PRIMEIRA EDIÇÃO DE 23-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 23 DE ABRIL DE 2017
Após o governo Lula, o plano de Marcelo Odebrecht e Antonio Palocci era doar o “saldo” da conta do PT na empreiteira ao Instituto Lula para que o ex-presidente e Paulo Okamoto controlassem o propinoduto. Mas, envergonhado de oficializar a relação íntima com a Odebrecht, Lula nunca aceitou receber os R$ 35 milhões de maneira legal. “Eles não queriam explicitar o que deveriam explicitar”, explicou Marcelo.
No termo de colaboração premiada, Marcelo Odebrecht explica a relação com Lula: “Acabou pedindo de maneira informal, por Caixa 2”.
O “pessoal” do Instituto Lula, como define Marcelo Odebrecht, “ficava desconfortável de receber uma doação grande”.
Odebrecht explica o alto valor acertado para o Instituto Lula: “tinha a referência do Instituto FHC...foi algo em torno de R$ 40 milhões.”
Em 2002, o valor declarado pelo iFHC era de R$ 7 a R$10 milhões doados por um total de 12 empresas; a maior parte empreiteiras.
Em 2015, ao assumir a presidência da Câmara, Eduardo Cunha vivia o apogeu do seu poder e arrogância, quando tentou viabilizar o que se transformaria em símbolo da corrupção no Brasil: um shopping ou o “parlashopping”. A obra, inútil e cara, excitou os empreiteiros até pelo custo: R$1 bilhão. Para viabilizá-la, ele inseriu “contrabando” na medida provisória 668, prevendo parceria público-privada (PPP) no Legislativo.
Inserir “contrabandos” em medidas provisórias sobre outros temas era “expertise” de Cunha. A MP 668 tratava de tributos, por exemplo.
O shopping de Eduardo Cunha seria erguido com dinheiro público e as conhecidas “regras” vigentes ao lado da Câmara.
No shopping da Câmara seriam instalados lojas e escritórios de empresas, inclusive de lobby, no mesmo ambiente do Legislativo.
No décimo termo de colaboração, Marcelo Odebrecht admite que os pagamentos de propina eram feitos ao PT mesmo em ano não-eleitoral. E fazia os pagamentos em dinheiro. Mas isso ele não detalhou.
Em 60 dias, o decano Celso de Mello baterá o recorde de permanência do Supremo Tribunal Federal, ainda com o ministro aposentado José Carlos Moreira Alves, que ficou no STF por 27 anos e 10 meses.
O tempo passa, o tempo voa, e Ideli Salvatti (PT), ex-ministra de Dilma, continua numa boa em Washington, fingindo-se de morta e faturando milhares de dólares por mês na Organização dos Estados Americanos.
Marcelo Odebrecht admitiu em sua delação que quando “liberava” propina para o PT via Guido Mantega (Fazenda) não se falava em detalhes, nem vínculo com uma contrapartida específica. “Em 2011 gente já tinha uma relação tal que não ia caber... jamais ia falar”.
A área técnica do Ministério da Saúde sempre resistiu às investidas do “Comandante Braga”, amigo de Lula que em seu governo empurrava quantidades industriais de remédios cubanos ao Brasil. Era inútil.
A Agência Nacional do Cinema, comandada pelo PCdoB há quase 15 anos, tem terceirizados com 10 anos de casa, que são demitidos e readmitidos a cada contrato, perdendo férias e outros direitos. A nova lei da Terceirização proíbe isso. O PCdoB, claro, foi contra a reforma.
Marcelo OdebRecht explicou em sua delação que a questão da propina é complicada, já que havia candidatos “honestos” que recebiam doações por caixa dois para não expor a sua empreiteira, mas havia também os “desonestos”, que recebiam propina através de Caixa 1.
Um grupo de deputados estaduais viu em Garanhuns (PE) que no hospital Dom Moura, que atende ao dia 400 pacientes na emergência, em média, só tem uma ambulância. Deve ser o que o então presidente Lula, filho da cidade, chamou de “saúde pública de primeiro mundo”.
... quem tem Odebrecht (na declaração eleitoral), tem medo.

NO DIÁRIO DO PODER
OUTROS CRIMES
PGR PODE CANCELAR DELAÇÃO PREMIADA DE DELCÍDIO DO AMARAL
DELCÍDIO É ACUSADO DE ATUAR EM FAVOR DA ODEBRECHT EM TROCA DE PROPINA
Publicado: sábado, 22 de abril de 2017 às 15:51
Redação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa a possibilidade de romper o acordo de colaboração premiada do senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS) homologado em 2016. O revés para o ex-parlamentar é uma consequência das revelações dos ex-executivos Benedicto Júnior e Rogério Santos de Araújo, da Odebrecht, sobre repasses para campanhas eleitorais em contrapartida à atuação dele em casos de interesse da empreiteira.
