e o cardápio do Alchymistde Fortaleza (Bonelli tem um em Praga, considerado o mais luxuoso da capital tcheca) são de padrão internacional e o pessoal do atendimento está sendo treinado.
Inauguração só daqui a um mês.

NO BLOG DO ROBERTO MOREIRA

Acrísio Sena: servidor da Câmara de Vereadores de Fortaleza vai se aposentar como qualquer cidadão


O vereador Acrísio Sena(PT), assumiu a presidência do legislativo municipal e ganhou um abacaxi. Os servidores da casa em toda sua história nunca tiveram direito a um Plano de Cargos e Carreiras. Todos os servidores da casa foram nomeados e não sabem dos seus direitos porque não estão regularizados. “Os servidores da Câmara de Fortaleza só se aposentam quando morrem”, informou Acrísio. O presidente Acrísio Sena decidiu regularizar a situação de todos e implantar o Plano de Cargos e Carreiras. “Agora todos terão aposentadoria, direitos e não terão mais a necessidade de bajular ninguém”, conclui.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Chagas: Dilma e Luís XIV

Assentada a poeira dos resultados das eleições municipais, estando o Congresso numa espécie de torpor capaz de atravessar o recesso de fim de ano e só despertar em março do próximo ano, o temor é de que a presidente Dilma possa preencher o vazio com uma enxurrada de Medidas Provisórias. Nem é preciso esclarecer que as MPs nasceram como fruto da malograda tentativa de se estabelecer o parlamentarismo no país, durante os trabalhos da Constituinte de 1988. Leia mais no artigo de Carlos Chagas.

Internet: cliente não
tem vez contra
operadoras

Tanto na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quanto no Ministério das Comunicações (MC) engolem seco e não respondem, ao serem indagados pela coluna por que permitem que as empresas de telefonia entreguem 10% ou 20% da velocidade de conexão à internet que vende, e não permite que o consumidor, na mesma medida, pague apenas pelos serviços efetivamente recebidos, em idêntica proporção.

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Medição inútil

O Ministério das Comunicações diz que o consumidor poderá medir a qualidade do serviço de internet. Mas ainda pagará o que não recebe.

Estelionato?

Ao vender um pacote de mega bits, “não significa que a empresa tenha a obrigação de entregar esta velocidade o tempo todo”, diz o MC.

Assim, ó

São conhecidas as relações especiais da Anatel com as empresas do setor. Já suas relações com o consumidor são quase inexistentes.

Propaganda enganosa

A Claro jura na propaganda que oferece “a conexão mais rápida” à internet. Na prática, sua velocidade de conexão é de irritar tartarugas.

PT se cuide

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) não se importa de bajular o governador Eduardo Campos: “Ele provou que não é subalterno”.

Maldade

Adversários da indicação de Luiz Adams (AGU) ao Supremo espalham na internet que no seu currículo não consta nem curso de mestrado.

Mamma mia!

Os italianos estão horrorizados com os 10,8% de desemprego no país. Quase empatamos: o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) cravou 10,9% em sete capitais do Brasil.

Culpa dele

Em conversas reservadas, a presidenta Dilma põe na conta do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) a “fria” de ir a Manaus para um comício de Vanessa Graziotin (PCdoB), candidata derrotada à prefeitura local.

Boa ideia

O deputado Fernando Francischini (PEN-PR) quer emplacar um projeto que obriga a indústria a colocar um chip nas armas de fogo. “Vai ter a vida inteira da arma: onde foi fabricada, para quem foi destinada (...)”

Vacas raquíticas

Preterido pelo PT na disputa em Recife, o deputado João Paulo afirma que o partido está pagando pelos seus pecados com a vitória do PSB de Eduardo Campos: “Foram muitos erros. Agora vai ficar difícil”.

Cheirando mal

O cocaleiro Evo Morales nomeou o ator Sean Penn embaixador para a “descriminalização” do consumo da folha de coca, matéria-prima da cocaína. Não informou se pagará pelo trabalho em mercadoria.

Já era

Com 92% de rejeição e afastada por suposta fraude na Saúde, a prefeita Micarla de Souza (PV) ganhou apelido em Natal: “KiCarla?”


NO BLOG DO NOBLAT

Fiasco de CPI, por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo

A CPI do Cachoeira nasceu de uma estratégia equivocada do ex-presidente Lula e de José Dirceu na tentativa de, se não impedir, pelo menos tumultuar o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.
Já que o adiamento para as calendas gregas não foi conseguido com o assédio pessoal de Lula a ministros, dos quais o mais vistosamente frustrado foi ao ministro Gilmar Mendes, que denunciou a tentativa de chantageá-lo, partiram os petistas para montar uma CPI que colocaria a oposição contra a parede.
Os objetivos principais eram os oposicionistas de maneira geral, o governador de Goiás Marconi Perillo em particular, o Procurador-Geral da República pelo atrevimento das acusações contra o PT, e a imprensa livre representada pela revista Veja.
O rolo compressor governista, no entanto, não foi suficiente para fazer da CPI uma cortina de fumaça para o julgamento do mensalão, e políticos independentes impediram que a estratégia petista desse certo.
Ao contrário, o feitiço voltou-se contra o feiticeiro, e o surgimento da empreiteira Delta com seus vínculos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira colocou o governismo numa sinuca de bico.
Frustradas todas as investidas contra seus inimigos, viram-se os petistas na perspectiva de ser a CPI usada contra seus parceiros caso a investigação sobre o empreiteiro Fernando Cavendish fosse adiante.


