TERCEIRA EDIÇÃO DE 22-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA VEJA.COM
Temer justifica encontro com ação da PF que não tinha ocorrido
Ao jornal 'Folha de S. Paulo' presidente diz ter achado que Joesley queria falar com ele por causa da Operação Carne Fraca, que só ocorreria dez dias depois
Por Da Redação
Segunda-feira, 22 maio 2017, 13h12 - Atualizado em 22 maio 2017, 14h19
No dia 7 de março, às 22h40, o presidente Michel Temer (PMDB) recebeu no Palácio do Jaburu, em Brasília, o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS. Desde que uma gravação da conversa foi divulgada na semana passada, o presidente se esforça para justificar a razão de ter recebido um investigado em cinco inquéritos da Polícia Federal (PF), fora da agenda oficial, em um encontro noturno.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira, Temer, questionado sobre o motivo para a reunião, afirmou: “Quando [Joesley] tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da [Operação] Carne Fraca”, disse, referindo-se à ação da PF para apurar corrupção envolvendo frigoríficos e funcionários do Ministério da Agricultura.
Seria uma boa justificativa, uma vez que o setor de carnes, do qual o grupo comandado por Joesley é um dos principais expoentes, foi o mais afetado, não fosse por um detalhe: a operação foi deflagrada apenas dez dias após o encontro do presidente com o empresário.
Uma hipótese é que Temer já soubesse da operação dez dias antes de ela ocorrer, mas seria grave que ele tratasse disso justamente com um dos empresários alvos da investigação. Em entrevistas após a deflagração da Carne Fraca, o presidente e seus principais auxiliares evitaram se posicionar em um primeiro momento, alegando terem sido surpreendidos com a movimentação da PF e que ainda precisavam se inteirar dos fatos.
Veja também

Procurada por VEJA, a assessoria de imprensa de Temer informou que ele “se equivocou” a respeito da razão para ter se encontrado com Joesley.
Renúncia
Na mesma entrevista, Temer voltou a negar que vai renunciar ao cargo e disse que isso seria um atestado de culpa. “Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa”, afirmou.
Sobre o fato de Joesley ter dito que ele havia concordado com pagamentos para silenciar o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer afirma que sua frase foi proferida quando o empresário afirmou: “Olhe, tenho mantido boa relação com o Cunha”. “[E eu disse]: “Mantenha isso”. Além do que, ontem mesmo o Eduardo Cunha lançou uma carta em que diz que jamais pediu [dinheiro] a ele [Joesley] e muito menos a mim.”
Questionado sobre qual seria sua culpa, Temer diz que foi a ingenuidade. “Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento.” O presidente afirma desconhecer que Joesley era investigado e minimizou o fato de receber o empresário tarde da noite, em um encontro que não constava da agenda oficial. “Você sabe que muitas vezes eu marco cinco audiências e recebo quinze pessoas. Às vezes à noite, portanto inteiramente fora da agenda.”
Temer voltou a criticar a forma como foi gravado e o fato de os irmãos Joesley e Wesley Batista terem tido um tratamento diferente do que foi dispensado a outros investigados. “Ele não teve uma informação privilegiada, ele produziu uma informação privilegiada. Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda.”

Como Joesley comprava a boa vontade de fundos de pensão estatais
Delator disse à PGR que pagava 1% de propina a dirigentes do Funcef, da Caixa, e Petros, da Petrobras, e ao Partidos dos Trabalhadores
Por João Pedroso de Campos
Segunda-feira, 22 maio 2017, 14h46 - Atualizado em 22 maio 2017, 14h56
Em sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, relatou à Procuradoria-Geral da República como comprava facilidades junto aos fundos de pensão estatais Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa Econômica Federal, durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Joesley afirmou aos procuradores que, para conseguir investimentos em suas empresas, pagou propina de 1% aos presidentes dos dois fundos e ao PT, que tinha influência nas decisões de abrir ou não os cofres de ambos, entre os anos de 2008 e 2015.
O valor a ser pago em propina foi acertado em 2008, quando o empresário montou um plano de expansão da JBS que previa a venda, por 1 bilhão de dólares, de 12,99% das ações da empresa a BNDES, Funcef e Petros.
Segundo o delator, o então presidente do fundo de pensão da Caixa, Guilherme Lacerda, alertou-o na época que seria necessário estreitar as relações com o PT. Foi quando, relata Joesley Batista, ele conheceu os ex-tesoureiros petistas Paulo Ferreira, réu na Operação Lava Jato, e João Vaccari Neto, condenado a mais de 30 anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro.
Do encontro com Vaccari, preso em Curitiba desde abril de 2015, ficou acertado que o tesoureiro recomendaria as operações de interesse das empresas de Joesley aos dirigentes dos fundos de pensão em troca de 1% de cada operação que o grupo J&F conseguisse junto a Funcef e Petros.
Para capitalizar a proposta de Joesley, os fundos de pensão e o banco de fomento constituíram um fundo denominado PROT, cujo nome é uma referência a proteína, matéria prima que fez do empresário um bilionário. Pela concretização do negócio, Lacerda e Vagner Pinheiro, então presidente do fundo da Petrobras, também passaram a receber 1% de propina sobre cada aporte do fundo na JBS.
Veja também

