PRIMEIRA EDIÇÃO DE 18-02-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 18 DE FEVEREIRO DE 2018
A intervenção na segurança pública pode não produzir os efeitos esperados, a menos que o general Braga Netto, o interventor, entenda que as forças militares estarão em guerra e atue como preconiza o general Augusto Heleno, primeiro comandante das forças da ONU no Haiti, para quem seu primeiro ato deveria ser avisar que as pessoas armadas, como traficantes que se exibem com fuzis e metralhadoras, serão consideradas inimigas da sociedade e poderão ser alvejadas.

O modelo de intervenção federal adotado no Rio só faz sentido, dizem os especialistas, se for um primeiro passo para o Estado de Defesa.

O decreto de intervenção não passa de “GLO reforçada”, como a que vigorou até dezembro. É a sigla de Garantia da Lei e da Ordem.

O general Heleno pede segurança jurídica, para que os militares não sejam alvos de processos, por cumprirem a missão de vencer o inimigo.

É essencial, diz Augusto Heleno, garantir ao interventor meios aéreos, como helicópteros armados, e forças especiais de elite disponíveis.

É maior do que se imagina a ficha na Polícia do diplomata Renato de Ávila, cujos colegas o chamam de “espancador de mulheres”. Responde a múltiplas acusações de lesão corporal, ameaça, injúria, furto etc. Apesar da repulsa que provoca, inclusive no Sindicato dos Diplomatas, ele segue impune e trabalhando, na assessoria do subsecretário-geral para Ásia e Oriente Médio. E ainda processa o Itamaraty na Justiça.

Os anos se passam e Renato de Ávila reitera em sua agressividade contra mulheres. É uma espécie de réu-padrão na Lei Maria da Penha.

Há contra o diplomata acusações desde 2003 (duas denúncias de lesão corporal e uma de agressão), até 2017, que inclui cárcere privado.

Há um ano, Renato foi denunciado por violação de domicílio, furto, injúria, lesão corporal, dano, violência doméstica, (Lei Maria da Penha).

A Caixa Econômica Federal acha relevante gastar em propaganda quase meio bilhão de reais (R$450 milhões) no próximo ano. Para ter tanto dinheiro disponível, a Caixa cobra altas taxas da clientela. Em 2017, torrou R$390 milhões (R$32 milhões ao mês) com isso.

Em 2014, ano da reeleição de Dilma, a Caixa Econômica Federal gastou R$570 milhões, recorde histórico. Em seis anos, entre 2011 e 2017, a Caixa torrou R$2,68 bilhões em publicidade e propaganda.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) não deve ter o que fazer: gastou dinheiro do contribuinte em projeto que pretende impedir que pessoas sejam adicionadas em grupos de WhatsApp, etc sem autorizar.

O jornalista Carlinhos Brickmann lembra que, índices atuais da violência no Rio (6,13 mortes violentas por 100 mil habitantes) são inferiores aos de 8,63 de 1995, “quando ninguém falou em intervenção”.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) apresentou projeto de censura prévia para proibir que partidos políticos mudem de nome, com o objetivo de “escapar à má fama” adquirida. Caso do PT, por exemplo.

Para ser aprovado no Congresso, o decreto de intervenção federal no Rio deve ser aprovado por maioria simples (50% mais um dos presentes). Serão duas votações: na Câmara, com quórum mínimo de 257 deputados e no Senado, com quórum de 41 senadores.

Completam-se neste domingo dez anos da morte, em Brasília, de Maria Cristina Alves Silva, nas mãos do cirurgião Lucas Seixas Doca Jr. Não há ainda sentença na Justiça e o Conselho Regional de Medicina nada fez. Outras três mulheres perderam a vida. A mais recente, Jaqueline Almeida, 32, motivou nova denúncia do Ministério Público do DF, dia 2 deste mês.

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o atraso para março na análise da reforma da Previdência “não será um desconforto pequeno”. Ele acha que a discussão deve começar ainda em fevereiro.

No Brasil, governo estadual decreta falência, como o do Rio, e ainda recebe reforço de caixa do governo federal.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
“Os Trapalhões contra o crime” e outras notas de Carlos Brickmann
O fato é que as Forças Armadas já agiram outras vezes no Rio. Em todas, houve êxito inicial, antes que tudo voltasse ao estado de sempre
Por Carlos Brickmann
Domingo, 18 fev 2018, 07h00
Publicado na Coluna de Carlos Brickmann
O Governo Federal, que não consegue conter o contrabando de armas e munições, que não consegue fechar a fronteira aos narcotraficantes, acha-se apto a combater o crime no Rio. E começou o combate demonstrando que, ao intervir no Estado, não tem a menor ideia do que fez. A intervenção, diz o ministro da Defesa, Raul Jungmann, não é militar. O interventor é o general Braga Netto, comandante militar do Leste; reuniram-se, para discutir os caminhos a tomar, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, o ministro da Defesa, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, e só. Mais civil, impossível.
O governador do Rio, Pezão, que não fede nem cheira, mantém-se no cargo que não ocupa: a intervenção se limita à segurança pública. Embora o governador não tenha sido atingido, o interventor estará subordinado só ao presidente da República. E seus amplos poderes não incluem a punição de funcionários – por exemplo, soldados da PM. Como envolvidos em tráfico e participantes de milícias serão punidos? Vai ver que há algum jeito, né?
O fato é que as Forças Armadas já agiram outras vezes no Rio, com TV e armas pesadas; em todas, houve êxito inicial, antes que tudo voltasse ao estado de sempre. Não se pode imaginar que a presença do Estado em boa parte do Rio se limite a policiais e soldados, sem médicos, sem professores, sem saneamento básico. Não é só na política que há esgoto a céu aberto.
Gente certa…
O general Braga Netto foi o responsável pela coordenação de segurança (boa) nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio. Entende do assunto. Mas teve na época as condições e o tempo necessários para montar seu trabalho.
…jeito errado
Para que se tenha uma ideia do planejamento oficial: de acordo com a Constituição (artigo 60, parágrafo 1°), não pode haver emenda constitucional com um Estado sob intervenção. E a reforma da Previdência, apontada pelo Governo como essencial e urgente, fica impossível. Temer, professor de Direito Constitucional, sabe disso. Mas comentou que poderia revogar a intervenção para votar a reforma, retomando-a logo em seguida. Supõe que os bandidos terão o cavalheirismo de não abusar dessa pausa.
E haja cargos!
Nas discussões que levaram à intervenção no Rio, falou-se muito na criação do Ministério da Segurança Pública. O Governo acredita que será útil – ao menos para parecer que está fazendo alguma coisa. Se ministério resolvesse algo, o Brasil estaria melhor que os Estados Unidos, já que temos o dobro dos ministérios. E pessoas como Luislinda a ocupá-los.
Detalhe curioso
A violência no Rio é inaceitável (como é, a propósito, no Brasil inteiro). Mas os índices atuais – 6,13 mortes violentas por 100 mil habitantes – são inferiores aos de 8,63, de 1995, quando ninguém falou em intervenção.
Crítica sem autocrítica
Amplos elogios aos sambas de crítica da situação da Beija-Flor e Tuiuti, primeira e segunda colocadas no desfile de escolas de samba do Rio. O problema é o telhado de vidro de quem atira pedras. A Beija-Flor é controlada por Aniz Abraão David, um dos chefes do sorteio zoológico do Rio; a Tuiuti é a escola do carro alegórico que, no ano passado, atropelou e matou uma pessoa no caminho para o desfile, e que deu ordem ao motorista para seguir em frente e esquecer a vítima – o que ele, obedientemente, fez.
Guerra suja
Há alguns anos, este colunista aconselhou uma respeitada empresária do Interior paulista a desistir da disputa pela Prefeitura de sua cidade, embora fosse a favorita destacada nas pesquisas. A cidade provavelmente ganharia por ter uma prefeita como ela, mas ela seria vítima do moedor de carne que são as campanhas, onde vale tudo para destruir o adversário. De lá para cá, a coisa piorou: há hoje grande quantidade de profissionais da difamação.
Mentira, e daí?
Tanto Luciano Huck quanto João Dória foram acusados de comprar jatos da Embraer com financiamento do BNDES a juros subsidiados. Foram favorecidos? Não: se o caro leitor for à Embraer para comprar um avião, terá à disposição a mesma taxa de juros oferecida a Dória e Huck. O BNDES auxilia com seu crédito a venda de aviões produzidos por brasileiros no Brasil, e isso vale para todos os compradores. Competir com a Airbus/Bombardier significa também oferecer juros competitivos.
Se a besteira se limitasse às redes sociais, vá lá; mas ganhou as páginas de grandes jornais, como se fosse uma denúncia a sério. Um dos motivos de ter de optar nas eleições entre tantos maus candidatos é que os que seriam bons preferem ficar fora, sem sofrer o desgaste de calúnias e difamações, sem expor a família e as empresas ao risco das notícias falsas.

