DA MÍDIA SEM MORDAÇA

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Todos contra todos

Para Silvio Costa (PTB-PE), um ditado nordestino resume bem o clima da CPI do Cachoeira: “Em tempo de Murici, cada um cuide de si”.

Só o começo

Do deputado Anthony Garotinho (PR) sobre vídeos e fotos que divulgou contra governador do Rio, Sérgio Cabral: “O estrago ainda está por vir”.

Chico Buarque
em coreano, por
nossa conta

Queridinho das esquerdas, de inegável talento, o compositor e escritor Chico Buarque terá seu livro “Leite Derramado” traduzido na Coreia do Sul, por conta do Ministério da Cultura, chefiado pela irmã, Ana de Hollanda. A bolsa é de US$ 3 mil, cerca de R$ 6 mil mensais. Em 2011, a ministra consultou o Conselho de Ética da Presidência, após suspeita de conflito de interesses, mas o livro acabou traduzido para o francês.

Talento familiar

A cantora Bebel Gilberto, sobrinha dos dois, teve ok para captar R$1,8 milhão de incentivo fiscal para produzir 11 shows e um DVD.

É pau, é pedra

Se o grupo JBS-Friboi comprar a construtora Delta, levará de lambuja uma área de jazida de granito na fazenda Olho D’Água, em Sobral (CE). A região da jazida é um sítio arqueológico protegido pelo Iphan.

Pensando bem...

...com 3% de intenção de votos, a candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo só desempaca com chute no traseiro.

CE: Crise na Delta gera calote no sertão

Foto: AE
Foto
OBRAS DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
O escândalo da máfia dos caça-níqueis abalou Mauriti, uma cidade cearense de 45 mil moradores, a quase 500 quilômetros de Fortaleza. Nesse município do sertão do Cariri fica um dos principais canteiros da transposição das águas do Rio São Francisco e da Delta, construtora citada no esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira.  Há três anos, a empresa iniciou a obra de um trecho de 39 quilômetros de canal e passou a dar o ritmo do comércio, da política e até da agricultura local. Quando o escândalo veio à tona, no começo de abril, a construtora demitiu 80% dos seus 1 mil operários no município, encostou os 145 caminhões, escavadeiras e tratores e rompeu contrato com as empresas agregadas, que saíram da cidade sem pagar as contas nas oficinas, lojas de autopeças e imobiliárias familiares. Por causa do calote, a Delta e suas agregadas estão com nome sujo na feira da praça central, nas farmácias, nas mercearias e no setor mecânico.

Banco do Brasil e Caixa trocam farpas após ofensiva para queda de juros

A ofensiva da presidente Dilma contra os bancos privados gerou uma disputa dentro do próprio governo. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal passaram a trocar farpas nos bastidores e protagonizaram uma "corrida" pelo posto de líder no corte de juros, com anúncios seguidos de reduções. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o BB acusa a Caixa de ser agressiva demais e assumir risco excessivo com os cortes de juros em suas principais linhas de crédito. Do lado da Caixa, a resposta é que o BB teme perder espaço comercial e está pressionado pelo Palácio do Planalto por conta de sua posição "conservadora" ao iniciar o processo de redução de suas taxas de juros. Na avaliação de um assessor presidencial, a Caixa aposta que o crescimento de suas operações e do número de clientes será mais do que suficiente para cobrir os cortes que estão sendo efetuados, sem gerar pressões por recursos do Tesouro.


BLOG DO CORONELEAKS

Delta: participação no PAC é tão grave quanto envolvimento com Cachoeira.

O esquema de Carlinhos Cachoeira com a Delta Construções é nacional? O bicheiro de Goiás tinha alguma ingerência no governo do estado do Rio de Janeiro? E no governo do estado de Pernambuco, onde a empreiteira também teve um crescimento espantoso? E no governo do Pará? Ao que tudo indica, não. Então o que deve ser investigado é porque as obras do PAC privilegiaram esta construtora. Porque a Delta passou a ser a maior beneficiada pelo programa de obras centralizado do governo federal. O TCU mandou diversos sinais, na forma de relatórios sobre fraudes e superfaturamento, envolvendo obras da construtora de Cavendish. O Maracanã, obra-símbolo da Copa, tinha uma falcatrua de cerca de R$ 100 milhões. Está na hora da CPI levantar quem são os Cachoeiras dos demais estados. Quem são os Cachoeiras dentro do Palácio do Planalto e dos seus ministérios. 
 

