PRIMEIRA EDIÇÃO DE 20-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 20 DE MAIO DE 2017
Saiu barato para os donos do Grupo JBS. Após promoverem a maior compra de políticos (1.800, no total) da História mundial, incluindo presidentes da República, após acordo de delação e vão embora, impunes e totalmente imunes. Não serão obrigados nem mesmo a usar tornozeleiras. Apenas pagarão multa de R$225 milhões, cerca de 1,7% dos R$12,8 bilhões que arrancaram do BNDES nos governos do PT.
Operação de câmbio às vésperas da delação-bomba, sob investigação da CVM, rendeu à JBS o dobro do valor da multa de R$225 milhões.
Com o acordo, os donos da JBS se livram de 5 investigações criminais, sobre falcatruas diversas. E ainda podem afirmar que são “ficha limpa”.
A JBS valia R$4 bi e passou a valer R$170 bilhões, após subornarem todo mundo. Agora é só usufruir, no exílio dourado, pelo resto da vida.
A acordo de leniência com o Grupo J&F ainda não foi fechado: o Ministério Público Federal do DF exige ressarcimento de R$11,1 bilhões. Na pessoa física, os donos da empresa só pagaram multa de R$225 milhões.
O senador Aécio Neves desrespeitou a ordem judicial de não manter contato com investigados, ao receber em sua casa o também investigado José Serra (PSDB-SP). O encontro se deu nesta quinta (18), horas depois da determinação de Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O ministro impôs a restrição em lugar de prendê-lo, como solicitou o Ministério Público Federal (MPF).
José Serra esteve na residência de Aécio Neves em Brasília, acompanhando um grupo de senadores em visita ao tucano mineiro.
Se o ministro Fachin considerar que sua ordem foi desrespeitada, uma das hipóteses é determinar a prisão de Aécio Neves.
Delatado pelo presidente do Grupo JBS, Joesley Batista, Aécio também foi afastado do exercício do mandato de senador.
O lobista da JBS, Ricardo Raud, vigarista que foi braço direito de Severino Cavalcanti e Eduardo da Fonte (PP-PE), com quem dividiu apartamento em Brasília, aproveitou seu depoimento para se vingar deste colunista, que denunciou sua atividade criminosa. Deveria saber que mentir em delação dá cadeia. E será condenado também por isso.
A necessidade de liberação constante de empréstimos junto ao BNDES fez Joesley destinar, além dos pagamentos habituais, um bônus de mais 1% para Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma.
O ex-ministro da Cultura, Roberto Freire abandonou o governo Temer após a delação-bomba, mas não a crítica contundente ao desgoverno petista: “Foram treze anos de total irresponsabilidade”.
Arlindo Chinaglia (PT-SP), que presidiu a Câmara dos Deputados entre 2007 e 2009, e que não tem muita simpatia por Lula, ironizou o caos no governo Temer: “E eu achava que o governo do PT era amador”.
Os delegados de Polícia Federal repudiaram as declarações de Aécio Neves gravadas por Joesley Batista. O senador afastado deixa clara a intenção de articular politicamente para interferir nas ações da PF.
O publicitário brasileiro, morador em Miami há 25 anos, ironizou o que chamou de “burrice” do presidente Michel Temer. “Com uma bela mulher em casa, ele vai receber às 23h um cabra de voz arrastada?”
Estava tudo pronto para o governo de Pernambuco receber de volta do presidente Michel Temer o controle do Porto de Suape. As gravações do dono da Friboi adiaram a solenidade.
Gabriel de Azevedo, uma das lideranças da chamada turma do chapéu e que participou ativamente dos movimentos pró-impeachment de Dilma, defende que Michel Temer jogue a toalha.
...espertos são os executivos da JBS: corromperam durante muitos anos, mas não vão cumprir sequer um ano de cana.

