DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
03 DE JULHO DE 2015
A área técnica do Tribunal de Contas da União ingressou com medida cautelar para obrigar o governo Dilma a interromper imediatamente as “pedaladas fiscais”, que continuam acontecendo apesar do processo iniciado em 2014 no próprio TCU contra esse crime previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. A turma de Dilma brinca com fogo: estima-se em R$ 40 bilhões o impacto dessa manobra nas contas do governo.
O Tesouro segurou repasses e os benefícios sociais foram pagos pela Caixa e Banco do Brasil, caracterizando empréstimo ilegal ao governo.
Outro papel das pedaladas é reduzir artificialmente o déficit do governo. O TCU já decidiu que houve crime e apontou 17 autoridades suspeitas.
Ministros do TCU acham um deboche do governo seguir com a prática delituosa de pedaladas em 2015 apesar do processo aberto no tribunal.
O procurador Rodrigo Janot recebeu representação da oposição há 40 dias, contra Dilma, por crime financeiro. Mas ainda não se pronunciou.
O deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) é o relator do novo Marco Regulatório da Mineração, em discussão na Câmara dos Deputados, apesar de sua campanha ter sido financiada por empresas do setor de mineração. Da receita de R$ 4,9 milhões de sua campanha de 2014, R$ 2,1 milhões têm mineradoras como origem. Procurado com insistência para explicar suas razões, Quintão não se deixou localizar.
A ligação do deputado Leonardo Quintão com o setor minerador é até familiar: seu irmão Rodrigo é dono de uma mina e administra outra.
Leonardo Quintão tem ambições no setor. Até indicou o atual diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Celso Garcia.
Nascido em Taguatinga (DF), Quintão iniciou como vereador e quase foi eleito prefeito de BH em 2008: teve mais de meio milhão de votos.
Ao reconhecer a instalação de escuta ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef, o agente da Polícia Federal que depôs ontem na CPI da Petrobras deu fôlego aos advogados dos acusados da Lava Jato. Devem tentar anular o processo, como na Operação Satiagraha.
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, considera caso “gravíssimo” a escuta ilegal na cela de Youssef. Mas só poderá opinar com propriedade após a leitura do depoimento do agente da PF.
O PSDB vai usar a convenção do partido, neste domingo (5), para unificar discurso pregando a renúncia da presidente Dilma. A bandeira do impeachment ainda não é unanimidade no partido.
O Planalto acha que foi recado do próprio Michel Temer a defesa que fez o deputado Eduardo Cunha da saída do vice da articulação política. É que Dilma não honra os compromissos que Temer assume em nome do governo, e ele ainda tem Aloizio Mercadante sabotando o trabalho.
Esbravejando contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara, os adversários ajudam a inflar o prestígio dele, que virou herói para 87% dos brasileiros que defendem a redução da maioridade penal.
Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR), do PMDB, causaram espanto na Comissão de Relações Exteriores do Senado pela entusiástica apologia ao mais “bolivarianista” dos diplomatas, Antônio Simões, indicado pelo aspone Top-Top para embaixada do Brasil em Madri.
Enquanto nos EUA Dilma fazia declarações peremptórias do tipo “eu agaranto”, 630 mil trabalhadores da construção civil não conseguiam garantir o emprego. É o exato número de desempregados no setor.
Cartazes apócrifos espalhados por Brasília acusam FHC, o “marechal tucano”, de mandar sangrar Dilma para “matar Lula”, além de acusar o ex-tesoureiro tucano Márcio Fortes de envolvimento no Swissleaks.
Não seria o melhor momento para uma debandada, agora que a crise retorna de sua viagem aos Estados Unidos?

NO DIÁRIO DO PODER
O REI DO TAPETÃO É CANDIDATO
Por Carlos Chagas
Mais chocante do que o golpe do deputado Eduardo Cunha, fazendo aprovar na madrugada seguinte o que havia sido rejeitado na anterior, é a inexplicável mudança de posição de vinte deputados. Na véspera, eles haviam votado contra a redução da maioridade penal para 16 anos. No dia seguinte, votaram a favor.
