SEGUNDA EDIÇÃO DE 16-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG ALERTA TOTAL
Obituário da Nova República e a “Moab” criminosa
Domingo, 16-4-2017

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A História em breve reconhecerá que a maior e mais importante obra do empreiteiro Emílio Odebrecht foi decretar a morte moral e falência total dos órgãos institucionais da tal “Nova República”. O regime morto-vivo foi obra maquiavélica de um legítimo “golpe militar” dado em 1985 pelo General Leônidas Pires Gonçalves. Unha e carne do poderoso Roberto Marinho, Leônidas foi o principal avalista da posse ilegítima de José Sarney (agora citado na Lava Jato) no Palácio do Planalto, em vez de realizar uma nova eleição (indireta que fosse) no Colégio Eleitoral do Congresso Nacional.
Após 21 anos de regime dos Generais-Presidentes, a saída de João Figueiredo pela garagem do Palácio do Planalto foi a consagração simbólica de um golpe de covardia. Desgastados e derrotados na “guerra de comunicação”, os militares capitularam porque, a exemplo de 1964, não conheciam o verdadeiro inimigo da Nação: a Oligarquia Globalitária, associada a grandes corruptos e traidores brasileiros que tinham a missão primordial de manter o Brasil no eterno atraso que nos mantém como colônia de exploração subdesenvolvida e dirigida pelo Crime Institucionalizado. 
Com a devida distância histórica, fica fácil agora constatar que a tragédia brasileira se consolidou após a surpreendente agonia e morte de Tancredo Neves (cujo espírito deve estar envergonhado de ver que seu neto Aécio investigado em cinco inquéritos resultantes de 78 “colaborações premiadas” da Odebrecht). Não é justo decretar que Tancredo (também ligadíssimo à Oligarquia Transnacional desde a década de 50) teria sido um governante maravilhoso. No entanto, é grande a probabilidade de que fosse, no mínimo, menos ruim que o Sarney – “solução” imposta pelas quatro estrelas do Leônidas, Roberto Marinho & Cia.
Agora, no distante 2017, com a sábia quebra de sigilo e ampla divulgação daqueles vídeos que envergonham a Nação com detalhes sórdidos das delações da Lava Jato, o baiano Emílio Odebrecht praticamente proclamou a condenação mortal da maldita Nova República (que já nasceu esclerosada) e pronta para o pai de Marcelo Odebrecht – aquele que ajudou a profissionalizar a mais eficiente “engenharia da roubalheira sistêmica” -, Emílio situou a corrupção em seu exato tempo histórico, a partir da hegemonia do PMDB – que sempre esteve por cima da carne seca nos governos Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e agora, ainda mais, sob o comando de Michel Temer.
Emílio Odebrecht proclamou: "O que nós temos no Brasil não é de cinco, dez anos. Nós estamos falando de 30 anos. Tudo que tá acontecendo era um negócio institucionalizado, normal. Em função de todos esses números de partidos, onde o que eles brigavam, era por quê? Por cargos? Não! Todo mundo sabia que não era. Era por orçamentos gordos. Os partidos colocavam, então, seus mandatários com a finalidade de arrecadar recursos para o partido, para os políticos. E isso, é há trinta anos que se faz isso. O que me surpreende é quando vejo todos esses poderes, a imprensa, tudo, realmente, como se isso fosse surpresa".
O espetáculo está apenas começando. Ideólogos perspicazes até explicam por que o supremo-ministro Edson Fachin resolveu agir com a máxima e desejável transparência, evitando os suspeitos “segredinhos judiciais”, na divulgação das 78 delações da Odebrecht. O motivo apontado é simples: Fachin não quis se arriscar a sofrer um “acidente de avião” – tragédia ocorrida com Teori Zavascki. Por isso, Fachin deu uma de Donald Trump contra os terroristas do Estado Islâmico: lançou sua “MOAB” – simbolicamente um super armamento da “Odebrecht Defesa” – contra uma parte significativa da corrupta máquina estatal Capimunista Rentista do Brasil.