NO DIÁRIO DO PODER
TRALHAS DE LULA
JUSTIÇA DECIDE QUE OBJETOS APREENDIDOS COM LULA PERTENCEM À UNIÃO
OBJETOS DE VALOR DESAPARECERAM DO PLANALTO E DO ALVORADA
Publicado: sexta-feira, 19 de maio de 2017 às 18:48 - Atualizado às 19:02
Redação
A Justiça Federal indeferiu o pedido de liminar em ação ajuizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o qual pretendia a anulação da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que determinou a incorporação ao patrimônio da União de presentes que ele recebeu de chefes de Estado em visitas oficiais, quando no exercício do mandato presidencial. A decisão é do juiz federal Carlos Alberto Loverra, da 1.ª Vara Federal de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
As informações foram divulgadas pelo Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de 1.º Grau em São Paulo – Processo n.º 5001104-15.2017.403.6114.
Entre outros argumentos, o ex-presidente apontou a ‘decadência (perda) do direito de rever atos administrativos de incorporação dos bens ao seu patrimônio privado’ – tendo em vista o transcurso de mais de cinco anos entre tais ocorrências e a decisão do TCU.
Para Carlos Loverra, o argumento quanto ao prazo decadencial não deve ser aceito, tendo em vista que a contagem de tempo inicia-se no dia de desligamento do presidente do cargo, o que ocorreu 31 de dezembro de 2011. Como a decisão do TCU foi dada em 31 de agosto de 2016, não chegou a completar o prazo legal de cinco anos.
O juiz acrescenta que, segundo a legislação, ‘presentes recebidos de Chefes de Estado ou de Governo de outros países em visitas oficiais, devem receber o tratamento geral de destinação à União, pois, em tese, ao Brasil foram ofertados e não à pessoa do Presidente, ressalvados aqueles objetos de caráter personalíssimo ou consumíveis’.
Loverra explica que não há que se falar em perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, requisitos para conceder tutela antecipada, ‘pois a transferência dos bens ao patrimônio da União em nada interferirá em sua integridade, podendo os mesmos serem requisitados e entregues ao autor a qualquer tempo mediante ordem judicial, caso ao final procedente seu pedido’.(AE)

DELAÇÃO DA JBS
AÉCIO RECEBEU R$ 80 MILHÕES, MAS PEDIA MAIS, DIZ DELATOR
RICARDO SAUD RELATOU QUE GRANA ERA GUARDADA EM MOCHILA PRETA POR PRIMO
Publicado: sexta-feira, 19 de maio de 2017 às 17:51
Redação
Em delação ao Ministério Público, o diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou, no último dia 7, que o grupo pagou R$ 80 milhões para a campanha do então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Principal braço direito de Joesley Batista, dono da JBS, nas negociações com políticos do governo ou da oposição, Saud não deu detalhes sobre a forma do repasse ao tucano, mas disse que as “questões” eram na maioria das vezes “ilícitas”.
O delator contou que Joesley sempre “correu” do candidato. “Ele (Aécio) continuou pedindo mais dinheiro após a campanha”, relatou. Saud ainda contou que um homem de prenome Fred era o interlocutor de Aécio para receber o dinheiro, sempre em shopping center movimentado. O dinheiro era guardado por Fred numa mochila de cor preta. Uma pessoa próxima de Aécio conhecida por Fred é o primo dele, Frederico Pacheco de Medeiros, preso no âmbito das investigações. O delator ainda contou que pagava “propina” a dois intermediários de Eduardo Cunha, Altair e Lúcio Funaro. (AE)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Uma vez confirmada edição da gravação, Janot e Fachin impichados
Caso se confirme a adulteração, estamos diante de dois crimes: falsidade material, prevista nos artigos 297 e 298 do Código Penal, e obstrução da Justiça
Por Reinaldo Azevedo
Sábado 20 maio 2017, 01h12 - Atualizado em 20 maio 2017, 06h20
Se estiverem certos os peritos que asseveram à Folha que o áudio que registra a conversa entre Joesley Batista e Michel Temer sofreu mais de 50 cortes, estamos falando de dois crimes. Nesse caso, o sr. procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem de ser alvo de um processo de impeachment no Senado. E aproveito para pedir também o de Edson Fachin, ministro do Supremo. Sim, explicarei as duas coisas. Até porque há uma diferença entre mim e “eles”: nunca me descuido da lei.
Fachin declarou que a gravação de Joesley é legal porque, afinal, seu conteúdo foi “ratificado e elucidado” em depoimento. É mesmo? Belo conceito de direito, que legitima a tortura caso se confirme, depois, que a realidade é compatível com a confissão do seviciado. O sol nas bancas de revista enchia Caetano de alegria e preguiça. Fachin só me enche de preguiça.