Além do acordo de Delcídio, outras delações deverão ser reavaliadas pelo Ministério Público por causa das revelações da Odebrecht. O ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco é outro que está na mira por conta das revelações do ex-executivo da Odebrecht, Rogério Araújo. Segundo o delator, Barusco teria solicitado que ele guardasse em sua casa 24 garrafas de vinho de primeira categoria logo após o início da Operação Lava Jato. A informação não foi levada ao conhecimento dos investigadores à época da assinatura do seu acordo.
Entre as empreiteiras, ao menos a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa já se preparam para rever seus acordos depois das delações da Odebrecht. As duas empresas assinaram seus acordos e deixaram de fora informações sobre algumas áreas agora delatadas pela empreiteira baiana. Também nesses casos a “punição” pela omissão pode ir de uma revisão das penas até o rompimento do acordo. O procedimento tem sido chamado de recall e deve levar ao surgimento de novos delatores e outras frentes de investigação.
Homologação
Ex-parlamentar pelo PT, Delcídio teve seu acordo de delação homologado em 15 de março de 2016 pelo ministro do STF Teori Zavascki, morto em janeiro em acidente aéreo. Delcídio decidiu colaborar com a Justiça após ser preso com base em gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Bernardo Cerveró gravou uma conversa com Delcídio na qual o senador cassado fala da intenção em ajudar na fuga de seu pai para a Espanha e sugere uma possível articulação entre ministros do STF para tentar soltar o ex-diretor.
Entretanto, nos 29 anexos baseados em depoimentos prestados entre 11 e 14 de fevereiro de 2016, Delcídio não aborda as informações entregues à PGR pela Odebrecht. Com o surgimento de novos fatos, a PGR vai decidir se as omissões podem ser corrigidas com o aditamento em condições mais duras ou se resultará na rescisão do acordo. O advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pela defesa de Delcídio, disse que não comentará a colaboração da Odebrecht.
Divergências
Em seu acordo, Delcídio foi taxativo ao afirmar que não recebeu qualquer valor em propina atrelada à Refinaria de Pasadena (EUA) e que nunca participou de reuniões sobre a obra.
Por sua vez, Rogério Araújo, ex-diretor da Odebrecht, relatou aos investigadores que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque falou de uma reunião, em 2006, na qual a UTC Engenharia se comprometeu a pagar R$ 4 milhões a Delcídio, tendo como contrapartida a participação da empresa na obra de ampliação da refinaria nos EUA.
Araújo também abordou em sua delação um pedido de Cerveró, em 2010, para pagamento de contribuição à campanha de Delcídio como contrapartida a “eventual aprovação de projeto de gasoduto” a ser realizado por uma empresa da Petrobrás na Argentina. Delcídio não cita esses fatos de forma direta, apenas aponta ter pedido ajuda a Duque e Cerveró para pagar dívidas de campanha de 2006.
Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora Norberto Odebrecht, também citou repasses a ele. Delcídio não citou esses recebimentos. (AE)

NO DIÁRIO DO PODER
Temer acha corrupção ‘triste’, mas não faz nada
Josias de Souza
Domingo, 23/04/2017 04:36
Carlos Drummond de Andrade escolheu como epígrafe do livro Claro Enigma um verso de Paul Valéry: “Les événements m’ennuient”. Significa: os acontecimentos me entediam. Ou me chateiam, numa tradução livre. Michel Temer poderia adotar o mesmo verso como lema de sua gestão. Mais do que revolta, o comportamento do presidente diante da crise moral começa a provocar uma onda de tédio.
Em entrevista à espanhola TVE, Temer concordou com o entrevistador quando ele disse que é triste ter dezenas de políticos acusados de corrupção no Brasil. “Sim, me parece triste, não posso falar outra coisa”, aquiesceu o entrevistado, antes de deixar claro que sua tristeza não tem a menor serventia: “Em relação a essas investigações, temos que esperar que o Poder Judiciário condene ou absolva as pessoas.”
Dois espetáculos não cabem no mesmo palco. Ou no mesmo governo. Dividido entre uma encenação e outra, a plateia não dá atenção a nenhuma das duas. Temer anuncia que está em cartaz a novela das reformas. Mas a hecatombe da Odebrecht faz piscar outra palavra no letreiro: c-o-r-r-u-p-ç-ã-o. A estratégia de Temer é clara: simular desgosto com a podridão e tentar arranca as reformas do Congresso apodrecido.
Noutra entrevista, dessa vez à agência de notícias Efe, Temer reiterou que deseja descer ao verbete da enciclopédia como o presidente que ''reformulou o país''. Vaticinou: ''A melhor marca do meu governo, será colocar o país nos trilhos.” Bocejos! O presidente parece dar de barato que, na disputa por um lugar no cartaz, o vocábulo “reformas” prevalecerá sobre “corrupção”. Será?
Fernando Henrique Cardoso gosta de dizer que, sob atmosfera caótica como a atual, o Brasil costuma avançar. De fato, a crise atenuou as resistências ideológicas às reformas. As corporações ainda brigam pela preservação de privilégios. Mas estão meio zonzas. Amedrontado, o Congresso talvez se mexa.
Supondo-se que Temer consiga aprovar algum tipo de reforma trabalhista e previdenciária, os efeitos das mudanças serão avaliados mais adiante. A imagem do seu governo, porém, é um problema urgente. Com a popularidade roçando o chão, Temer associa sua agonizante figura a uma tríade de símbolos tóxicos: cumplicidade, suspeição e acobertamento.
Acomodado por delatores no centro de cenas nas quais foram negociadas verbas eleitorais espúrias e propinas milionárias, Temer só não é investigado porque a Procuradoria-Geral acha que ele dispõe de imunidade temporária enquanto estiver na cadeira de presidente. Contra esse pano de fundo enodoado, o presidente passa a sensação de que não dispõe de moral para agir. Daí, por exemplo, a presença de ministros suspeitos no governo.
Quando escuta Temer dizer que fica “triste” com a suspeita de roubalheira que recai sobre tantos políticos, a plateia boceja de tédio. As manifestações do presidente dão sono antes de irritar. Confrontadas com os avanços da Lava Jato, suas palavras mostram que, no Brasil da Lava Jato, o pesadelo tornou-se menos penoso do que o despertar.
Em meio aos dois espetáculos que estão em cartaz, Temer se divide. Do ponto de vista econômico, a aura do presidente pertence à modernização. Do ponto de vista político, Temer se esforça para simbolizar o que há de mais anacrônico. Acossado pela hecatombe moral, Temer reage à moda do avestruz: enfia a cabeça na sua pseudo-tristeza. De duas, uma: ou Temer morrerá de tédio ou acabará gritando diante do espelho: “Fora, Temer”.

NO O ANTAGONISTA
Lula, o sócio majoritário de tudo isto que está aí
Brasil 23.04.17 08:45
Em sua coluna no Estadão, Vera Magalhães resume a trajetória de Lula. Leia:
“As últimas e estarrecedoras revelações do submundo da empreiteirocracia instituída no Brasil por Luiz Inácio Lula da Silva e mantida sob Dilma Rousseff não deixam dúvida: Lula não era apenas beneficiário, mas sócio majoritário e idealizador do esquema que pilhou a Petrobras, o BNDES, o setor elétrico, a Receita Federal e sabe-se lá mais quantos pedaços do Estado.
Mais: Lula se tornou sócio dos empreiteiros não só depois de instalado no Palácio do Planalto. As negociatas começaram bem antes, quando o sindicalista ainda começava a angariar a fama que viria a ter.
(...)
Todos têm de ser punidos e seus beneficiários de diferentes partidos, de tucanos a comunistas, passando pelos peemedebistas de sempre, merecem a aposentadoria compulsória da política e a pena da lei.
Mas que não reste dúvida: o verdadeiro sócio do esquema criminoso que colocou em xeque a ainda incipiente democracia brasileira atende pela alcunha de Lula, e sua máscara caiu indubitavelmente diante dos olhos da Nação. Quem ainda não enxergou é porque não quer mesmo ver.”
Em projeto oferecido por Lula, Odebrecht manteria dinheiro em Cuba
Brasil 23.04.17 08:32
Para convencer Raúl Castro a aceitar a construção de uma zona franca pela Odebrecht, o projeto oferecido por Lula previa uma solução para o financiamento da obra com recursos do BNDES.
Segundo João Carlos Mariz Nogueira, um dos delatores da empresa, para que o governo cubano tivesse acesso ao crédito do banco brasileiro com o qual contrataria a Odebrecht, a empreiteira daria duas contrapartidas: compraria nafta de Cuba e depositaria o dinheiro em uma conta garantia aberta na ilha.
Raúl Castro gostou da ideia, mas o BNDES não. O banco não queria que as garantias fossem depositadas em Cuba, e o negócio não vingou.
As informações são do Estadão.
Lula envolveu o Itamaraty em projeto da Odebrecht em Cuba
Brasil 23.04.17 08:19
Para viabilizar a construção da zona franca da Odebrecht ao lado do Porto Mariel, em Cuba, Lula mobilizou até mesmo o Itamaraty – isto em 2014, quando já deixara o Planalto.
Segundo um dos delatores da empreiteira, João Carlos Mariz Nogueira, o petista tratou do assunto em Havana com Marcelo Câmara, representante do Ministério das Relações Exteriores.
Na conversa presenciada pelo delator, Lula disse a Câmara que Raúl Castro gostara de uma das propostas e que procuraria Dilma a respeito.
As informações são do Estadão.
Lula levou outro projeto da Odebrecht a Cuba em 2014
Brasil 23.04.17 08:07
Após a construção do porto de Mariel, a Odebrecht acionou Lula em 2014 para convencer o presidente de Cuba, Raúl Castro, a aprovar um novo projeto da empreiteira: a construção de uma zona franca anexa ao porto.
O episódio consta da delação premiada de João Carlos Mariz Nogueira, executivo da empresa.
As informações são do Estadão.
O Paulistinha de Lula, Dilma e Temer
Brasil 23.04.17 07:04
O doleiro Álvaro Novis teve seu acordo homologado pelo ministro Felix Fisher.
A notícia foi citada de passagem na reportagem de O Globo sobre Luiz Fernando Pezão, mas ela vai muito além do esquema de Sérgio Cabral.
Álvaro Novis foi o maior entregador de propinas da Odebrecht. Seu nome está associado aos repasses em espécie a Lula, à companha de Dilma Rousseff e ao operador de Michel Temer, José Yunes.
Releia aqui:
Aqui:
E aqui:
Pezão e Luizinho
Brasil 23.04.17 07:03
O Globo diz que “o cerco se fecha sobre o governador Luiz Fernando Pezão”.
“Em delação que acaba de ser homologada pelo ministro Felix Fischer, do STJ, o doleiro Álvaro Novis, acusado de fazer pagamentos para o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, revelou que entregou dinheiro em espécie, em mais de uma oportunidade, para um operador indicado por Pezão, Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho”.
Palocci vai aniquilar Lula
Brasil Sábado, 22.04.17 17:47
Pedro Novis, no depoimento à PGR, disse que a Odebrecht pagou no caixa 2 duas campanhas de Lula à Presidência. E que Lula indicou Palocci para tratar de tudo...
"Em ambas as campanhas, na condição de diretor-presidente da Odebrecht S.A. e por pedido do ex-presidente Lula a doutor Emílio Odebrecht, tratei das contribuições com Antonio Palocci, que, por sua vez, havia sido indicado para tratar do assunto pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva."
Foram 20 milhões de reais em 2002 (115 milhões de reais em valores atualizados) e 20 milhões em 2006 (60 milhões de reais reajustados para hoje).
Palocci vai aniquilar Lula.
É preciso investigar a ORCRIM da Caixa Econômica
Brasil 22.04.17 11:24
Em sua coluna no Globo, Míriam Leitão lembrou que a Operação Conclave, que investiga a compra irregular, pela Caixa, do banco Panamericano, merece tanta atenção quanto a Lava Jato. Leia:
"No turbilhão de notícias da semana, teve pouca atenção a Operação Conclave. Ela investiga a decisão da Caixa de comprar, em 2009, um banco quebrado, sem notar sua situação falimentar, sem ter uma conta caução que lhe desse garantias e permitindo, no final da operação, que o acionista da instituição, o grupo Silvio Santos, saísse com lucro e ela ficasse com todo o prejuízo.
Tudo nesse caso do Panamericano é misterioso. Já houve inquérito sobre a fraude financeira e contábil que quebrou o banco, mas agora o Ministério Público está investigando como e por que foi feita uma compra tão prejudicial aos cofres públicos. 'A operação sob investigação foi extremamente lesiva ao Erário e ilegal, tratando-se aqui, em linguagem simples e direta, de uma aquisição criminosa de um banco falido por um banco público', diz o documento do Ministério Público e da Polícia Federal."

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