DA MÍDIA SEM MORDAÇA
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Haddad busca pastores evangélicos para milagre: exorcizar kit gay da sua vida.
Na mira de líderes evangélicos desde a polêmica do chamado "kit
anti-homofobia" do Ministério da Educação, o pré-candidato do PT a
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tem organizado reuniões com
pastores para tentar reduzir resistências e se aproximar do setor. Os
encontros ocorrem em média duas vezes por semana, em visitas à
periferia, e não são divulgados em sua agenda pública. Dirigentes da
campanha temem que o material contra a discriminação de
homossexuais, produzido quando o petista era ministro, vire arma
eleitoral de adversários.
Nesta segunda-feira, em Guaianases (zona leste), cerca de 40 pastores
ouviram Haddad dizer que não conhecia o teor do "kit gay", que teve a
distribuição vetada pela presidente Dilma Rousseff. "Ele disse que entendeu que aquilo não era adequado e mandou suspender a
distribuição dos kits", contou o pastor Marçal Borges, da igreja A
Palavra de Deus, que é petista e cedeu seu templo para uma reunião
política. "Acredito nele, mas a verdade é que a explicação é muito vaga e não
convence. A maioria dos evangélicos só se lembra dele como o ministro
que propôs o kit gay", disse.
A assessoria de Haddad afirma que as reuniões não são divulgadas para
que ele converse com mais liberdade com os pastores, e que isso também
ocorre com sindicalistas e empresários. O petista disse que a polêmica
do tema do kit é um "tema lateral" nas
reuniões. "Isso apareceu muito pouco, não é a tônica", afirmou. "Meu
interesse é estabelecer parcerias para atender à população. É
importante que os líderes evangélicos evitem a pecha da homofobia e
cultivem valores de tolerância e combate ao preconceito."
Onde está Agnelo? Rindo da cara do MP ao lado dos "advogados" Lula e Dilma.
Lula e José Dirceu no Palácio com Dilma. Isto daria um documentário.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que sua relação
com a presidente Dilma Rousseff continua harmoniosa. Questionado se
havia "acertado os ponteiros" com a presidente durante
almoço ontem em Brasília, ele afirmou: "Nosso relógio é suíço. Jamais
ele vai ter de atrasar ou adiantar. Nunca temos de acertar os
ponteiros". A declaração foi dada no início da noite de ontem, quando
ele chegou
para participar da sessão de pré-estreia do documentário "Pela Primeira
Vez", dirigido pelo ex-fotógrafo oficial do petista Ricardo Stuckert.
O documentário, no qual o ex-presidente aparece, descreve a chegada de
Dilma à Presidência da República.Lula e Dilma tiveram posicionamentos
diferentes sobre a CPI do
Cachoeira, que investiga relações do empresário de jogos ilegais
Carlinhos Cachoeira com políticos. Enquanto ele queria que a comissão
fizesse uma investigação ampla,
Dilma, preocupada com eventuais consequências à sua gestão, tenta manter
a CPI sob controle.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, cujas relações com
Cachoeira devem ser investigadas pelo Superior Tribunal de Justiça,
também foi à sessão. Réu no caso do mensalão, o ex-ministro José Dirceu
também compareceu. Na saída, Lula disse que Dilma pode fazer "mais e melhor" do que seu governo.(Folha de São Paulo)
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
BRASIL 247- 26/04/2012 | 00:00
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ES: Justiça pede
força-tarefa
contra roubalheira
- 26/04/2012 | 00:00
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Cadeia cheia
- 26/04/2012 | 00:00
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Cumplicidade
- 26/04/2012 | 00:00
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Desdobramento
- 26/04/2012 | 00:00
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Município rico
- 26/04/2012 | 00:00
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‘Descontrole’ de
Pagot provoca
pânico no PR
- 26/04/2012 | 00:00
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Abandonado
- 26/04/2012 | 00:00
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Surtado
- 26/04/2012 | 00:00
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Indecente
- 26/04/2012 | 00:00
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Conexão perigosa
- 26/04/2012 | 00:00
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Investigados
Teixeira usou a empresa Sanud para receber suborno da Fifa
Comissões compartilhadas com o presidente da Federação, João Havelange, podem ter passado de US$ 40 milhões entre 1978 e 2000, comprovam documentos
Leia na matéria de Roberto Pereira de Souza, do UOL:
Agora está confirmado: Ricardo Teixeira usou a empresa Sanud junto com João Havelange para receber comissões em nome da Fifa e não repassou os valores aos cofres da entidade. Os valores finais ainda não foram fechados pela Justiça da Suíça, mas os subornos podem ter passado de US$ 40 milhões, entre 1978 e 2000. O escândalo está sendo investigado pelo Parlamento Europeu, que divulgou um relatório parcial esta semana.