Insisto: um ministro do Supremo aceitou em juízo um elemento que ele sabe fatalmente ilegal: ou é ilegal porque gravações clandestinas não são aceitas em juízo (a não ser em circunstâncias que não estão dadas) ou é ilegal porque parte de um flagrante forjado.
Aí, algum recalcitrante do MST, amigo de Fachin, poderia dizer: “Ah, mas ele não decidiu com base na gravação, só na delação…”.
É mesmo? Então decidiu que o presidente tem de ser investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça apenas em decorrência de depoimentos que listaram a bagatela de 1.890 políticos? E, pior, o faz asseverando a legalidade de um material que, sem edição, já seria ilegal?
E Janot?
Bem, dizer o quê? A fita foi editada pela Procuradoria-Geral da República ou já chegou cheia de cortes às mãos do Ministério Público Federal?
É aceitável que o chefe do Ministério Público Federal peça a investigação de um presidente sem nem se ocupar em saber se existe ou não fraude no material que a justifica?
“Ah, mas o pedido foi feito com base em depoimentos também…” É? Porque será que Temer merece tanta celeridade quando se compara o caso com o de outros famosos? Com tal rapidez, a Lava Jato estaria bem mais adiantada.
Crimes
Caso se confirme a adulteração, estamos diante de dois crimes — e aí será preciso saber quem os cometeu: a. Falsidade material, prevista nos Artigos 297 e 298 do Código Penal:
Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Artigo 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
b. obstrução da Justiça: eis aí! Esta, sim, é verdadeira caso se confirme a edição do material. Afinal, a coisa foi alterada. Quem o fez pretendia o quê? A resposta é óbvia: derrubar o presidente.
Já seria grave se o presidente tivesse sido alvo só de “entrapment”, de uma cilada armada, de um flagrante forjado? Mas, e isto é espantoso, tudo indica que se trata de algo ainda mais grave.
Afirmei nesta quinta que seria necessário investigar a investigação. Confirmados os cortes, é a hora de um duplo impeachment no Senado: de Janot e de Fachin. As consequências de seus respectivos atos, ignorando o devido processo legal, são muito graves.

NO BLOG DO JOSIAS
Áudio com Temer não foi periciado, diz documento que PGR entregou ao STF
Josias de Souza
Sábado, 20/05/2017 05:59
Documento oficial da Procuradoria-Geral da República reconhece que o áudio da gravação feita pelo delator Joesley Batista da conversa que manteve com Michel Temer não foi submetido a uma perícia rigorosa. Ao contrário, “foi analisado de forma preliminar.” Dois técnicos limitaram-se a ouvir o autogrampo do dono do Grupo JBF. “Não houve auxílio de equipamentos especializados na avaliação sobre a integridade dos áudios”, anota o texto da Procuradoria (veja cópia abaixo). Perícia encomendada pela Folha atestou que a gravação sofreu mais de 50 edições.
A análise da Procuradoria consta do inquérito aberto contra Temer pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Definida pelos técnicos como “perfunctória” (superficial), a verificação da gravação fornecida por Joesley visou apenas “verificar se os diálogos existentes nos áudios estão inteligíveis.” Concluiu-se que a peça é “audível” e o diálogo apresenta “sequência lógica”. Entretanto, os analistas farejaram problemas que só poderiam ser sanados com o uso de equipamentos próprios.
“O arquivo possui alguns ruídos e a voz de um dos interlocutores [Joesley] apresenta-se com maior intensidade em relação à voz do segundo interlocutor [Temer], e em alguns momentos, tornam-se incompreensíveis sem a utilização de equipamentos especializados.” Datado de 7 de abril de 2017, o documento é assinado pela analista Elaine Sobral e pelo técnico Éder Gabriel.
Fica boiando na atmosfera uma incômoda interrogação: por que diabos o procurador-geral da República Rodrigo Janot não requisitou uma perícia minuciosa da gravação? Em privado, autoridades envolvidas no caso alegam que uma das razões foi a necessidade de preservar o sigilo. Nessa hipótese, a Polícia Federal, responsável por esse tipo de perícia, não seria confiável aos olhos do Ministério Público Federal.
