QUARTA EDIÇÃO DE 19-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DA VERA MAGALHÃES
O Poder Inviolável
Emílio e Marcelo Odebrecht teriam detalhes picantes sobre o Judiciário
Vera Magalhães
Estadão - 19 Abril 2017 | 05h00
Diante do bombardeio desferido pelos delatores da Odebrecht sobre a classe política, resta a pergunta óbvia: e o Judiciário?
A completa ausência de juízes e ministros de tribunais superiores nos relatos dos sócios e executivos da empreiteira não reflete a falta do que contar, mas um entendimento tácito entre colaboradores e a força-tarefa para manter mais ou menos preservado um dos Poderes, para que possa enfrentar sem ter a legitimidade questionada pela sociedade a tarefa de julgar os descalabros revelados.
A coluna ouviu um integrante da força-tarefa, um delator que não pertence à Lava Jato, um advogado que participou das delações e um funcionário da empresa. Todos concordam num ponto: Marcelo e Emílio Odebrecht estavam na gênese e na execução das conversas com Dilma Rousseff para que a nomeação de Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça levasse à concessão de habeas corpus para os diretores da empresa e das demais empreiteiras e ex-diretores explosivos da Petrobras, como Renato Duque. Vale lembrar que, na época, a orientação da Odebrecht era que ninguém falasse, pois todos sairiam e a operação seria anulada.
Empreiteiros como Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, também ainda não tinham falado. Foi só depois que a operação habeas corpus para todos – que tinha entendimentos também no STF – fracassou.
Certamente, se fossem questionados, Emílio e Marcelo Odebrecht teriam detalhes igualmente picantes para contar das conversas sobre como influenciar no Judiciário naqueles dias de 2015.
PETROBRAS
Ex-presidentes são poupados para evitar ações no exterior
Outros imunes ao lodaçal são José Sergio Gabrielli e Graça Foster. Ao se colocar como vítima dos desvios, a Petrobras busca se blindar de processos bilionários no exterior. A investigação de dois ex-presidentes jogaria esse esforço por terra.
FEIRA LIVRE
Depoimento de Santana complica Palocci e Lula
O primeiro depoimento de João Santana diante de Sérgio Moro depois de homologada a delação do ex-marqueteiro corrobora e agrava tudo o que os Odebrecht disseram sobre o papel de Antonio Palocci na intermediação de recursos da empreiteira para Lula.
CONTENÇÃO
Negociação de ex-ministro leva tensão a QG lulista
Lula anda irritado com o criminalista José Roberto Batochio, um de seus defensores, nos últimos dias. O petista contava com Batochio para ajudar na “contenção” à delação de Palocci. O fato de os dois dividirem o mesmo advogado, apesar de Lula dispor de vasta banca de defensores, sempre foi uma forma de manter o ex-ministro monitorado. Batochio teve de dizer a interlocutores que há um limite até onde ir para dissuadir o cliente de colaborar.
REALITY SHOW?
Doria revive ‘O Aprendiz’ em demissão de secretária
O vídeo em que João Doria Jr. demite Soninha Francine da Secretaria de Assistência Social paulistana pelas redes sociais foi o momento mais constrangedor da gestão do tucano até aqui. Diante de uma ex-auxiliar visivelmente humilhada, o prefeito reviveu seus tempos de apresentador do reality show O Aprendiz para apontar incompetência de Soninha em lidar com a parte “pesada” da gestão e “eliminá-la” da função.