Parte dessas comissões milionárias foram recebidas pelos brasileiros entre 1989 e 1998, ano em que Havelange se afastou da presidência da Federação, depois de cumprir mandatos seguidos desde 1974.
Além da Sanud, empresa investigada na CPI do Futebol em 2001 (e que tem o irmão de Teixeira, Guilherme, como procurador, no Brasil) os dois brasileiros usaram também o fundo Renford Investiments, e a empresa Garantie JH para coletar propinas na venda de direitos de transmissão dos jogos das Copas do Mundo, “para um país da América do Sul”.
As informações foram amplamente investigadas pelo promotor suíço Thomas Hildebrand que abriu ação criminal contra os dois brasileiros, mantendo seus nomes sob sigilo judicial.
Mas alguns documentos exclusivos obtidos por UOL Esporte, no ano passado, permitem cruzar as datas dos depósitos efetuados em várias contas de empresas de fachada, usadas no maior escândalo de corrupção esportiva, que chega a 122,6 milhões de francos suíços ou cerca de US$ 160 milhões no total.
Parte desse dinheiro (mais de US$ 40 milhões) ficou nas contas dos dois brasileiros que estavam por trás de um grupo de empresas listadas pela promotoria suíça.
Mesmo mantendo o sigilo judicial imposto ao processo criminal que ainda tramita na Suíça, o promotor Hildbrand deu detalhes sobre as operações das duas pessoas denunciadas no recebimento de propina. Essas pessoas foram codificadas pelas letras H (Teixeira) e E (Havelange).
ADVOGADOS NÃO LOCALIZADOS
A reportagem do UOL Esporte tentou localizar os advogados de Ricardo Teixeira e Guilherme Teixeira, mas não obteve o sucesso no contato com os defensores da dupla.
Na Suíça, corrupção privada só é enquadrada em crime quando envolve suborno em contratos comerciais. “Por isso as pessoas H e E foram incriminadas”, explicou o promotor usando as duas letras para proteger a identidade dos brasileiros.
Segundo Hildbrand, “os dois, E e H, tinham participação financeira na companhia G (Sanud). Detalhes das operações individuais podem ser conhecidos no quadro abaixo”.
Por esse quadro divulgado pelo Comitê Europeu de Cultura, Ciência, Educação e Mídia, que também investiga o maior escândalo do futebol mundial, 32 depósitos foram feitos entre 10 de agosto de 1992 até 4 de maio de 2000, na conta da Sanud (empresa G).
O Parlamento Europeu divulgou nesta semana parte do conteúdo do processo que investiga o escândalo. Para preservar o sigilo judicial, o promotor apenas listou os depósitos feitos e a Comissão Europeia excluiu os nomes das empresas denunciadas.
Porém, cruzando as informações divulgadas esta semana pelo Parlamento Europeu com um dossiê de lista de empresas beneficiadas a que o UOL Esporte teve acesso, ano passado, foi possível checar cada depósito realizado com os nomes das empresas beneficiadas: A Sanud e a Garantie JH receberam entre 1992 e 1997, 22 repasses financeiros, totalizando US$ 10 milhões. A Garantie JH recebeu em um único depósito de 3 de março de 1997, US$ 1 milhão. Os outros dez repasses foram feitos para a conta da Renford Investiments Ltd.
Apesar da coincidência das letras JH, até o relatório divulgado pelo Parlamento Europeu não se poderia afirmar que a Garantie era operada por João Havelange. A confirmação foi possível porque dados sigilosos do processo obtidos pelo UOL Esporte trazem a lista dos depósitos associada aos nomes das empresas beneficiárias. O roteiro de datas e valores divulgados pelos comissários europeus foi decisivo para o cruzamento dos nomes das empresas.
A dinheirama manipulada pela Fifa passava antes pelos cofres da International Sports Leisure (ISL), empresa de marketing esportivo montada por Havelange em associação com Adidas e a japonesa Dentsu, nos anos 80. A ISL tinha 50% de capital japonês e acabou quebrando em 2001.
