DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
07 DE JULHO DE 2015
O PSDB aposta as fichas na acareação do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, quinta (9) às 9h30. Os parlamentares estão confiantes de que as revelações de Barusco, que fez acordo de delação premiada, vão “desmascarar o PT” e mostrar que Vaccari mentiu no primeiro depoimento à CPI, em abril. Além de demonstrar que a campanha de Dilma recebeu dinheiro sujo.
A eventual constatação de mentiras de João Vaccari Neto na CPI poderá resultar em novos processos criminais contra ele.
O financiamento ilegal da campanha pode determinar o cancelamento do registro da candidatura de Dilma, cassando-lhe inclusive o mandato.
O TSE julgará se o dinheiro roubado financiou a campanha de Dilma. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, é testemunha-bomba nessa ação.
A acareação de Barusco com seu ex-chefe Renato Duque, que foi diretor de Serviços da Petrobras, será nesta quarta (8), às 9h30.
Se a Grécia está sem saber o que será o amanhã, no Brasil muitos acordaram apreensivos. É que alguns erros gregos, na economia, têm similares por aqui. Como um governo caro e sofrendo de obesidade mórbida, por exemplo. Os gregos chegaram a ter seis mil empresas públicas, com servidores ganhando 14º e 15º salários (mais bônus de férias, feriados, Natal e Páscoa), imunidade, aposentadoria integral etc.
Aposentados com menos de 55 anos, na Grécia, custam mais de um bilhão de euros por ano. A frágil economia grega não aguenta isso.
No Brasil como na Grécia, enxugar a máquina, nem pensar. O governo Lula inchou o governo, hoje com mais de 23 mil cargos comissionados.
Na Grécia como no Brasil, quando finalmente aumentaram taxas e mexeram nas aposentadorias, fizeram errado. Mas a conta vem aí.
Sondado há dez dias, Tadeu Filippelli foi finalmente oficializado para chefia de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais. Fará parte da tentativa de articulação do governo, com Temer e Eliseu Padilha.
A Presidência da República abriu licitação de R$ 86,6 mil para dar fim a insetos e outros animais que circulam pelo Alvorada, Planalto e anexos. Mais da metade é para limpar o local de trabalho e a moradia de Dilma.
O experiente senador Romero Jucá (PMDB-RR), que Renan Calheiros chama de “relator-geral da República”, é um dos políticos alarmados com a crise institucional. Ele já não aposta um tostão furado em Dilma.
Deputado federal cujo humor jamais sofre abalos, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) perde a verve quando é convidado a comentar a crise no governo Dilma. Fecha a expressão, preocupado. A coisa está feia.
O ex-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, atualmente no PP, partido da base aliada do governo Dilma, compareceu à convenção nacional do PSDB que reconduziu Aécio Neves à presidência.
O governo Dilma torrou, inutilmente, US$ 9 bilhões de nossas reservas cambiais nos últimos doze meses para tentar conter a alta do dólar. A cotação subiu 41%, de R$ 2,22 em julho de 2014 para R$ 3,14 ontem.
As duplas campeãs no mundial de vôlei de praia da Holanda, como os incríveis Alisson e Bruno Schmidt, tinham tatuado no ombro o brasão da Marinha. O pai de Bruno, Felipe, que é irmão de Oscar e Tadeu Schmidt, foi capitão de mar e guerra da Marinha.
Só agora, até por despreparo e desinformação, a Anac liberou o uso de celulares no modo avião em voos da Gol. O Brasil ainda está três anos atrás de outros países, onde já se usa conexão wi-fi desde 2012.
A Presidência da República abriu licitação para o “controle de pragas” em seus palácios. Deveria entregar a missão à força-tarefa da Lava Jato.

NO DIÁRIO DO PODER
JUSTIÇA CONDENA EX-GERENTE DOS CORREIOS POR FRAUDE NO PLANO DE SAÚDE
Publicado: 06 de julho de 2015 às 19:08
O ex-gerente de Saúde dos Correios, Marcos da Silva Esteves foi condenado pela Justiça Federal a 11 anos e quatro meses de prisão e ao pagamento de R$ 1,2 milhão pelos prejuízos causados à estatal. O réu foi condenado por crime de peculato e extravio de documentos em um esquema de fraude no plano de saúde da empresa.