Além da processadora de proteína animal dos irmãos Batista, maior empresa do ramo no mundo, outros negócios dos empresários renderam propina a Vaccari, Lacerda e Pinheiro. Em 2009, quando Joesley e Wesley Batista compraram a Florestal e passaram a investir no setor de reflorestamento, Funcef e Petros montaram o fundo FIP-Florestal e, por meio dele, investiram cada um 275 milhões de reais na empresa.
O pagamento das vantagens indevidas a Guilherme Lacerda, de acordo com o delator, foi feito por meio de notas frias à empresa de um representante comercial denominado apenas como João Bosco, baseado no Espírito Santo. Joesley Batista não especifica valores pagos ao ex-presidente do Funcef.
Quanto a Vagner Pinheiro, Joesley é preciso: foram pagos 2,7 milhões de reais em propinas, dos quais 300.000 entregues em espécie e os 2,4 milhões de reais restantes, por meio de notas frias emitidas a uma empresa de Júnior, irmão de Pinheiro.
Entre 2009 e 2011, diz o delator, João Vaccari recebeu 2 milhões de reais em propina, valor destinado ao pagamento de despesas de campanhas petistas com a Gráfica Focal, investigada por irregularidades na prestação de serviços à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014.
O sucessor de Lacerda na presidência do Funcef, Carlos Casé, rejeitou a oferta de Joesley Batista para continuar o esquema de corrupção no fundo de pensão. O mesmo não aconteceu com os sucessores de Vagner Pinheiro no Petros, Luís Carlos Afonso e Carlos Costa. Em 2011, quando a Florestal incorporou a Eldorado, Afonso recebeu 1,5 milhão de dólares em propina do empresário, por meio da transferência de propriedade de um apartamento em Nova York. O delator afirma que também houve propina a Costa, “cujo valor e forma não se recorda”.
Apontado por Joesley como interlocutor dos interesses de suas empresas no governo, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, não sabia dos ajustes de propina com Vaccari. Conforme o delator, Mantega o orientava a não tratar de vantagens indevidas diretamente com os dirigentes dos fundos de pensão.

NO O ANTAGONISTA
EXCLUSIVO: PF SABE ONDE ESTÁ A MALA ENTREGUE A ROCHA LOURES
Brasil 22.05.17 15:36
O Antagonista apurou que a Polícia Federal sabe bem onde está a mala entregue a Rocha Loures com R$ 500 mil para Michel Temer, apesar da matéria da Folha dizendo que o dinheiro não foi encontrado.
Parece que a PF, ao rastrear a mala, encontrou muito mais do que dinheiro.
CÁRMEN CONDICIONA JULGAMENTO À PERÍCIA DO ÁUDIO DE TEMER
Brasil 22.05.17 15:13
A pedido de Edson Fachin, a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidiu condicionar o encaminhamento da questão de ordem sobre o julgamento do inquérito de Michel Temer à juntada aos autos da perícia na gravação feita por Joesley Batista.
Exclusivo: A gravação original de Joesley com Temer
Brasil 22.05.17 15:01
O Antagonista obteve uma cópia da gravação original entregue hoje pela JBS para ser periciada na Polícia Federal, juntamente com o microgravador de pendrive utilizado por Joesley Batista.
O áudio é idêntico ao usado pela PGR no pedido de inquérito contra Michel Temer e disponibilizado pelo STF na semana passada.
Sua duração é a mesma: 38 minutos e 48 segundos, o que inclui o diálogo de Temer com Joesley Batista e os sons ambientais registrados antes e depois da conversa.