NA COLUNA DE ELIO GASPARI
Dois aniversários de Roberto Campos
O corifeu do liberalismo foi esfaqueado e a polícia prendeu os suspeitos de sempre, os pedestres do Centrão
Na última segunda-feira, dia 17, completaram-se 100 anos do nascimento de Roberto Campos, o corifeu do liberalismo econômico brasileiro. Na sexta, dia 28, completam-se 36 anos da noite em que ele foi esfaqueado em São Paulo, num episódio que expõe as artes, conexões e malandragens do andar de cima nacional.
As celebrações do centenário tratam do intelectual que ajudou a reformar a economia do país enquanto foi ministro do Planejamento, de 1964 a 1967, e iluminou-a com sua verve inigualável até 2001, quando morreu. A história das facadas é outra.
Na noite de 28 de abril de 1981, Roberto Campos encontrou-se num apart-hotel, na Vila Nova Conceição, em São Paulo, com sua namorada Marisa Tupinambá. Conheciam-se desde 1969, quando ele tinha tinha 52 anos, e ela 23. À época, Campos vivia sua única — e desastrosa — experiência de empresário privado, como banqueiro. Em 1975, ele foi nomeado embaixador em Londres e pendurou Marisa na folha da embaixada em Paris. Ela xeretou o que não devia, foi demitida, e desceu em Londres. Lá Roberto Campos conseguiu-lhe um apartamento, que usava também para suas festinhas. Depois de muitas idas e vindas, a relação azedou e, em 1981, ela foi ao apart-hotel para negociar o fim do caso. Desentenderam-se, apareceu uma faca, e o embaixador teve o abdômen e o tórax perfurados.
Amigos, parentes e protetores de Campos informaram que ele fora esfaqueado durante uma tentativa de assalto ao sair do edifício onde vivia, na Avenida São Luís (a quilômetros de distância do apart-hotel da Vila Nova Conceição). O presidente da República, general João Figueiredo, telegrafou ao embaixador, e o governador de São Paulo, Paulo Maluf, exigiu que a polícia prendesse os assaltantes em 48 horas, e dezenas de pedestres foram detidos (Ao ouvir a versão do assalto num noticiário de televisão, o general Octavio Medeiros, chefe do SNI, perguntou: “Pra cima de mim?”).
O matutino carioca “O Dia" salvou a pátria e desmontou a operação abafa narrando, com exageros, a cena das facadas e identificando Marisa Tupinambá. A esta altura ela estava escondida e calada, sob orientação de um mandarim da indústria petroquímica.
Falando à Lava-Jato, Emílio Odebrecht mostrou que tem razão e boa memória quando diz que “o que nós temos no Brasil não é um negócio de cinco ou dez anos. Estamos falando de 30 anos”. Mais que isso. Quando Marisa Tupinambá estava em Londres, era a Odebrecht Overseas quem lhe pagava uma mesada de 700 libras.
Em 1984, Madame Tupinambá publicou um livro, intitulado “Eu Fui Testemunha", mas ele sumiu das estantes. Teria sido proibido pela Justiça ou apenas não teria sido reeditado, depois que o Sebastião Camargo, o fundador da Camargo Correa, comprou todos os exemplares disponíveis (O general Ernesto Geisel, que detestava Roberto Campos, guardou seu volume por mais de uma década.)
O centenário de Roberto Campos é uma boa oportunidade para se reler alguns de seus esplêndidos artigos e discursos. Os 36 anos das facadas de Marisa Tupinambá são uma oportunidade para se pensar como o Brasil melhorou. Se um juiz de primeira instância pudesse ter corrido atrás da história da senhora, a Lava-Jato teria chegado muito antes, ao tempo em que o país era governado por generais.
(Elio Gaspari é jornalista)