A CPI virou palco de uma batalha, fora do controle, até que oposição e situação viram que era melhor exterminá-la sem dar tempo para novos embates.

Valério afirma que PT pediu dinheiro no caso Celso Daniel, diz Veja


O Globo

Reportagem da revista “Veja” desta semana afirma que o operador do mensalão, Marcos Valério, foi procurado pelo PT para pagar um empresário que ameaçava envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a morte do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002.
Segundo a reportagem de “Veja”, a chantagem envolvia o empresário Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público de São Paulo como integrante de um esquema de recolhimento de propina montado pelos petistas na gestão de Daniel.
Ronam, de acordo com a reportagem, ameaçava envolver Lula e Gilberto Carvalho no episódio e pedia dinheiro para ficar em silêncio. Foi com esse cenário que Valério foi chamado pelo então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, para uma reunião. A ideia era utilizar Valério para realizar os pagamentos a Ronan. 



Oposição cobra investigação da PGR sobre fala de Valério


Gabriel Castro, Veja

Lideranças da oposição reagiram neste sábado às novas revelações do operador financeiro do mensalão, Marcos Valério, publicadas por VEJA. A edição que chegou às bancas nesta sexta-feira mostra como o publicitário procurou o Ministério Público Federal para contar parte do que, até então, mantivera oculto - o que inclui até um elo com o caso Celso Daniel.
O presidente do PPS, Roberto Freire, diz que a reportagem torna ainda mais urgente a abertura de um inquérito na Procuradoria Geral da República para apurar os aspectos ainda desconhecidos do esquema de Marcos Valério - especialmente a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão.
Representantes da oposição já tinham agendado uma ida à PGR nesta terça-feira; eles pedirão que o Ministério Público abra um inquérito para investigar o papel de Lula no esquema do mensalão. "Nós temos que nos posicionar, não podemos esperar. A cada dia surgem novos fatos. Nós precisamos que o Ministério Público abra um novo inquérito para investigar tudo isso", disse Roberto Freire, presidente do PPS.

Padre Marcelo inaugura maior templo católico do país


O Globo

Discursos políticos e a apresentação de cantores populares como Alexandre Pires e Agnaldo Rayol marcaram nesta sexta-feira a inauguração do maior templo católico do Brasil, o Santuário Theotokos - Mãe de Deus, no bairro de Interlagos (Zona Sul de São Paulo).
Cerca de 50 mil pessoas compareceram à missa inaugural celebrada pelo padre Marcelo Rossi e pelo bispo da diocese de Santo Amaro, dom Fernando Figueiredo. Ainda inacabado, o templo foi projetado pelo arquiteto Rui Ohtake e terá capacidade para receber 100 mil fiéis, 20 mil na parte coberta e 80 mil no exterior. 


Digo eu: Êita padrezinho mercantilista! A isso se chama simonia. (Estênio Negreiros)

Gol afirma que 5 mil bilhetes foram comprados com desconto indevido


Veja

A Gol Linhas Aéreas confirmou na tarde desta sexta-feira que cerca de 5 mil bilhetes foram comprados com um código promocional restrito.
A sequencia de três letras e dois numerais, direcionada exclusivamente a integrantes da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), vazou na internet e se disseminou rapidamente por meio das redes sociais. Com o código, milhares de pessoas adquiriram passagens com até 80% de desconto no site da companhia.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Um cadáver volta a assombrar a República petista: o de Celso Daniel. Partido decide adiar seu manifesto contra o STF e a “mídia golpista”