O golpe foi descoberto e desarticulado em 2013, durante a Operação Titanium, deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF). O desfalque, segundo o MPF, foi superior a R$ 7 milhões.
O procurador da República, Sérgio Luiz Pinel Dias, responsável pelo processo, defendeu que o ex-gerente seja condenado a penas maiores, mas referendou a sentença, de acordo com informações divulgadas hoje (6) pelo MPF.
"Os fatos apurados ao longo da Operação Titanium são gravíssimos, e essa primeira condenação, em que todos os crimes imputados pelo Ministério Público Federal foram confirmados pelo juízo federal, é um passo importante para a punição dos envolvidos", declarou o procurador, em nota.
O esquema criminoso causou prejuízo aos cofres da estatal entre agosto de 2011 e abril de 2013. Conforme denúncia apresentada pelo MPF, eram negociados privilégios para hospitais no Rio de Janeiro, com o aval do ex-gerente de Saúde da estatal e outros funcionários que também fazem parte da denúncia. Era permitida a antecipação de pagamentos para hospitais em troca de propina e os estabelecimentos de saúde passavam a fazer parte de uma “lista de prioridades”.
O advogado Biagio Panza, que defende Marcos Esteves, informou que não iria se pronunciar sobre a decisão até ter acesso à sentença, que ainda não teria sido publicada. Ele adiantou, porém, que deverá recorrer da decisão. (ABr)

DILMA SEM ESCADA E SEM PINCEL
Por Carlos Chagas
Quem dá a última palavra para aumentar os juros (e a primeira, também) é o presidente do Banco Central. E quem escolhe o presidente do Banco Central é o presidente da República. Não há como fugir dessa evidência linear.
Sendo assim, quando se elevam continuadamente os juros, a responsabilidade maior é da presidente Dilma, mesmo se tiver sido convencida por Alexandre Tombini.
Começou esta semana nova e intensa campanha de crítica aos 13.75% em que se encontra a taxa de juros, mas com uma peculiaridade: quem dessa vez lidera o protesto é o PT, na voz de seu presidente, Rui Falcão, da bancada do partido no Congresso e até de alguns ministros do governo de Madame. Junte-se aos companheiros os partidos da base palaciana, do PC do B ao PMDB .
Traduzindo: até a torcida do Flamengo insurge-se contra a mais alta taxa de juros do Planeta, que privilegia especuladores e bicões, porque pode faltar dinheiro para a Educação e a Saúde, mas jamais faltará para remunerar vigaristas nacionais e estrangeiros empenhados em lucrar a qualquer custo. A situação aproxima-se daquilo que décadas atrás Delfim Neto denunciou como um dos grandes escândalos da economia brasileira, o capital-motel, aquele que chegava de tarde, passava a noite e ia embora de manhã, depois de haver estuprado um pouco mais nosso desenvolvimento.
Ou Dilma decide interromper e reduzir a farra dos juros, condição essencial para a retomada do crescimento econômico, ou fica literalmente sem o apoio de sua última base de sustentação, o PT. Porque nenhum, entre os companheiros, está evitando a condenação explícita à política de juros praticada pelo Banco Central. Já se disse que a presidente se encontrava segurando o pincel, sem escada, nessa atualidade bicuda que nos assola. Pois agora está perdendo o próprio pincel.
É claro que se for para atender os reclamos dos poucos que ainda a apoiam, Dilma precisaria ousar, isto é, dispensar não apenas Alexandre Tombini, mas toda a equipe econômica, com Joaquim Levy à frente. Ele também participa da febre dos juros, banqueiro fiel que era antes de ser nomeado. Ou continua sendo?
Para fechar o tema, é bom lembrar que o próprio Lula insurge-se contra os percentuais de juros vigentes. Há uma semana sustentou, em reunião com deputados e senadores petistas, a ampliação do crédito.
A PAUSA QUE AUMENTARÁ A FERVURA
Em vez de refrescar, aumentará a temperatura a pausa nos trabalhos do Congresso, da próxima semana ao final do mês. Deputados e senadores passarão o recesso em suas bases e colherão mais demoradamente o sentimento de seus eleitores diante da crise econômica que virou política, envolvendo o governo Dilma. Sem aferir a tendência popular, nem os tribunais nem o Legislativo ousarão dar passos definitivos no rumo do impeachment e sucedâneos.

NO BLOG DO CORONEL
SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2015
Não adianta dar piti, petistas. Não adianta bancar a Narizinho em Pé no plenário ou o Falcão do Bico Torto na Imprensa. O problema de vocês não é com a Oposição. O problema de vocês é com a Justiça, com a Lei, com a Constituição Federal, porque este governo sujo, pode, corrupto e ilegitimo fraudou as eleições, roubou os cofres públicos e ainda por cima mentiu na contabilidade. Parem com estes gritinhos esbaforidos e estes chiliques. Preparem uma boa defesa. Pressionem mais as instituições democráticas como Lula está fazendo, pois este é o modus operandi deste chefe de bando. Sejam ainda mais corruptos. Mais sujos. Mais bandidos. Com gritinhos e pulinhos de raiva não vai adiantar nada, pois a Lei, a Justiça e a Constituição Federal estão aí e serão respeitadas. E quem vai garantir isso será o povo na rua, um lugar que será cada vez mais difícil de petista frequentar. Finalmente, golpistas são vocês que rasgaram todas as regras da República. Que cometeram todos os crimes eleitorais possíveis. Que estão quebrando o Brasil a cada dia.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 18:41:00

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
07/07/2015 às 2:05\Opinião
REYNALDO ROCHA
E agora? Estamos no pós-Dilma. O velório ainda acontece – como no interior – na sala da casa. Já se pensa em recolocar tudo em seu lugar depois da saída do cortejo. Por obrigação profissional e instinto de sobrevivência, mantive contato com formadores de opinião neste fim de semana. Algumas figuras ilustradas e outras situadas no centro do poder.
Não houve uma única manifestação que remetesse à prorrogação do (des)governo Dilma. Constatação unânime: o governo acabou. Ou pela renúncia ou pelo impeachment, o epílogo não vai demorar. Mas ninguém faz ideia do quem vem lá, como na canção de Lenine.
Dilma hoje é um ser a evitar — sobretudo por especialistas em não ficar ao lado de quem possa infectá-los. Eles temem o risco do contágio. Confrontados com o cenário de horror, querem distância do desastre inevitável.
Discute-se abertamente se Dilma sairá do Planalto com Michel Temer a tiracolo, o que faria de Eduardo Cunha o presidente interino até que seja eleito nas urnas o novo titular do cargo. Ou se Temer substituiria Dilma, repetindo-se a fórmula que instalou o vice Itamar Franco no gabinete do qual Fernando Collor fora despejado. Nessa hipótese, a eleição pelo voto ficaria para 2018.
“Ninguém faz ideia de quem vem lá!” E do que virá. Certamente será uma vitória. Mas que não se transforme em mais um capítulo do mesmo pesadelo. Que tenhamos aprendido. E que os que pensam representar-nos entendam que pouco contribuíram para o desfecho.
Precoce para alguns, tardia para muitos, o certo é que não se trata de morte natural. Foi suicídio.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
07/07/2015 às 7:08
Que coisa, hein? Dilma Rousseff, que prometeu na campanha eleitoral que, em seu segundo mandato, o Brasil daria início a um novo ciclo de desenvolvimento, assinou nesta segunda (06) uma Medida Provisória que permite a redução de 30% na jornada de trabalho e nos salários. O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), no entanto, vai compensar metade da perda de renda do assalariado, desde que esse valor não ultrapasse R$ 900,84.
Assim, quem ganha até R$ 6 mil vai trabalhar 30% menos, mas terá uma redução de apenas 15% no salário. A partir de R$ 6 mil, a redução passa a ser maior de 15%. Quem ganhar R$ 8 mil, por exemplo, terá descontados os 30%, o que resultará em R$ 5.600. O FAT vai reembolsá-lo em R$ 900,84. O salário total será, então, de R$ 6.500,84. Nesse caso, a perda será de 18,74%. A partir de R$ 6 mil, quanto maior o salário, maior o percentual descontado.
O governo chegou a essa fórmula depois de conversar com empresários e com centrais sindicais. É claro que há certas condições. Os trabalhadores poderão ter o salário reduzido por seis meses, renováveis por mais seis. As empresas que aderirem ao programa ficam proibidas de demitir no período. Terminada a fase, o empregado que aderiu à redução não poderá ser dispensado por um prazo correspondente a um terço do tempo da adesão. O objetivo, é evidente, é conter a marcha do desemprego, que tem surpreendido até os mais pessimistas.
Ainda que um programa como esse se faça de modo pactuado, é claro que se está diante de um retrato do que a gestão petista provocou no país. É certo que, para o trabalhador, tomado individualmente, é melhor o emprego com uma renda menor do que o desemprego. Para a economia, tanto faz. O que se vai ter é menos dinheiro circulando, o que ajuda a aprofundar a recessão. O Natal de 2015 não será um daqueles de que o trabalhador sentirá saudade.
Para aderir ao programa, a empresa precisa provar que está sendo afetada pela crise e que não se trata ou de má gestão ou, sabe-se lá, de uma forma de cortar custos. O governo calcula que, num cenário de 50 mil adesões, os cofres públicos podem economizar até R$ 68 milhões porque seria mais barato arcar com as compensações do que com o seguro-desemprego, por exemplo.
O nome da medida vem vazado em novilíngua orwelliana: poderia se chamar PRSJ — Programa de Redução de Jornada e Salário —, mas aí ficaria ruim, né? Então, ironicamente, recebeu o apelido de PPE: Programa de Proteção ao Emprego.
Uma redução na renda de, no mínimo, 15% é uma pancada e tanto. Se o programa der certo, o feito ficará colado à biografia de Dilma. Por mais que o trabalhador considere, sim, que é melhor isso ao desemprego, vai associar o período em que ficou mais pobre ao governo daquela que prometeu ser a Dilmãe e entrará para a história como a Dilmadrasta da Branca de Neve.
Por Reinaldo Azevedo

07/07/2015 às 7:11
Polônio, personagem de Shakespeare, via método na loucura de Hamlet, o príncipe destrambelhado. Já fui tentado a apontar certo rigor nas maluquices que Dilma anda dizendo ultimamente. Mas desisti. O conjunto simplesmente não faz sentido e reflete os descaminhos de quem, afinal de contas, não sabe para onde vai nem o que virá. O discurso sobre o papel fundador da mandioca na civilização brasileira entrará como emblema jocoso de um momento em que o país raspa o chão. Há quatro dias, foi a vez de ela fazer poesia com a tocha olímpica, que, segundo disse, “é muito bonita, é verdadeiramente fantástica e vai ser sentida em vários municípios, desde a distante Amazônia, passando pelo Centro-Oeste, até São Paulo, Rio de Janeiro…” Santa Bárbara!!!
Nesse discurso, afirmou que “dentre todos os processos tecnológicos que a Humanidade criou, destacam-se a cooperação e o fogo”. O que quer dizer? Nem Prometeu, que roubou do Olimpo o fogo para dar aos homens, seria capaz de explicar. Como diz uma amiga, Dilma anda lendo Antropologia antes de dormir. Na melhor das hipóteses. Confesso que intuí ser em outro momento… Adiante. A presidente concedeu uma entrevista à Folha, que está na edição desta terça. A coisa não está bem.
Dilma voltou a atacar a Lei 12.850, que ela própria sancionou em agosto de 2013, que trata da delação premiada. Mais uma vez, associou as práticas hoje em curso com o período do regime militar. Reproduzo a sua fala ao jornal: “Eu conheço interrogatórios. Sei do que se trata. Eu acreditava no que estava fazendo e vi muita gente falar coisa que não queria nem devia. Não gosto de delatores. Não gosto desse tipo de prática. Não gosto. Acho que a pessoa, quando faz, faz fragilizadíssima. Eu vi gente muito fragilizada [falar]. Eu não sei qual é a reação de uma pessoa que fica presa, longe dos seus, e o que ela fala. E como ela fala. Todos nós temos limites. Nenhum de nós é super-homem ou supermulher. Mas acho ruim a instituição, entendeu? Transformar alguém em delator é fogo”.
Vocês sabem que tenho, sim, muitas restrições à Operação Lava Jato e que acho que não se está cumprindo rigorosamente a lei em muitos aspectos, mas a associação que Dilma faz é estupefaciente. Até porque a Polícia Federal é um órgão funcionalmente subordinado ao Ministério da Justiça. Uma coisa é apontar eventuais atropelos à ordem legal, e há; outra, distante, é tratar o que está em curso como atos de exceção de uma ditadura. Se fossem, tratar-se-ia, então, de um ditadura sob a égide do PT.
Num dado momento, afirma um entrevistador da Folha: “Parece que está todo mundo querendo derrubar a senhora”. E Dilma responde:
“O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.”
É uma fala de vários modos imprudente. Em primeiro lugar, ela não vai cair se não houver lei que a derrube. E não se deve afirmar: “Venha tentar, venha tentar”. Quem é o sujeito oculto da frase? Que “você” é esse ao qual Dilma está se referindo? Ela está desafiando a Justiça? Ela está desafiando o Congresso?
Não houvesse temor, não teria convocado uma reunião de emergência com presidentes e líderes de partidos da base, como fez nesta segunda (06), exortando a todos a defender o governo. Os próprios convocados chamaram o encontro de “reunião anti-impeachment”. Ali se disse que o governo não cometeu ilegalidade nenhuma nas contas em 2014, embora um dos convidados tenha confessado que, hoje, há a avaliação de que o TCU vai, sim, recomendar a rejeição. A presidente tem até o dia 21 para prestar esclarecimentos. Se o tribunal recusar as contas e se o parecer for endossado pelo Congresso, abre-se o caminho para a denúncia por crime de responsabilidade.
Situação igualmente grave é a vivida no TSE, que apura se a campanha de Dilma usou recursos ilegais. No âmbito da delação premiada, homologada pelo STF, o empreiteiro Ricardo Pessoa disse ter repassado R$ 7,5 milhões oriundos do propinoduto da Petrobras para a campanha à reeleição da presidente. E aí? O TSE já cassou mandato por muito menos. Dilma sabe muito bem que está na corda bamba, não é? Se o STF homologou a delação de Pessoa, será que o TSE pode simplesmente ignorar o que diz? Comprovada a doação ilegal, a presidente pode ter cassada a sua diplomação — isto é, perder o mandato. Então conviria que ela deixasse para a lei resolver a questão.
Uma resposta de Dilma não deixa de ter um tom intrigante. Os entrevistadores perguntam o que acontecerá se resolverem mexer com a sua biografia. Ela responde:
“Ô, querida, e vão mexer como? Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido.”
Duas observações relevantes. A lei não pune apenas quem rouba para si, para o enriquecimento pessoal. O roubo que financia um partido é também criminoso. Logo, Dilma não precisa ter enchido os bolsos de dinheiro. Basta que se demonstre que Pessoa fala a verdade, e ela cai. De acordo com a lei. O segundo ponto: diz ela que, “quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido”.
A presidente tem alguma sugestão?
Dilma perdeu mais uma chance de ficar calada. Quando um presidente da República diz “não vou cair”, é porque sabe que cresceu enormemente a chance de… cair. E a sua biografia de ex-militante de um grupo terrorista não tem nada com isso. Pode perder o mandato por lambança fiscal ou por lambança eleitoral. Ainda não é o pior dos mundos. Se Rodrigo Janot não fosse tão generoso, poderia ser por causa dos descalabros na Petrobras.
Presidente, está sobrando loucura e faltando método.
Texto publicado originalmente às 5h59

NO O ANTAGONISTA
Pintou um climão
Brasil 06.07.15 15:11
Só há crise nos arredores de Dilma Fantasma. Um assessor da petista disse ao Broadcast Político, do Estadão, que "o clima está horrível".
Quanto pior o climão no Planalto, melhor para o Brasil.
Sem moleza para malandro
Brasil 06.07.15 19:01
Sergio Moro não dá moleza a malandro da OAB.
A entidade petista acusou a PF de violar os escritórios de três advogados que trabalham na sede da Odebrecht. Hoje, o juiz deu três dias para que os defensores da empreiteira expliquem quais partes do material apreendido deveriam estar protegidas e por quê. Mas deixou claro que lhe caberá a decisão final sobre se elas serão descartadas ou não como provas.
