PRIMEIRA EDIÇÃO DE 22-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 22 DE ABRIL DE 2017
Lula tem dito que “quem pediu dinheiro em meu nome deveria ser preso”, mas a Lava Jato suspeita que ele pode ter combinado até com sua mulher pedidos em seu nome. Emílio Odebrecht contou à Lava Jato que, por solicitação de Marisa, pagou a reforma de R$ 700 mil do sítio em Atibaia (SP), mas ela pediu “segredo”, porque seria “surpresa” para Lula. Mas Emílio deixaria escapar o “segredo”, em conversa com o ex-presidente, e não houve surpresa. Porque Lula já sabia de tudo.
A força-tarefa considera provado que se Lula não pediu propina, como afirma, tinha quem a solicitasse em seu nome, inclusive Marisa.
Lula jura que jamais pediu “nem dez reais”. Merreca, pode ser. Mas Marcelo Odebrecht citou seu pedido de US$ 40 milhões.
Nas delações, ficou claro que outras pessoas muito ligadas a Lula pediam dinheiro à Odebrecht, como Antonio Palocci e Guido Mantega.
O articulador da Odebrecht no governo Lula era Emílio, pai de Marcelo Odebrecht que assumiu a chefia, em 2008. Marisa tratava com Emílio.
Esta coluna bem que avisou, em julho de 2010, sobre um contrato de R$1 bilhão, sem licitação, da Odebrecht na Petrobras, que acabaria em escândalo. Em vez de licitação, a Diretoria Internacional da estatal, chefiada por Paulo Roberto Costa, preferiu “convite”. Sabe-se agora que só essa maracutaia no governo Lula rendeu US$ 80 milhões em propinas, segundo delação do ex-executivo, Márcio Farias à Lava Jato.
Paulo Roberto Costa era “o cara” no governo Lula. Foi inclusive um dos poucos convidados ao casamento da filha de Dilma, em 2008.
Em vez de licitação, Paulo Roberto convidou 7 empresas a apresentar propostas. Mas a Odebrecht já estava escolhida.
Quase quatro anos depois, em março de 2014, a brava turma de Curitiba deflagrava a Operação Lava Jato, que deu no que deu.
Marcelo Odebrecht revelou em sua delação que “quando FHC saiu [da presidência], as empresas tinham doado para o Instituto FHC. Todas as empresas acho que foi algo em torno de R$ 40 milhões”.
Marcelo Odebrecht só lembrou de 17 apelidos dos políticos corruptos. Ele se afastou da rotina do propinoduto para priorizar o relacionamento com os poderosos chefões Lula, Dilma, Palocci e Mantega.
O PT, mais uma vez, tenta comover os incautos. Batizou seu próximo congresso da falecida ex-primeira dama, que segundo a fantasia de ladrões da legenda, teria sido “vítima das investigações da Lava Jato”.
O Itamaraty não acredita em recuo da semiditadura venezuelana. “Eles se acham em plena ‘revolução’, a tendência é que ignorem pressões”, diz o atual chanceler Aloysio Nunes, que estava entre os parlamentares hostilizados pelas milícias de Nicolas Maduro em Caracas, em 2016.
Sérgio Moro, juiz responsável da Lava Jato, foi agraciado com a Ordem do Mérito Militar. É a única medalha que mensaleiros condenados, como José Dirceu e Roberto Jefferson, ainda possuem.
Do advogado carioca, Nicola Manna Piraino, sobre a hipocrisia nacional: “O empresariado sempre mamou nas tetas do Estado. Aliás, quase todos jogam pedras, com os seus telhados de vidro quebrados, mas amam negociar com entes públicos, ou ter um cargo, para se encostar.
A dublagem do desenho “Patrulha Canina”, exibido na NET, troca sempre os gêneros dos cães, ora exibidos com voz feminina, ora com voz masculina, confundindo crianças de 4 a 6 anos. Não se trata de propaganda sutil de transexualismo. É desleixo e desrespeito mesmo.
Questionado sobre a adoração a Lula e o maior esquema de corrupção do planeta, Chico Buarque sempre respondia “e o PSDB?”, acreditando em outra mentira, a de que a Lava Jato era “contra o PT”, seu partido. Ele deve estar com a cara no chão: a Lava Jato chegou ao PSDB.
O depoimento de Aldemário “Léo” Pinheiro, ex-chefe da OAS, era o que faltava para prender Lula?

NO DIÁRIO DO PODER
GUARUJÁ
LULA E MARISA QUERIAM PASSAR FESTAS DE FIM DE ANO DE 2014 NO TRIPLEX
MARISA PEDIU PRESSA NA REFORMA PARA RÉVEILLON DA FAMÍLIA LULA
Publicado: sexta-feira, 21 de abril de 2017 às 15:34 - Atualizado às 16:47
O casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia (que morreu em fevereiro deste ano) planejava passar as festas de fim de ano de 2014 no triplex 164-A do Edifício Solaris, que o empreiteiro José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, diz ter sido comprado e reformado pela OAS, como vantagens indevidas concedidas ao petista.
Léo narra que depois da primeira visita com Lula, foi feita uma segunda visita. Dessa vez Lula não foi, havia preocupação porque era ano de eleição. Léo foi com dona Marisa, ocasião em que ouviu um pedido.
"Então dona Marisa fez um pedido: 'Nós gostaríamos de passar as festas de fim de ano aqui no apartamento. Teria condições de estar pronta?'", relatou Léo Pinheiro ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato em audiência na quinta-feira, 21.
Moro perguntou depois se deu tempo de terminar a obra e o empreiteiro disse que sim.
"Pode ficar certo que antes disso...", disse Léo Pinheiro, o empreiteiro do cartel, que fatiava obras na Petrobras pagando propinas a políticos e agentes públicos, mais próximo do ex-presidente.
A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do tríplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016.
O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados - eles protestam na Justiça que a empreiteira cobrou valores muito acima do previsto contratualmente. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.
Defesa de Lula
"Léo Pinheiro, no lugar de se defender em seu interrogatório, hoje, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado tríplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel".
"A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência".
"A afirmação de que o tríplex do Guarujá pertenceria a Lula é também incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente é incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa".
"Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares. Também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente".
"Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos". (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Editorial do Estadão: Os efeitos da demagogia
Governos do PT entenderam que justiça social é ato de vontade. O resultado da insanidade está aí
Por Augusto Nunes
Sábado, 22 abr 2017, 07h58
Dos perversos efeitos da irresponsabilidade fiscal dos governos lulopetistas, os mais significativos foram a reversão da queda da desigualdade e a estagnação do desenvolvimento humano, constatadas por estudos recém-publicados. Tal cenário indica o grau de deterioração do bem-estar da atual geração de brasileiros e, especialmente, as perspectivas sombrias para as próximas, algo que não pode ser modificado por medidas triviais. Se era preciso alguma prova de que a promessa demagógica de felicidade instantânea e sem sacrifícios pereniza a mediocridade e compromete o futuro do País, a prova aí está.
O mais recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostrou que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, com dados de 2015, ficou estagnado pela primeira vez desde 2004. Isso significa que as políticas de Lula da Silva e, principalmente, de Dilma Rousseff, a título de fazer “justiça social” e “incluir o pobre no Orçamento”, como gostam de alardear os ex-presidentes petistas, na verdade tiveram o efeito exatamente oposto ao pretendido – isto é, em vez de ajudar os mais pobres, interromperam o processo de melhoria da qualidade de vida do conjunto da sociedade.
O IDH leva em conta renda, educação e saúde. Vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento. Em 2015, o Brasil obteve IDH de 0,754, o mesmo de 2014. Entre 188 países, o Brasil ficou estacionado em 79.º lugar, ao lado de Granada. Continua entre os países considerados de “alto desenvolvimento humano”, mas encontra-se abaixo de Cuba (68.º) e Venezuela (71.º).
Quando o índice é ajustado se levando em conta a desigualdade – de renda, de saúde e de educação –, o Brasil cai 19 posições. Pelo Coeficiente de Gini, que mede especificamente a desigualdade de renda, o Brasil aparece como o 10.º mais desigual entre 143 países. Esse aspecto aparece em outro estudo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo o qual em 2016 houve o primeiro aumento da disparidade de renda domiciliar per capita em 22 anos. Isso significa que o ganho proporcionado pela estabilização da economia com o Plano Real, implementado há 23 anos, foi comprometido pelos governos de Lula e Dilma.
A façanha da dupla é espantosa. A partir de meados dos anos 1990 o Brasil começou a caminhar para reduzir a afrontosa desigualdade de renda que marca sua sociedade desde sempre. O controle da inflação deu o primeiro impulso para isso, pois permitiu que os mais pobres parassem de pagar, na forma do chamado “imposto inflacionário”, o custo do endividamento inconsequente do governo.