O bispo mente até falando a verdade
Enquanto o pau comia, o prefeito do Rio, a 10 mil quilômetros, fingia estar excitado como um nerd diante das inocentes evoluções de um drone escandinavo
Por Celso Arnaldo Araújo
Sábado, 17 fev 2018, 20h58
O sedizente prefeito Crivella voltou ao Rio na surdina e já se reincorporou ao cenário carioca como um fantasma. Seu espectro foi visto hoje a caminho de uma cerimônia no Palácio da Guanabara, ao lado de autoridades, incluindo Temer, para ultimar a intervenção federal no Estado. Não que ele fizesse qualquer diferença no evento. Ele já está sob intervenção de sua inércia faz tempo.
Tanto faz Crivella estar de camisa polo no bondinho do Pão de Açúcar ou encapotado, pisando na neve de Västervik, na Suécia, onde gravou o último vídeo que postou em sua viagem malandra à Europa: sua ausência sempre virá preencher uma lacuna. Mas desta vez foi diferente. Com essa viagem – não por sua ausência do Rio, mas sua presença na Europa – Crivella atingiu as profundezas do inferno político, latitude gravíssima para um autointitulado bispo. A fim de não permanecer em sua cidade durante o período mundano do carnaval, o prefeito sacrossanto inventou um roteiro de vigário. Acompanhado de seus 'cristianetes', falsas testemunhas de seu enredo fantasioso de viagem, inventou um versículo que não cabe em nenhuma bíblia da segurança pública no Brasil: iria à Alemanha, à Áustria e à Suécia, em incursão oficial, para conhecer tecnologias de segurança aplicáveis ao Morro da Previdência ou à Rocinha. Três países europeus com índices baixíssimos de criminalidade iriam ensinar ao Rio de Janeiro, via Marcelo Crivella, como evitar que balas perdidas mortais saíssem dos tambores não-carnavalescos da cidade.
Foi de início a uma feira espacial na Alemanha, onde nenhum expositor fez menção a um reles estilingue de guerra ou deu conta de sua presença (como os cariocas, quando ele está na cidade); depois deu um pulo na Áustria, onde não se sabe o que não fez, e encerrou o périplo de vigário na Suécia, onde assistiu – como se vê no vídeo – ao voo silencioso e gelado de um pacífico drone, hoje figurinha fácil até em feiras teen de tecnologia no Rio Centro ou no Expo Center Norte de São Paulo. Enquanto o pau comia e o Rio submergia, seu prefeito, a 10 mil quilômetros de distância, fingia estar excitado como um nerd diante das inocentes evoluções de um drone escandinavo que só detectou, na superfície, a paisagem local imaculadamente branca, sem um pingo do vermelho que hoje tinge o Rio.
Marcelo Crivella é uma figura do reino de Deus abaixo do inconfessável. Mente aos cariocas até falando a verdade. Perto dele, Pezão é a versão bigfoot de Winston Churchill. O fato é que poucos políticos brasileiros teriam a coragem de inventar uma viagem à Suécia…indo à Suécia. No inverno. No carnaval.

NO BLOG DO JOSIAS
Cinco razões para descrer da intervenção no Rio
Por Josias de Souza
Domingo, 18/02/2018 06:56
Claro que a ideia de uma intervenção capaz de pacificar o Rio de Janeiro é sedutora. Mas a versão segundo a qual as Forças Armadas travarão contra a bandidagem aquilo que Michel Temer chamou de “batalha em que nosso único caminho só pode ser o sucesso” transforma a iniciativa numa espécie de teatro de bonecos — do tipo em que o boneco é manipulado por pessoas vestidas de preto dos pés à cabeça.
Na coreografia do Rio, os manipuladores de Brasília querem que você acredite que o boneco-interventor (pode me chamar de general Walter Souza Braga Netto), levando a virtude no coldre e distribuindo rajadas de civilização, vai estraçalhar o crime organizado em dez meses. E Temer, em Brasília, vibrando. Reconquistando por procuração, sem sair do Jaburu, o território que separa as praias dos morros cariocas. Vão abaixo cinco razões para você não fazer papel de bobo.
1. Faltou planejamento: decidida na terça-feira de carnaval, a intervenção foi sacramentada na madrugada de sexta-feira. O decreto foi redigido a toque de caixa. O interventor Braga Netto, recém-chegado das férias, desconhecia a intervenção até 5 horas antes de sua efetivação. A absoluta ausência de planejamento revela que Michel Temer encontrou na Astrologia, na Quiromancia ou no Tarô o otimismo que o levou a prometer que ''o governo dará respostas duras, firmes e adotará todas as providências necessárias para derrotar o crime organizado e as quadrilhas”, devolvendo a paz ao Rio até 31 de dezembro de 2018.
2. Falta Dinheiro: a União está endividada até a raiz dos seus cabelos, caro contribuinte. E a penúria, ninguém ignora, é o caminho mais longo entre um projeto e sua realização. Pois bem. Até o momento, o governo federal não disse uma mísera palavra sobre o custo financeiro da intervenção no Rio. Ao blog, um integrante do staff do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) disse que é impossível estimar quanto será aplicado no Rio. Por quê? Ora, muito simples: não havendo planejamento, não há como fazer as contas. De antemão, o auxiliar de Meirelles reitera o óbvio: “O cobertor do Tesouro Nacional é curto.”
3. Falta sintonia: para Temer, o crime organizado do Rio é “uma metástase que se espalha pelo País”. Perguntou-se ao general-interventor se a coisa é mesmo tão grave. E Braga Netto, fazendo sinal de negativo com o dedo: “Muita mídia.” Quer dizer: como um médico que prefere culpar a radiografia a tratar a doença, o general parece responsabilizar o noticiário pela proliferação do sangue, dos assaltos e da violência. O primeiro passo para resolver um problema é falar a mesma língua. Mas Temer e seu preposto conseguem se desentender falando o mesmo idioma.
4. Sobra desconfiança: na analogia construída pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a intervenção federal no Rio é comparável a um “salto triplo sem rede”. O deputado acrescentou: “Não dá para errar”. A metáfora circense é muito apropriada, pois os personagens envolvidos no trapézio da intervenção precisariam confiar um no outro de olhos fechados. Contudo, o próprio Maia, em privado, manifesta dúvidas quanto aos objetivos de Temer. E membros do alto comando do Exército suspeitam que a iniciativa tenha propósitos meramente eleitoreiros.
5. Falta nexo: em outubro de 2017, o ministro Torquato Jardim (Justiça) fez um diagnóstico aterrador da segurança pública no Rio. Conforme noticiado aqui, Torquato declarou que o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, agora demissionário, não controlam a Polícia Militar. Pior: o comando da PM no Rio decorre de “acerto com deputado estadual e o crime organizado.” Muito pior: “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”
As declarações de Torquato abriram uma crise entre os palácios do Planalto e da Guanabara. Contudo, autoridades de Brasília admitiam longe dos refletores que o quadro era, já naquela época, de intervenção. Alegava-se que faltava a Brasília, além de dinheiro, autoridade moral para combater a corrupção alheia.
Cabe perguntar: com que autoridade o general Braga Netto, sendo um ''boneco'' de Temer, vai expurgar os corruptos da Polícia? Ora, o presidente da República, ele próprio um colecionador de denúncias criminais, não demite auxiliares denunciados por ladroagem. Tampouco se importa de conviver com o correligionário Luiz Fernando Pezão, ex-secretário de Obras e ex-vice na gestão cleptocrata do presidiário Sérgio Cabral.
É contra esse pano de fundo, tão impregnado de cinismo e hipocrisia, que a intervenção no Rio fica parecida com o teatro de bonecos. A diferença é que, no teatro original, a presença dos manipuladores de preto no palco é enfatizada. O fingimento da plateia é parte do espetáculo. No palco organizado por Brasília, os manipuladores pedem que você acredite que eles não estão lá e que o general Braga Netto tem ampla autonomia e meios ilimitados para alcançar seus objetivos. . Ou seja: há mais verdade no teatro de mentirinha do que na pantomima da intervenção...

