SEGUNDA EDIÇÃO DE 23-10-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG DO NOBLAT
O Preço de Manter Temer

Segunda-feira, 23/10/2017 - 03h00
Por Ricardo Noblat
Tão cedo saberemos quanto custará ao País a decisão a ser tomada, depois de amanhã, pela Câmara dos Deputados de arquivar a segunda denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer.
Partes do custo poderão ser mensuráveis desde logo. Exemplo: o volume de dinheiro liberado pelo governo para a construção de pequenas obras nos currais eleitorais dos que votaram a favor do arquivamento da denúncia.
Se o custo se limitasse a isso, tudo bem. Por lei, o governo é obrigado a pagar emendas parlamentares ao Orçamento da União que destinam pequenas verbas para isso e aquilo. É fato que ele o faz ao seu gosto, premiando aliados e punindo adversários.
Ocorre que a operação de salvamento de um presidente encurralado inclui despesas de maior valor, algumas incalculáveis, outras manifestamente imorais. Aí está o busílis.
Em agosto último, o governo anunciou a privatização de 14 aeroportos, entre eles o de Congonhas, em São Paulo. Com a venda, esperava arrecadar R$ 6 bilhões a serem aplicados em novos investimentos.
Sob a pressão do PR, dono de 38 votos na Câmara, o governo desistiu de privatizar Congonhas e avalia a reabertura do aeroporto de Pampulha, em Belo Horizonte, para voos de longa distância.
Quem manda no PR é o ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos mensaleiros do escândalo do PT. De trás das grades, ele obrigou a presidente Dilma a demitir um ministro para nomear outro afinado com o PR.
Solto depois de ter ficado no xilindró apenas um ano dos quase oito a que fora condenado por corrupção, Costa Neto segue dando as cartas com a desenvoltura de sempre.
O ministro dos Transportes é do PR. A Infraero é do PR. Congonhas representa quase 15% da receita da Infraero. É o segundo aeroporto mais rentável do País.
O PR deve ter lá suas razões para manter Congonhas sob controle. Deve ter identificado vantagens em brigar pelo restabelecimento de voos de longa distância em Pampulha. Costa Neto é um esperto rato. Digo: gato, de faro finíssimo.
Impedido de caçar votos com a distribuição a mancheia de cargos e de dinheiro, Temer assinou decreto no fim da semana que reduz em 60% o valor das multas por crimes ambientais.
Os 40% restantes poderão ser pagos com ações de reflorestamento. Pequenos infratores costumam pagar suas dívidas em dia. Os grandes entram com ações na Justiça para não pagar.
O agrado feito por Temer teve endereço certo: os ruralistas, donos de 200 preciosos votos na Câmara. Para que a denúncia contra Temer fosse aprovada seriam necessários 342 votos de um total de 513.
A primeira denúncia foi arquivada por 263 votos contra 227, e duas abstenções. Ausentes, 19 deputados. Temer peleja desta vez para ir além dos 263 votos. É possível que consiga.
Nada mais do que já fez ou faça para manter-se no poder será capaz de superar a indecente portaria baixada por Temer que altera as regras de combate ao trabalho escravo, ou análogo ao trabalho escravo. Ruralistas sapatearam de tanta felicidade.
O Brasil levou mais de 100 anos para firmar um pacto contra o monstruoso crime que o envergonha até hoje. Ou que deveria envergonhá-lo. Temer deu meia volta volver.
Parou o relógio da História. Atrasou os ponteiros. Ganhou mais alguns votinhos para permanecer impune.
Mesmo que, mais tarde, revogue a portaria, mostrou do que é feito – de ambição desmedida, de ausência de escrúpulos e de um oportunismo infame.

Seguro morreu de velho
Se a regra de aumento de planos de saúde for aprovada, a partir de certa idade cada aniversário será ameaça e não celebração

Segunda-feira, 23/10/2017 - 09h04
Por Ligia Bahia, no O Globo
A prioridade para idosos em filas, viagens em transportes públicos, vagas em estacionamentos não é extensiva à saúde.