A “MOAB” (em hebraico: “que vem do Pai”) da Odebrecht ainda parece uma bombinha de São João perto do estrago ainda por acontecer. Ainda teremos, em breve, as “colaborações premiadas” de dirigentes de outras empreiteiras que agiam em cartel criminoso para usurpar o dinheiro público, em nome de “bons negócios”. As revelações da Andrade Gutierrez, Camargo Correa e OAS, dentre outras, podem ter efeito até mais destrutivo sobre os corruptos tupiniquins da “Nova República”. Além disso, os denunciados já disputam, de forma mortal, quem terá condição de ser um delator premiado mais eficiente para trair os outros comparsas alvejados e enquadrados em vários artigos do Código Penal. A guerra de todos contra todos está longe de terminar...
O mais grave é que o cinismo político e a corrupção sistêmica continuam operando hegemonicamente, apesar dos estragos pontuais causados pela Lava Jato. Efetivamente, os líderes dos 18 partidos apanhados em práticas corruptas já trabalham pela salvação da própria pele. A missão é quase impossível sob o ponto de vista ético e moral. Eles têm uma pequena esperança no jurídico – que demora a condenar... O “Setor de Operações Estruturadas” da Odebrecht entregou ao Ministério Público e à Justiça informações armazenadas pelo sofisticado software Drousys. No sistema que fazia a gestão da corrupção com aplicativos criptografados, estão as provas materiais sobre o crime de Caixa 2 – indefensável.
Mesmo sabendo da dificuldade (ou quase impossibilidade), os assassinos da Política já sinalizaram os golpes que tentarão dar: 1) aprovar, do jeito que der, as principais “reformas” propostas pela dupla “Temer-Meirelles”; 2) convocar uma “constituinte originária” para mudanças legais enganosas, que preservem, camufladamente, o status vigente de poder, principalmente pelo sistema financeiro; 3) Manter ou criar regras que emprestem “legalidade” ao uso do dinheiro que foi roubado aqui, levado para fora do Brasil, maquiado em “fundos abutres” ou outros “trusts” – grana que agora volta esquentada ou lavadinha nas repatriações ou pretensos “investimentos direitos estrangeiros” nas concessões, parcerias-públicas-privadas e privatizações comandadas pelos caciques do PMDB... Não é lindo?
O Crime Institucionalizado será reinventado rapidamente. A “bundamolice” e a falta de visão estratégica dos brasileiros podem ajudar... Ainda se perde muito tempo dando atenção a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele apenas foi a mais eficiente marionete que ajudou a destruir o Brasil. É fundamental não insistir no erro de que ele é “o corrupto-mor” a ser eliminado. Não é... Lula é apenas uma peça descartável do “mecanismo”. A única saída segura é mudar a estrutura estatal. Não é fácil, porque, culturalmente, os brasileiros sofrem de uma doença: “dependência estatal crônica”.
Nas redes sociais – e em grupos organizados isolados – ocorrem debates para mudar e melhorar o Brasil. Tais idéias precisam ser divulgadas e debatidas amplamente, até que se transformem em um Projeto de Nação, sob base federalista, com voto distrital e votação eletrônica auditável por voto impresso e intensa fiscalização direta do eleitor, para começo de conversa...
Se, inocente e inutilmente, entrarmos no bate-boca personalista sobre quem pode ser o candidato a Presidente em 2018, continuaremos errando e perdendo o foco. Neste regime do Crime Institucionalizado – em processo de reinvenção -, pouco ou nada importa o nome em disputa. O verdadeiro inimigo do Brasil continuará dando as cartas e ditando as ordens aos “escravos” de um Estado corrupto, ladrão e assassino da brava gente brasileira – que ainda tem virtudes a serem aproveitadas, antes que o País entre em desintegração.
Os empresários, da forma mais dura possível (perdendo dinheiro ou a própria liberdade) perceberam que é preciso avançar em boas práticas de gestão e controle interno, agindo de acordo com a regra, a lei (compliance). Alguns, na marra, começam a entender que é imprescindível partir para uma verdadeira campanha de combate à corrupção, forçando a mudança do modelo estatal Capimunista.
Por enquanto, o Crime Institucionalizado é a MOAB que destrói o Brasil. Caso não fechemos a fábrica da bomba, seremos implodidos pela máquina e seu sistema... O Exército, que faz aniversário dia 19 de abril, deveria pensar como ajudar a sociedade brasileira nesta guerra contra o Crime. Seria uma justa e perfeita compensação pelo golpe de 1985 - que está custando muito caro aos brasileiros...
(...)