Sempre que está acuado, não importa o assunto – uma disputa eleitoral ou uma investigação policial –, o PT parte para o ataque. Infelizmente – para o país e para a ordem dos fatos –, costuma ser bem-sucedido. Vimos isso recentemente, na disputa eleitoral em São Paulo. Desde que Lula decidiu que o candidato seria mesmo Fernando Haddad, o partido iniciou uma intensa campanha acusando forças supostamente obscurantistas e a oposição de explorar a questão do kit gay. Quem quer que faça uma pesquisa vai constatar que os adversários do partido mal tocavam no assunto. Era só uma reação preventiva para conquistar, como conquistou, a imprensa. Tocar no tema passou a ser visto como coisa reacionária, conservadora, religiosa. Mais ainda: inverteu-se o ônus do tema. O tucano José Serra é que passou a ser literalmente perseguido por jornalistas para se posicionar a respeito, sendo acusado de explorar um tema que não diria respeito à cidade – o que, de resto, é falso porque há milhares de alunos da rede municipal de ensino.
Muito bem! Qual foi a consequência? O kit gay ficou longe da campanha. O tema não foi levado ao horário eleitoral gratuito ou aos debates na TV. A questão ficou circunscrita aos jornais, que atingem uma fatia mínima do eleitorado, e mal chegou às rádios. O PT conseguiu, assim, com o barulho que fez junto aos chamados “setores formadores de opinião”, blindar Fernando Haddad, preservando-o de sua própria obra. O ministro que autorizou a produção de um material – destinado a alunos a partir de 11 anos – que sustentava a superioridade da bissexualidade no cotejo com a heterossexualidade e que estimulava o debate sobre pessoas insatisfeitas com seu órgão genital não teve de responder por suas escolhas. O mais impressionante: Serra, que não tocou no assunto, foi acusado de estimular o preconceito. Um sedizente “cientista social” afirmou que sua campanha estaria contaminada pelo “ódio”. O PT, em suma, fez um movimento preventivo e se deu bem. Até alguns tucanos de alta plumagem, para não variar, falaram besteira a respeito, apontando o erro de uma suposta campanha contaminada pela religião.

O caso da CPI do Cachoeira

Enquanto o ministro Ricardo Lewandowski permanecia sentado sobre a revisão do processo do mensalão – Lula havia prometido aos seus e a Marcos Valério que o julgamento jamais ocorreria; talvez “em 2050”, ele profetizou –, o próprio Apedeuta e José Dirceu urdiram pelas costas até da presidente Dilma a CPI do Cachoeira. Alguém buzinou informações erradas ao ouvido dos dois patriotas, sustentando que a Operação Monte Carlo tinha potencial para liquidar com a oposição, com a imprensa independente, com o procurador-geral da República e até com ministros do Supremo. No dizer de Rui Falcão, presidente do PT e pensador refinado, a bancada do PT na Câmara e no Senado defendia uma CPI “para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão”. Tudo parecia caminhar bem até que surgiu na mesa os nomes de Fernando Cavendish e Sérgio Cabral. Aí os petistas precisaram correr com o rabo enfiado entre as pernas. Afinal, ficou claro, Carlinhos Cachoeira era só um peixe pequeno de um escândalo gigantesco, que iria estourar no Palácio do Planalto. Mas, como resta evidente, houve, sim, a tentativa de usar a CPI para melar o julgamento. Parte da imprensa aderiu inicialmente à farsa.

Depois da condenação…

Condenado Marcos Valério, o PT passou a viver o pânico da concessão do benefício da delação premiada ao empresário. Sabe que os 40 anos de cadeia não são coisa trivial e que seu antigo aliado está injuriado. Alguém na sua situação pode, sim, decidir se safar contando o que sabe. Então o PT resolveu correr de novo para a galera. Passou a acusar nada menos do que o próprio STF de se comportar como tribunal de exceção. De quebra, promete levar adiante a luta pela “regulamentação da mídia golpista” e discutir o financiamento público de campanha. O partido havia prometido um manifesto para quinta-feira, mas parece ter adiado em face das notícias que começaram a circular sobre o depoimento de Valério.

Agora ao ponto

Recuperem o noticiário de janeiro de 2002, por ocasião do assassinato do prefeito Celso Daniel. Antes que qualquer pessoa aventasse publicamente a possibilidade de que o PT pudesse ter algum envolvimento com a morte, os petistas botaram a boca no trombone e saíram acusando a suposta tentativa de incriminar o partido, exigindo, em tom enérgico, que a polícia fizesse alguma coisa. Montou-se uma verdadeira operação de guerra para controlar o noticiário. No arquivo do blog, vocês encontram alguns textos a respeito. Celso foi o primeiro de uma impressionante fila de oito cadáveres relacionados ao caso. O prefeito morto era já o coordenador do programa de governo do então pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. O partido seria o primeiro a ter motivos para desconfiar de alguma motivação política para o sequestro e imediato assassinato. Deu-se, no entanto, o contrário: o partido praticamente exigia que a polícia declarasse que tudo não havia passado de crime comum.
O último morto, por causa desconhecida (!), foi o legista Carlos Delmonte Printes, que assegurou que Celso fora barbaramente torturado antes de ser assassinado. Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT que acompanhou o caso em nome do partido e teve acesso ao cadáver, assegurou à família de Celso, no entanto, que não havia sinais de tortura. O fato é conhecido porque foi denunciado pela família do prefeito.
Gilberto Carvalho, braço direito de Celso na Prefeitura, movimentou-se freneticamente logo após a morte do “amigo” para que prevalecesse a versão do partido: crime comum. O esforço deixou um rastro de conversas gravadas que vieram a público. Tudo muito impressionante. Leiam, por exemplo, este diálogo em que Sérgio Sombra, acusado de ser ao assassino de Celso, entra em pânico e pede para falar com Carvalho. Alguém garante que está sendo montado “um esquema”. Sombra, no diálogo abaixo, é o “personagem A”.
A – Ô Dias!
B – Oi chefe!
A – Onde é que você está cara?
B – Tô na avenida (…). Eu tô saindo, to indo praí.
A – (…) Fala prá ligá nesse instante (…) Pará de fazer o que está fazendo.
B – Peraí, Peraí, Perai. Ei! Oi! Escuta o (…) Já está aí onde está todo mundo (…) Alô!
A – Ô meu irmão!
B – Cara cê está no sétimo? 
A – Ô meu! O cara da Rede TV está me escrachando, meu chapa! Tá falando que… Tá falando que é tudo mentira, que o carro tá pegando, que não destrava a porta, que sou o principal suspeito.
B – Ô cara! Deixa eu te falar. O que hoje tá pegando contra você é esse negócio do carro. Nós temos que fazer é armar um esquema aí: “porque as empresas de (…) junto com a Mitsubishi, por razões óbvias de mercado, se juntaram para dizer que você está mentindo, que o câmbio está funcionando”…Entendeu? Então é o seguinte…
A – Peraí. Perai, péra um pouquinho.
B – (…) Pô! Pegá o que Porra?
A – Chama o Gilberto aí! Chama o Gilberto! Tem que armar alguma coisa!
B – Calma!
A- Eu tô calmo. Quero é que as coisas sejam resolvidas.