A consequência prática é que o questionamento sobre a integridade do áudio tornou-se uma prioridade da defesa de Temer. Num primeiro ofício enviado ao Supremo na quinta-feira (18), o presidente disse ter sido “alvo de interceptação ambiental ilícita.” O relator Edson Fachin tem outro entendimento. Citando decisão de 2009, o ministro sustenta que o Supremo já “deliberou que é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro.”
Assim, concluiu o ministro, “não há ilegalidade” nas gravações captadas por Joesley. Fachin realça que as fitas “foram ratificadas e elucidadas em depoimento prestado perante o Ministério Público (em vídeo e por escrito).” (veja abaixo trecho do despacho do ministro).

Antes de rejeitar renúncia, Temer cogitou diretas
Josias de Souza
Sábado, 20/05/2017 03:03
Na tarde da última quinta-feira, 18, Michel Temer achegou-se ao púlpito do Palácio do Planalto para declarar: “Não renunciarei. Repito, não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos.” Horas antes, reunido com seus operadores políticos mais leais, o orador não exibia a mesma convicção. Às voltas com uma crise que o converteu no primeiro presidente da história a ser investigado em pleno exercício do cargo pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, Temer se dispôs a enviar ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição antecipando as eleições presidenciais diretas para o próximo mês de novembro.
Participaram da conversa os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco(Secretaria-Geral da Presidência) e Antonio Imbassahy (Relações Institucionais), além do líder do governo no Senado, Romero Jucá. Os quatro manifestaram-se contra a ideia de Temer. Aconselharam o presidente a lutar pelo cargo. Jucá fez uma observação que adicionou à cena uma certa ponderabilidade cômica que acabou por comprometer a seriedade da proposta de Temer. O senador disse que uma eleição direta daqui a seis meses soaria como uma “renúncia a prazo.” A ideia foi abandonada. E Temer pegou em lanças.
Nesta sexta-feira, a divulgação dos vídeos da delação do Grupo JBS e do papelório que compõe o inquérito aberto contra Temer no Supremo borrifaram gasolina na crise. O presidente incorporou à sua infantaria o amigo criminalista Antônio Mariz de Oliveira. Além da frente de batalha política, onde tenta evitar a deserção do PSDB, Temer se equipa para guerrear na Suprema Corte.
De saída, a defesa de Temer questiona a validade da gravação que registrou a conversa vadia que ele manteve com o delator Joesley Batista, dono do Grupo JBS, no Palácio do Jaburu, no último dia 7 de março. Alega-se que o diálogo, captado por meio de gravador que o empresário escondia no bolso do paletó, é fruto de ''montagem''. Perícia encomendada pela Folha chegou à mesma conclusão. O problema de Temer é que, a essa altura, o áudio sob questionamento é apenas mais um detrito no monturo de indícios que empurram sua biografia para o mesmo lixão que levou ao apodrecimento do mandato de Dilma Rousseff.

Temer se acha vivo, mas aliados mandam flores
Josias de Souza
Sexta-feira, 19/05/2017 22:18
Menos de 24 horas depois de Michel Temer ter declarado diante das câmeras que não renunciará ao mandato, a palavra renúncia voltou a ser pronunciada nos diálogos entre o presidente, seus auxiliares e apoiadores. O governo acordou sonhando com a superação da crise. “Já passou a tempestade”, chegou a dizer o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Na sequência, o Supremo Tribunal Federal trovejou sobre o noticiário a íntegra do inquérito aberto contra Temer e os vídeos da delação do Grupo JBS.
O cenário é de franca deterioração. É como se o presidente, convertido pelos fatos em cadáver político, testemunhasse os preparativos para o velório do seu governo. Temer grita que está vivo. Mas alguns de seus aliados já encomendam coroas de flores. E discutem sobre o melhor momento para atirar sobre a presidência de Temer a última pá de cal.
Numa metáfora feita por um dirigente do PSDB, Temer é um paciente na UTI. Os partidos monitoram a situação. A qualquer momento, podem desligar os aparelhos. A senha para o desfecho está no áudio da conversa vadia que Temer teve com o empresário Joesley Batista. A certa altura, Temer diz que o apoio congressual é o grande trunfo da sua administração. “Se eu não tenho o apoio do Congresso”, disse Temer, “eu tô ferrado”. É disso que se trata.

NO O ANTAGONISTA
Os "vermelhos entregam mais"
Brasil Sábado, 20.05.17 10:37
Em matéria de contrapartida a pagador de propina, o PT é mesmo insuperável.
Pergunte ao delator.
Em 2014, segundo o Radar da Veja, "um governador do PSDB foi pedir ajuda financeira à JBS e ouviu de Joesley que os 'vermelhos (PT) entregam mais que vocês, os azuis (PSDB)'. Saiu sem nada. Como se sabe, a empresa desabrochou no governo do PT".
Como se sabe, o Brasil apodreceu no governo do PT.
Gilmar e Aécio transcritos
Brasil 20.05.17 09:34
Eis a transcrição, segundo o G1, do telefonema no qual Aécio Neves pediu ajuda de Gilmar Mendes para convencer o senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) a votar a favor do projeto de lei que endurece as punições para autoridades que cometem "abusos".
Aécio Neves:: Oi, Gilmar. Alô.
Gilmar Mendes: Oi, tudo bem?
Aécio: Você sabe um telefonema que você poderia dar que me ajudaria na condução lá. Não sei como é sua relação com ele, mas ponderando... Enfim, ao final dizendo que me acompanhe lá, que era importante... Era o Flexa, viu? [Aécio se referia ao senador Flexa Ribeiro]
Gilmar: O Flexa, tá bom, eu falo com ele.
Aécio: Porque ele é o outro titular da comissão, somos três, sabe?... Né...
Gilmar: Tá bom, tá bom. Eu vou falar com ele. Eu falei... Eu falei com o Anastasia e falei com o Tasso... Tasso não é da comissão, mas o Anastasia... O Anastasia disse “Ah, tô tentando... [incompreensível]...” e...
Aécio: Dá uma palavrinha com o Flexa... A importância disso e no final dá sinal para ele porque ele não é muito assim... De entender a profundidade da coisa... Fala ó... Acompanha a posição do Aécio porque eu acho que é mais serena. Porque o que a gente pode fazer no limite? Apresenta um destaque para dar uma satisfação para a bancada e vota o texto... Que vota antes, entendeu?
Gilmar: Unhum.
Aécio: Destaque é destaque é destaque... Depois não vai ter voto, entendeu?
Gilmar: Unhum. Unhum.
Aécio: Pelo menos vota o texto e dá uma...
Gilmar: Unhum.
Aécio: Uma satisfação para a ban... Para não parecer que a bancada foi toda ela contrariada, entendeu?
Gilmar: Unhum.
Aécio: Se pudesse ligar para o Flexa aí e fala...
Gilmar: Eu falo pra com ele... E falo com ele... Eu ligo pra ele... Eu ligo pra ele agora.
Aécio: ...[incompreensível]... importante
Gilmar: Ligo pra ele agora.
Aécio: Um abraço.
"Logo em seguida, às 9h31, Aécio liga para o senador Flexa Ribeiro e mantém a seguinte conversa, que durou 45 segundos:"
Aécio Neves: Um amigo nosso em comum que você vai ver quem é... Está tentando te ligar... Aí você atende ele, tá? Um cara importante aí que você vai ver que é.
Flexa Ribeiro: Tá bom.
Aécio Neves:...[incompreensível]... no seu gabinete para fazer umas ponderações, aí você encontra comigo, tá bom?
Flexa Ribeiro:Tá ok então, um abraço.
Aécio Neves:...[incompreensível]... na CCJ.
Flexa Ribeiro: Então tá.
Exclusivo: Joesley tem gravação original de diálogo com Temer
Brasil 20.05.17 08:56
O Antagonista apurou que Joesley Batista tem a gravação original do diálogo criminoso que travou com Michel Temer na noite de 7 de março.
Mas, se houve mesmo edição, por que Temer simplesmente não vem a público contar o que foi editado de sua conversa?
Meirelles presidente é consenso em construção contra diretas
Brasil 20.05.17 08:50
A base aliada de Michel Temer, ou o que restou dela, busca uma saída negociada para evitar as eleições diretas desejadas por PT e Ronaldo Caiado.
Líderes de PSDB, PMDB e DEM articulam um nome de consenso, antecipado por O Antagonista, para uma eventual disputa indireta no Congresso, segundo o Estadão.
"Nas últimas horas, ganhou força o nome de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda de Temer, como uma alternativa viável para manter a base unida e a bandeira das reformas hasteada. Se Temer renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá 30 dias para convocar o pleito, que contará apenas com senadores e deputados no colégio eleitoral.
Principal aliado do governo, o PSDB ensaiou uma debandada após a divulgação do áudio da conversa entre o Joesley Batista, da JBS, e Michel Temer, mas recuou após um pedido de tempo para a construção de um consenso que evitasse a implosão da base e comprometesse as reformas."
A Lava Jato não escolhe partidos
Brasil 20.05.17 08:18
Assim como a JBS não escolhia partidos ao pagar propina, a Lava Jato não escolhe partidos ao investigar a corrupção.
A narrativa de Lula e seus asseclas foi para o espaço, como registra a Isto É.
"Desde o início da Lava Jato, há três anos, os petistas tentam emplacar uma narrativa não correspondente aos fatos: a de que a operação foi forjada para exterminar o PT e colocar atrás das grades o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impedindo-o de concorrer novamente à Presidência. Igualmente envolvidos em escândalos de corrupção, cabeças coroadas de PMDB e PSDB, segundo a mesma tese da vitimização, receberiam a condescendência de uma Justiça que se apresentaria de olhos vendados para suas práticas nada republicanas. Na última semana, prevaleceu na Lava Jato a chamada 'erga omnes', um latinismo utilizado no meio jurídico para designar que a lei e a Justiça valem para todos, sem distinção: o presidente da República, Michel Temer, do PMDB, e os tucanos Aécio Neves e José Serra – bem como os petistas Lula e Dilma, figuras carimbadas de outros escândalos – foram severamente atingidos pela delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da empresa global JBS."
A fragilidade da defesa de Temer
Brasil 20.05.17 08:05
Desde que o Apocalipse se abateu sobre Michel Temer, apenas três ministros de seus 28 vieram a público defendê-lo, contabiliza Guilherme Amado, no jornal O Globo.
O Antagonista entende, pois a popularidade do presidente no seu próprio governo já é de cerca de 10%, similar à dele entre a população.
A delação vai muito além do áudio
Brasil 20.05.17 07:44
Um perito judicial contratado pela Folha disse o seguinte sobre o áudio de Joesley com Michel Temer:
"É como um documento impresso que tem uma rasura ou uma parte adulterada. O conjunto pode até fazer sentido, mas ele facilmente seria rejeitado como prova."
Os trechos de supostos cortes apontados por Ricardo Caires dos Santos, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em princípio não mudam a sequência lógica do diálogo, mas obviamente servem para Temer posar de vítima de uma conspiração.
A PGR, no entanto, não viu qualquer indício de edição, segundo a Época, muito menos uma que resultasse na manipulação do teor da conversa.
"Dois procuradores que participam do caso avaliam, reservadamente, que os ataques eram previsíveis, diante da magnitude e do alcance da delação. Frisam que a delação vai muito além do áudio; há todo tipo de provas – inclusive comprovantes de pagamento de propina."
Foi o que comentamos em Reunião de Pauta.
"Estão desesperados, tentando desviar o foco das denúncias"
Brasil 20.05.17 07:36
Joesley Batista garantiu a um interlocutor na noite de sexta-feira que entregou à PGR a íntegra do áudio que gravou com Michel Temer.
O arquivo não sofreu qualquer edição, disse o empresário, segundo a Época.
"Estão desesperados, tentando desviar o foco das denúncias. Estamos falando do presidente da República e gente de todos os partidos."
Que o diga André Singer, o porta-voz de Lula.
O gravador de Joesley
Brasil 20.05.17 07:24
Joesley Batista, da JBS, usou um gravador especial para captar a conversa com Michel Temer, em março.
Segundo a Época, o aparelho "foi comprado para esse fim" e "passaria incólume por detectores de metais – Joesley temia ter que passar por um antes de falar com o presidente".
Mas a segurança do Jaburu para encontros clandestinos não é lá essas coisas.