NO O ANTAGONISTA
BNDES começa a investigar seu passado petista
Brasil Domingo,16.04.17 09:32
O BNDES era, até agora, a maior caixa-preta dos tempos lulopetistas. Mas a diretoria instaurou, ontem, uma comissão interna para investigar as citações ao banco nas delações da Lava Jato.
Os alvos são Luiz Eduardo Melin, chefe de gabinete de Guido Mantega na Fazenda e Álvaro Luiz Vereda, assessor da presidência do BNDES entre 2005 e 2006.
As informações são do Globo.
PF indicia 63 pessoas na Operação Carne Fraca
Brasil 16.04.17 09:14
No fim da noite de ontem, a Polícia Federal indiciou 63 pessoas na Operação Carne Fraca.
Elas responderão pelos crimes de advocacia administrativa, concussão, corrupção passiva, crime contra a ordem econômica, emprego de processo proibido ou de substância não permitida, falsidade de atestado médico, falsidade, corrupção, adulteração de substância ou produtos alimentícios, organização criminosa, peculato, prevaricação, uso de documento falso e violação de sigilo funcional.
As informações são do G1.
“É óbvio que haverá um acordão político contra a Lava Jato”
Brasil 16.04.17 09:03
Para a ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, o Congresso está “com a faca e o queijo na mão” para se blindar contra a Lava Jato. Leia o que disse à Folha:
- "Há risco de um "acordão" para sobrevivência política dos investigados?
- Vejo essa possibilidade, sim, pelo número de pessoas envolvidas e pela dificuldade de punição de todas elas. O Congresso Nacional já está tomando as providências para que não haja a punição deles próprios. Eles estão com a faca e o queijo na mão. É óbvio que haverá uma solução política para livrá-los, pelo menos, do pior.
- Como vê a crítica de que a lista criminaliza os partidos e a atividade política?
- É uma forma de inibir a atividade do Ministério Público e da Justiça. Os políticos corruptos nunca temeram a Justiça. O que eles temem é a opinião pública e a mídia. Eles temem vir à tona tudo aquilo que praticavam. O MP e a Justiça são tão burocratizados que se consegue mais rápido uma punição denunciando, tornando público aquilo que eles pretendem manter na penumbra."
“A Lava Jato ainda pegará o Judiciário”
Brasil 16.04.17 08:55
Em entrevista à Folha, Eliana Calmon, ministra aposentada do STJ e ex-corregedora nacional de Justiça, afirma que chegará a hora do Judiciário. Veja:
- "A Lava Jato poderá alcançar membros do Poder Judiciário?
- No meu entendimento, a Lava Jato tomou uma posição política. É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois.
- Como a senhora avalia essa estratégia?
- Acho que está correta. Do tempo em que eu fui corregedora para cá, as coisas não melhoraram. Há aquela ideia de que não se deve punir o Poder Judiciário. Nas entrevistas, Noronha [o atual corregedor nacional, ministro João Otávio de Noronha] está mais preocupado em blindar os juízes. Ele diz que é preciso dar mais autoridade aos juízes, para que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem diferente do que caminharam os demais corregedores."
Exclusivo: Kibe delata
Brasil 16.04.17 06:42
A Lava Jato, a partir de agora, vai se dedicar a rastrear os pagamentos de propina relatados pela Odebrecht.
A tarefa será enormemente facilitada pelos depoimentos de um novo delator: o doleiro Adir Assad, o Kibe.
O Antagonista foi informado de que seu acordo com a PGR está praticamente fechado. Só falta combinar sua pena.
A explosão da bomba
Brasil 16.04.17 06:25
Elio Gaspari foi avisado de que Lula vai morrer na próxima quinta-feira:
“Os depoimentos da Odebrecht abriram uma cratera e ela será aumentada pelos depoimentos da OAS, sobretudo pela colaboração do poderoso Leo Pinheiro”.
Não há nada que a fada Sininho possa fazer para evitar a explosão da bomba.
Dai a Lula o que é de Lula
Brasil 16.04.17 06:08
O escândalo dos aloprados, de 2006, envolveu o coordenador da campanha de Lula, Ricardo Berzoini, o gorila de Lula, Freud Godoy, o marido da secretária de Lula, Osvaldo Bargas, o churrasqueiro de Lula, Jorge Lorenzetti.
Na época, porém, a imprensa acabou comprando a mentira plantada por Lula de que o responsável pelo esquema era Aloizio Mercadante.