Dilma vira a mãe brasileira.

Desta vez, como na campanha, Dilma não prometeu 6.427 creches. Fez mais fácil. Botou mais R$ 70 nas mãos de mães que tenham filho de 0 a 6 anos e estejam na Bolsa Família. Se quiserem, que contratem uma babá.
Em seu primeiro pronunciamento no Dia das Mães, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem um pacote de medidas para beneficiar mulheres e crianças, focado nas regiões Norte e Nordeste. Chamado de Brasil Carinhoso, ele prevê mudanças no Bolsa Família, construção de creches e ampliação de programas de saúde para crianças de 0 a 6 anos -as regras serão detalhadas hoje em cerimônia no Planalto. A intenção do novo plano, dividido em três eixos, é tirar da miséria absoluta as famílias com crianças nessa faixa etária, disse a presidente.
Entre as medidas anunciadas está a garantia de uma renda mínima de R$ 70 a cada membro das famílias extremamente pobres com pelo menos um filho de até seis anos. "É uma ampliação e um reforço muito importante ao Bolsa Família", disse Dilma. O programa também pretende ampliar o controle de doenças como anemia e deficiência de vitamina A entre as crianças e distribuir remédios contra asma em unidades de farmácia popular.
A presidente quer construir creches. A promessa de campanha é inaugurar 6.427 unidades até 2014, mas até hoje só 411 foram feitas, diz o Ministério da Educação. Dilma ressaltou que o programa terá como enfoque os Estados com maior número de famílias miseráveis. "Muito ainda precisa ser feito, e a situação se agrava em períodos de seca, como ocorre neste momento no Nordeste. (...) Mesmo sendo um programa nacional, [ele] vai olhar com a máxima atenção para as crianças dessas duas regiões mais pobres do país, para o Norte e para o Nordeste", disse Dilma (Folha de São Paulo)
 

Demóstenes interrogando Gurgel na CCJ. Vale a pena ver de novo.

Por longos 10 minutos, o então senador Demóstenes Torres (DEM-GO) sabatina o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, na CCJ do Senado. O PGR ouve calmamente as perguntas do senador. O que deveria estar passando pela cabeça de Gurgel, sabendo que ali, à sua frente, havia um corrupto, um impostor, uma fraude humana e política? Isto ocorreu em 3 de agosto de 2011, quando o democrata já estava sendo investigado. É impressionante a frieza e a cara de pau de Demóstenes. Assistam que vale a pena.
 