Barbárie do Rio dá meia-sola no governo Temer
Por Josias de Souza
Sábado, 17/02/2018 19:23
A barbárie do Rio de Janeiro revelou-se muito oportuna para Michel Temer. Potencializada pelo carnaval, a barbárie estimulou o presidente. Ele andava meio desanimado com a perspectiva de ser empurrado para o rodapé de um noticiário monopolizado pelas eleições. A barbárie deu a Temer uma sensação de utilidade.
A barbárie permitiu que o chefe da Nação fizesse rostos graves. Em menos de 24 horas, Temer perfilou-se diante das câmeras três vezes — em solenidade no Planalto, em rede nacional, em visita ao Rio. A barbárie aguçou a inteligência do presidente. As ideias agora brotam-lhe aos pares. Sob atmosfera sombria, vieram à luz duas providências.
Uma medida é inédita em tempos redemocratizados: o setor de segurança encontra-se sob intervenção federal no Rio. A outra iniciativa é recorrente: vem aí o Ministério Extraordinário da Segurança Pública.
A intervenção no Rio é prima-irmã da operação de garantia da lei e da ordem que transferiu os militares dos quartéis para o sopé das favelas cariocas. Mas a barbárie trouxe o comando unificado do general-interventor, Walter Souza Braga Neto.
O novo ministério apenas absorverá pedaços do organograma da velha pasta da Justiça que, aliás, já trazia a Segurança Pública enganchada no nome desde o ano passado. A diferença é que a barbárie exigiu um ministro que lhe dedicasse atenção exclusiva.
A barbárie roçou no nariz de Temer as pesquisas encomendadas pelo PMDB, que guindavam a segurança pública ao topo das inquietações do brasileiro. Súbito, a reforma da Previdência, uma derrota esperando para acontecer na Câmara, foi substituída pela guerra contra a bandidagem, cujo objetivo é a restauração da paz.
Graças à barbárie, Temer se deu conta de que o futuro é um espaço bem mais seguro do que o passado que lhe rendeu duas denúncias criminais e uma equipe ministerial moralmente decomposta. O futuro permite a qualquer governante vender para seus governados mais crédulos uma felicidade jamais vista.
A barbárie mostrou ao presidente que no futuro cabe tudo, pois, sendo futuro, não pode ser apalpado nem conferido. O futuro que inclui um Rio pacificado talvez não chegue nunca. Mas a barbárie já terá sido de imensa serventia para Temer se o crime organizado perceber que pode ser ótimo para os negócios deixar Ipanema em paz durante os dez meses de intervenção federal.
A barbárie revelou ao País que Temer é capaz de quase tudo, menos de informar o montante de dinheiro que a União está disposta a jogar no buraco negro em que se converteu a segurança pública. Sem dinheiro, o discurso do novo Temer é uma espécie de inócuo com mesóclises.
Para sorte de Temer, a barbárie ofusca o senso crítico dos barbarizados. A cegueira coletiva facilita muito as coisas, pois o PMDB sujo de Brasília pode intervir na administração do PMDB mal lavado do Rio como se a facção de Temer não tivesse nada a ver com a quadrilha de Sérgio Cabral.
A barbárie dá ao País a sensação de que Temer está fazendo muito. É como se tudo estivesse em movimento sem que nada precisasse mudar de lugar. Reprovado por 70% dos brasileiros, Temer enxerga na barbárie a renascença de uma reeleição. Talvez não obtenha tudo o que imagina. Mas a barbárie do Rio de Janeiro deu meia-sola no governo de Michel Temer.