Ontem, finalmente, revelou-se a verdade: o tesoureiro de Lula, José de Filippi, financiou a fraude com dinheiro de propina de Emílio Odebrecht, o chefe de Lula.
ACM Neto, codinome Anão, recebeu R$ 1,8 milhão
Brasil Sábado,15.04.17 19:43
André Vital, diretor da Odebrecht na Bahia afirmou em sua delação que ACM Neto recebeu R$ 1,8 milhão via caixa 2 para a campanha de 2012, quando disputou a prefeitura de Salvador.
O neto de ACM recebeu o codinome “Anão” nas planilhas da empreiteira, segundo o Estadão.
Dossiê dos aloprados: o dia em que fui indiciado
Brasil 15.04.17 18:20
A revelação de que o dinheiro dos aloprados era da Itaipava/Odebrecht dá um ponto final a um dos episódios que marcaram a minha vida. Eu, Mario, escrevi um artigo a respeito do assunto, publicado na nossa newsletter e também no livro "Cartas de um Antagonista".
Aí está o artigo:
<O dia em que fui indiciado>
No dia 29 de janeiro de 2008, a PF indiciou-me na esteira do escândalo dos aloprados. Durante dois anos, o redator-chefe da revista Veja permaneceu como o único indiciado nessa vergonha.
Em 15 de setembro de 2006, pouco antes do primeiro turno das eleições, petistas foram presos pela PF num hotel de São Paulo, com o equivalente a mais de 1,7 milhão de reais em espécie. O dinheiro era para comprar um dossiê falso contra José Serra, que concorria contra Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. Como de hábito, Lula correu para dizer que não tinha nada a ver com aquilo, que se tratava de "um bando de aloprados".
Reuni um editor-executivo e três repórteres para fazer uma reportagem sobre o caso. A missão era obter a foto da dinheirama -- mantida sob sigilo pela PF -- e informações exclusivas sobre a malandragem. Missão dada, missão cumprida. Eles não apenas conseguiram a foto, como descobriram que Freud Godoy, segurança de Lula, e José Carlos Espinoza, assessor do então presidente da República na campanha de reeleição, haviam visitado secretamente o aloprado Gedimar Passos na carceragem da PF.
Publicada a reportagem, a PF negou o encontro de ambos com o preso, mas abriu uma sindicância interna para apurar a história. Os repórteres foram gentilmente convidados a relatar de viva voz a sua descoberta a um delegado. Eles foram acompanhados de uma advogada da Abril.
Eu ainda estava em casa, quando recebi um telefonema do editor-executivo que comandara a reportagem. Um dos repórteres havia ligado para ele -- na verdade, uma repórter -- e, muito nervosa, dissera que o delegado intimidava os jornalistas da revista e a advogada da Abril, sob o silêncio da representante do Ministério Público. O sujeito gritava que a Veja era mentirosa, além de exigir que eles revelassem fontes e como tinham obtido a foto do dinheiro.
Telefonei para Márcio Thomaz Bastos e deixei recado para que me ligasse. Em seguida, entrei em contato com Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati, que estava em São Paulo. Os dois se dispuseram a seguir para a sede paulista da PF, a fim de exigir que os repórteres e a advogada fossem liberados. Nesse meio-tempo, recebi o telefonema de Márcio Thomaz Bastos. Disse ao ministro da Justiça que ele segurasse os seus aloprados. Márcio Thomaz Bastos mandou que a PF liberasse todos imediatamente. A sua ordem foi seguida, sob comentários irônicos do delegado intimidador.
Na redação, chamei os envolvidos e cruzei as versões. Todos confirmaram a intimidação e me forneceram detalhes idênticos. O editor-executivo ligou para a representante do MP, que também relatou a situação vexatória sofrida pelos jornalistas e pela advogada. A essa altura, os jornais começaram a me procurar. No dia seguinte, noticiaram o absurdo. O Globo reproduziu o meu diálogo com Márcio Thomaz Bastos. Diante da repercussão, a representante do MP voltou atrás na sua versão e afirmou que não havia ocorrido intimidação. Os jornais colocaram a versão dos repórteres da Veja em dúvida. Fui adiante, com o aval do diretor de redação. Escrevi uma matéria para contar o episódio aos leitores da revista. A Veja ainda publicaria mais duas reportagens sobre o delegado intimidador. Entre outras coisas, descobriu-se que a PF o havia "importado" de Sorocaba, a fim de interrogar os jornalistas.