 
BLOG DO NOBLAT
 

Um tiro no pé!, por Ricardo Noblat

Alguém duvida que Dilma Rousseff possa e goste muito de poder?
Parte da força de um presidente é inerente ao cargo. Parte decorre das circunstâncias que ele vive. Parte tem a ver com o modo como aplica a força.
Ao fim e ao cabo, o crédito acumulado antes e depois de governar é o que o diferencia dos seus antecessores - para melhor ou pior.
Afilhada do presidente mais popular da história do país, sem a experiência de concorrer a eleições, Dilma venceu logo a primeira e em seguida engoliu um ministério que jamais escalaria. Lula o escalou para protegê-la e vigiá-la.
Nem assim Dilma se acanhou de livrar-se de uma fatia dele antes de completar um terço do mandato.
Administra sem brilho até aqui. A nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento emperrou. A versão anterior avança devagar. O governo carece de um projeto ambicioso para o país.
Com ou sem motivo, os ministros remanescentes e os que sucederam aos demitidos temem trombar com a presidente.
O receio fortalece a impressão de paralisia. E, no entanto...
No entanto, aos olhos de quase 80% dos brasileiros, Dilma vai muito bem. O fato de ser a primeira mulher a governar o país a favorece. Bem como o fato de ser uma mulher disposta a empregar a força que detém. Seu marketing pessoal tem sido tão bom quanto o de Lula.
Parabéns a João Santana, o responsável pela imagem de Dilma – e, antes, pela de Lula.
Genial aquela história da “faxineira ética”.
Quem liga que a faxineira conhecesse há muito tempo os ministros depois forçados a deixar o governo sob suspeita de corrupção? Nenhum deles foi chamado por Dilma para ser despachado.
A dois ou três, ela apelou para que ficassem nos cargos mesmo depois de entregar suas cartas de demissão. Todos saíram porque fizeram as contas e concluíram: é melhor ir embora do que arcar com o desgaste das denúncias publicadas pela imprensa. Dilma acabou faturando a demissão de tantos em tão pouco tempo.
A faxina rendeu-lhe tal cacife que ela pôde dar-se ao luxo de conservar ao seu lado, carregando-o para cima e para baixo como prova do triunfo de sua vontade, o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento.
Fernando embolsou grana com consultorias que não prestou. Esquisitíssimo! Mas a faxineira gosta dele, ora essa.
Há vezes que a força serve ao bem, ao mal ou simplesmente a ela mesma. No momento, Dilma a usa para derrubar os juros em duas frentes.
A primeira, dos bancos. Se os juros que eles cobram são reduzidos, os empréstimos ficam mais baratos. Aí as pessoas pegam dinheiro emprestado para consumir. A economia se reaquece.
A outra frente é a da taxa Selic, administrada pelo Banco Central, mas sujeita à intervenção crescente da própria Dilma.
A dívida pública federal é da ordem de R$ 1,8 trilhão. Se a Selic baixa, o custo de rolagem da dívida também baixa. E assim sobra mais dinheiro para o governo investir ou fazer com ele o que quiser.
Quem aspira a enfrentar Dilma em 2014 admite que ela se reeleja com folga se for bem-sucedida na guerra contra os juros e não cometer grandes bobagens até lá.
O risco de cometer é permanente. Um exemplo? A CPI do Cachoeira. O governo passaria sem ela muito bem, obrigado. Mas cedeu aos caprichos de Lula, que a patrocinou.


Lula queria que a CPI pegasse a VEJA, o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e o Procurador-Geral da República. E que atrasasse o julgamento do mensalão.
Nada do que Lula queria parece destinado a ser alcançado. Com um agravante: o julgamento do mensalão foi apressado. E não se costuma apressar julgamentos para absolver os réus.
De tão insignificante e desprovida de talento, a oposição dispensava uma CPI para lhe disparar um tiro ou dois.
O Procurador-Geral ganhou a solidariedade dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Cuide-se Dilma para um eventual desfecho desastroso da CPI – afinal, sua base de apoio no Congresso já foi maior e mais fiel.

Perillo agiu para evitar ruptura com empresário

Breno Costa, Folha de São Paulo
Uma sequência de diálogos interceptados por um mês pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo mostra o esforço do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em se aproximar e manter boas relações com Carlos Augusto Ramos, o empresário Carlinhos Cachoeira.
 

As conversas ocorreram de julho a agosto de 2011 e relatam queixas sobre contratos do governo, ameaças de ruptura, promessas de vantagens, pedidos de Perillo por encontros com Cachoeira e a nomeação de oito pessoas indicadas pelo empresário.
O governador diz que as situações nunca aconteceram.
Os diálogos também mostram que o arrefecimento da tensão relatada nas conversas coincide com empréstimo de R$ 600 mil, por meio de empresa-fantasma, para Jayme Rincón - braço direito do governador, porta-voz informal do governo e ex-tesoureiro da campanha do tucano.
Pelas conversas, Cachoeira tinha três porta-vozes junto a Perillo: o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o ex-vereador tucano Wladimir Garcez e o ex-presidente do Detran Edivaldo Cardoso. Segundo a PF, Cachoeira atuava em nome da Delta Construções.
Assinante do jornal leia mais em Perillo agiu para evitar ruptura com empresário



 
 
 

 









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