SEGUNDAEDIÇÃO DE 15-12-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG DO NOBLAT
As relações perigosas entre Gilmar Mendes e Joesley

Sexta-feira, 15/12/2017 - 09h30
Por Daniel Pereira e Rodrigo Rangel, na Veja
O ministro Gilmar Mendes, há quinze anos no Supremo Tribunal Federal (STF), é um homem de posses muito além de seu salário de 33.700 reais. Uma de suas principais fontes de renda é o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual é sócio junto com seu filho Francisco Schertel Mendes, de 34 anos. O IDP, além de uma fonte de receita, passou a ser uma fonte de dor de cabeça para o ministro, depois que veio a público o caso da JBS e das traficâncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Isso porque, nos últimos dois anos, Gilmar e Joesley mantiveram uma parceria comercial e uma convivência amigável, a ponto de se visitarem em Brasília e São Paulo, trocarem favores, compartilharem certezas e incertezas jurídicas e tocarem projetos comuns. De 2016 a junho deste ano, a JBS transferiu 2,1 milhões de reais para o IDP em patrocínios que nem sempre foram públicos. Os valores de patrocínios de empresas iam parar, por vezes, na conta pessoal de Gilmar Mendes. É o que revela uma das mensagens obtidas por VEJA, que na edição desta semana traz mais detalhes sobre a relação entre o juiz e o empresário.

O destino do PT
Sexta-feira, 15/12/2017 - 08h02
Por Ricardo Noblat
Fora distribuir notas de protesto e mobilizar a militância para ocupar o centro de Porto Alegre no próximo dia 24, o PT pouco poderá fazer em seu próprio socorro, quanto mais em socorro de Lula, quando ele for julgado por corrupção pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A tragédia do partido está na dependência visceral do seu fundador e líder inconteste. Mesmo com ele, nas eleições de 2016 colheu um resultado desastroso, perdendo quase dois terços das prefeituras que controlava. Sem ele como candidato a presidente, seu desempenho em 2018 poderá ser pior.
A não ser que Lula, outra vez condenado, decida retirar-se de cena para deixar o partido à vontade, o PT seguirá inerte à espera das suas ordens. Ou do que o destino possa a Lula reservar. Sem energia, sem massa crítica, sem outros referenciais, o PT perderá relevância. Até que...
Até que se reinvente. Ou não. Será capaz?

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
O Pós-TRF-4

Por Merval Pereira
Sexta-feira, 15/12/2017 09:11
O anúncio de que o governo só colocará em votação a reforma da Previdência depois do carnaval, no dia seguinte ao término do horário de verão, não tem nada a ver com esses dois eventos, tem apenas uma razão: fingir que ainda existe uma esperança de aprovação após negociações no recesso parlamentar. Mas o que determinou mesmo a data foi o anúncio do julgamento do ex-presidente Lula em 24 de janeiro.
Com ele fora do páreo, é possível que alguns dos deputados recalcitrantes se encorajem, na esperança de que a reforma ajude a economia a melhorar e aumente a possibilidade de um candidato que reúna as forças políticas do centro.
Se a confirmação da sentença contra Lula não provocar grandes manifestações populares pelo País, como sonham os petistas e aliados, a campanha eleitoral ganhará outra dimensão.
O governo terá condições de reunir os partidos aliados em torno de uma candidatura, que tanto pode ser a do governador Geraldo Alckmin pelo PSDB, no caso de ele decolar nas pesquisas, ou outro do grupo que reúna as melhores condições de disputa, como 40% do tempo de televisão e apoio distribuído pelo País.
Sem Lula na cabeça de chapa, mesmo que ele lance um candidato de seu agrado, que parece hoje ser o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, que, no entanto, não quer entrar nessa disputa, preferindo uma vaga quase certa no Senado, a briga ficaria mais fácil, na visão de governistas.
Isso na suposição de que o ambiente político ficaria menos radicalizado. Caso contrário, o cenário é imprevisível. O ex-ministro José Dirceu, solto aguardando recursos contra uma pena de mais de 30 anos, pretende incendiar o País a partir de Porto Alegre, conclamando a militância a uma reação que começaria no dia do julgamento de Lula no TRF-4 e se estenderia por outros cantos.
Mas da última vez em que tentaram tal manobra não deu certo. E no sul do País o ambiente político é antipetista, ainda que possa sair de lá o candidato a vice. O senador Roberto Requião, dissidente do PMDB do Paraná estaria disposto a se filiar ao PT para se unir a Lula numa chapa de esquerda.
Só o tempo dirá qual será a capacidade de Lula de mobilizar movimentos radicalizados de protesto a seu favor. Enquanto isso, os governistas fazem contas para o caso de um cenário menos catastrófico, que permitira a aprovação da reforma previdenciária e animaria a economia do País.
A reação do mercado financeiro ao adiamento foi ruim, e não há quem acredite na possibilidade de aprovação depois do carnaval. Se essa impossibilidade se confirmar, o cenário econômico pior ajudará uma candidatura de esquerda, seja o candidato indicado por Lula, seja Ciro Gomes, do PDT.
A incógnita é Bolsonaro, que pode murchar com a saída da disputa de Lula, ou pode, como apontam algumas pesquisas, agregar a seu eleitorado uma parte de eleitores radicalizados do petista, sem marca ideológica.
Outra que pode pegar petistas desiludidos ou em debandada é Marina Silva, da Rede.
Difícil avaliar a força de Lula para eleger um candidato, pois hoje a situação é bem diferente de quando ele tirou da cartola o nome de Dilma Rousseff, em 2010. Naquele momento Lula estava no auge de sua popularidade, o país crescendo a 7,5% ao ano e ninguém conhecia bem aquela que viria a ser a primeira mulher presidente do Brasil.
Na reeleição de 2014, com a Lava-Jato indicando um esquema de corrupção disseminado pelos governos petistas, o PT quase perde a eleição. O simbolismo do fracasso da indicação de Dilma por Lula pode afetar sua escolha para substitui-lo, embora as pesquisas mostrem uma tendência a segui-lo de boa parte de seus eleitores.
A aprovação da reforma da Previdência dependerá desse ambiente político pós-decisão do TRF-4.