Temer é apenas um ônus
Brasil 22.05.17 15:00
A decisão do PSDB de dar continuidade à pauta da reforma trabalhista confirma que, a esta altura, a manutenção de Michel Temer é apenas um ônus.
O Brasil precisa ir adiante, mas ficará impossível aprovar qualquer reforma com um presidente investigado.
Aécio não quer deixar o Senado
Brasil 22.05.17 14:51
A defesa de Aécio Neves prepara uma estratégia para que ele continue no cargo de senador.
Randolfe Rodrigues já apresentou ao STF um mandado de segurança preventivo, para evitar que ocorra um "Renan 2", em referência ao episódio em que Renan Calheiros ignorou a decisão para que ele deixasse a Presidência do Senado, no fim do ano passado.
O DESPACHO DO JUIZ: DEPOIMENTO DE JOESLEY É ADIADO
Brasil 22.05.17 14:38
O juiz Ricardo Leite adiou o depoimento de Joesley Batista marcado para hoje no inquérito da Operação Bullish. Joesley está nos Estados Unidos.
Os depoimentos de Wesley Mendonça Batista, Francisco de Assis e Silva e Ricardo Saud, todos da JBS, também ficaram para depois.
Com chip e sem chip
Brasil 22.05.17 14:02
A mala que foi entregue ao primo de Aécio Neves tinha chip.
A que Rodrigo Rocha Loures carregou e está desaparecida, segundo a Folha, não.
Mala sem chip é "ação descontrolada".
MAIA VAI IGNORAR PEDIDOS DE IMPEACHMENT
Brasil 22.05.17 13:37
O Antagonista apurou que, no curto prazo, Rodrigo Maia vai fazer cara de paisagem diante dos pedidos de impeachment de Michel Temer -- incluindo o da OAB, que deve chegar à Câmara até quarta-feira.
Uma festa de arromba no Copacabana Palace
Brasil 22.05.17 12:47
O procurador Angelo Goulart, preso por espionar a Greenfield a soldo da JBS, casou-se em setembro de 2013 numa festa de arromba no Copacabana Palace - mesmo local escolhido pela filha de Eduardo Cunha.
A cerimônia religiosa foi no Outeiro da Glória. A também procuradora Ana Luisa Zorzenon usou vestido da David's Bridal, de Nova York.
Em matéria sobre o casório, ainda disponível na internet, é possível ter uma ideia do tamanho do evento, que teve até bateria da Mangueira.
Leiam:
"Para organizar tudo, a noiva contou com a indispensável ajuda de Roberto Cohen, definido por ela como o melhor cerimonialista da cidade. A igreja Nossa Senhora do Outeiro da Glória foi palco do tão esperado “sim”. Clássica, a decoração de A Roseira investiu em arranjos com diferentes flores brancas sobre vasos de prata. Ao som da Marcha Nupcial, Ana Luisa desfilou clássico modelo tomara que caia bordado, vindo diretamente da David’s Bridal, em Nova York.
Depois da cerimônia, todos foram festejar a ocasião no Copacabana Palace. Daniel Cruz apostou num décor sofisticado e, ao mesmo tempo, aconchegante. Mix de flores em diversos tons de rosa ficaram em harmonia com suntuosos lustres. Em contrapartida, velas suspensas foram distribuídas pelo salão para garantir o clima casual. Na hora de abrir a pista, os recém-casados contaram com o som do DJ Guga Weigert, acompanhado de um saxofonista.
Nenhum detalhe da produção escapou das sensíveis lentes de Ribas Foto e Vídeo. A equipe fez questão de registrar todos os momentos da noite, desde os preparativos, com um making off superespontâneo, até os pontos altos da noite com shows de MC Marcinho e da bateria da Mangueira."
Resultado de imagem para casamento angelo goulart
@01325-1024x682
Temer convoca ataque aos irmãos Batista. E à PGR
Brasil 22.05.17 12:05
O Antagonista apurou que no encontro de ontem à noite no Palácio da Alvorada, Michel Temer convocou os aliados a partirem para o ataque contra os irmãos Batista e, consequentemente, à PGR.
É a estratégia do nós contra eles, conhecem?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA