PRIMEIRA EDIÇÃO DE 14-01-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 14 DE JANEIRO DE 2017
O orçamento da Justiça do Trabalho previsto para 2017 é de R$ 20,13 bilhões. O valor é superior até à soma de outras esferas da Justiça brasileira: os custos do Supremo Tribunal Federal (R$ 686 milhões), Superior Tribunal de Justiça (R$ 1,41 bilhão), Justiça Federal (R$ 11,58 bilhões) e Justiça Militar (R$ 530 milhões) somados não alcançam o valor do orçamento da Justiça do Trabalho. A Justiça Eleitoral (R$ 7,73 bilhões) e a Justiça do DF (R$ 2,2 bilhões) também passam longe.
O artigo 57 da Constituição proíbe candidatura à reeleição na mesma Legislatura. Mas Maia alega ter sido eleito para mandato-tampão.
Aliados defendem a candidatura a Senador do ex-Presidente José Sarney (PMDB), em 2018. Pesquisa realizada no Amapá mostra que o peemedebista tem 64% das intenções de voto para voltar ao Senado.
O líder do Governo Romero Jucá (PMDB) é senador por Roraima, mas no caso dos 31 presos esquartejados em seu Estado, com o perdão do trocadilho, ele se fingiu de morto. E viajou com a família para Disney.
Leitora teve consulta com especialista otorrinolaringologista confirmada para a próxima sexta-feira (20), em Brasília. O único problema é que o pedido da consulta foi feito à Secretaria de Saúde em 2012.
...na pátria da hipocrisia, corrupto exige indenização de quem o denuncia e o Estado indeniza famílias de criminosos e não famílias das vitimas.

NO DIÁRIO DO PODER
TODO MUNDO QUER ACORDO
LAVA A JATO TEM FILA DE ESPERA POR DELAÇÃO PREMIADA EM 2017
ENTRE CANDIDATOS A ACORDO ESTÃO RENATO DUQUE E JOÃO SANTANA
Publicado: sexta-feira,13 de janeiro de 2017 às 11:36 - Atualizado às 13:01
Redação
Uma fila de candidatos a delatores aguarda a oficialização dos acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Todas as tratativas para novos acordos de colaboração premiada estão suspensas, desde dezembro.
A lista de candidatos a delator que já iniciaram conversas com advogados reúne o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, o marqueteiro do PT João Santana, o lobista Adir Assad, executivos das empreiteiras Mendes Júnior, Galvão Engenharia, Delta e EIT.
São acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que buscam uma redução de pena, nos processos do Juiz Federal Sérgio Moro, em Curitiba – onde estão os casos de alvos sem foro privilegiado. Candidatos a virarem réus-confessos e colaboradores das investigações, em troca do benefício.
O PT é um dos principais alvos de dois candidatos a delatores da fila: o casal João Santana e Mônica Moura e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque.
Responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, Santana e Mônica foram presos em fevereiro do ano passado. Negociam uma delação desde julho, sem acordo com a força-tarefa.
Duque está preso desde abril de 2015. É sua terceira tentativa de um acordo com o Ministério Público. O ex-diretor, que foi indicado e era sustentado pelo PT no cargo, entre 2003 e 2012, promete falar do suposto envolvimento de Lula no esquema de corrupção na estatal.
Novos acordos
Os acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e a força-tarefa da Lava Jato, em dezembro, é o último de uma lista de 71 contratos fechados pelo Ministério Público Federal, em Curitiba – origem das investigações.
Investigadores ouvidos pela reportagem disseram, em reservado, que a delação da Odebrecht deve gerar um efeito multiplicador nas delações de empreiteiras. As revelações devem atingir negócios que envolvem outros grupos empresariais, que ficarão obrigados a confessarem seus envolvimentos, acreditam.
Além de gerar um “recall” das delações premiadas já fechadas com executivos das Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
CID GOMES VIRA RÉU POR FRAUDE EM EMPRÉSTIMOS DO BANCO DO NORDESTE
PROCESSO VAI TRAMITAR NA 10ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DO CEARÁ
Publicado: sexta-feira,13 de janeiro de 2017 às 20:33 - Atualizado às 00:45
Redação
A Justiça Federal aceitou uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-Governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), por improbidade administrativa.
Além de Cid também foram denunciados o seu ex-assessor, Ricardo Sérgio Farias Nogueira, o “Cunhado”, e a empresa Corte Oito Gestão e Empreendimento Ltda,, na qual os dois são sócios, além de outras seis pessoas. Os réus são acusados de envolvimento em irregularidade na concessão de empréstimo pelo Banco do Nordeste (BNB) para empresa de Cid Gomes, em 2014, quando ele era o Governador do Estado.
No comando do Palácio da Abolição, Cid negociou com o empresário Walter Farias, do Grupo Petrópolis, e construiu na cidade de Sobral um galpão que seria alugado pela cervejaria Itaipava. Em troca, Cid recebeu um empréstimo de R$ 1,3 milhão para a obra, sem oferecer nenhuma garantia para o BNB, e tendo fraudado prazos, segundo constatou a Justiça Federal.
Alguns pontos chamaram a atenção do MPF, como a velocidade da aprovação do empréstimo, mesmo sem apresentação de nenhum tipo de faturamento e nem balanços da empresa. Os juros aplicados sobre a transação, que foram de 6,8%, bem abaixo do mercado financeiro. Além do prazo de 18 meses para amortização da dívida.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), o empréstimo foi concedido desrespeitando as regras para as operações financeiras com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Também foram constatadas falhas no controle interno do BNB e o superdimensionamento do faturamento da empresa.
O processo vai tramitar na 10ª Vara da Justiça Federal do Ceará. Se Cid Gomes for condenado, poderá cumprir a pena na cadeia.

ERRO DO COAF
JUSTIÇA FEDERAL BLOQUEIA R$ 385 MIL DE SÉRGIO CABRAL EM FUNDO DE INVESTIMENTO
COAF HAVIA DIVULGADO ERRONEAMENTE O VALOR A SER BLOQUEADO DE R$ 38,5 MILHÕES
Publicado: sexta-feira,13 de janeiro de 2017 às 18:54 - Atualizado às 19:22
Redação
Nesta sexta-feira (13), o Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro determinou o bloqueio do dinheiro do ex-Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), em uma conta de fundo de investimento da instituição financeira Bem DTVM, vinculada ao banco Bradesco.
Inicialmente, por um erro do Conselho de controles de Atividades Financeiras (Coaf) foi bloqueado o valor de R$ 38,5 milhões. Entretanto, Cabral não é o único cotista do fundo, por isso, na realidade o valor bloqueado deve ser de R$ 385 mil.
Essa quantia era desconhecida até o momento. Bretas determinou que o dinheiro fique bloqueado porque o montante retido no processo não atingiu o valor de R$ 224 milhões, determinado anteriormente.
Sérgio Cabral está preso desde novembro durante a Operação Calicute da Polícia Federal. O ex-Governador e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo são acusados de ter obtido propinas, no valor estimado em R$ 224 milhões, em concessões de obras públicas no Estado. Entre elas estão à reforma do Maracanã para a Copa de 2014, a construção do Arco Metropolitano e o PAC Favela.
O ex-Governador continua preso no presídio de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

HÓSPEDE INDIGESTO
Sábado, 14 de janeiro de 2017
Mocidade era figura folclórica na Paraíba dos anos 1960. Não tinha emprego, mas andava bem vestido graças à generosidade de pessoas como o Governador João Agripino, que até permitiu que ele morasse no palácio. Mas Mocidade adorava atacar o Governador e pregava a invasão do palácio para “derrubar o Governo!” Agripino soube e o chamou para almoçar:
- Mocidade, quem lhe dá quarto e comida?
- O senhor.
- Como, então, você convoca uma multidão para derrubar o Governador?
Mocidade respondeu com o garfo suspenso na altura do queixo:
- Governo tem que se lascar, existe para ser derrubado...

NO BLOG DO JOSIAS DE SOUZA
Josias de Souza
Sábado,14/01/2017 04:30
Dentro de seis dias, o PT deve deflagrar uma cruzada por eleições diretas e lançar a re-re-recandidatura de Lula. Numa reunião do diretório nacional do partido, o pajé do petismo aceitará o sacrifício de retornar ao Planalto para salvar o País. Não é propriamente um projeto político. Trata-se de uma aposta no poder de sedução do cinismo.
Só há uma coisa pior do que o antipetismo primário. É o pró-petismo inocente, que engole todas as presunções de Lula a seu próprio respeito. Isso inclui aceitar a tese segundo a qual o xamã da tribo petista veio ao mundo para desempenhar uma missão que, por ser divina, é indiscutível.
Todos os líderes políticos cultivam a fantasia da excepcionalidade. Mas nunca antes na História deste País surgiu um personagem como Lula. Dotado de uma inédita ambição de personificar a moral, acha que sua noção de superioridade anistia os seus crimes. E avalia que seu destino evangelizador o dispensa de dar explicações.
Não é a hipocrisia de Lula que assusta. A hipocrisia pelo menos é uma estratégia compreensível para alguém que é réu em cinco inquéritos e convive com o risco real de ser preso. Melhor ir em cana fazendo pose de presidenciável perseguido do que amargando a fama de corrupto.
O que espanta é perceber que, em certos momentos, Lula parece acreditar de verdade que sua missão sublime no Planeta lhe dá o direito de cometer atentados em série contra a inteligência alheia. Desprezadas a lógica e as evidências, sobram o cinismo e a licença dada por Lula a si mesmo para tratar os brasileiros como idiotas. Mesmo sabendo que já não encontra tanto material.

Temer posa de São Jorge, mas Lava Jato esclarece que ele casou com o dragão
Josias de Souza
Sexta-feira,13/01/2017 20:01
Num instante em que Michel Temer celebrava a queda da inflação e a perspectiva de eleger dois aliados para as Presidências da Câmara e do Senado, a Lava a Jato acomodou na porta do Palácio do Planalto mais um de seus filhotes tóxicos — uma investigação sobre um esquema que ajeitava empréstimos da Caixa Econômica para empresas em troca de propinas. No centro do novo escândalo estão personagens ligadíssimos a Michel Temer. Entre eles Geddel Vieira Lima, Ministro até outro dia, e o ex-todo-poderoso Eduardo Cunha.
Cada vez que um pedaço da Lava a Jato desaba nas proximidades de Temer, o brasileiro tem uma incômoda sensação de continuísmo. Governar é como desenhar sem borracha. E o PMDB de Temer é coautor do borrão que Lula, Dilma e o PT produziram. Por mais que se esforce, o brasileiro não consegue enxergar em Temer um bom exemplo. Vê, no máximo, um bom aviso.
A nova operação policial chega num instante em que o Governo se prepara para enfrentar no Congresso a dura batalha da reforma da Previdência. E ainda está por vir a homologação das delações da Odebrecht, que alcançam o próprio Temer. Limpo, o Governo teria dificuldades para emplacar o necessário aperto previdenciário. Sujo, nem se fala. Temer tenta se comportar como um São Jorge que veio salvar a República. Mas a Lava a Jato insiste em avisar que São Jorge está casado com o dragão.

Procurador cita Temer em petição do caso Caixa
Josias de Souza
Sexta-feira,13/01/2017 15:22
Em petição sigilosa sobre o escândalo que envolve a Caixa Econômica Federal, o Procurador da República, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes cita o nome de Michel Temer. Datado de 19 de dezembro de 2016, o documento tem 14 páginas. A íntegra pode ser lida aqui. A peça foi endereçada ao Juiz Federal Vallysnei de Souza Oliveira. Contém pedidos de diligências e providências relacionadas à investigação. A menção ao Presidente da República consta do primeiro parágrafo da página 3 (veja reprodução abaixo”.

Reprodução

Reprodução
O Procurador não associou Temer diretamente a nenhuma ilegalidade. Mencionou-o num contexto nebuloso, em que tratava de operações suspeitas atribuídas a Geddel Vieira Lima na época em que ocupava cargo de confiança na Caixa Econômica Federal, no Governo Dilma Rousseff. O Procurador anotou a certa altura: “…outras empresas vinculadas à família Constantino negociavam a obtenção de recursos na Vice-Presidência de Pessoas Jurídicas da CEF, área de Geddel Quadros Vieira Lima, com a atuação de Eduardo Cunha…”
Evocando mensagens extraídas de um celular de Eduardo Cunha, apreendido numa batida policial da Operação Lava a Jato na casa do ex-Deputado, em 15 de dezembro de 2015, o Procurador reproduziu trecho de um documento da Polícia Federal (Relatório de Análise de Material Apreendido no 114/2016). Diz o seguinte: “69. Outra novidade dentro desta análise é a referência ao indivíduo ‘desirre’, que seria Roberto Derziê de Sant'Anna, o qual, conforme a imprensa, seria pessoa ligada ao atual Presidente MICHEL TEMER e, à época dos fatos, exercia o cargo de Diretor-Executivo de Pessoa Jurídica da CEF.”
Funcionário de carreira da Caixa, Roberto Derziê , de fato, é ligado a Michel Temer. Em junho de 2015, quando Dilma Rousseff delegou a Temer a coordenação política do seu Governo, o então Vice-Presidente da República requisitou Derziê para responder pela Secretaria-Executiva da Secretaria de Relações Institucionais, no Planalto. Em outubro de 2015, a pedido de Temer, Derziê foi devolvido à Caixa. Dilma acomodou-o no cargo de Vice-Presidente de Riscos da instituição.
Seis meses depois, em 31 de março de 2016, Dilma exonerou Roberto Derziê do cargo de Vice-Presidente da Caixa. Nada a ver com suspeitas de irregularidades. Foi uma resposta direta a Temer, adotada em reação à decisão do PMDB de romper com o Governo do PT. Uma decisão que abriu uma crise política que desaguou no impeachment de Dilma e na consequente conversão de Temer em Presidente.
Afora esta citação, o Procurador Anselmo Lopes não voltou a mencionar o nome de Temer. Procuradores que atuam na Primeira Instância não têm poderes para investigar parlamentares, ministros e o Presidente da República. Iniciada numa fase em que Geddel ainda era Ministro, coordenador político de Temer, o inquérito sobre a Caixa corria no Supremo Tribunal Federal. Mas foi remetido para o Primeiro Grau depois que Geddel deixou o Planalto.
Econômico nas palavras dedicadas a Temer, o Procurador foi expansivo nas considerações sobre Geddel, Eduardo Cunha, o ex-Vice-Presidente de Loterias, Fábio Cleto (hoje delator da Lava Jato) e o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, apresentado no inquérito como operador financeiro da “organização criminosa.”
Diz o documento da Procuradoria: “Todos os elementos até aqui apresentados demonstram uma sistemática ilícita para obtenção de recursos junto à CEF contando com a participação ativa do atual Secretário de Governo, Geddel Quadros Vieira Lima, quando este ainda era Vice-Presidente de Pessoa Jurídica da CEF, bem como de Eduardo Cunha, e ainda do então Vice-Presidente de Fundos de Governo e Loterias, Fabio Ferreira Cleto, além do operador Lucio Bolonha Funaro.
O texto acrescenta: “Os indícios apontam para a corrupção passiva de Geddel Quadros Vieira Lima, posto que, valendo-se seu cargo de Vice-Presidente de Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal, agia internamente, de forma orquestrada, para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para os outros membros da quadrilha que integrava…”
O Juiz Vallysnei de Souza Oliveira deferiu todas as diligências requeridas pela Polícia Federal, com o endosso do Ministério Público Federal: batidas de busca e apreensão e quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático. Pressionando aqui, você chega à íntegra do despacho do Magistrado.

NO BLOG ALERTA TOTAL

Sábado, 14 de janeiro de 2017
Adivinhe quem vem para roubar mais ainda?

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Batman... Santa inflação nos aparelhos repressivos financeiros estatais! Informações erradas, transformadas em “provas” pelo Ministério Público, podem não só levar magistrados a cometerem injustiças em suas decisões, como também podem beneficiar réus na contestação de sentenças, desmoralizando a condução de processos de grande repercussão midiática. Os equívocos saem mais caros quando fica evidente o nada democrático “rigor seletivo”, para perseguir e punir quem interessa, e poupar quem for conveniente...
Órgãos de fiscalização estatais como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) precisam tomar cuidado com a Matemática. Ontem, se descobriu um erro que colocou dois zeros a mais no fundo da Vinci Partners custodiado pela Bem DTVM, empresa do grupo Bradesco. Preso desde 17 de novembro pela Operação Calicute, Cabralzinho teve sua grana bloqueada pelo Juiz Marcelo da Costa Bretãs, da 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro, porque o Ministério Público Federal (baseado no COAF) informou que ele teria R$ 38 milhões 527 mil 157 reais aplicados. Na verdade, o valor correto é R$ 385.271,57. Cabral teria movimentado uns R$ 2 milhões entre depósitos e retiradas.
O “erro” contra Cabral chama atenção para todo cuidado que precisa ser tomado com informações “oficiais” ou não que terminam transformadas em “provas” para denúncia e pedido de condenação. Também deveria ser tomado todo cuidado possível na divulgação de tais fatos, seja no formato de legítimas entrevistas coletivas ou no perigoso e nem sempre legítimo “vazamento”. As super-bancas de advocacia estão super-atentas para as mínimas falhas que o Ministério Público ou Judiciário cometam.
Os corruptos, ainda bem, também erram... A revelação sobre o “pacto de amizade e aliança” entre Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha retrata apenas um pequeno exemplo de como a politicagem tira vantagens indevidas ou ilícitas do patrimônio público. É fundamental que a sociedade brasileira observe como se desenvolverá a mega-privatização do setor de saneamento em oito Estados da Federação. Nestes negócios bilionários, é previsível a atuação intensa de muitos “laranjas” de políticos e muitos investidores de “fundos abutres” (onde políticos corruptos adoram aplicar a grana que roubaram).
O Alerta Total insiste: o Caso Cabral, o Caso Cunha e tantos outros de acumulação milionária de dinheiro, provavelmente por corrupção, deveriam servir para chamar a atenção para um fato objetivo: De que forma o Sistema Financeiro comete crimes de omissão ou colaboração com os promotores da corrupção sistêmica? Até agora, concretamente, a Lava a Jato e outras operações afins apenas mexeram com empresários, empreiteiros e alguns políticos. A turma da banca continua poupada... Até quando? Eis a questão que merece resposta imediata.
A regra é clara e vale para os crimes de corrupção política ou para a lavagem/esquentação de grana do tráfico de drogas, armas ou gente: as facções criminosas não poderiam movimentar tanto dinheiro (milhões ou bilhões), sem a colaboração ou conivência no Sistema Financeiro – que supostamente é hiper-fiscalizado por BC, Receita Federal, COAF, CVM, pelos auditores/controladores das empresas financeiras e até pelo Ministério Público, quando recebe autorização judicial. Por isso, não dá para acreditar na incompetência de um aparelho de repressão financeira tão azeitado quanto o brasileiro – certamente o mais informatizado do mundo.
Apesar da Lava a Jato e de outras investigações, a máquina de roubalheira continua operando a todo vapor e se reinventando no Brasil. Se a estrutura não for mudada, a corrupção sistêmica continuará em vigor. Ou seja, sem Intervenção Constitucional, não existe solução...
(...)

NO O ANTAGONISTA
A parceria petista
Brasil Sábado,14.01.17 12:15
Em 2010, a Camargo Corrêa queria vender sua participação na holding do Banco Itaú, mas não encontrava comprador.
Com boas conexões com os poderosos petistas, a família Camargo sugeriu ao governo que um fundo de pensão fosse usado para resolver o problema, diz a reportagem da Veja.
A Petros, da Petrobras, foi a escolhida: pagou R$ 3 bilhões; a construtora doou R$ 8,5 milhões para a campanha de Dilma.
O primeiro escalão na Camargo Corrêa
Brasil 14.01.17 11:42
O "recall" da delação da Camargo Corrêa é uma oportunidade para relembrar alguns achados da Operação Castelo de Areia, como os valores pagos ilegalmente a políticos que hoje estão no primeiro escalão do Governo.
Michel Temer teria recebido em dólares: 345 mil; Mendonça Filho e Gilberto Kassab, em reais: 100 mil e 1 milhão, respectivamente.
Um esquecimento milionário
Brasil 14.01.17 11:32
A delação da Camargo Corrêa voltou à mesa da Lava a Jato porque, ao firmar um acordo de leniência e duas delações na Lava a Jato, em 2015, seus executivos se "esqueceram" de alguns crimes, diz a Veja.
Entre as omissões, está a propina paga na construção de dez navios para a Transpetro: só um deles custou R$ 2,7 bilhões e rendeu R$ 27 milhões para os agentes públicos envolvidos.
Intentona comunista
Brasil 14.01.17 11:16
Rodrigo Maia vai procurar Lula para pedir apoio do PT na disputa pelo comando da Câmara, disse Andréia Sadi, da GloboNews.
O Antagonista foi informado de que o conluio está sendo tramado pelos comunistas Aldo Rebelo e Orlando Silva.
Vai sobrar para a Justiça
Brasil 14.01.17 11:07
Ao investir na nova delação da Camargo Corrêa, a força-tarefa da Lava a Jato pode ir até o fim na investigação iniciada pela Operação Castelo de Areia e interrompida pela Justiça, em 2009.
Pode ainda, segundo a Veja, revelar que não foram só políticos que receberam propina: a construtora teria dado mais alguns milhões para conseguir anular a apuração no STJ.
Isolem Dirceu
Brasil 14.01.17 09:18
João Vaccari Neto quer delatar, mas é impedido por José Dirceu, segundo O Globo.
Que tal isolar José Dirceu num presídio de segurança máxima?
Geddel, ou Ivani para os da casa
Brasil 14.01.17 08:26
De acordo com o Estadão, "Geddel Vieira Lima mantém sua influência no núcleo duro do Palácio do Planalto, atua nos bastidores e faz contato frequente com os principais integrantes da cúpula do Governo. Toda a estrutura montada por Geddel no governo Michel Temer foi mantida, apesar de sua demissão, em novembro passado".
Braço direito de Geddel, a Secretária-Executiva, Ivani dos Santos é quem toca o dia a dia da Secretaria do Governo, segundo o Governo.
Leniência: Governo agora quer TCU e MPF
Brasil 14.01.17 08:03
A coluna Painel da Folha informa que o Governo agora quer incluir o TCU e o MPF nos acordos de leniência com as empreiteiras do Petrolão.
Desde o início deste site, temos denunciado que, sem TCU e MPF, tais acordos são simplesmente espúrios.
Duzentos por dois
Brasil 14.01.17 07:43
Mais de duzentos políticos deverão ser implicados pela nova delação da Camargo Corrêa.
Se derrubar apenas dois, Renan Calheiros e Romero Jucá, já será magnífico.
Confusão olímpica
Brasil Sexta-feira,13.01.17 20:09
A Olimpíada do Cocô ficou para trás, junto com 2016, mas suas dívidas não. A concessionária que administra o Galeão cobra R$ 4,3 milhões do Comitê Rio-2016.
A dívida se refere a serviços prestados ao Comitê e a danos nas estruturas do aeroporto durante o evento.
Segundo o Estadão, o Rio-2016 “contesta com veemência” a cobrança e diz que, na verdade, é o contrário: o Galeão lhe deveria cerca de R$ 300 mil.
A entrevista de ​Dilma com um candidato à diretoria da ANP
Brasil 13.01.17 19:37
O diálogo a seguir ocorreu entre Dilma Rousseff e um ex-funcionário da Petrobras. Ela ainda era Ministra de Minas e Energia e ele já ex-empregado da estatal. A conversa foi reconstituída a partir do relato do candidato, não sendo totalmente exata na forma, mas totalmente fiel ao conteúdo. O significado das ideias discutidas no episódio foi cuidadosamente verificado pelo Antagonista com o petroleiro. Acompanhe:
Dilma: Fulano, você sabe que estou avaliando candidatos para preencher a diretoria da ANP, e o seu nome apareceu quando consultei o pessoal da Petrobras e da indústria.
Candidato: É uma honra saber que fui lembrado para uma posição como essa, Ministra. Mas acho que tenho poucas chances de se ser escolhido.
Dilma: Por que, Fulano? Tive muito boas referências a seu respeito.
Candidato: Obrigado, Ministra. Mas, para ser sincero, eu não aceitaria uma diretoria que não fosse a diretoria-geral. Não tome como arrogância da minha parte. Eu posso explicar o porquê.
Dilma: Então explique-se, por favor (o petroleiro afirmou que Dilma foi muito educada e amistosa durante toda a conversa).
Candidato: É que eu acho que está tudo – quero dizer, quase tudo – errado na ANP. Eu só entraria lá, se tivesse poder para arrumar o que considero errado. Para isso, teria de ser diretor-geral.
Dilma: Entendo, entendo. Mas eu concordo com você. Também acho que tem muita coisa errada por lá.
Candidato: Mas, fora isso, Ministra, eu jamais passaria pela sabatina do Senado.
Dilma: Como assim, não passaria?
Candidato: É que na década de 90, fazia parte da diretoria da Petroquisa (subsidiária que administrava as participações da Petrobras em petroquímicas) que processou o Renan Calheiros pela atuação dele como Vice-Presidente da empresa. Não sei se a Senhora sabe, mas ele ocupou a vaga por indicação política, obviamente. Isso era comum acontecer com as subsidiárias do Sistema Petrobras.
Dilma: Processou o Renan? hahahahah. Muito bom! Mas, pensando bem, você tem razão. Seria difícil seu nome passar no Senado. De qualquer forma, vou estudar o seu caso. Muito obrigada. Foi um prazer conhecê-lo.
Dilma nunca mais entrou em contato com o candidato.

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