NO O ANTAGONISTA
O seminário do IDP em defesa da anistia ao caixa 2
Brasil Sexta-feira, 15.12.17 08:57
O advogado da JBS, Francisco de Assis, propôs que o IDP, de Gilmar Mendes, organizasse um seminário em defesa da anistia ao caixa 2.
Na conversa, diz a Veja, “Assis deixou evidente que a JBS remuneraria o instituto pela ajuda”.
Seu interesse era que um procurador e uma juíza que investigavam a empresa fossem convidados para o seminário.
O evento acabou sendo realizado em novembro de 2016, mas “o patrocínio da JBS não apareceu publicamente”.
O irmão de Gilmar Mendes na terra de Joesley
Brasil 15.12.17 09:13
Além de seus jantares com Joesley Batista, Gilmar Mendes convidou também Ricardo Saud para um churrasco em sua casa.
Segundo a Veja, o relacionamento entre a empresa e o ministro do STF estendeu-se a questões familiares.
A JBS, diz a reportagem, “comprou em Mato Grosso uma propriedade de 300 hectares que vinha sendo arrendada por Francisco Mendes, irmão do ministro. Francisco queria manter as terras, nas quais criava gado e plantava soja”.
A diretora do IDP pediu então ao advogado da JBS que estendesse o arrendamento.
O advogado respondeu em mensagem de áudio:
“Pode deixar que eu já mandei um e-mail para o diretor administrativo para ele me esperar amanhã para eu tentar resolver isso lá.”
E em seguida:
“Missão é arrendar para o Chico Mendes, correto? Resolvido aqui”
Gilmar Mendes: “Não me lembro. Nunca”
Brasil 15.12.17 09:24
Entre 2008 e 2016, Gilmar Mendes recebeu 7,5 milhões de reais do IDP, diz a Veja.
Só no ano passado, foram 900 mil reais.
“Não vejo nenhum problema”, disse Gilmar Mendes. “Eu era professor antes de ser ministro”.
A Veja perguntou-lhe:
“O diretor jurídico da JBS lhe pediu ajuda para resolver o problema de caixa 2 eleitoral?”
Ele respondeu:
“Não me lembro. Nunca”.
A revista perguntou:
“O senhor se recorda de a JBS ter sido acionada por sua assessoria para resolver um problema fundiário de seu irmão?”
Ele respondeu:
“Não tenho conhecimento”.
Joesley Batista com Gilmar Mendes em 1º/4/2017
Brasil 15.12.17 10:30
A imagem do último encontro de Gilmar Mendes com Joesley Batista, na sede do IDP, foi reproduzida pela Veja.


“Trate confidencialmente dos valores”
Brasil 15.12.17 10:40
Os valores do patrocínio da JBS ao IDP de Gilmar Mendes tinham de ser tratados confidencialmente.
A Veja reproduziu uma mensagem de Francisco de Assis, diretor jurídico da empresa de Joesley Batista.

Os tiros de Palocci contra Lula
Brasil 15.12.17 10:27
O acordo de Antonio Palocci, diz a Veja, “caminha a passos largos”.
Deve ser assinado com a Lava Jato de Curitiba, “distante de Raquel Dodge e sem tiros contra detentores de foro”.
Antonio Palocci mata Lula, claro. E atinge também Dilma Rousseff e Guido Mantega.
O plano B de Renan
Brasil 15.12.17 10:17
O TRF-4 melou os planos de Renan Calheiros.
Ele disse para O Globo:
“Eu apoio o Lula pelo que ele significou como presidente, pelos resultados obtidos. Ele vai ter muitas oportunidades para reverter eventual condenação antes do trânsito em julgado”.
O réu ainda conta com o condenado em seu palanque. Falta-lhe um plano B.
Não há base jurídica para queixa de Lula
Brasil 15.12.17 09:59
Miguel Reale Jr. disse a Sônia Racy que “não há base jurídica para eventual queixa de Lula quanto à rapidez do processo no TRF-4”.
Ele disse também que Lula recorre a esse argumento “porque já espera ser condenado.”
Fifa suspende presidente da CBF
Sociedade 15.12.17 11:12
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi suspenso por 90 dias pela Fifa.
Diz o Estadão:
“Com a avalanche de novas documentações dos procuradores americanos durante o julgamento de José Maria Marin, nos EUA, Del Nero foi amplamente citado como tendo sido beneficiado por propinas no valor de 6,5 milhões de dólares”.
A Fifa é igual ao Congresso Nacional: 6,5 milhões de dólares em propinas acarretam uma suspensão por 90 dias.

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