Foi necessário ainda um grande esforço para levar escolaridade às classes mais baixas, aumentando suas possibilidades no mercado de trabalho. Além disso, os programas de transferência condicionada de renda foram importantes para ajudar a mitigar a miséria. Tudo somado, esperava-se que, no ritmo verificado a partir do início dos anos 2000, o Brasil já tivesse erradicado a pobreza extrema por volta de 2016. Mas isso não ocorreu. Ao contrário, em 2015 voltou a crescer o número de famílias com rendimento per capita inferior a 25% do salário mínimo, chegando a 9,2% da população, contra 8% em 2014, de acordo com dados do IBGE. Um ano depois, em 2016, a desigualdade cresceu 1,6% em relação a 2015, conforme o estudo da FGV, anulando os ganhos dos anos anteriores.
Os indicadores de desigualdade são especialmente significativos porque refletem os efeitos de longo prazo das políticas econômicas. A redução da renda dos mais pobres e o consequente aumento do abismo destes em relação aos mais ricos, depois de um período em que essa diferença parecia fadada a diminuir em razão da maturidade econômica e institucional do País, não resultam de erros pontuais, mas sim de decisões que respeitaram uma visão totalmente equivocada do papel do Estado no desenvolvimento. Mas os governos petistas entenderam que justiça social não é o resultado de um processo econômico de longo prazo, e sim um ato de vontade. O resultado dessa insanidade está aí.

NO BLOG DO JOSIAS
Corrupção ronda a Odebrecht desde a ditadura
Josias de Souza
Sábado, 22/04/2017 05:42
Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, Emílio Odebrecht deu a entender que o convívio de sua empresa com a corrupção começou há 30 anos, quando o Brasil já havia se redemocratizado. Documento disponível nos arquivos do Senado demonstra que não é bem assim. A suspeição já rondava o Grupo Odebrecht durante a ditadura militar. Em 17 de abril de 1979, Norberto Odebrecht, pai de Emílio, sentou-se num banco de CPI, no Senado, para se defender de denúncias de desvio de verbas, superfaturamento e favorecimento nas obras do complexo nuclear de Angra — um negócio iniciado há 45 anos, em 1972, sob o governo do general Emílio Médici.
As informações que você lerá abaixo foram extraídas do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito criada no Senado para investigar o Acordo Nuclear Brasil —Alemanha. A CPI começou a funcionar em outubro 1978, no governo do general Ernesto Geisel. O documento que registra o resultado do trabalho, disponível aqui, só foi publicado no Diário do Congresso em agosto de 1982, quase quatro anos depois, já durante o mandato do general João Figueiredo, último presidente do ciclo militar. As denúncias contra a Odebrecht eram apenas parte da matéria-prima da CPI, que nasceu de uma reação dos senadores a uma notícia publicada pela revista alemã Der Spiegel.

O ânimo da maioria dos senadores não era o de investigar, mas o de demonstrar que a revista ofendera o Brasil injustamente. A CPI teve dois relatores. O primeiro deles, senador Jarbas Passarinho, anotou no seu relatório final coisas assim: “Em setembro de 1978, a revista alemã ‘Der Spiegel’ publicou extensa reportagem sobre o Programa Nuclear Brasileiro. Da sua leitura, nota-se o caráter sensacionalista da matéria e a clara insinuação de que o brasileiro é irresponsável e incompetente na condução de realizações complexas…”. Era nítido o desejo de desqualificar a notícia. Mas o relatório da CPI deixava antever que já vigorava na época a ''normalidade'' de que falou Emílio Odebrecht aos procuradores da Lava Jato (...)
O relator toureou as denúncias da revista o quanto pôde. Deu crédito irrestrito a versões oficiais, recolhidas em depoimentos de autoridades. Entretanto, a despeito de toda a má vontade com o teor da reportagem da Der Spiegel, ecoada por jornais brasileiros, Jarbas Passarinho teve dificuldades para isentar a Odebrecht. Anotou a certa altura: “De tudo o que a revista alemã deu a público, só essa denúncia de que a Construtora Norberto Odebrecht recebeu a adjudicação das obras civis de Angra II e Angra III sem concorrência é o que se provou verdadeira. A publicação insinua, porém, que por trás do suposto favorecimento estaria o ministro [Ângelo] Calmon de Sá, do Comércio e Indústria.” (Veja esse trecho do documento abaixo).