Um dos três causídicos, Eduardo Oliveira Gedeon, trabalhou ativamente nos contratos suspeitos que a empreiteira firmou com o BNDES, entre 2011 e 2014. Como tal, de acordo com Sergio Moro, atuou como gestor da empreiteira, e não como advogado.
A gráfica do PT: não faz e recebe
Brasil 06.07.15 20:13
A Gráfica Atitude não apresentou comprovantes para justificar os 2,6 milhões de reais que recebeu de empresas ligadas à Setal Óleo e Gás, investigada na Lava Jato, segundo depoimentos de funcionários da própria Setal. A informação é da Folha.
“Não (houve comprovação de serviços prestados), efetuamos os pagamentos porque havia formalização contratual e autorização", disse o gerente financeiro da Setal entre 2007 e 2012, Felipe de Oliveira Ramos.
Outro funcionário, Jhonny Rosa Vignoto, disse que autorizou uma transferência de 1,1 milhão de reais à Atitude, mesmo sem provas de que a gráfica havia efetuado os serviços.
Veja mais em Atitude petista
"Com unhas e dentes"
Brasil 07.07.15 05:24
Na tal reunião de emergência com os políticos, Dilma Rousseff disse que defenderá o seu mandato "com unhas e dentes".
É só um clichê, mais um do seu minúsculo repertório, a denotar desespero. Dilma Rousseff não é mais presidente do Brasil.
Vidas paralelas
Brasil 07.07.15 05:40
Dilma Rousseff:
"Eu não vou cair".
Fernando Collor:
"Cumprirei o meu mandato até o último dia".
Um peso pesado
Mundo 07.07.15 07:32
Alexis Tsipras, depois de receber o apoio de Cristina Kirschner, recebeu o apoio também de Fidel Castro, que o associou a Platão e Aristóteles.
Quando sair do euro, a Grécia já pode adotar o peso cubano como sua moeda.
"Su valentía despierta admiración entre los latinoamericanos"

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 06/07/2015 16:02
O retrato de um governo é o que sobra para ser desenterrado muitos anos depois. No futuro, quando a arqueologia política fizer suas escavações à procura de documentos e objetos que ajudem a entender a decomposição da Era petista, encontrará em meio aos destroços desta segunda-feira, dia 6 de julho do ano da graça de 2015, um quadro revelador.
O quadro mostra a caída em si de Dilma Rousseff, o exato momento em que ela morde a isca do seu infortúnio. Às vésperas de uma viagem à Rússia, a rainha frágil convoca uma reunião de emergência com os áulicos do reino, para tentar entender porque diabos seus cortesãos decidiram se entender com a oposição para apeá-la do trono. Ao fundo, o vice-rei Michel Temer anuncia aos repórteres que a soberana está “tranquila”.
Os arqueólogos talvez apresentem esta cena como um marco da derrocada da dinastia inagurada 13 anos antes por Lula. Saída das provetas do monarca, num laboratório improvisado nos subterrâneos do palácio, a criatura exasperou-se ao notar que seu 2º reinado, com escassos seis meses de existência, definhava. Dependendo de como reagisse, não poderia viajar tranquila nem para visitar o companheiro Evo Morales, na vizinha Bolívia.
As conclusões dos arqueólogos serão reforçadas quando deitarem os olhos num vídeo gravado na véspera. Nele, o petista José Eduardo Cardozo, encarregado dos negócios da Justiça, declara em entrevista: “É de um profundo despudor democrático e de um incontido revanchismo eleitoral falar em impeachment da presidente como têm falado alguns parlamentares da oposição. O desejo de golpe, sob o manto da aparente legalidade, é algo reprovável do ponto de vista jurídico e ético.''
A entrevista de Cardozo será apresentada no futuro como um instante bizantino. Embora chefiasse a Polícia Federal, ele via mais despudor no debate democrático do que nas arcas eleitorais da rainha, contaminadas pelas doações podres do companheiro-delator Ricardo Pessoa. Mais: embora convivesse com aliados como Renan Calheiros e Eduardo Cunha, Cardozo atribuía toda a eletrificação da conjuntura às forças retrógadas do tucanato. Não percebeu que, até aquele momento, a turma do ex-monarca FHC jogava parada. É Bizâncio no seu estado mais puro, concluirão os arqueólogos.




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