NO O ANTAGONISTA
Bolsonaro herda os votos de Lula
Brasil Domingo,18.02.18 08:18
No Rio de Janeiro, 40% dos eleitores de Lula devem migrar para Jair Bolsonaro.
É o que mostra um levantamento da Ideia Big Data, citado em O Globo.
Ninguém sabe se a decisão do governo de intervir no Estado vai mudar esses números.

A dificuldade da faxina nas Polícias
Brasil 18.02.18 08:30
Tirar a chamada banda podre das Polícias será uma missão difícil para o general interventor Walter Braga Netto, porque falta, no Estado, segundo O Globo, uma estrutura mais eficaz para a investigação de casos de desvios de conduta.
Levantamento obtido pelo jornal mostra que, de janeiro a outubro do ano passado, nenhum caso de corrupção ativa de PM chegou à comarca da capital fluminense da Auditoria da Justiça Militar.
“Em 2015, foram registrados três; em 2016, um. Ainda no ano passado, a Auditoria da Justiça Militar registrou apenas três casos de extorsão, contra quatro no ano anterior e sete em 2015.
De acordo com a Corregedoria Geral Unificada, órgão vinculado à Secretaria de Segurança, nos últimos dez anos, 373 policiais civis e militares foram exonerados, número considerado pequeno por quem acompanha casos de abusos de autoridade ou desvios de conduta.”

Diretores e presidente do BNDES ganham mais de R$ 100 mil por mês
Brasil 18.02.18 08:00
Entre os cinco bancos estatais federais, o BNDES é a instituição que paga a maior remuneração aos seus diretores, segundo a Folha.
Dados obtidos pelo jornal por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que o salário fixo da diretoria do banco é R$ 80.110,10, e o do presidente, R$ 87,4 mil.
“Quando se soma a esse valor a remuneração variável, que depende de metas alcançadas, a renda média por mês é equivalente a R$ 105 mil, valor referente a 2016, último dado disponibilizado pelo banco. Segundo o BNDES, os executivos não tiveram aumento de salário em 2017.
A diretoria também recebe auxílio-alimentação, de R$ 1.613,49, e tem direito a auxílio-moradia, de R$ 1.800 – neste último caso, dois diretores, que não têm residência na cidade, segundo o banco, recebem o benefício.”

PT e PMDB juntos de novo
Brasil 18.02.18 07:11
O PT fará uma reunião no dia 23 para dar início às negociações para a eleição deste ano nos Estados, informa o Painel da Folha.
“A direção definiu que os cinco governadores do partido terão total liberdade para fechar alianças.
No Ceará, por exemplo, a articulação é pela presença do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), na chapa do governador Camilo Santana.”

Secretário de Dória é condenado por fraude em licitação do metrô
Brasil Sábado,17.02.18 19:30
A Folha informa que o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Sergio Avelleda, foi condenado por improbidade administrativa por fraude no processo da licitação da Linha 5 do metrô. Ele era presidente da empresa quando ocorreu a lambança.
“Avelleda e o consórcio da empresas formado por Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Mendes Junior, entre outras, terão que pagar multa de R$ 326 milhões, corrigidos desde 2011, com perda de função pública e direitos políticos por cinco anos, mais o pagamento de multa de duas vezes o valor do dano.”
As sentenças não têm efeito imediato e Avelleda disse que vai recorrer da decisão.

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