A falência da ISL chamou a atenção do Ministério Público e uma investigação criminal foi aberta na Suíça para apurar os motivos da falta de caixa. Um dos executivos da empresa, Jean Marie Weber, abriu o jogo e contou como o esquema funcionava.
Há ainda outro detalhe importante revelado pelo promotor Hildbrand e que ajudou a confirmar os nomes dos brasileiros: “alguns depósitos foram feitos em contas dos filhos do suspeito H (Teixeira) e um dos contratos assinados pela Fifa leva a assinatura do suspeito E, em 97 e 98”.
Está claro também de onde os dois recebiam comissão pela venda exclusiva dos direitos de transmissão do jogos: “O pagamento foi feito pela ISL e uma de suas subsidiárias a ISMM Investiments, que recontratava empresas para vender direitos de televisão e rádio a um país da América do Sul”. Os dois únicos interessados em direitos de televisão na América do Sul e que eram oficiais da Fifa, e que operavam a Sanud e a Garantie JH, são Ricardo Teixeira e João Havelange.
“Os pagamentos foram feitos direta ou indiretamente aos dois (H e E); ambos eram executivos da Fifa e um deles ainda é”, revelou o promotor aos parlamentares europeus em depoimento dado em março de 2012.
Saem Sanud, Garantie JH e entra a Renford
O último depósito feito na conta da Sanud (que, no Brasil era operada pelo irmão de Ricardo Teixeira, Guilherme) foi feito no dia 30 de março de 1997. A partir de março de 1998 entra em cena a Renford Investiments para receber em um único depósito a soma de US$ 2 milhões.
“Os pagamentos foram feitos como venda de influência pessoal na negociação dos direitos exclusivos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo. Esses pagamentos se referem a contratos assinados em 12 de dezembro de 1997 e maio de 1998 pelo acusado E”, revela o promotor.
Esses contratos negociavam a transmissão da Copa de 2002 (no Japão e Coreia). Era o último ano de Havelange à frente da Fifa e ele assinou os contratos de venda de direitos como presidente da entidade.
“O acusado E ficou rico com as comissões recebidas e não cumpriu seu dever de repassar esses valores aos cofres da Fifa, que acusou prejuízo de igual valor", denuncia.
A mesma acusação se refere ao acusado H (Teixeira) como um dos beneficiários da empresa Sanud.
“As somas recebidas foram levadas em dinheiro por um cidadão de Andorra e depositadas em três contas dos filhos de H”, revela o promotor. “Parte do dinheiro saiu também do Bank of America, nos Estados Unidos”.
Entre 10 de agosto de 1992 e 4 de maio de 2000 as empresas operadas por Havelange e Teixeira receberam US$ 15,6 milhões. Mas outra montanha de dólares passou por outras empresas antes desse período. Estima-se que empresas como Wando, Ovada, Beleza e Sicuretta também receberam cerca de US$ 60 milhões:
“Esse interesse por promoção esportiva começou na Fifa nos anos 1970”, revelou um ex-gerente da ISL ao promotor Hildbrand. “A ISL perseguiu esses objetivos desde sua fundação. As atividades continuaram, mas agora há uma espécie de fundação que opera com fundo de investimento único”.
Teixeira e Havelange escapam da condenação
Embora o caso chame a atenção do investigadores europeus, o fato é que o promotor Hildbrand não vê caminhos claros para abrir novo processo criminal contra os acusados H e E. “Houve um acordo judicial e parte do dinheiro foi depositado na conta da falida ISL”, explicou o promotor em seu depoimento.
“A Fifa foi a principal interessada no acerto. Seus advogados na Suíça lutaram muito para esse acordo e não existe mais queixa de prejuízo causado aos cofres da entidade. O interesse da Fifa sugere que a entidade sabia de tudo o que ocorria e suspeitamos que a entidade tenha feito pagamento por terceiros ”, disse o promotor. “ O pagamento do acusado H (Teixeira) foi feito pelo mesmo escritório de advocacia que trabalha para a Fifa”, concluiu Hildbrand.
Para encerrar o processo na justiça suíça, Havelange acertou com a Fifa a devolução de cerca de US$ 400 mil dólares:
“A idade avançada do acusado e a consequente redução de sua capacidade de ganho e de aposentadoria fizeram com que a promotoria aceitasse o pagamento de 500 mil francos suíços”.