Só quem não muda são os tolos, diz o refrão, mas outros motivos existiram para a transformação de Suas Excelências em birutas de aeroporto. Em 24 horas parece difícil passar de um extremo a outro, a não ser...
A não ser que o presidente da Câmara se tenha valido de argumentos pouco ortodoxos para providenciar as alterações de voto. Pressionar com truculência não é do estilo do deputado. Sendo assim, terá prometido benesses e favores aos colegas. Como por exemplo um futuro condomínio no poder maior.
Frente ao artifício regimental utilizado para reverter o resultado anterior levantou-se a dúvida sobre o comportamento dos vinte deputados. Quarta-feira (1º), por volta de uma hora da manhã, negaram a redução da maioridade. Vinte e quatro horas depois, aprovaram. Importa menos se do novo texto foi excluído o tráfico de drogas e o roubo com violência. Afinal, o que se desejava mesmo era punir atentados contra a vida por parte de menores entre 16 e 18 anos.
Ficou claro, na segunda sessão, que Eduardo Cunha não ganhou no berro, mas no jeitinho. Demonstrou que acima da lógica predominam fatores esotéricos. Afirmou-se como o rei do tapetão. Sua vontade vale mais do que a lei.
A pergunta que fica é porque tanto empenho em dobrar a espinha dorsal da Câmara, e a resposta começa a se delinear: o homem é candidato a presidente da República no longínquo 2018. Não lhe basta a afirmação do poder parlamentar sobre o palácio do Planalto. É necessário que não perca qualquer embate, nem no “cara” ou “coroa”, como comentou logo após a vitória. De tabela, infligiu outra derrota ao PT.
A FINALIDADE DA PENA
Em meio a explosões emocionais a respeito das condenações que mereceriam jovens entre 16 e 18 anos autores de crimes hediondos, emerge questão mais profunda: a finalidade da pena é reparar o passado ou preservar o futuro? Punir ou recuperar?
Quem quiser que responda, mas vem de tempos imemoriais a discussão. Melhor seria, como nos tempos da loteria esportiva, marcar coluna do meio...

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
03/07/2015 às 1:45 \ Opinião
Publicado na edição impressa de VEJA
J. R. GUZZO
O líder político mais poderoso do Brasil do século XXI, capaz de ganhar quatro eleições presidenciais em seguida e de se dar muitíssimo bem em praticamente tudo o que quis nos últimos anos, entrou de uma vez por todas num mato fechado. Vai sair, como sempre conseguiu até hoje? Há muito tempo o ex-presidente Lula acostumou-se a saborear o que já foi definido como uma das melhores sensações que um ser humano pode ter: a de atirarem nele e errarem o alvo. Com base no retrospecto, ele espera que sua vida continue assim — mas vivemos um momento em que estão acontecendo coisas que nunca aconteceram antes, e em que se confirma a velha máxima segundo a qual algo só é impossível até tornar-se possível.
O último exemplo a respeito é o terremoto causado pela prisão do empresário Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira de obras públicas do Brasil e empresa-símbolo das relações íntimas de Lula com os colossos do capitalismo nacional que recebem bilhões de reais em encomendas do governo. Era rigorosamente inacreditável que um homem desses pudesse ser encarcerado; nunca tinha acontecido antes, e talvez nunca mais volte a acontecer. Quem seria capaz de imaginar uma coisa dessas em nosso Brasil brasileiro? É como se tivessem prendido o papa Francisco. Mas aí está: aconteceu. Lula, de repente, percebe que não pode contar mais com o impossível.» Clique para continuar lendo


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
03/07/2015 às 5:15
Uma reportagem da revista VEJA, no ano passado, informou que o PT havia pedido ajuda a Alberto Youssef para repatriar R$ 20 milhões para a campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Vale dizer: dinheiro ilícito e sujo teria sido remetido ao exterior e precisava voltar ao país, em reais. Essa era uma das especialidades do doleiro. Nesta sexta, reportagem de Andréia Sadi e Gabriel Mascarenhas, na Folha, informa que Youssef fez a mesma afirmação em depoimento à Justiça Eleitoral, que apura o uso de recursos irregulares na campanha do PT. A afirmação tem uma gravidade óbvia e outra que a muitos pode escapar.
Segundo Youssef contou ao tribunal, ele foi procurado no começo do ano passado para realizar a operação, mas não teve tempo porque foi preso em março. Ele diz não saber se outra pessoa cumpriu a, vamos dizer, missão.
O depoimento, informa a Folha, foi prestado no dia 9 de junho, em Curitiba, onde ele está preso. O doleiro contou que foi procurado por um homem chamado Felipe, que lhe indagou se ele tinha como repatriar a soma. Ele afirmou que sim.
Contou: “Olha, uma pessoa de nome Felipe me procurou para trazer um dinheiro de fora e depois não me procurou mais. Aí aconteceu a questão da prisão, e eu nunca mais o vi”. Youssef afirmou que Felipe lhe fora apresentado por um amigo chamado Charles e que o pai do rapaz tinha uma empreiteira, cujo nome ele disse não lembrar.
Também Paulo Roberto depôs à Justiça Eleitoral. Confirmou ter ido ao casamento da filha de Dilma, em 2008, três anos antes de esta se tornar presidente, porque foi convidado. Disse, obviamente, que ninguém ocupa o cargo de diretor da Petrobras se não tiver a confiança do chefe do Executivo e que contratos eram feitos “sem projeto completo”, o que facilita desvios. Indagado se Dilma tomou alguma providência para mudar essa realidade, respondeu: “Que eu saiba, nenhuma”.
Gravidade não-óbvia
Vocês não estranharam nada até aqui? Eu estranhei.
Por que essa afirmação de Youssef não consta, que se saiba, da Operação Lava Jato? Não vale responder que é porque se trataria de um crime eleitoral, já que o suposto dinheiro no exterior poderia ter origem, obviamente, na roubalheira da Petrobras, não é mesmo?
Sim, eu fico impressionado que uma afirmação de tal gravidade, prestada por alguém que fez acordo de delação premiada, não tenha despertado a atenção da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal. Se despertou, ninguém sabe. Ora, convenham que, a depender dos desdobramentos, aí pode estar o elemento mais explosivo de toda essa investigação. Tratar-se-ia de um partido com recursos no exterior, o que é proibido, e certamente ilícitos.
Notem que não estou dizendo um “só pode ser verdade”. Eu estou indagando em que outra instância isso está sendo investigado. Que eu saiba, em nenhuma! E a questão só volta à baila, embora já noticiada pela VEJA no ano passado, porque o PSDB recorreu à Justiça Eleitoral, que só age quando provocada.
Eu estou enganado, ou a força-tarefa da Lava Jato deve severas explicações?

NO O ANTAGONISTA
Os donos do Brasil
Brasil 02.07.15 19:36
O ex-conselheiro e acionista da Petroquímica Triunfo, Auro Gorentzvaig, disse na CPI da Petrobras que sua empresa foi “expropriada” pela petrolífera para que a Braskem fosse beneficiada. De acordo com o Estadão, ele acusou Lula de agir para promover o monopólio no mercado.
“A família Odebrecht é dona do Brasil”, afirmou.
Na sessão, o empresário causou confusão ao dizer que talvez fosse o caso de fechar o Congresso e defender a intervenção militar no país.
19 bilhões de reais roubados da Petrobras
Brasil 03.07.15 04:25
O delegado da PF Igor Romário de Paulo, da Lava Jato, disse ontem à tarde:
“Laudos de nossos peritos, que devem ser divulgados em breve, derrubam a tese de que a corrupção nos contratos da Petrobras era em torno de 2% a 3%. Provavelmente vamos chegar em patamares de 15% a 20%”.
A Petrobras reconheceu um prejuízo com o Petrolão de 6,2 bilhões de reais. Isso inclui apenas a propina dos diretores da estatal e o dinheiro roubado pelos partidos - PT, PMDB e PP. Quando se acrescenta o butim das empreiteiras, porém, o valor desviado chega a 19 bilhões de reais. Só o que foi roubado da Petrobras daria para comprar o Pão de Açucar ou a Embraer, de acordo com seu valor de mercado. Daria para comprar também 30 empresas do tamanho do Magazine Luiza.
