JÓIAS DA POESIA CONTEMPORÂNEA

Velho João
Cornélio Pires
 
Velho João, agonizas triste e pobre,
Sem que o mundo, sequer, a mão te estenda;
Ninguém te oferta um caldo por merenda,
Nem um trapo de pano que lhe sobre...
 
Ah! ninguém te agradece ao peito nobre
O cansaço na roça e na moenda;
Morres, lembrando as pompas da fazenda,
No seboso molambo que te encobre.
 
Percebes, pelos vãos da própria furna,
Flores aos borbotões, na paz noturna,
E abandonas o corpo, a fim de vê-las...
 
Fitas, em prece, a noite calma e santa
E sobes, velho João, como quem canta
Nos milharais do Céu, plantando estrelas!

 
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Do livro Antologia dos Imortais, obra ditada por Espíritos diversos, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.
 

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