A PF abriu outra sindicância interna. Meses depois, concluiu que não havia ocorrido intimidação. O caminho estava aberto para que o delegado intimidador me processasse por ter escrito a reportagem que relatara o absurdo cometido contra a liberdade de imprensa. Fui acusado de calúnia e difamação. Curiosamente, o delegado que conduziria o inquérito era o mesmo que havia chegado à conclusão de que os repórteres e a advogada da Abril não tinham sido constrangidos.
Ao ver que o clima estava pesado para mim -- eu também era alvo constante dos blogueiros sujos do PT --, Roberto Civita resolveu contratar bons criminalistas. Roberto Podval e Paula Kahan Mandel me defenderiam. Vi-me intimado a depor na mesma PF que havia esquecido os aloprados, absolvidos que foram, em 2007, por "falta de provas". O delegado havia acordado com os meus advogados que eu falaria e sairia de lá sem acusação formal.
Prestei o depoimento, deram-me a transcrição para eu ler, pedi para que corrigissem o português e assinei. Levantei-me para ir embora, mas o delegado pediu que eu assinasse outro papel. Era o meu indiciamento. Roberto Podval e Paula Kahan Mandel tomaram o papel das minhas mãos e entraram numa discussão acalorada com o delegado. Saí da sala e, apesar da porta fechada, o andar inteiro ouvia os gritos que de lá ecoavam. Fui indiciado à revelia. O delegado recebera ordens para me indiciar de qualquer jeito. A PF havia sido balcanizada pelo lulopetismo.
No início de 2010, finalmente, depois de muitas idas e vindas, a ação penal contra mim foi trancada pela Justiça Federal de São Paulo, mediante habeas corpus impetrado pelos meus advogados. O desembargador Otavio Peixoto Junior escreveu:
"Óbvio que os jornalistas não inventaram nada. Alguma coisa o delegado fez que foi sentida ou interpretada como constrangimento e intimidação. Os repórteres não iriam inventar, tirar isso do nada. A meu juízo, o que há é mera notícia de fatos no exercício da liberdade de imprensa e isso é tudo. O que pode haver de mais é o uso do inquérito como retaliação e não duvido que, fosse caso de dilação probatória, surgissem elementos de convencimento dessa hipótese."
O delegado intimidador caiu do telhado e morreu (não é piada). Paula Kahan Mandel deixou a advocacia e se mudou para Nova York. Roberto Podval se tornaria advogado de José Dirceu ("Mas o seu foi o caso mais difícil que enfrentei", brinca ele). A advogada da Abril morreu de câncer. Os três repórteres e o editor-executivo saíram da Veja bem antes de mim. O dinheiro dos aloprados foi para a União.
O melhor das delações da Odebrecht: Reforma de sítio era surpresa de Marisa para Lula
Brasil 15.04.17 16:44
Marisa Letícia não se limitou a levar os pedalinhos dos netos para Atibaia. Veja:
REFORMA DO SÍTIO DE ATIBAIA ERA SURPRESA DE MARISA PARA LULA
Marisa Letícia pediu a Alexandrino Alencar para que ajudasse nas obras. SAIBA mais.
EXCLUSIVO: EMÍLIO AJUDOU LULA ATÉ MESMO A ESCREVER A "CARTA AO POVO BRASILEIRO"
Feita para acalmar o mercado, carta prova proximidade do empreiteiro com Lula. Clique AQUI.
ASSISTA AO DEPOIMENTO DE ALEXANDRINO SOBRE AS "PALESTRAS" DE LULA
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“Na última terça-feira confesso que fiquei indignada. Achei que ao longo de todos esses anos eu já tinha preparo para lidar com qualquer tipo de situação. Esse sentimento já havia sido abalado recentemente quando passaram a atacar minha família. Mas ter meu nome citado irresponsavelmente no atual contexto, com levantamento de suspeita de que numa campanha não houve registro de recursos doados, me deixou sem chão. Nunca pisei o terreno da mentira e do uso de recursos eleitorais sem registro.
Considero um absurdo a forma com que tudo aparece misturado. Não aceito meu nome ao lado dos que têm vultuosas somas na Suíça e paraísos fiscais. Sou uma pessoa com bens estritamente dentro das possibilidades de meus ganhos.”

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