Outro diálogo: “Puta! Tá dez!”

Há outro diálogo bastante interessante. Alguém liga para Ivone, tornada pelo partido a “viúva oficial” de Celso — consta que era sua “namorada” à época… E lhe dá nota dez por sua performance como “viúva” numa entrevista. Vocês entenderam direito. Leiam. Ivone é a personagem B.
A – Oi!
B – Oi meu amor. O Xande quer falar com você. Tá bom?
A – Ok.
B – Tchau.
C – Como vai minha querida?
A – Vou assim. Arrastando.
C – Ótima a sua entrevista! Viu?
A – Você gostou Xande?
C – Eu gostei muito mesmo.
A – É importante a sua opinião pra mim porque estou totalmente sem referência. Né?
C – Eu achei muita boa. Entendeu. Tá super. Tem coisas… tá perfeito!
(…)
B – Hoje tem uma coisa. Programa pra ir na Hebe.
A – É. Porque vai a mulher… a viúva do Toninho.
B – Sabe que o Genoino quer. E é uma merda né. Uma merda.
A – Olha. Se você falar o que falou ai está 10. Puta! Tá 10, não parece estrela, a dor de uma viúva. Tá dez!
Como se nota, a morte do “companheiro” havia se transformado apenas numa questão de marketing e de guerra para ganhar a “mídia”. Com direito a nota pela performance da, sei lá como chamar, “atriz” talvez.

Retomo

Já lhes contei aqui. Mesmo a ala petista da família Daniel rompeu com o PT. Um dos irmãos, Bruno, teve de se exilar na França com mulher e filhos. Estavam sendo ameaçados de morte no Brasil. Outro irmão relatou que Celso havia lhe contando que Carvalho era o portador de malas de dinheiro de um propinoduto de Santo André para o então presidente do PT, José Dirceu. Os dois negam.
Vale a pena, reitero, por curiosidade quase científica, voltar ao noticiário daqueles dias para constatar a frenética movimentação preventiva do partido, certo de que poderia conduzir para onde quisesse a opinião pública. Passada uma semana, quem estava na defensiva era a polícia paulista… Agora, Marcos Valério denuncia ao Ministério Público que o PT tentou fazê-lo participar de uma esquema para silenciar. com dinheiro, pessoas que estariam chantageando Lula e Carvalho, podendo implicá-los no assassinato de Celso. Valério diz que não participou, mas dá a entender que tem mais detalhes da operação, que teria sido realizada. Diz que sabe até que banco foi usado na operação.
Vamos ver. Uma coisa é certa: o cadáver de Celso Daniel volta a se agitar no armário. E o PT decidiu adiar o seu manifesto contra o STF e a “mídia golpista”.
*
PS – Reitero: a vida de Marcos Valério vale mais a cada dia. E, por isso mesmo, também vale menos… Se o STF não tomar as devidas precauções, o óbvio acontece. Porque o óbvio sempre acontece.