Por concorrência, a Odebrecht havia sido contratada em 1972 para construir a usina nuclear de Angra I. Quatro anos depois, em 1976, o governo contratou a mesma Odebrecht para erguer as usinas de Angra II e Angra III, dessa vez sem o inconveniente da licitação. Por trás do favorecimento, acusou a revista alemã, estavam as digitais do então ministro Calmon de Sá (Comércio e Indústria), um ex-diretor da empreiteira. A CPI apressou-se em isentar o ministro. Alegou-se que ele deixara os quadros da Odebrecht havia mais de dez anos.
Sustentou-se, de resto, que Calmon de Sá ainda não integrava o governo quando a construtora venceu a concorrência de Angra I. E estava na presidência do Banco do Brasil, não na Esplanada dos Ministérios, quando a empresa beliscou sem licitação os contratos de Angra II e III. Quanto ao favorecimento à empreiteira, a CPI fez ginástica para concluir que havia na legislação da época brechas que autorizavam o drible à concorrência. Curiosamente, o relatório de Jarbas Passarinho, aprovado pela maioria da CPI, reconhece que a Odebrecht foi premiada depois de exibir um desempenho precário no canteiro de obras de Angra I.
“De 1972 a 1974, a Construtora Norberto Odebrecht não se desincumbia satisfatoriamente de sua tarefa”, anota o relatório final. Documentos oficiais atestavam “incapacidade técnica” e “dificuldades financeiras” da empreiteira. O problema financeiro foi resolvido com a antecipação de pagamentos à construtora. A debilidade técnica foi contornada com a troca do comando da equipe. A operação resultou em atrasos no cronograma da obra. Que não impediram o governo de prover à Odebrecht dinheiro extra e antecipado.
Ao resumir o inusitado da situação, o relatório da CPI tornou-se surreal. Revela maior preocupação em livrar a cara do ministro do governo militar do que em esquadrinhar as culpas da Odebrecht. Diz o texto a certa altura: “Claro está que fora autorizada uma concessão generosa, não prevista no contrato: o adiantamento de recursos, uma espécie de fundo rotativo, de sorte a eliminar as dificuldades financeiras da construtora. Se tal procedimento configurou ou não descabida generosidade, nada certamente pode ser imputado ao doutor Calmon de Sá, à sua possível ‘influência’ como ministro de Estado, que não era”. (vai abaixo esse trecho do relatório).
Concluiu-se também que a estatal Furnas praticamente fez uma “intervenção branca” no canteiro da obra ao impor a troca de equipe. Mas fez tudo parecer um prêmio, já que alterou o contrato para poder antecipar pagamentos à construtora. Para a CPI, “a decisão provou ser boa”, apesar dos “seus aspectos estranhos.” As críticas à Odebrecht converteram-se em elogios. Que desaguaram na dispensa de licitação.
Em sua fase final, a CPI trocou de relator. Jarbas Passarinho foi substituído pelo então senador Milton Cabral, que incorporou integralmente o trabalho do antecessor no seu relatório. A exemplo de Passarinho, Cabral também teve dificuldades para esconder o que estava na cara. Os contratos assinados entre a estatal Furnas, a multinacional Westinhouse (fornecedora do reator da usina nuclear), e a Odebrecht, teve de reconhecer o senador, “exibiram evidentes fragilidades em vários dos seus dispositivos (prazos, conceitos e fórmulas de remuneração, transferência de responsabilidade, etc.), tanto que numerosos aditamentos mudaram profundamente a regra do jogo, como estabelecida inicialmente para efeito de seleção de concorrentes.”
O relator prosseguiu: “É claro que tais alterações forçariam substanciais aumentos dos custos, e não fizeram antecipar, nem mesmo cumprir, qualquer prazo, inclusive os renovados.” Quer dizer: o Estado pagou mais do que estava previsto no contrato. Amargou atrasos. Foi obrigado a prorrogar os prazos. Que foram novamente descumpridos. E a CPI cuidou de desqualificar apenas a reportagem que deu origem à pseudo-investigação parlamentar.
“Curiosamente, e felizmente, as falhas apontadas pela reportagem da revista Der Spiegel nas obras de Angra I não foram confirmadas”, registra o relatório final. “Como elas atingiam a qualidade técnica dos trabalhos, foi para nós um alívio constatarmos que não existiu nenhum edifício afundando como um saca-rolhas, não ficou o turbo-gerador fora de alinhamento… Comprovadamente, a Der Spiegel deixou-se levar, no caso, por falsas informações. As falhas observadas na execução de Angra I, de natureza diversa das apontadas pela revista alemã, foram puramente administrativas, que afetaram prazos e custos.” (Veja abaixo o trecho do relatório da CPI que desqualifica a revista).
Lendo-se o documento da CPI, percebe-se que a Odebrecht da era militar talvez não fosse mais honesta do que a construtora pilhada na Lava Jato. Era apenas uma empresa mal investigada. No perído em que o governo brasileiro vestia fardas, não havia Ministério Público independente nem Polícia Federal autônoma. Norberto Odebrecht, o fundador do grupo, morreu aos 93 anos, de infarto. Feneceu em julho 2014, apenas quatro meses depois da deflagração da operação que prendeu o neto Marcelo Odebrecht e virou a empresa do avesso.
O destino privou o fundador Norberto de assistir à conversão do filho Emílio e do neto Marcelo em delatores. Vivo, estaria se perguntando se o negócio da família sobreviverá às palavras de Emílio: ''O que nós temos no Brasil, não é um negócio de cinco anos, dez anos atrás. Nós estamos falando dee 30 anos atrás. […] Então, tudo que está acontecendo era um negócio institucionalizado. Era uma coisa normal. Em função de todos esses números de partidos, onde o que eles brigavam, era por quê? Era por cargos? Não. Todo mundo sabia que não era. Era por orçamentos gordos. Eles queriam orçamento. Ali os partidos colocavam seus mandatários com finalidade de arrecadar recursos para o partido, para os políticos. E isso é há 30 anos que se faz isso.''

NO O ANTAGONISTA
Apenas os fanáticos estão com Lula
Brasil  Sábado, 22.04.17 09:08

Em editorial, O Globo definiu quem ainda está com Lula: os fanáticos. Leia:
“O efeito da videoteca das delações da Odebrecht e da decisão de Léo Pinheiro, da OAS, construtora do prédio do tríplex, de fazer delação premiada na Lava-Jato, foi desmontar o jogo de espelhos que Lula, advogados e militância manipulada ainda tentam jogar, e continuarão insistindo. Só fé de religioso sectário para continuar a acreditar. Virou, há tempos, questão de dogma.”
PT jogou a toalha quanto a Lula
Brasil 22.04.17 08:48
Os petistas admitem que Léo Pinheiro abriu a porta da cela para Lula, mas afirmam que o comandante máximo não será preso “neste momento”.
É o que diz a Folha.
Extratos da Odebrecht ligam Temer a US$ 40 milhões
Brasil 22.04.17 08:21
A Odebrecht apresentou à Lava Jato extratos que comprovariam pagamentos de US$ 40 milhões ao PMDB e que complicam a situação de Temer.
Segundo os delatores da empreiteira, a propina refere-se a um contrato internacional da Petrobras de US$ 825 milhões.
O pagamento foi acertado em reunião no escritório político de Temer em São Paulo.
As informações são da Folha.
PT não tem tantos índios, negros e mulheres
Brasil 22.04.17 08:03
Uma das desculpas do PT para a falta de gente disposta a assumir seus diretórios municipais é a dificuldade em compor as chapas. Há cotas obrigatórias para mulheres, negros, índios e jovens, segundo o Estadão.
O PT está se desmanchando
Brasil 22.04.17 07:53
As eleições internas do PT, no início do mês, escancararam o desmanche do partido.
Em 1.120 diretórios municipais, não houve sequer 20 gatos pingados para montar uma chapa.
Isso representa 27% das 4.100 cidades em que os petistas mantêm representações, segundo o Estadão.
O pedágio lulista
Brasil 22.04.17 06:52
O Globo informa que "um relatório do MPF identificou que dois carros registrados em nome do Instituto Lula fizeram pelo menos seis viagens, entre 2012 e 2014, de São Bernardo do Campo ao Guarujá, onde fica o Edifício Solaris.
Procuradores obtiveram informações do sistema automático de pagamento de pedágio em rodovias (BR-050 e BR-101 e Rodovia dos Imigrantes).
Alô, Brahma
Brasil 22.04.17 06:46
Entre os documentos entregues por Léo Pinheiro à Lava Jato, há uma lista de seus telefonemas.
De acordo com O Globo, entre agosto de 2013 e meados de 2014 ele conversou 163 vezes com Paulo Okamotto, o homem mais próximo de Lula.
Quase uma vez a cada dois dias.
E mais: há 31 telefonemas para Clara Ant, assessora de Lula, e outros 24 telefonemas a José de Filippi, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2010.
Os documentos de Léo Pinheiro
Brasil 22.04.17 06:44
Léo Pinheiro já apresentou uma série de documentos à Lava Jato.
Os documentos comprovam aquilo que ele disse em seu depoimento: a cobertura no Guarujá era de Lula e seu valor foi abatido da propina destinada pela OAS ao PT.
Segundo O Globo, “parte dos novos documentos foi anexada à ação relacionada ao tríplex dez dias atrás. Inicialmente, o foco de Léo Pinheiro será no detalhamento das agendas, encaminhadas por e-mail, onde são registrados encontros pessoais com o ex-presidente Lula durante o primeiro ano da operação, deflagrada em março de 2014. Entre junho e novembro daquele ano, o empresário esteve cinco vezes em encontros com Lula até ser preso pela Polícia Federal. A última reunião entre os dois ocorreu em 10 de novembro de 2014, quatro dias antes de ser desencadeada a 7ª fase da Lava-Jato — a primeira grande ofensiva contra as empreiteiras acusadas de participar do cartel da Petrobras”.
A ORCRIM se esfacela
Brasil 22.04.17 06:05
José Roberto Batochio representava Lula, Antonio Palocci e Guido Mantega.
O plano de nomear o mesmo advogado para Amigo, Italiano e Pós-Itália era claro: combinar suas defesas na Lava Jato.
A partir do momento em que Antonio Palocci decidiu delatar Lula, porém, a estratégia ruiu.
Agora teremos um contra o outro.
Antonio Palocci vai dizer que cumpriu ordens de Lula. E Lula vai rebater dizendo que Antonio Palocci usou seu nome para roubar.
Advogado abandona Lula, Palocci e Mantega
Brasil 22.04.17 06:04
José Roberto Batochio, além de abandonar a defesa de Lula, vai abandonar também a defesa de Antonio Palocci e de Guido Mantega.
Diz a Folha de S. Paulo:
“De acordo com pessoas do círculo íntimo de Batochio, ele enfrenta um dilema ético diante da conduta adotada em décadas de advocacia: por um lado, sempre disse execrar o instituto da delação premiada. Como Palocci já negocia a colaboração com o Ministério Público Federal, ele não teria como permanecer no caso.
Permanecer na defesa de Lula traria um outro problema. Como é provável que Palocci, para efetivar a delação, mire seu canhão no peito do ex-presidente, Batochio seria obrigado a confrontá-lo, classificando todas as eventuais declarações do ex-ministro como mentirosas”.
Lula perde seu advogado
Brasil 22.04.17 06:02
A estratégia de Lula desmoronou.
A Folha de S. Paulo informa que o advogado José Roberto Batochio vai deixar sua defesa.
Caiado denunciou
Brasil Sexta-feira, 21.04.17 21:04
No dia 23 de março do ano passado, Ronaldo Caiado denunciou que o governodo PT cogitava decretar "estado de defesa", a fim de segurar o impeachment de Dilma Rousseff. O general Villas Bôas abordou o assunto em entrevista à Veja.
Releia o que noticiamos há mais de um ano:

É GOLPE... DE DILMA

Brasil  18:22
Ronaldo Caiado denunciou em seu twitter que Dilma Rousseff planeja decretar "Estado de Defesa".
Trata-se de medida excepcional que restringe os direitos de reunião, sigilo de correspondência, de comunicações telegráficas e telefônicas.
É golpe!
"Eu deito na minha cama e durmo. Ele tá lá..."
Brasil 21.04.17 18:03
Francenildo Costa, o ex-caseiro que teve o sigilo bancário violado pela turma de Antonio Palocci disse à BandNews não se surpreender com a atual situação de seu ex-patrão, preso pela Lava Jato.
"Eu tinha a intuição de que isso aí já se esperava. Quem anda errado... Um dia sempre descobrem. Eu estava falando a verdade."
Em outro momento da entrevista, Francenildo comentou:
"Eu deito na minha cama e durmo. Consigo levar minha vida tranquilamente. Ele (Palocci) tá lá, só Deus sabe como ele tá."

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