DA MÍDIA SEM MORDAÇA

COLUNA DO CLÁUDIO HMBERTO

Araponga de
Cachoeira propõe
delação premiada

Peça chave do bicheiro Carlos Cachoeira no esquema desmantelado pela Policia Federal, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Nunes, o “Dadá”, estaria negociando delação premiada, segundo fonte do Ministério Público Federal. Após atrair os procuradores com a proposta, “Dada” impôs uma série de condições para acusar os comparsas mas, ante a relutância do MPF, exigiu que em caso de sua proposta vir a ser recusada, que os procuradores informem o motivo por escrito.

Lavando a ficha

Dentre as exigências impostas por “Dadá” para a delação premiada está a garantia de que ele não sofrerá qualquer punição na Justiça.

Arquivo apreendido

Ao deflagrar a Operação Monte Carlo, a PF teria apreendido na casa de “Dadá” gravações que ainda permanecem sob exame.

Acervo inédito

“Dadá” incluiria na delação do esquema de Cachoeira gravações de telefonemas e de conversas que mantém em “local seguro”.

Espião ativo

Segundo a PF, “Dadá” atuaria como uma espécie de espião a serviço de Cachoeira. É suspeito de grampear ilegalmente telefones e emails.

Pai africano

O Brasil paga US$ 25 milhões para Angola, gigante de petróleo, definir a soberania das 200 milhas do mar territorial... angolano.

Telhado de vidro

Para o senador Benedito de Lira (PP-AL), estava mais do que claro "o telhado de vidro" da empreiteira Delta: "Ela cresceu em cinco anos o que as outras empresas não conseguiram em quarenta".

Smiles

Sorria, leitor: você também será dono da construtora Delta, negociada com o grupo JBS-Friboi. O frigorífico, maior do mundo, ganhou R$ 3,5 bilhões de empréstimo do BNDES, que detém de 30% de suas ações.

Generosa

O grupo JBS-Friboi deu R$ 10 milhões à campanha de Dilma e R$ 1,5 milhão à do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo. Vai gastar em 2014: seu dono, Júnior, é o candidato do PSB ao governo goiano.

Vitória de Pirro

Assim o britânico Financial Times define a guerra de Dilma contra os juros: “as medidas até agora não vão curar a tendência inflacionária do Brasil, com indústria pouco competitiva, baixa taxa de investimento, e governo grande e perdulário. As medidas vão afastar investidores”.

Pensando bem…

…onde passa boi, também passa a boiada da Delta.

COMEÇOU MAL

Por Carlos Chagas
                                                     Começou mal a CPI do Cachoeira. Divididos, mas por maioria, seus integrantes decidiram realizar sessões secretas. Na primeira, terça-feira, já não conseguiram, porque a imprensa inteira, ontem, divulgou o depoimento sigiloso do delegado da Polícia Federal, Raul Marques Sousa. Houve vazamento, por parte de deputados, senadores e funcionários presentes à reunião.   Pelo jeito, o que Suas Excelências não queriam era aparecer nas telinhas, quando os mais afoitos superariam os mais cautelosos.
                                                        O grave na questão, porém, foi a decisão: por que fazer segredo de investigações a que a nação inteira tem direito de conhecer? Uma Comissão Parlamentar de Inquérito decorre da expressão “parlamento”, que significa falar, discutir, ouvir e debater. Como essas práticas podem ser subtraídas da sociedade?
                                                        É pueril a argumentação de que o sigilo garante a qualidade das investigações e que a publicidade das oitivas poderia fornecer munição aos acusados. Daí à existência dos  execráveis decretos-secretos da ditadura,   a distância é pequena.
                                                        A razão está com o deputado Miro Teixeira, para quem tudo deveria transcorrer às claras. Até pelo ridículo de que nada ficou escuro, inclusive a crítica  do delegado ao Procurador Geral da República.
                                                        Quanto a Roberto Gurgel, mesmo impedido de depor, disporá de meios para justificar porque não  investigou os autos da Operação Veja, deixando de pedir a abertura de processo contra o senador Demóstenes Torres e três deputados.
                                                        Haverá que aguardar os próximos depoimentos, tornando-se um verdadeiro sacrilégio supor que Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres e os governadores Marconi Perilo, Agnelo Queirós e Sérgio Cabral venham a ser protegidos pelo sigilo. Se isso acontecer, melhor fechar por antecipação a CPI. (...)


BLOG DO CORONELEAKS

Celso Daniel: começa o julgamento de mais um crime que assombra o PT.

Mais de dez anos após o crime, o Ministério Público voltará a defender hoje, no julgamento de cinco acusados de matar o prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), que o assassinato está vinculado a um esquema de desvios para financiar campanhas do PT. Daniel foi encontrado morto com oito tiros numa estrada de terra após dois dias de sequestro em janeiro de 2002. Ele se preparava para assumir a coordenação da campanha do ex-presidente Lula. 
Hoje, a Promotoria repetirá a tese que já levou à condenação de Marcos Roberto Bispo dos Santos, o único que foi julgado até agora. Para a Promotoria, o grupo foi contratado pelo ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, para matar o prefeito. Daniel teria descoberto que recursos desviados foram embolsados pelos envolvidos no esquema. Os cinco réus são acusados de homicídio duplamente qualificado.
"Quando ele descobriu que o dinheiro do esquema estava engordando o bolso dos participantes, não concordou. Queria voltar ao esquema inicial de caixa dois do PT", disse o promotor Márcio Friggi. A tese vai na contramão da investigação da Polícia Civil, que viu crime comum. A Promotoria também cita ação em que o PT e o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) são acusados de desviar recursos de Santo André.(Folha de São Paulo)

Gurgel chama os mensaleiros para a briga.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que as críticas que sofre de integrantes da CPI do Cachoeira por não ter investigado o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) em 2009 são feitas por quem tem "medo do julgamento do mensalão". Sem citar nomes, Gurgel, responsável por acusar réus do processo, disse ser "compreensível" que pessoas que buscam proteger ou que são "ligadas a mensaleiros" queiram atacá-lo e também a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que serão responsáveis por julgar o caso. 
As críticas a Gurgel têm sido lideradas pelo PT -partido da maior parte dos envolvidos no escândalo de 2005 e que tem controle sobre a CPI. Parlamentares têm dito que Gurgel tem de depor na comissão.A principal crítica feita ao procurador é que ele deveria ter investigado Demóstenes em 2009, quando recebeu o material da Operação Vegas, da Polícia Federal, que já investigava o empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de corrupção e de comandar jogos de azar. 
Os autos da Vegas foram incorporados neste ano a outra operação da PF, a Monte Carlo, que começou em novembro de 2010 e resultou na prisão de Cachoeira. Gurgel diz que o material da Vegas não era suficiente para pedir inquérito contra Demóstenes e que, graças à sua atitude, a apuração pode continuar na Monte Carlo e ser mais efetiva. "O que nós temos são criticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. Pessoas que estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, com os fatos -desvio de recurso, corrupção etc.- e ficam preocupadas com a opção que o procurador-geral tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida. É um desvio de foco que eu classificaria como no mínimo curioso", afirmou Gurgel. 
As declarações irritaram integrantes do governo. No grupo ligado ao ex-presidente Lula e ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, acusado pela Procuradoria de liderar o esquema do mensalão, a crítica foi explícita. "Assim como o país não sabia quem era o Demóstenes, a presidente Dilma também não tinha como saber quem era o Gurgel ao nomeá-lo", disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Gurgel é procurador-geral desde 2009 e foi reconduzido por Dilma em 2011 depois de vencer a eleição interna entre os procuradores. 
Na CPI, a pressão sobre o procurador cresceu após o depoimento prestado pelo delegado da PF Raul Alexandre Souza à comissão, anteontem. Ele disse que Gurgel deixou de fazer investigações necessárias em 2009. Na reunião, o senador Fernando Collor (PTB-AL) atribuiu a Gurgel uma "espécie de ameaça velada" a parlamentares, pois estaria disseminando a informação de que informações coletadas pela PF poderão atingir outros parlamentares. 
Em suas declarações de ontem, Gurgel fez referência indireta a Collor ao dizer que os seus críticos são, "se não réus [do mensalão], protetores de réus", além de já terem sido alvos do Ministério Público e que agora querem "retaliar". Outro foco de potencial atrito gira em torno das provas encaminhadas pela Procuradoria à comissão. O delegado Souza afirmou que a PF interceptou 61.813 telefonemas na Vegas. Contudo, a quantidade de grampos que chegou é bem inferior, segundo cinco parlamentares ouvidos pela Folha. A Procuradoria não informou o total dos áudios enviados. O delegado Souza fará hoje comparação entre o material da PF e o enviado à CPI.(Folha de São Paulo)
BLOG DO NOBLAT

Cachoeira mandou sequestrar comparsa, diz delegado à CPI

André Matais e Rubens Valente, Folha.com
No depoimento sigiloso à CPI do Cachoeira, o delegado Raul Alexandre Souza revelou uma faceta violenta do grupo de Carlinhos Cachoeira, citando "uma ampla sorte de crimes de natureza grave". Segundo o delegado, Cachoeira mandou sequestrar e grampear pessoas do seu grupo para punir traições.
A Folha teve acesso ao áudio integral do depoimento do delegado à comissão. A sessão foi reservada. "Em 19 de abril de 2009 um determinado funcionário foi sequestrado e mantido em cárcere privado em razão de desconfiança de Carlos Cachoeira de fraudes no recolhimento de máquinas caça níqueis", afirmou.
Foto: Gustavo Miranda /  O Globo

Conforme o delegado, os executores do crime foram o policial militar Jairo Martins de Sousa e o terceiro sargento da Aeronáutica Idalberto Martins de Araujo, o Dadá. "Ambos ligados a atividades de inteligência de suas corporações." A Folha não os localizou ontem para comentar o assunto nem seus advogados.
Dadá, afirmou o delegado, "chega a mencionar em ligação telefônica que trabalhava para Cachoeira há mais de dez anos", o que comprovaria a relação profissional entre os dois. Esses fatos, informou o delegado na CPI, podem configurar ameaça, sequestro e cárcere privado e lesão corporal.
O delegado relatou ainda que após um assalto a casa de um de seus gerentes, Cachoeira "faz contatos, entre outros, com delegado da Polícia Civil e orienta as investigações visando identificar os assaltantes" e "se empenha junto a comparsas que exercem cargos públicos para quebra de sigilo funcional de seus próprios funcionários com o intuito de verificar se algum deles pode ter envolvimento no assalto." O delegado afirmou que trata-se de violação criminal a lei de interceptação telefônica.
O senador José Pimentel (PT-CE) questionou o delegado sobre o sequestro. "Dadá e Jairo abordam um funcionário e o Cachoeira manda dar uma prensa, dar um pescoção nele. A gente temeu muito pela vida dele", detalhou o delegado. Conforme o delegado, o funcionário foi solto porque uma pessoa próxima a Cachoeira interfere "e consegue garantir a integridade desse funcionário que foi sequestrado".

Esquema era 'verdadeira metástase', afirma delegado da Operação Vegas

Ricardo Brito, Estadão.com.br
O delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa (foto abaixo) classificou na noite de terça-feira, 8, no depoimento reservado à CPI do Cachoeira, como “verdadeira metástase” a atuação do grupo comandado pelo contraventor.
Nas seis horas de reunião com os parlamentares, Sousa detalhou a forma de agir do grupo, que, aos moldes das máfias, pagava regularmente propina a servidores públicos por informações e não admitia que os integrantes se apropriassem de recursos do esquema de jogos ilegais.

Foto: Aílton de Freitas / O Globo

Segundo parlamentares que acompanharam o encontro, Sousa afirmou que a Operação Vegas, que comandou, teve 55 alvos entre 2008 e 2009. Foram realizadas 61.803 ligações, num total de 1.388 horas de gravação durante os 60 dias de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Isso dá, nas contas do delegado, 1.030 ligações feitas por dia. O chefe do esquema, Carlinhos Cachoeira, teve 234 horas de conversas interceptadas, uma média de quatro horas diárias no período.
Segundo Sousa, o “grupo poderoso”, principalmente seu líder Carlinhos Cachoeira, tinha grande preocupação com o vazamento de informações. Por precaução, Cachoeira sempre trocava de telefones.
O delegado admitiu aos integrantes da comissão que essas constantes trocas dificultavam a continuidade das apurações. Mas a sorte virou quando o grupo passou a usar os famosos Nextel. Esses aparelhos não são imunes à interceptação dos áudios, apenas os registros das ligações são apagados.
Leia mais em Esquema era 'verdadeira metástase', afirma delegado da Operação Vegas


 

















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