Um depósito de US$ 1 milhão foi feito na conta da Garantie JH e foi confirmado pelo promotor Hildbrand “como sendo na conta do acusado E, que é idoso e está aposentado”.
O suspeito H (Teixeira) encerrou o caso com a devolução de cerca de US$ 2,6 milhões. O dinheiro foi depositado na conta de massa falida da ISL, que ainda precisa pagar seus credores.
Na opinião do promotor Thomas Hildbrand, a Fifa sempre soube do escândalo, porque Joseph Blatter está na entidade desde 1974 e sempre ocupou cargo de gerência executiva e secretaria geral, até ser eleito presidente em 1998, substituindo João Havelange.
Ricardo Teixeira renunciou a seu cargo executivo na Fifa, em março de 2012. João Havelange renunciou a cargo vitalício no Comité Olímpico Internacional, em meio a investigação por corrupção. Havelange está internado no hospital Samaritano no Rio de Janero, desde 18 de março, vítima de infecção no tornozelo direito.
Cachoeira mandou caixa de dinheiro ao governo de Goiás
O jornalista Josias de Souza revela transcrições de escutas telefônicas da Polícia Federal em que o contraventor combina a entrega. O destinatário da verba seria o governador tucano Marconi Perillo
Leia o post na íntegra:
O Guardião, sistema de escutas telefônicas da Polícia Federal, gravou em 10 de junho do ano passado conversas nas quais Carlinhos Cachoeira combina com integrantes de sua quadrilha a entrega de uma caixa contendo dinheiro.
O título do relatório sigiloso no qual a PF resume o conteúdo dos diálogos é explícito: “Entrega de dinheiro no palácio do governo de Goiás.” O destinatário da verba seria o governador tucano Marconi Perillo. Ele nega.
O blog QuidNovi, do jornalista Mino Pedrosa, ex-empregado de Cachoeira, veiculou um lote de áudios. Num deles, o pós-bicheiro conversa com Geovani Pereira da Silva, apontado pela PF como tesoureiro da quadrilha.
Garcez pergunta a Cachoeira se pode enviar a encomenda para o “Waldimir” por meio de um portador (Gleyb Ferreira da Cruz). O contraventor autoriza. E faz uma recomendação: “Manda ele esconder aí.” E o tesoureiro: “Tá numa caixa de computador.”
O “Wladimir” mencionado no diálogo é, de acordo com a PF, um ex-vereador do PSDB de Goiânia, Waldimir Garcez. Foi ele, de acordo com os indícios recolhidos pelas interceptações telefônicas, quem fez a entrega do dinheiro.
Pouco depois, numa segunda conversa, Cachoeira informa a Geovani onde a caixa deveria ser entregue: “Cê contou?”, Cachoeira pergunta. “Cabei de conferir”, o interlocutor responde. E o bicheiro: “Então lacra aí, manda entregar pro Waldimir lá na praça lá. Ele tá na praça lá perto dopalácio. Fala pra ele passar lá e deixar.”
Noutro grampo, Cachoeira conversa com o próprio Wladimir. Ele informa que está no palácio. Aguardava pela oportunidade de avistar-se com o governador. “Acho que lá pelas quatro e meia, tem dois deputados ainda”, ele diz.
Wladimir informa a Cachoeira que o “tenente”, supostamente o ajudante de ordens de Perillo, lhe pediu para “ficar próximo”. Quando chegasse a sua vez, avisaria. Nessa conversa, o bicheiro cita textualmente o nome de “Marconi.”
A PF não faz menção a valores no seu relatório. Ao resumir um dos diálogos de Cachoeira com o contador Geovani, o documenta anota: “cruzar com movimentação financeira – provável grande quantidade $”
Marconi Perillo manifestou-se por meio de nota. Escreveu: “É irresponsável, leviana, inverídica e despropositada esta história toda. Associar meu nome a práticas ilegais, sem conexão com a realidade denota irresponsabilidade deliberada. Rechaço veementemente qualquer insinuação ou afirmação neste sentido.”
Acrescentou: “Nunca houve esse encontro, nunca tratei no palácio de quaquer assunto que não fosse de interesse do governo de Goiás. Não há a menor lógica ou verdade nesta afirmativa, este assunto é esdrúxulo.”
Como que farejando o inevitável, o próprio PSDB apresentou na primeira reunião da CPI do Cachoeira, realizada nesta quarta (25), um requerimento de convocação de Perillo. A legenda alega que o governador manifestou o interesse em esclarecer os fatos.
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