No SUS, frequentemente, faltam acesso e dignidade no atendimento para crianças ou adultos, e os planos privados se tornam gradativamente mais caros para os longevos.
Velhos encontram algumas facilidades para enfrentar a vida cotidiana nas cidades, mas nenhuma tranquilidade sobre futuros ou atuais atendimentos a problemas de saúde.
Os direitos para idosos tenderam a ficar represados em áreas nas quais as escolhas sobre benefícios e custos não são tão cruciais.
Os cuidados à saúde e as tecnologias contribuem para o aumento da expectativa e qualidade da vida, mas pressionam orçamentos públicos e privados.
Minimizar direitos ou o impacto de gastos crescentes com saúde é antidemocrático e inspira concepções sombrias ou irrealistas.
A proposta de empresas de planos e alguns parlamentares de alteração da lei de planos de saúde é obscura.
A sugestão que tramita no Congresso Nacional estabelece aumentos sobrepostos das mensalidades para idosos.
Além dos reajustes anuais, sempre acima da inflação, querem impor taxas quinquenais de envelhecimento.
Em um primeiro momento, para os clientes, pode até parecer uma boa ideia, pois o impacto financeiro devido à entrada nesta última faixa etária seria “aliviado”.
Mas a longo prazo, considerando que, em geral, a expectativa de vida tem aumentado, será muito mais interessante para as empresas.
Não é impróprio supor que a perspectiva de manutenção de idosos mais “jovens”, com menos riscos, está baseada no seguinte cálculo: ficar com os recém-chegados à velhice e impedir a permanência dos demais.
Se a regra for aprovada, a partir de certa idade cada aniversário será uma ameaça, e não celebração.
O envelhecimento da população é um indicador de desenvolvimento. Não foi por acaso que Serra Leoa, cujos habitantes tinham uma expectativa de vida de 50,8 em 2015, se tornou o epicentro da epidemia de ebola.
No Brasil, a média era 75,5, e 79,1 anos para mulheres. Para as brasileiras com 65 anos, a chance de viver mais atingiu 18,4 anos.
Ou seja, quase 20 anos para arcar com o acúmulo de aumentos aritméticos sobre os quais incidirão três ou quatro fatores multiplicadores (64, 69 e assim em diante).
Negar ou cercear acesso à assistência de rotina e medicamentos para pressão alta, diabetes, hepatite e cânceres aumenta a probabilidade de morrer mais cedo. Restrições dos gastos públicos e liberação da comercialização de planos que afastam quem mais precisa de cuidados afetam objetivamente a longevidade.
Quando interesses empresariais e eleitorais imediatistas vicejam, as possibilidades de reafirmar alternativas mais abrangentes de pertencimento comum e proveito coletivo são indevidamente caracterizadas como inviáveis. A recusa ao debate impede que as questões realmente críticas sejam examinadas.
A escala e qualidade dos direitos à saúde e o modo como devemos financiá-los não podem ser dissociados da definição de um padrão de inovação e uso de ações de saúde adequados para o País.
Ao invés da exposição clara de divergências e argumentos opostos, a determinação de um grupo de empresários é de que o país desista de buscar a conciliação de compromissos e soluções incrementais e compartilhadas para a saúde.
Curiosamente, os defensores da cobrança turbinada para idosos são velhos, ou pré-velhos, que não se reconhecem sequer nas estatísticas. São estranhos na sua própria terra e na Humanidade.
Atualmente, a proporção de pessoas acima de 60 anos na população é de 12,5%, e de vinculados a planos, 13,2%.
A “carga não é pesada” — como os regimes de pré-pagamento pressupõem a conformação de fundos para diluição dos riscos, pagam os jovens pelos velhos, e os sadios pelos doentes, a conta fecha —, desde que não se pretenda extrair lucros rápidos e exorbitantes em uma área tão sensível.
Mesmo um super bem-sucedido indivíduo imerso em hipermercado livre necessitará cuidados de outros quando ficar doente. A adesão quase totêmica aos valores do tipo “eu resolvo e fiz por merecer” não tem sentido na saúde.
Decisões relevantes sobre a vida e longevidade não deveriam ser deixadas ao sabor das propositais ajeitadas, via governo, do mercado.
O projeto de lei prevê a expulsão de velhos e transforma o SUS em prestador de serviços para os planos. Os fundamentos de qualquer sistema de saúde incluem o incremento da prevenção, esforços para realizar diagnósticos e tratamentos precoces e evitar tratamentos ineficazes.
Uma lei que, no primeiro artigo, prevê a restrição de coberturas mediante segmentação, desiste de buscar possibilidades mais abrangentes de pertencimento comum e proveito coletivo e reafirma regras de uma estratificação social injusta: em primeiro lugar, ricos e saudáveis, em último, as pessoas cujos antepassados foram escravizados.
(*) Ligia Bahia é professora da UFRJ.

Propina de R$ 1 milhão para Gleisi foi no ‘fio do bigode’, diz ex-deputado
Pedro Corrêa, condenado a 30 anos na Lava Jato e 7 no Mensalão, afirmou que ‘a prova do politico é mais complicada’.

Segunda-feira, 23/10/2017 - 10h42
Por Luiz Vassallo, no  Estadão
O ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP) afirmou que propinas de R$ 1 milhão oriundas do suposto ‘caixa’ de seu partido junto à Diretoria de Abastecimento da Petrobras à campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao Senado, em 2010, foram acertadas ‘no fio do bigode’. A presidente do PT e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no STF.
Pedro Corrêa teve sua delação homologada em agosto de 2017 pelo ministro do Supremo, Edson Fachin. O ex-parlamentar, condenado a 30 anos na Lava Jato e a 7 anos e 2 meses no Mensalão, é testemunha de acusação em processo contra Gleisi. Ele depôs no dia 19 de setembro.
O ex-parlamentar, no entanto, relata que não restaram provas documentais sobre os supostos acertos.
“Não ficava nada, nada. O trabalho da politica é sempre no “fio do bigode”, por isso que a prova do politico e mais complicada, porque e sempre o que você tem, que, embora se diga que a pior das provas seja a prova testemunhal, mas e a maneira que tem de juntar a prova, varias testemunhas pra saber que o fato existiu. Porque, na verdade, não fica escrito nada”.

Dodge fecha portas a advogados de delatores
Segunda-feira, 23/10/2017 - 08h50
Por Bela Megale,  no O Globo
Há cerca de dez dias, um advogado que não conseguia, desde setembro, contato com a equipe da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiu aparecer de surpresa na sede da Instituição, em Brasília. Como mora fora da Capital Federal, embarcou num avião e chegou à portaria que dá acesso aos prédios da Procuradoria-Geral da República (PGR) nas primeiras horas da manhã.
Anunciou que era advogado, mas, como não tinha hora marcada, foi barrado ali mesmo, sem chegar à recepção. Depois de discussões e de um chá de cadeira, o criminalista conseguiu a reunião que buscava há mais de um mês.
Ele não foi o único que estava na fila para conseguir um horário com os procuradores da nova gestão. Na espera também estão pelo menos três empreiteiras que fecharam acordos de delação com a PGR, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, que aguardam reunião com os responsáveis pela Lava-Jato desde a posse da nova equipe.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE


A mais bela primeira dama brasileira e a mais encrencada em casos de corrupção
Da Redação
Segunda-feira, 23/10/2017 às 06:45 
Ela, sem dúvida chama a atenção por sua beleza e pelo seu sorriso, sempre presente.
Militante, foi parceira de Fernando Pimentel na campanha eleitoral em Minas Gerais, quando ele conseguiu quebrar a hegemonia de 16 anos do tucanato.
Porém, Carolina de Oliveira Pimentel vive atualmente com um enorme receio de ter que providenciar sua mudança de BH para a Papuda.
Ela não tem ‘foro privilegiado’. E olha que não foi por falta de tentativa. Em maio de 2016 o marido a nomeou para o cargo de Secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social de Minas Gerais. Repetiu o que Dilma houvera feito anteriormente com Lula.
A Justiça de Minas barrou a pilantragem.
Carolina Pimentel é investigada pela Operação Acrônimo.
Brasiliense, a primeira-dama cresceu em Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal. Começou a carreira como repórter de um jornal em Brasília. Em 2005 deixou as redações para atuar nos bastidores, contratada pela FSB, uma das maiores empresas de assessoria de imprensa do País.
Em 2011, foi nomeada assessora do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), Luciano Coutinho. A instituição é subordinada ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), e Fernando Pimentel à época era o ministro.
Apesar de aparecer como funcionária do banco, Carolina era reconhecida no mercado como a jornalista que atuava na linha de frente da assessoria de Pimentel. Ela e o petista se apaixonaram. Carolina trabalhou com o então ministro por menos de um ano, mas percorreu ao menos dez países nesse período – entre eles França, Inglaterra, Estados Unidos e Moçambique – em missões oficiais ao lado do chefe e futuro marido.
O burburinho sobre a divergência entre a nomeação como assessora do BNDES e sua atuação junto a Pimentel fez com que a jornalista deixasse o governo.
Na sequência, ela abriu sua própria empresa de comunicação, a Oli. Hoje, a firma é um dos elos entre a primeira-dama, o governador, empresários e as suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Segundo a Polícia Federal, existem registros que indicam que a Oli recebeu pagamentos de empresas que têm negócios com o BNDES.
Na semana passada a primeira dama mineira foi indiciada pela Polícia Federal pelo suposto cometimento do crime de corrupção passiva.
Outras investigações também miram Carolina.
Ela é terrível!
(Fonte: Folha de S. Paulo)

NÃO FOI BULLYING
Por  Jordan Campos -  www.jordancampos.com.br
Sábado, 22/10/2017 às 21:07
Sim, um adolescente matou dois colegas de escola com uma arma de fogo. Sim, pessoas desinformadas e com a ajuda da mídia espalham que o bullying foi o motivo. Não, não foi este o motivo. E vou aqui explicar um pouco sobre tudo isto.
Sou pai de quatro filhos, psicoterapeuta clínico de crianças, jovens e adultos e discordo completamente da “desculpa esfarrapada” desta pseudoversão dos fatos. Bullying é o resultado de um abuso persistente na forma de violência física ou psicológica a uma outra pessoa. Bullying não é a piada sem graça, a ofensa solta ou uma provocação por conta do odor resultante da falta de desodorante por quatro dias, que foi exatamente o “caso” do adolescente que matou seus colegas. O motivo pelo qual o jovem assassinou seus colegas é um conjunto de fatores na formação de sua personalidade sob responsabilidade de seus pais.
O GATILHO que deu o start em seu plano de matar pode ter surgido da provocação de seus colegas, sim. Foi uma reação desmedida, autoritária, perversa e calculada a um conflito em que ele se viu inserido. A falta de preparo emocional e educacional deste jovem para lidar com frustrações é o ponto alto deste simples quebra-cabeças. Quando somos colocados frente a um conflito, ou o enfrentamos, ou fugimos ou paralisamos. As vítimas de bullying costumam paralisar e passam anos no gerúndio do próprio verbo que identifica este problema. Bullying é uma ressaca, um trauma no gerúndio, que vai minando as forças, destruindo a autoestima e a identidade frágil de suas vítimas.
No caso do adolescente em questão ele não teve tempo de ser vítima de bullying, ele simplesmente enfrentou a provocação de ser chamado de fedorento com base em sua formação de personalidade, filosofia de vida, exemplos e criação, reagindo. Colegas de sala disseram que ele era adorador do nazismo, cultuava coisas satânicas e quando provocado dizia que seus pais, que são policiais, iriam matar os provocadores se ele pedisse!!!! BINGO!!!!
NÃO FOI BULLYING  
Por mais espantoso que possa ser, desculpem mídia e pseudosábios filósofos contemporâneos - o garoto matou porque tinha na sua formação de personalidade uma espécie de autorização para fazer! A identidade deste jovem de 14 anos estava formada em um alicerce que permitia isso. Ele provavelmente iria fazer isso logo, logo... Na escola, com o vizinho, na briga de trânsito ou com a namorada que terminasse com ele, e isso nada tem a ver com bullying. A provocação foi apenas o motivo para “fazer o que já se era.”
Agora, falando do bullying, digo sem pestanejar que o maior culpado pela sedimentação do bullying e suas prováveis repercussões não são os coleguinhas “maldosos”, e sim a FAMÍLIA de quem sofre este tipo de ação. Se quem sofresse bullying fosse um potencial assassino a Humanidade estaria extinta. Mata-se muito por traições, brigas de trânsito, desavenças de trabalho, machismo, homofobia... Mas não por bullying. Do contrário - é muito mais provável um suicídio, depressão, implosão.
O que faz com que alguém resista ou não a uma ação que pode virar bullying? Simples – a capacidade do jovem em lidar com frustrações e aprender a enfrentar seus problemas e conflitos. Esta é a maior prevenção ao bullying – aprender a vencer frustrações se submetendo a elas de forma sadia e com orientação. Aprender a respeitar os pais e a vida. Ter lições diárias de cidadania, direitos humanos - mas o mais importante - passar por frustrações e ter apoio dos pais, sem lamentar e encontrar culpados e sim crescer forte entendendo que neste mundo não podemos ter o controle das coisas.
Pais, ensinem seus filhos a respeitarem vocês e aos outros. Sei que muitos de vocês estão cheio de carências, desesperados em relações funcionais fúteis, e projetando em seus filhos o amor que não tiveram de quem acham que deveriam ter. Negligenciam assim o respeito e querem ser amados - isso contribui para fazer jovens fracos, deprimidos, ansiosos, confusos e vítimas fáceis para o bullying. Lembrem-se: só se ama e se valoriza o que se aprende a respeitar!
Observação 01 -  Este texto foi feito com base em informações disponíveis na imprensa e pela polícia até então. Não é um exame, avaliação ou diagnóstico psicoterapêutico, e sim considerações em tese, de cunho geral de muitos anos, atendendo jovens como profissional do comportamento.
Observação  02 - Ofensas pessoais serão excluídas e bloqueadas.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Jabuti das propinas da Odebrecht, preso por Moro, já tinha subido na árvore do escândalo Gemini
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Quem disse que o "Jabuti" só subiu em uma árvore de escândalos? Na última sexta-feira, 20, na fase 46 da Operação Lava Jato, os agentes da Polícia Federal cumpriram mandado de prisão na residência do ex-diretor da Novos Negócios da Petroquisa, Djalma Rodrigues de Souza, o “Jabuti” da lista de propinas da Odebrecht. Conforme divulgado, entre dezembro de 2010 e março de 2014, “Jabuti” recebeu de propina R$ 17,7 milhões depositados no exterior, mais R$ 10,7 milhões em espécie, tudo por conta de contratos na área de petroquímica.
Este poderia ser apenas mais um caso de prisão de um alto executivo da Petrobras que levou dinheiro para deixar que roubassem a empresa. Porém, este não é um caso comum. A comprovação de que “Jabuti” tinha goela tão grande tem o poder de tornar ainda mais comprometedora a omissão de nossas autoridades (sobretudo do Ministério Público Federal) diante de outro ato lesivo à Petrobras no qual o “Jabuti” está enfiado até o talo. Trata-se do escândalo Gemini – sociedade da White Martins com a Petrobras (por meio da sua subsidiária Gaspetro, que era presidida por Djalma Rodrigues de Souza, o “Jabuti”).
Pode ser que agora – com a comprovação que “Jabuti” tinha o hábito de levar dinheiro para atuar no interesse de terceiros em prejuízo da Petrobras – seus atos relativos à Gemini sejam investigados com o rigor que o caso requer. Só depende da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Não se pode alegar que as autoridades nada sabiam sobre a atuação do "Jabuti" na árvore da Gemini. As ações dele já eram conhecidas, oficialmente, e também vieram a público.
PF e MPF podem rever o conteúdo do Ofício n° 050/201 5-LJ P/PGR/M PFA, enviado em 22 de novembro de 2016 pelo representante do Ministério Público Federal junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), procurador Regional da República Lafayete Josué Petter, ao Procurador Regional da República, Januário Paludo, da Força Tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Basta fazer valer o que foi claramente escrito.
Em seu documento, o procurador Lafayete foca no fornecimento pela Petrobras de matéria-prima a preços aviltados para a sociedade Gemini, da qual ela detém 40% (os outros 60% pertencem à White Martins). O procurador informou que os fatos deram origem ao Procedimento Investigatório Criminal – PIC – nº 1.25.000.003368/2015-90 no âmbito da Lava Jato. Informou, também, que a Petrobras fez-se representar na criação do consórcio Gemini por ninguém menos que Djalma Rodrigues de Souza, então presidente da Gaspetro. Informou, ainda, que Djalma teria sido afastado de sua gerência geral na Petrobras, sendo alvo de investigações no âmbito da Operação Lava Jato. Agora, o "Jabuti" foi preso por ordem do Sérgio Moro...
Contudo, pelo que se sabe, ninguém - nem da Petrobras, nem dos órgãos fiscalizadores - se manifestou até hoje a respeito da obra-prima de “Jabuti” na sociedade da Petrobras com a White Martins: o lesivo Acordo de Quotistas da Gemini, datado de 29 de janeiro de 2004, assinado por Djalma Rodrigues de Souza pela Gaspetro e por Domingos Bulus pela White Martins. Incontestavelmente, um autêntico crime de lesa-pátria.
Sem entrar no mérito de outros aspectos polêmicos, basta focar apenas as cláusulas 3.2 e 3.3 de referido Acordo. Tais cláusulas tratam da contratação pela Gemini, da sua sócia majoritária White Martins, para a prestação de todos os serviços necessários à produção, armazenamento e comercialização do Gás Natural Liquefeito. Importante notar que, além da contratação inicial, o Acordo contemplou a White Martins com o direito de preferência em todas as futuras contratações a serem feitas pela Gemini. Resumidamente, as cláusulas em questão transformaram a Gemini em um cliente cativo da White Martins até que a morte as separe. Realmente, um espanto.
Conforme já está fartamente denunciado à Petrobras (Conselho de Administração e Ouvidoria Geral), ao Tribunal de Contas da União, à Procuradoria Geral da República, à Polícia Federal, à Força Tarefa da Operação Lava Jato e ao Office of the Whistleblower da SEC (U.S. Securities and Exchange Commission), referido Acordo de Quotistas assinado por “Jabuti” e Bulus é um verdadeiro Ato de Rapinagem Anunciada.
Não se alegue que a White Martins não se valeu de citadas cláusulas para superfaturar contra a Gemini. O simples fato de ter sido assinado um Acordo contendo cláusulas que deixam brechas tão sugestivas para o sócio majoritário superfaturar contra a sociedade, deveria ensejar uma severa punição para os responsáveis. No entanto, as autoridades brasileira preferiram não dar bola para o jogo de "Jabuti" na Gemini.
É incontroverso que o direito de preferência com o qual a White Martins foi contemplada joga por terra qualquer possibilidade de a Gemini obter um preço justo ao contratar sua sócia majoritária para a execução dos serviços discriminados no Acordo, quais sejam: logística do fornecimento de gás natural liquefeito aos clientes da Sociedade, desde a planta de liquefação de propriedade da White Martins, na qual seria produzido o gás natural liquefeito a ser comercializado pela Sociedade, até o ponto de entrega aos clientes, incluindo o transporte, o controle dos estoques dos clientes, a definição e otimização das rotas de entrega, a manutenção das carretas e tanques criogênicos e dos equipamentos utilizados na prestação dos serviços.
É incontroverso, também, que o fato de existir um Acordo tão flagrantemente lesivo à Gemini tem o condão de pulverizar o ânimo de qualquer negociador sério. Como, alguém, representando os interesses da Petrobras, teria condições de vetar eventuais preços extorsivos cobrados pela White Martins para a prestação de serviços à Gemini?
A pergunta acima foi feita para a hipótese de os representantes da Petrobras serem pessoas sérias. Dá para imaginar o nível que poderia ter alcançado com a Petrobras sendo representada por “Jabuti” e sua equipe. Se eles receberam propinas milionárias da Odebrecht, por que o mesmo não pode ter ocorrido no caso Gemini?
Eis uma investigação que precisa ser levada mais a sério pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Ou será que a gente aqui no Brasil prefere ser surpreendido por uma investigação séria feita pela Office of the Whistleblower da SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) – que fiscaliza o mercado norte-americano de capitais?
No Brasil da jabuticaba, fruta preferida do jabuti, tudo pode acontecer...
(...)


NO O ANTAGONISTA
A mãozinha de Vallisney a Lula
Brasil Segunda-feira, 23.10.17 11:37
Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, remarcou o interrogatório de Lula sobre os caças para dia 3 de novembro.
Manteve, porém, os de Luleco e Mauro Marcondes no dia 30. Lula, agora, conhecerá com antecedência as perguntas do MPF e poderá se preparar.
O esquema de propinas de Luciano Lewandowski
Brasil 23.10.17 09:47
O irmão de Ricardo Lewandowski tinha um esquema de propinas.
A denúncia foi feita por Lúcio Funaro, segundo o qual Luciano Lewandowski “operava papéis da Rio Bravo, que envolvia a Prece, e que a propina era de 5-6%”.
O Buzzfeed, que publicou a matéria, procurou Ricardo Lewandowski e Luciano Lewandowski, mas nenhum dos dois se pronunciou sobre o assunto.

O Antagonista não está surpreso
Brasil 23.10.17 11:14
O Antagonista não está surpreso com a revelação de Lúcio Funaro sobre Luciano Lewandowski.
Luciano é figura antiga por aqui.
MasterChef com ‘Fabinho do apê’
Brasil 23.10.17 10:37
Amanhã, na véspera da votação da segunda denúncia contra Michel Temer, Fábio Ramalho, o ‘Fabinho do apê’ — diga-se de passagem, ele é o vice-presidente da Câmara –, vai organizar mais um jantarzinho em seu apartamento funcional.
O anfitrião convidou a base aliada do governo, e o próprio presidente prometeu aparecer.
Dá-lhe leitoa à pururuca.
O guerrilheiro que incendiou 10 milhões de reais
TV 23.10.17 10:35
Wagner Moura ganhou aval do Ministério da Cultura para captar 10 milhões de reais de seu filme “Marighella: O Guerrilheiro Que Incendiou O Mundo”.
A Veja acrescenta que, para fazer parte do elenco, é preciso ser natural da região nordeste.
O cobrador Lula
Brasil 23.10.17 08:41
Lula cobrava de Eduardo Paes os pagamentos para o sócio de Lulinha.
Marco Aurélio Vitale, diretor do Grupo Gol, disse à Folha de S. Paulo que a empresa de Jonas Suassuna só ganhou um contrato com a prefeitura do Rio de Janeiro por “indicação política”.
E que Lula era acionado quando o dinheiro atrasava:
“Quando algum desses pagamentos não acontecia, eles buscavam a interferência do Lula junto ao Eduardo Paes.”
O SMS de Lula

Brasil 23.10.17 08:33
Jonas Suassuna, sócio de Lulinha e dono do sítio em Atibaia, ganhou um contrato que gerou prejuízo milionário à prefeitura do Rio de Janeiro, segundo auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Município.
Diz a Folha de S. Paulo:
“O município pagou R$ 0,39 por SMSs enviados a usuários da Central 1746 – serviço de queixas da prefeitura –, enquanto havia outro acordo pelo mesmo serviço, que custava R$ 0,05 por mensagem.
O contrato foi fechado em 2011 entre a Secretaria Municipal da Casa Civil e a Oi, que subcontratou a Gol Mobile, de Suassuna, para executar todo o serviço. Planilhas das duas empresas indicam que a firma do empresário recebeu 51,3% do total pago pelo município e 76% do líquido recebido pela Oi – após o desconto de impostos.”


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