Joias da poesia contemporânea
Revista <O Consolador>, Ano 6 - N° 272 - 5 de Agosto de 2012
 
 
A enxada 
Cornélio Pires

Com febre alta, o velho Zé da Hora
Limpa a roça no Sítio da Chapada,
Treme, cai... De repente não vê nada,
Tudo escuro no campo, terra afora.

Tanto tempo serviu. Mas Zé agora
Tem cabeça branca e fatigada;
Morre o sol, vem a noite, e ao pé da enxada,
De mão no peito aflito, reza e chora.

Zé larga o corpo e, Espírito liberto,
Pede luz e eis que a luz surge de perto;
Tropeçando, levanta-se... Quer vê-la...

Mas cai de novo em pranto de alegria:
A enxada do seu pão de cada dia
Brilhava convertida numa estrela.


Do livro O Espírito de Cornélio Pires, obra psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA