PRIMEIRA EDIÇÃO DE 10-12-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Domingo, 10 de Dezembro de 2017
Se condenado no TRF4, Lula vira logo ficha suja
Caso o ex-presidente Lula perca os recursos que impetrou no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), após a condenação a 9 anos e 06 meses pelo juiz Sérgio Moro, ele estará fora da disputa de 2018 em razão da Lei da Ficha Limpa, cujo artigo 15 impede o registro da candidatura do condenado por órgão colegiado. É o caso do TRF-4. Ainda que solto, o ex-presidente permanecerá inelegível por 8 anos.
Só com ficha limpa
“Quem se candidata a um cargo precisa preencher conjunto de requisitos estabelecidos”, preconizou o ministro Edson Fachin no STF.
Liminar será derrubada
Advogados de Lula sinalizam que vão recorrer da liminar para garantir sua candidatura. Mas a medida não resistirá ao julgamento de mérito.
A regra é clara
A Lei da Ficha Limpa torna inelegível quem foi condenado por órgão colegiado, teve o mandato cassado ou renunciou para evitar cassação.
Anterior à lei
“Fatos anteriores à inscrição da candidatura podem ser levados em conta”, disse Fachin em julgamento deste ano sobre a aplicação da lei.
Planos de saúde expulsam idosos impunemente
A Agência Nacional de Saúde Suplementar criou o espaço para que as operadoras explorem a clientela à vontade: contratos coletivos ou corporativos. Neles, ao contrário dos planos individuais, o cliente pode ser dispensado a qualquer tempo, mediante aviso prévio de 60 dias. É assim que quase 3 milhões de clientes idosos foram expulsos do sistema no momento em que mais necessitam de atenção à saúde.
Perversão
Perverso, o projeto da nova lei dos planos de saúde legalizava o assalto de 100% no valor da mensalidade de quem completa 59 anos.
Vista grossa
Os planos criaram esquema, com ajuda da ANS, para expulsar quem completa 60 anos de idade. Não “interfere” na negociação dos clientes.
Regula nada
Agência “reguladora”, a ANS não impõe limites à definição por parte de operadoras de mensalidades e principalmente dos reajustes de planos.
Torcida por Marun
Assim como torciam pela saída de Imbassahy, deputados e assessores palaciano não escondiam, no fim da tarde de sexta, a preferência pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a Secretaria de Governo.
Dica de leitura
A comoção gerada pela prisão do Bandidão 157, com nítida torcida pelo criminoso, pode ser entendida num livro magnífico: “Bandidolatria e Demonicídio”, de Diego Pessi e Leonardo Giardin de Souza.
Aloysio fica
O presidente não deve mexer nas Relações Exteriores até abril, como esta coluna antecipou há um mês. Michel Temer é velho amigo de Aloysio Nunes e gosta do seu trabalho à frente da diplomacia.
Apelo dramático
Antônio Imbassahy foi demitido da Secretaria de Governo no último dia 21, mas fez um apelo dramático ao amigo Michel Temer para permanecer até a véspera da convenção do PSDB.
Reformas e reformas
A reforma ministerial a ser realizada por Michel Temer no fim deste ano depende também da votação do projeto de reforma da Previdência, que o governo planeja realizar nos dias 18 e 19 próximos.
Caríssima generosidade
A luta para reformar a Previdência ganhou o mundo, e não há quem a critique. O jornal Financial Times, de Londres, chegou a registrar que o sistema de aposentadorias no Brasil “é excessivamente generoso”.
O comitê da grana
O MEC oficializou a nomeação dos membros do Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil, que vão gerenciar cerca de R$ 5,2 bilhões/ano do Fies e outros R$ 2 bilhões do fundo garantidor.
Mamata brasileira
Após a primeira reforma da previdência no governo FHC, o número de pedidos de aposentadoria subiu de menos de 100 mil em 1993 para 420 mil em 1998, enquanto a idade caiu de 53 anos para 48 anos.
Pensando bem...
...este domingo (10) é o Dia do Palhaço. Em anos eleitorais deveria se chamar de Dia do Cidadão Brasileiro.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Caiu Temer
Temer, segundo nos dizem, está cada vez mais morto. Só que está cada vez mais vivo 
Por J.R. Guzzo
Sábado, 0 9 dez 2017, 15h43
Publicado no blog Fatos
É o tipo da coisa desagradável escrever num artigo aberto ao público que os fatos estão ao lado do presidente Michel Temer neste mês de dezembro de 2017. Mas o que se vai fazer? São os fatos — essa praga de fatos, que tantas vezes têm a mania de mostrar justo o contrário daquilo que as pessoas acham tão mais cômodo pensar. Não poderia ser assim, por tudo o que este País vem ouvindo, sem parar, há mais de um ano. Afinal das contas, Temer é Temer. Seu nome só pode ser citado se vier imediatamente depois da palavra “Fora”. Ele é “golpista”. Ele trocou segredos numa catacumba do seu palácio presidencial, e ainda por cima na escuridão da noite, com um gangster bilionário, autor confesso de mais de 200 crimes e preso desde setembro na carceragem da Polícia Federal. Ele vem tendo a sua cassação anunciada, de tanto em tanto tempo, praticamente desde que assumiu a presidência da República. A Rede Globo achou que iria derrubar o homem com telejornais e com jornalistas de cara indignada – parece não ter entendido, até agora, porque ele continua lá. Temer compra deputados, vende ministérios, aluga partidos políticos. Os institutos de pesquisa, enfim, garantem que ele tem popularidade zero, com viés de baixa — sim, popularidade zero, pecado que deixa os comunicadores, formadores de opinião e influencers digitais 100% convencidos, acima de qualquer outra razão, que o presidente da República vale exatamente três vezes zero.
Entram, então, os fatos – e aí é uma tristeza. Se Temer é tão ruim assim, como se diz desde que ele tomou posse, por que o seu governo está sendo tão bom? Sim, é muito chato dizer isso, como foi observado já na primeira linha. Mas como fazer de conta que a realidade, com seus números, pesos e medidas, não existe? Apenas ao longo dessas últimas horas, o público foi informado que a taxa de juros do Banco Central baixou para 7% ao ano – a décima queda em seguida e o menor índice na história do comitê que faz esses registros. Pois é: desde que Temer assumiu, os juros caíram praticamente todos os meses. É ruim isso? Acaba de se anunciar, ao mesmo tempo, que a inflação de novembro ficou abaixo de 0,3% — nos últimos doze meses o total é de 2,5%, a menor dos últimos 19 anos. O ano de 2017, assim, pode fechar com uma inflação inferior a 3%, coisa que não se vê também há duas décadas. É ruim isso? Há aumento na produção, recorde de exportações e diminuição do desemprego. É ruim isso? Das grandes reformas, a Trabalhista já passou. A da Previdência pode passar. Ambas foram apresentadas ao público nestes últimos meses como cientificamente impossíveis. De novo: é ruim?
O governo está sendo bem sucedido porque interrompeu, desde o primeiro dia, o mais agressivo surto de estupidez econômica jamais praticado por uma administração pública neste País – esse que foi imposto ao Brasil pela demência suicida da gestão de Dilma Rousseff. Interrompeu, só isso – e depois não mexeu mais em nada. A equipe econômica continua lá, intacta e protegida por um cordão sanitário contra a roubalheira. Um Geddel Vieira, por exemplo, podia traficar no Ministério da Cultura, ou coisa parecida. Mas não se permitia a sua entrada no Tesouro Nacional, nem no Banco Central, nem em lugar algum onde pudesse causar as calamidades de uma Dilma. Nem ele nem qualquer outra estrela do ex-governo Lula, de onde veio, por sinal, quase toda a turma da pesada que hoje roda por aí nos carros chapa branca do governo federal.
Os institutos de pesquisa provavelmente vão continuar mostrando que a aprovação de Temer permanece em queda. Quando algum dos projetos do governo passar no Congresso, será dito que a vitória, na verdade, foi uma derrota, por isto ou por aquilo. Quando vierem os próximos números positivos da economia, vão dizer que as melhoras provocam pioras – no caso da queda dos juros, por exemplo, foi lamentada a redução que isso trará para o rendimento da caderneta de poupança. Quando o ano virar daqui a alguns dias, com Temer sentado na mesma cadeira de onde já deveria ter caído sete vezes, será anunciado que agora sim, em 2018, começarão os verdadeiros problemas do presidente. Quando passar a faixa presidencial para o seu sucessor, em 1º de janeiro de 2019, as manchetes serão: “Caiu Temer”. Deus que tenha piedade de sua alma.
Enquanto isso, na vida real, cada vez mais gente busca o apoio do homem que tem popularidade zero.

NO O ANTAGONISTA
O isolamento de Marcelo Odebrecht
Brasil Domingo, 10.12.17 08:48
A saída de Marcelo Odebrecht da carceragem da Polícia Federal em Curitiba tem provocado apreensão entre executivos da empresa, que enxergam suas movimentações como um meio de detonar a nova gestão e se colocar como solução para a construtora se recuperar, registra O Globo.
”Pelas regras atuais do acordo de delação premiada, ele não poderá voltar à empresa até 2025, sob pena de perder os benefícios.
Desde que firmou a colaboração, no fim do ano passado, Marcelo está rompido com o pai, Emílio, hoje à frente dos negócios. A pessoas próximas, diz que o patriarca não o protegeu e ajudou a responsabilizá-lo por mais crimes do que teria cometido. Devido à briga, Emílio só o visitou na cadeia duas vezes. Há cerca de um mês, a mãe de Marcelo, Regina, fez-lhe uma vista surpresa, na tentativa de reatar a relação. Foi recebida, mas não teve êxito.
Marcelo está isolado em relação à cúpula de acionistas da família. Três tios estão aliados a Emílio, e só um o apoia. Há receio de que ele tente influenciar os negócios emplacando nomes de sua confiança na direção.”
As flechas de Janot no STJ
Brasil Sábado, 09.12.17 20:00
Rodrigo Janot foi designado para atuar na Sexta Turma do STJ após deixar o comando da PGR, registra a coluna Expresso, da Época.
“O local é passagem de recursos relacionados a importantes investigações que estiveram sob sua responsabilidade quando chefiava o Ministério Público. Lá estão casos como o dos irmãos Joesley e Wesley Batista na Lava Jato e do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.”
General Mourão na reserva
Brasil 09.12.17 19:54
O general Antonio Hamilton Martins Mourão, afastado da chefia da Secretaria de Economia e Finanças do Exército, deve passar à reserva nos próximos dias.

Comentários

  1. AS DERRAPADAS DE LULA
    Celso Raeder – Ex jornalista do Jornal do Brasil

    O céu começava a pontuar suas primeiras estrelas naquela noite de 28 de setembro de 2016, em Campinas, a maior cidade do interior paulista. Ali, como de resto em todo o Brasil, o assunto era a Operação Lava Jato, e de como o juiz Sérgio Moro e seus procuradores estavam passando o país a limpo. HAVIA NO AR AQUELE CLIMA DE UNANIMIDADE BURRA, profetizado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, e foi nesse cenário hostil que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva subiu ao palanque para fazer o discurso que testemunhei.
    Não havia povo para dar atenção às suas palavras. Apenas uns poucos militantes, devidamente uniformizados e suas bandeiras. Fiquei um pouco distante, avaliando as reações das pessoas que atravessavam a Avenida Treze de Maio, e pelos adjetivos impublicáveis que ouvi me convenci de que a carreira política do ex-presidente estava definitivamente enterrada.
    Mas em política não existe a palavra definitivo. O TEMPO FOI PASSANDO, E SÉRGIO MORO E SEUS MENINOS NÃO CONSEGUIRAM PROVAR ABSOLUTAMENTE NENHUMA DE SUAS ACUSAÇÕES CONTRA LULA. Mesmo lastreado pela mídia servil, habituada a fazer a sociedade de idiota, nem a família Marinho, nem os Civitas, e tampouco os Frias e Mesquitas, contavam com o poder avassalador das mídias sociais como instrumento de resistência e luta democrática.
    A Internet fez as perguntas que nenhum jornalista da grande imprensa estava autorizado pelos seus patrões a fazer:
    Por que a mulher e a filha do Eduardo Cunha FORAM INOCENTADAS?
    Por que NENHUM POLÍTICO DO PSDB ESTÁ NA CADEIA?
    Por que a CONVERSA DO JOESLEY COM TEMER não resultou na cassação do déspota?
    Por que NINGUÉM ESCUTA O QUE DISSE O ADVOGADO TACLA DURAN?
    Por que o GOVERNO COMPRA VOTOS DE DEPUTADOS PARA ESCAPAR DE PROCESSO E O MPF SE CALA?
    Por que uma mala cheia de dinheiro roubado NÃO É CRIME, NA OPINIÃO DO NOVO CHEFÃO DA POLÍCIA FEDERAL?
    Por que Gilmar Mendes, Temer e Rodrigo Maia se acham no DIREITO DE DECIDIR ENTRE ELES UM MODELO SEMIPRESIDENCIALISTA PARA ENFIAR NA GOELA DO POVO?
    Por que o STF USA O DIREITO COMO SE FOSSE UM CARDÁPIO "À LA CARTE" PARA ATENDER AO PALADAR DO AÉCIO NEVES?
    Some-se a estas interrogações a política catastrófica de desmonte dos direitos sociais da população brasileira, o DESEMPREGO DE QUASE 20 MILHÕES DE TRABALHADORES, A VOLTA AO MAPA DA FOME DA ONU, um governo recheado de corruptos que tira FOTO AO LADO DO JUIZ SÉRGIO MORO COM OS DENTES ARREGANHADOS, e temos aí a usinagem que deu forma ao ex-presidente Lula, que volta ainda mais forte do que antes.
    Lula, no entanto, precisa entender que sua versão 2.0 é fruto dessa conjugação de fatores, enriquecida pela memória do bom governo que fez. E comete grave erro ao achar que a sociedade também concederá o benefício da dúvida àqueles que, comprovadamente, se organizaram em quadrilhas para saquear os cofres públicos, como é o caso do ex-governador Sérgio Cabral. Como estrategista experimentado na lide política, Lula sabe que o sistema eleitoral brasileiro exige composições que embrulham o estômago. Mas não pode deixar de considerar a questão de maior relevância para as eleições de 2018, que é a repulsa da sociedade por tudo isso que aí está. A palavra de ordem é: RENOVAÇÃO! Tá na boca do povo. A ESTRELA DE LULA VOLTOU A BRILHAR. Mas, cada vez que derrapa numa fotografia com Renan Calheiros, aparece uma nuvem para escondê-la.

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