TSE pode cassar o diploma de Dilma Rousseff
Brasil 03.07.15 06:10
O TSE analisa irregularidades nas contas da campanha de Dilma Rousseff e pode cassar seu mandato.
A Folha de S. Paulo informa que, segundo os petistas, o TSE é “um terreno até mais árido para Dilma do que o TCU, que julga as pedaladas fiscais”.
Nesta semana, o PT entrou com um recurso para impedir o depoimento de Ricardo Pessoa. Resultado: os ministros do TSE rejeitaram o recurso por unanimidade.
O PT conta com três ministros do TSE: Luciana Lóssio, Henrique Neves e Maria Thereza Assis Moura. Outros três tendem a votar contra o governo: Gilmar Mendes, José Antonio Dias Toffoli e João Otávio de Noronha. O voto decisivo é do ministro Luiz Fux, que durante o julgamento do mensalão “surpreendeu e condenou todos os réus”.
Dilma foi cúmplice do Petrolão
Brasil 03.07.15 06:24
Paulo Roberto Costa, em depoimento para os procuradores do TSE, que estão investigando as ilegalidades cometidas por Dilma Rousseff durante a campanha do ano passado, contou que seu cargo na Petrobras dependia sobretudo da presidente da República.
Ele disse ainda, segundo a Folha de S. Paulo, que “alguns contratos da Petrobras eram feitos sem projeto completo, prática que facilitava desvios de recursos”.
Quando os procuradores perguntaram quais medidas Dilma Rousseff havia tomado para mudar isso, Paulo Roberto Costa respondeu:
“Que eu saiba, nenhuma”.
Presidente Temer
Brasil 03.07.15 06:26
O Palácio do Planalto, segundo a Folha de S. Paulo, “passou a identificar risco real de que o PMDB se descole definitivamente de Dilma Rousseff e que Michel Temer entregue a função de articulador político.
Auxiliares da presidente avaliam que o rompimento com o PMDB levaria a crise política ao auge, fomentaria o impeachment e faria Eduardo Cunha usar toda a sua força contra o governo”.
Aloizio Mercadante declarou à reportagem que pretende comprar o PMDB com meia dúzia de cargos em estatais:
“O que nós queremos é resolver esse capítulo em julho. Vamos acelerar o processo e botar pressão nos ministérios para que as demandas saiam”.
O ministro da Casa Civil, como sempre, não entendeu o que está ocorrendo.
O PMDB não quer mais meia dúzia de cargos em estatais. O que Eduardo Cunha e Michel Temer querem, agora, é tomar o cargo da presidente da República.
O PT e seus 20 milhões de reais no exterior
Brasil 03.07.15 06:52
Alberto Youssef declarou que o PT pediu-lhe para repatriar 20 milhões de reais escondidos no exterior.
O depoimento do doleiro faz parte do inquérito do TSE contra a campanha de Dilma Rousseff.
Alberto Youssef disse, segundo a Folha de S. Paulo:
“Olha, uma pessoa de nome Felipe me procurou para trazer um dinheiro de fora e depois não me procurou mais. Aí aconteceu a questão da prisão, e eu nunca mais o vi. Se não me engano, o pai dele tinha uma empreiteira”.
O relato de Alberto Youssef é vago, mas a pista é certeira: o PT tinha, para financiar a campanha de 2014, 20 milhões de reais fora do Brasil.
O dia fatal para Dilma é 14 de julho
Brasil 03.07.15 07:53
Cássio Cunha Lima, líder do PSDB, disse a Josias de Souza que Dilma Rousseff será cassada depois do depoimento de Ricardo Pessoa ao TSE, em 14 de julho:
"Acreditamos firmemente que, já no próximo semestre, haverá o julgamento que poderá cassar o diploma da presidente Dilma Rousseff e o do vice-presidente Michel Temer. Assume, pelo comando constitucional, por três meses, o presidente da Câmara".
Eduardo Cunha, então, teria 90 dias para convocar novas eleições.
Prosseguiu Cássio Cunha Lima:
“O que o PSDB defende são novas eleições. O próprio Lula poderá disputar. Ele vai poder se submeter à soberania do povo brasileiro. É isto o que nós queremos: novas eleições".
Lula poderá participar se não estiver na cadeia.


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