Ministros do STF defendem proteção para Marcos Valério

Na Folha:

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pela Folha defendem que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão e condenado pelo tribunal a mais de 40 anos de prisão, receba algum tipo de proteção do Estado. Para eles, se Valério afirma temer pela sua vida, isso não pode ser subestimado. O empresário se diz disposto a revelar ao Ministério Público detalhes inéditos sobre o esquema que ajudou a organizar durante o governo Lula.
Novos depoimentos não terão interferência no julgamento do mensalão, que está na fase final. Mas podem resultar em novas investigações ou contribuir para outros inquéritos em curso. Os ministros do STF não descartam a possibilidade de que Valério esteja apenas tentando tumultuar o julgamento. Um deles, que pediu reserva, afirmou que não há mais espaço para suas promessas. Já o ministro Marco Aurélio Mello afirma que está na hora de o operador do mensalão “desembuchar, não falar em doses homeopáticas”.
O ministro defendeu que o Estado “proporcione aparato de segurança” a quem “se mostrar disposto a colaborar”. “Depois da porta arrombada, não adianta colocar cadeado”, justificou. “Na área da delinquência, falo de forma geral, o jogo é pesado.” Caberá ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, analisar o caso. Valério poderia ser incluído no Sistema Nacional de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, podendo mudar de cidade e trocar de nome.
Gurgel também poderia pedir auxílio à Polícia Federal, que passaria a monitorar o réu constantemente e analisar se o risco de vida é real. Já na prisão, ele poderia ainda ter tratamento diferenciado, como ficar em cela isolada. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, Valério prestou um depoimento a Gurgel no fim de setembro, quando teria mencionado Lula e o ex-ministro Antonio Palocci.
Reportagem da revista “Veja” desta semana afirma que Valério também teria informações sobre o envolvimento do PT com o assassinato do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, em 2002. Segundo a revista, Valério diz que o PT pediu dinheiro, em 2003, para silenciar pessoas que ameaçavam implicar no crime o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho, que chefiou o gabinete de Lula e hoje chefia a Secretaria-Geral da Presidência. Os dois teriam sido extorquidos pelo empresário Ronan Maria Pinto, apontado como integrante de uma quadrilha que desviava recursos da Prefeitura de Santo André. Valério diz ter sido contatado pelo então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, e que um banco arranjou o dinheiro.


NO BLOG DO JOSIAS

Espanto: Pilhado em malfeitos, um deputado renuncia para dar bom exemplo aos colegas 
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Calma, contenha a euforia. A coisa se passou alhures, na Grã-Bretanha. O deputado e ex-ministro britânico Denis MacShane anunciou nesta sexta-feira a decisão de renunciar ao mandato. Ele foi pilhado num desvio de 12.900 libras. Coisa de R$ 42 mil. A fraude foi investigada por um comitê parlamentar.
Malversada entre 2004 e 2008, a verba destinava-se a custear despesas relacionadas ao exercício do mandato. MacShane apresentou notas falsas e embolsou a grana. O comitê recomendou que ele se afastasse da Câmara por 12 meses. O deputado preferiu se auto-impor uma punição mais rigorosa.
MacShane deu por “encerrada” sua carreira política e bateu em retirada. “Amo a Câmara dos Comuns e espero que minha renúncia possa servir para mostrar que os parlamentares devem assumir responsabilidades por seus erros e aceitar as consequências de ter violado as regras”, disse.
Comparado com o milionário mensalão, o caso de MacShane envolve um desvio mequetrefe. O que confere grandeza ao episódio é o gesto de contrição. Nessa terra de palmeiras e sabiás, não há quem se disponha a seguir o exemplo. Aqui, quem tem mandato não abre mão. Quem não tem trabalha para obter.
O condenado Valdemar Costa Neto (PT-SP) diz que recorrerá à corte internacional da OEA contra a sentença do STF. E finge-se de morto na Câmara. João Paulo Cunha (PT-SP) também não se deu por achado. E o suplente José Genoino (PT-SP) trama assumir um assento na Câmara em janeiro.
Os pró-homens do petismo, convencidos de que seu plano era o melhor para o país, não se envergonham de ter tentado pô-lo em prática antes que o formalismo legal os atrapalhasse. O erro está na ética dos meios, não no fim, tão mais importante, que era o sonho do poder longevo.
Que diabo, estamos no Brasil. Aqui, quem tem a faca numa mão e o queijo na outra, sente-se à vontade para usufruir da licença para ser aético. Entre nós, a contrição não orna com o hábito nacional de reconstruir consciências e desenvolver longas e proveitosas vidas públicas.