NO O ANTAGONISTA
Sem assinatura de Silvio
Brasil Quarta-feira,19.04.17 10:25
O Antagonista apurou que os investigadores da Operação Conclave ainda não encontraram nenhum documento do PanAmericano que comprometa Silvio Santos na negociata.
"Ele não assinou nada", diz um integrante da equipe.
Silvio terá de devolver recursos da Caixa
Brasil 19.04.17 10:31
Mesmo que escape da ação penal, Silvio deverá responder civilmente. O MPF quer a nulidade do acordo de investimento e a devolução integral dos recursos injetados pela CaixaPar no PanAmericano, corrigidos pela Selic.
Topa tudo
Brasil 19.04.17 10:14
Em 22 de setembro de 2010, Lula recebeu Silvio Santos no Palácio do Planalto. Logo depois, ele foi recebido por Maria Fernanda Coelho na Caixa.
Depois das conversas, a CaixaPar injetou mais de R$ 700 milhões no PanAmericano.
O conclave de Silvio Santos
Brasil 19.04.17 09:20
O irmão de Silvio Santos é um dos alvos da Operação Conclave.
Henrique Abravanel "integrou o Conselho de Administração do PanAmericano quando a gestão estava nas mãos da família. A Caixa comprou 49% das ações do banco em 2009 por R$ 739,3 milhões. No ano seguinte descobriu-se que a instituição financeira tinha um rombo bilionário. Em 2011, a família Abravanel saiu do negócio vendendo suas ações para o BTG Pactual".
Lula é um desastre
Brasil 19.04.17 10:03
A pesquisa do DataPoder360 mostra que Lula é rejeitado por 59% do eleitorado.
E esse número ainda vai crescer um bocado depois que ele for condenado pela Lava Jato.
Quanto a João Doria, ele conta com uma enorme vantagem: 53% dos brasileiros nem sabem quem ele é.
O derretimento de Mineirinho e Santo
Brasil 19.04.17 09:54
O DataPoder360 mostra o derretimento de Aécio Neves e Geraldo Alckmin.
Eles aparecem na pesquisa com 7% e 8%.
Caso eles se candidatassem, Jair Bolsonaro chegaria a 19% do eleitorado.
Agora vai, André
Brasil 19.04.17 09:50
A quebra de sigilo de André Esteves é o primeiro passo para descortinar o papel do BTG em diferentes negócios já investigados pela Lava Jato e outros a serem descobertos.
Quebra de sigilo de André Esteves
Brasil 19.04.17 09:23
O juiz Vallisney de Souza Oliveira autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de André Esteves.
A operação Conclave, que investiga a compra do banco PanAmericano, fez buscas e apreensões em endereços ligados ao banqueiro.
Vaccari também quer delatar
Brasil 19.04.17 09:38
João Vaccari Neto também quer delatar.
O Antagonista foi informado de que o PT pediu-lhe até o meio de ano para arrumar uma maneira de tirá-lo da cadeia.
As matérias plantadas na imprensa servem só para isso: para mostrar-lhe que há um acordo entre todos os partidos para anistiar o caixa dois e abater sua pena.
Troca de comando no PSDB
Brasil 19.04.17 08:49
Para O Globo, o PSDB perdeu o rumo.
“Com 13 integrantes na lista de Fachin, inclusive seus principais líderes — Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin —, o clima é de constrangimento. O partido tem grande dificuldade de convocar qualquer reunião sem a presença dos três, mas sofre pressão interna para dar uma resposta à sociedade sobre as acusações. Em conversas mais discretas, tucanos preocupados com o futuro da legenda dizem que é preciso socorrer os feridos, não abandoná-los, mas separá-los do partido. Se esse entendimento prevalecer, poderá precipitar uma troca de comando no PSDB”.
O que eles estão esperando?
Cosa Nostra
Brasil 19.04.17 08:28
Antonio Palocci deve romper o pacto mafioso do PT.
Foi o que disse Helio Gurovitz, no G1:
“Se falar, Palocci será o primeiro petista graduado a violar a ‘omertà’ mafiosa que impera no partido. E também o primeiro político de peso a encarar a verdade na Lava Jato, em vez de prosseguir com a série de negativas hipócritas a que o brasileiro tem sido submetido nos últimos tempos.
Diante do estrago das bombas lançadas pelos delatores, os políticos de Brasília precisavam compreender que não haverá saída por meio de anistia, reformas de ocasião ou negativas hipócritas. O único modo de reinventar a política no Brasil – e ela precisará ser reinventada um dia – é encarar a verdade. Sem fazer isso, eles apenas cavarão mais fundo a própria cova.
A saída jurídica que preserva a verdade se chama delação premiada. Foi o que perceberam todos os empreiteiros presos na Lava Jato, até o mais teimoso deles, Marcelo Odebrecht – aquele que não ‘tinha o que dedurar’. É natural que os políticos, que fazem da mentira um meio de vida, resistam a aceitar esse fato. Os mais inteligentes, como Cunha ou Palocci, parecem agora começar a entendê-lo”.
As palestras do lobista Lula
Brasil 19.04.17 08:15
Os delatores da Odebrecht, segundo o Bom Dia Brasil, disseram que a empreiteira usava Lula "para expandir os negócios do grupo em outros países e pagavam por isso.
O pagamento era com as palestras que arrumavam para o ex-presidente, por 200 mil dólares, cada".
Sim, o lobista Lula expandia os negócios da Odebrecht. Ele expandia também os financiamentos do BNDES.






Comentários

  1. O artigo está incompleto, deveria conter o seguinte texto: ex-presidente e alto escalão corruptos da Petrobras foram poupados, ai incluído, Diretores e Gerente Gerais e Executivos que atuaram direta ou indiretamente no Petrolão e podem ser encontrados laborando na estatal na atualidade.

    https://www.linkedin.com/pulse/nova-fase-da-lava-jato-remete-investiga%C3%A7%C3%A3o-de-200-gerentes-pereira

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