Onyx Lorenzoni: "Tô assumindo aqui, como um homem tem que fazer"
Brasil 20.05.17 07:01
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) admitiu na sexta-feira (19) ter recebido R$ 100 mil de Caixa 2 da JBS para sua campanha em 2014.
O deputado disse que sua atitude "foi um erro".
"Recebi sim. R$ 100 mil. Está nas minhas anotações. (Recebi) através do [presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Carne Bovina, Antônio Jorge] Camardelli. Quero eximi-lo de qualquer responsabilidade. Ele prestou apenas um auxílio para que aquele recurso chegasse", disse Lorenzoni ao vivo na Rádio Gaúcha.
(...)
EXCLUSIVO: A OUTRA PEDALADA DE MANTEGA
Brasil 20.05.17 06:48
Joesley Batista disse que Guido Mantega, o ministro das pedaladas, mandou-o repassar 5 milhões de dólares em propinas para a empresa Pedala Equipamentos Esportivos, de vendas on-line.
Na verdade, deve se tratar da pedala.com.br, registrada em nome de Dannyel Filgueiras, sócio de Leonardo Vilardo Mantega na Epicom.
Leonardo Vilardo Mantega é filho de Guido Mantega.
A PGR tem de descobrir se Lula autorizou o saque em sua conta corrente da propina ou se Guido Mantega simplesmente roubou os 5 milhões de dólares do comandante máximo da ORCRIM.
Releia o que publicamos um ano atrás:
O Brasil continua a ser maior do que qualquer ladrão
Brasil Sexta-feira, 19.05.17 23:16
Ladrão petista não pode ser presidente da República.
Ladrão peemedebista não pode ser presidente da República.
Ladrão tucano não pode ser presidente da República.
Irresponsável é quem acha que há bons ladrões e maus ladrões.
Ladrão é ladrão. E o Brasil continua a ser maior do que qualquer ladrão.
LENIÊNCIA SEM ACORDO
Brasil 19.05.17 23:15
O Antagonista soube que o MPF e a JBS não chegaram a um acordo na negociação da leniência. O MPF cobrou R$ 11 bilhões de multa, mas o grupo ofereceu apenas R$ 1,4 bilhão.
Por enquanto, não está bom para nenhuma das partes.
JBS: Temer ficou com 1 milhão da conta da propina do PT
Brasil 19.05.17 19:45
Ricardo Saud contou à PGR que, na campanha de 2014, Michel Temer pediu 15 milhões de reais para a campanha de aliados seus.
De acordo com Saud, desses 15 milhões, Temer ficou com 1 milhão para si próprio.
O dinheiro saiu da "conta corrente" da JBS com o PT, que totalizava 150 milhões de dólares -- ou 300 milhões de reais, ao câmbio da época.
Os governadores da JBS
Brasil 19.05.17 19:12
Os governadores citados nas delações da JBS são:
- Fernando Pimentel (PT), de Minas Gerais -- acusado de ter recebido 3,6 milhões de reais quando ministro de Dilma Rousseff.
- Reinaldo Azambuja (PSDB), do Mato Grosso Sul -- acusado de ter recebido 150 milhões como contrapartida a benefícios fiscais recebidos pelo grupo empresarial.
- Robinson Faria (PSD), do Rio Grande do Norte -- acusado de ter recebido junto com seu filho, o deputado Fábio Faria, 5 milhões de reais em troca da privatização da companhia de água e esgoto do Estado.
- Raimundo Colombo (PSD), de Santa Catarina -- acusado de ter recebido 10 milhões de reais em troca de favorecimento na licitação na companhia de água e esgoto do Estado.
Também são citados como recebedores de propina os ex-governadores Cid Gomes (Ceará), Sérgio Cabral (Rio de Janeiro) e Silval Barbosa (Mato Grosso).
Wesley: Cid Gomes cobrou 20 milhões de reais para petista no Ceará
Brasil 19.05.17 17:44
Wesley Batista afirmou em sua delação que Cid Gomes cobrou 20 milhões de reais em propina para a campanha do atual governador do Ceará, o petista Camilo Santana.
O dinheiro, segundo ele, foi repassado por meio do secretário Arialdo Pinho e do então deputado federal Antônio Balman.





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