‘Lula não foi correto conosco’, afirma Cid Gomes
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Lula plantou amargura em várias das 17 praças que percorreu durante a campanha municipal de 2012. Uma das mais fundas foi enterrada na Fortaleza dos irmãos Cid e Ciro Gomes, do PSB. “Lula não foi correto conosco”, disse Cid, governador do Ceará e patrono da vitoriosa candidatura de Roberto Cláudio, hoje prefeito eleito.
Amigo dos Gomes, Lula permitiu-se escalar o malogrado palanque de Elmano de Freitas, o petista que a prefeita Luizianne Lins fabricou como candidato à sua sucessão. Ouviu duríssimos ataques a Cid e Ciro, chamados de oligarcas. E adicionou aos ataques uma insinuação.
Sem mencionar-lhes os nomes, Lula deu a entender que a o governador Cid e seu ex-ministro Ciro só se lembram dos pobres em tempos de eleição. “Foi uma agressão e uma agressão injusta”, lamuriou-se Cid numa entrevista ao repórter Felipe Patury. “Quem esteve com Lula nas horas decisivas fomos nós.”
A despeito do amargor, Cid declara-se a favor da reeleição de Dilma Rousseff. Contrapondo-se ao projeto do colega pernambucano Eduardo Campos, ele diz que o PSB tem “projeto de poder”, mas só deve ambicionar a Presidência na sucessão de 2018, após um segundo mandato de Dilma.
Um dos argumentos de Cid está escorado num paradoxo. no pós-Dilma. “Não faz sentido e não é correto participar do governo de outro partido e, depois, lançar candidatura contra esse mesmo partido.” O raciocínio é paradoxal porque seu autor fez em Fortaleza exatamente o que alega ser incorreto.
Até junho passado, o PSB de Cid e Ciro era aliado e participava do governo municipal da petista Luizianne. A dupa rompeu com a prefeita do PT, lançou um nome próprio e derrotou o ex-aliado. A entrevista do governador do Ceará está disponível aqui. Vão abaixo os principais trechos:
– O PSB venceu o PT em todas as disputas importantes de que participou nesta eleição: Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Campinas. O PT subestimou seu aliado histórico?
Não enxergo nisso uma rivalidade ou uma má relação. O PT é nosso aliado nacional. O que não se pode é achar que somos satélites do PT. Não somos. Temos um projeto de poder próprio.
– O senhor está falando da Presidência da República?
Estou, sim, e digo, para que não me interpretem errado: defendo o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Apoiamos a Dilma em 2010, tivemos um papel importante na eleição dela, participamos de seu governo, e ela vem fazendo uma boa gestão. É natural que apoiemos sua reeleição. Nosso projeto de Presidência deve vir depois.
– O PSB compartilha sua opinião?
Não posso dizer. O partido não deliberou sobre o assunto. Posso dizer que Eduardo Campos declarou que a eleição de 2014 deve ser tratada em 2014.
– Então, Campos pode disputar o Planalto em 2014?Acho que ele deve aguardar 2018. É verdade que Eduardo é um grande quadro, bem preparado e o governador mais popular do Brasil. Também é claro que o PSB foi o partido que mais saiu fortalecido das urnas. É o que mais tem prefeitos de capitais, e capital é muito importante. Governa quase metade da população do Estado. Agora, eleição municipal é uma questão local. Não enxergo seus efeitos no plano estadual, muito menos no nacional. O PSB deve apoiar a reeleição de Dilma e, em 2015, devolver os cargos que tem no governo federal. Sem isso, será difícil mostrar a diferença entre nossa forma de governar e a deles. Não faz sentido e não é correto participar do governo de outro partido e, depois, lançar candidatura contra esse mesmo partido.
– Em comício do ex-presidente Lula em Fortaleza, o senhor e seus irmãos foram chamados de oligarcas e acusados de só se lembrar dos pobres em tempo de eleição. Como o senhor se sentiu?
Foi uma agressão e uma agressão injusta. Quem esteve com Lula nas horas decisivas fomos nós. Na eleição de 2002, Luizianne e Elmano de Freitas vaiaram Lula em praça pública, porque ele escolheu o José Alencar para vice. No segundo turno daquela eleição, Ciro não pestanejou e declarou apoio a Lula. Em 2005, no mensalão, parte do PT se escondeu. Outra falou em pós-Lula. Nós fomos à linha de frente defendê-lo. Os votos responsáveis pela reeleição dele vieram daqui. Fomos para a linha de frente na eleição de Dilma. Lula não foi correto conosco.
– Ingrato é uma palavra mais precisa?
Digo que não foi correto. Antes da eleição, disse a Lula: ‘Ou a gente encontra um nome capaz de inspirar um sentimento de renovação ou será muito difícil para mim’. Eu queria manter a aliança, mas com outro candidato. Lula disse que era possível e me daria uma posição. Nunca me procurou. Entendi que me deixava à vontade para que o PSB lançasse Roberto Cláudio. Não seria um excesso de gentileza se tivesse me ligado para dizer: ‘Desculpe, estou sofrendo muita pressão para ir a Fortaleza’. Vindo aqui, faria a defesa de seu candidato sem acusar ninguém. Entendo isso. Também sofro pressões do PSB para bater nos outros partidos. Não é preciso agredir para defender o que se acredita.
– O PT só ganhou a eleição numa das nove capitais do Nordeste. Lula foi o grande derrotado?
Não colocaria assim. O PT tinha duas capitais na região: Fortaleza e Recife. Foi mal nas duas administrações. Aconteceu o mesmo com gestões mal avaliadas de outros partidos. Em Natal, a prefeita (Micarla de Souza, do PV) nem concorreu. Em São Luís, o prefeito do PSDB (João Castelo) perdeu. Em Teresina, o do PTB (Elmano Férrer) também. Lula ganhou a eleição onde ele teve o cuidado de ter um bom candidato, como em São Paulo. Aonde ele foi por solidariedade ao PT ou por sentimento de dívida perdeu. As pessoas foram sábias. Distinguiram essas situações e escolheram o que era melhor para seu município.
– Como agiu a presidente Dilma?
De forma republicana. Não tenho reparo a fazer. Pelo contrário, só tenho reconhecimento pela atitude dela. Quando acabou o primeiro turno, disse isso a ela. No segundo turno, agradeci novamente. Ela respondeu: ‘Não poderia ter outra postura, você me apoiou’. E ainda me pediu o telefone do (prefeito eleito) Roberto Cláudio.
– Lula também telefonou para o senhor? 
Não.

NO BLOG ALERTA TOTAL

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net 
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net  
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza terá mesmo coragem de revelar qual foi o banco (não arrolado no processo do Mensalão) utilizado por um amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar as contas da chantagem feita pelo empresário Ronam Maria Pinto contra Lula e Gilberto Carvalho, para não envolvê-los no até hoje não resolvido sequestro, tortura e assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, bárbaro crime ocorrido em janeiro de 2002?

Será que Marcos Valério tem elementos comprobatórios para assegurar que não colaborou pessoalmente com a operação de arranjar dinheiro para supostamente financiar o “silêncio” do empresário Ronan Pinto – que era dono de empresas de ônibus e de uma empresa de coleta de lixo suspeitas de envolvimento em esquemas de corrupção, para arrecadação ilegal de dinheiro para campanha eleitoral, que acabaram redundando na morte do prefeito petista de Santo André?

Caso Marcos Valério faça tais revelações, ele realmente terá provas objetivas do que supostamente revelará à Procuradoria Geral da República, em troca de ingressar em no Sistema Nacional de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, podendo mudar de cidade e trocar de nome? Será que Valério tem mesmo detalhes para narrar uma reunião entre Ronan Maria Pinto e Silvio Pereira, ex-homem forte do partido e que se livrou do processo do Mensalão pela via da delação premiada?

Será que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, atenderá ao pedido da defesa de Marcos Valéreio – um arquivo-vivo que ainda responde a mais responde a pelo menos outras dez ações criminais, além da Ação Penal 470 do STF (que mexe com a cúpula petista) e do chamado “Mensalão Mineiro” (que envolve dirigentes do PSDB, como o ex-governador Eduardo Azeredo)?

Diantes de tantas perguntas com respostas complexas, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, já declarou ontem que está na hora de o operador do mensalão "desembuchar, não falar em doses homeopáticas". Marco Aurélio defendeu que Estado "proporcione aparato de segurança" a quem "se mostrar disposto a colaborar". O ministro detonou: "Depois da porta arrombada, não adianta colocar cadeado. Na área da delinquência, falo de forma geral, o jogo é pesado."

Diante da repercussão midiática de que Valério corre risco de vida – e já teria sofrido ameaças concretas, como a de semana passada, em Belo Horizonte, revelada ontem nesta Alerta Total -, o mais provável é que, de imediato, o Procurador-Geral da República solicite uma proteção especial para Valério. A missão de vigiar e resguardar o “arquivo-vivo” seria da Polícia Federal. Mas pode acabar nas mãos da Agência Brasileirade Inteligência ou, em último caso, de oficiais experientes da área de inteligência do Exército.

Fato objetivo é que, ao meter o caso Celso Daniel no meio, Valério mexeu com o único escândalo que realmente apavora a cúpula petista. Celso Daniel é um cadáver politicamente insepulto. Até hoje, está impune o empresário Sérgio Sombra, “amigo” dele e principal suspeito de comandar o crime. Fora da esfera judicial, o escândalo também envolve outro amigo de Daniel, o atual secretário Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que saberia de todo o esquema de corrupção em Santo André – de acordo com versão do irmão da vítima, Bruno Daniel.

Marcos Valério voltou a desenterrar o cadáver politicamente insepulto do PT. Resta aguardar para ver se ele vai mesmo ter condições de falar, ou se o caso, como de costume, será providencialmente abafado. Os petistas sempre defendem a absurda tese de que a morte de Daniel foi um crime comum. O Ministério Público sustenta que o crime, além de incomum, envolve corrupção. Daniel teria sido morto pelo grupo que beneficiava-se dum esquema irregular de propina na prefeitura.

O problema é sempre chegar ao verdadeiro chefe da máfia...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 3 de Novembro de 2012.


DA TRIBUNA DA INTERNET

Confissões de Marcos Valério podem complicar Lula em outros processos

Carlos Newton
No processo do mensalão, o publicitário Marcos Valério não tem mais possibilidade de ser beneficiado, porque só pode haver delação premiada antes do julgamento. Isso é óbvio, caso contrário nenhum criminoso pediria esse benefício durante o inquérito, simplesmente esperaria o julgamento e, se fosse condenado, aí sim solicitaria a delação premiada.
“Não pode haver delação premiada com o processo finalizado”, diz o presidente da Associação Nacional de Procuradores da República, Alexandre Camanho, que está participando de um evento num resort de Porto de Galinhas (PE), o 29º Encontro Nacional de Procuradores da República.
E o procurador-geral Roberto Gurgel acrescenta: “A partir do momento em que o julgamento se iniciou, não seria possível falar em delação premiada, porque ela vem apenas até a fase de conclusão, finalização da instrução criminal, que se encerrou, na verdade, no início do ano passado”.
Como sabe, em setembro Marcos Valério marcou espontaneamente uma audiência com o procurador-geral e fez novos relatos sobre o caso, que incluem menções ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-ministro Antonio Palocci.
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O QUE PODE ACONTECER
Com o novo depoimento de Valério, agora a Procuradoria Geral da República está analisando se abre ou não novo processo para investigar a veracidade dos dados. A revista Veja, que tem acesso privilegiado a Valério, está publicando em capítulos o teor do novo depoimento dele.  No número que está nas bancas, a revista diz que Lula e Gilberto Carvalho estavam sendo chantageados em função da morte do prefeito petista Celso Daniel, de Santo André, marido do atual ministra Miriam Belchior. Carvalho era secretário de governo em Santo André.
É possível, portanto, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda venha a ser julgado pelo mensalão, caso haja fortes evidências de que ele era o mandante do esquema de compra de votos, já que não há dúvidas de que era o principal beneficiário.
O que muitos esquecem é o importante processo em andamento na Justiça Federal, em que Lula é acusado de favorecimento ao Banco BMG, um dos participantes do esquema do mensalão. Nesse caso, o depoimento de Marcos Valério poderá ser decisivo, embora já existam provas robustas contra Lula e o então ministro da Previdência, Amir Lando, que também está sendo processado junto com o ex-presidente.
Lula e Lando (parece dupla sertaneja) não perdem por esperar.

As divisões e as dúvidas do PT e as dos royalties

Pedro do Coutto
Reportagem de Natuza Nery, Cátia Seabra e Bernardo Melo Franco, Folha de São Paulo de primeiro de novembro, focaliza a divisão que envolveu o PT sobre a oportunidade do lançamento de manifesto criticando as condenações aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal a réus do mensalão. Prevaleceu a posição do ex-presidente Lula e da própria presidente Dilma Rousseff de não transformar penas ainda não fixadas numa crise institucional.
Além do mais, documento partidário contra decisões judiciais somente poderia acirrar ânimos, quando, sob o ângulo dos atingidos por condenações, as ações deveriam voltar-se no sentido de evitar reações dos magistrados. O objetivo, sob esse prisma, deve voltar-se para o mínimo possível, não para o lado oposto.
Paralelamente, o presidente nacional do PT volta ao tema regulamentação da mídia, como se tal fosse possível. Teria que ser mudada a Constituição que, em vários artigos, proíbe qualquer tipo de censura ou restrição. A meta seria especialmente as emissoras de televisão e rádio. Mas, claro, a etapa seguinte seriam os jornais. Até porque a imprensa escrita é a que, no fundo, pode impactar menos no sentido imediato, mas é a que mais influi no pensamento coletivo. Bem, mas este é outro problema.
O essencial está contido no desejo de restringir. Só deseja restringir quem considera o pleno uso do espaço coletivo contrário a seus interesses e suas posições. Não é esse o caminho para fortalecer a democracia, consolidada após o país atravessar a noite de arbítrio de 64 a 85.
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E OS ROYALTIES?
Agora as dúvidas quanto à percepção e distribuição dos royalties do petróleo. Um substitutivo do deputado Carlos Zaratini teve sua votação adiada. Ainda bem. A questão que deu margem ao adiamento encontrava-se no cumprimento e no respeito aos contratos em vigor. Mas o problema não era na realidade esse. É que o texto constitucional destina royalties especificamente aos estados produtores, em matéria de prospecção marítima. Rio de Janeiro responsável por 80% da produção, São Paulo e Espírito Santo.
O governador Sérgio Cabral, desde o início, liderou a resistência. Claro. O estado perderia uma receita de bilhões de reais por ano, aos preços de hoje, praticamente dez pontos do teto orçamentário. Porém, o problema tem outros aspectos, entre eles os reflexos ambientais em suas áreas decorrentes da exploração e também do transporte. Além do mais, se o texto constitucional separa, para efeito dos royalties, os produtores dos não produtores é porque exatamente neste ponto existe a diferença. Caso contrário, a redação não destacaria as realidades existentes.
A equalização pode valer para o pré-sal, no futuro. Não para as regras de hoje. Inclusive porque o primeiro projeto aprovado pelo Congresso, de autoria do senador Pedro Simon e do deputado Íbsen Pinheiro foi vetado pelo ex-presidente Lula, há 5 anos. O veto ainda não foi apreciado. A segunda proposição, do senador Vital do Rego, é a que está recebendo substitutivo. A questão necessita ser definida e afastada a ameaça à economia do RJ. Atingiria a população carioca e fluminense.





















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