PRIMEIRA EDIÇÃO DE 17-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA,17 DE ABRIL DE 2017
Com medo de ser alvo de gravações que o comprometam, sobretudo no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente Lula ordenou que os celulares de quem o visita sejam recolhidos antes de qualquer reunião privada. Sempre lembra que celulares têm gravadores. Réu em cinco processos por corrupção, Lula não fala ao telefone nada que não possa ser divulgado. Ele não desconfia, tem certeza de que está grampeado.
Até em casa Lula fala quase aos cochichos. E encomenda varreduras periódicas em seus endereços, temendo escutas ambientais.
O ex-presidente usa apenas aparelhos de seguranças e assessores. É um dos raros brasileiros que não têm seu próprio celular.
O grampo da Policia Federal que flagrou o plano para obstruir a Justiça foi uma conversa de Dilma com Lula no celular de um segurança dele.
Paranóico, Lula implantou a regra que até hoje é seguida no Palácio do Planalto: ninguém entra no gabinete presidencial com celular no bolso.
O ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht revelou que a parte do PT no contrato de desenvolvimento do Submarino Nuclear brasileiro (Prosub) foi de R$ 50 milhões. O negócio, segundo o ex-executivo, era complexo pois havia também acordo de transferência de tecnologia por parte da empresa francesa que tinha o contrato com a Marinha do Brasil. O negócio rendia à Odebrecht de R$ 500 a 700 milhões ao ano.
“Sempre que chegava o final do ano, tinha um problema para receber” no contrato do Prosub, queixou-se Odebrecht na sua delação.
Quando Odebrecht cobrava o pagamentos de parcelas, “aumentava a expectativa” de propina em Guido Mantega e João Vaccari Neto.
O alto valor do submarino forçava Odebrecht a tratar diretamente com Guido sobre pagamentos, já que era ele o responsável pela liberação.
Deve acabar em escândalo a licitação na Embratur para contratar por R$ 9 milhões uma agência de comunicação digital. O dono da Talk, empresa vencedora, é Luiz Alberto Ferla, velho amigo e conterrâneo de Florianópolis de Vinicius Lummertz, presidente da Embratur.
Uma Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) valia dois Aloizio Mercadante (PT-SP), em 2010, na contabilidade da corrupção. A Odebrecht pagou a ela propina de R$ 1,5 milhão. Já Mercadante levou R$ 750 mil.
Os juros siderais não têm lógica. Tragado pela crise, leitor não pagou empréstimo de R$ 40 mil ao banco Itaú. Agora, um ano e meio depois, com a dívida perto de R$ 300 mil cobrada diariamente, ele finalmente recebeu uma proposta de acordo: R$ 18 mil e não se fala mais nisso.
Os entendimentos de Marcelo Odebrecht com Antonio Palocci eram “complicados”, mas, segundo o empresário, o “Italiano” mandava muito “por trás”, no governo Dilma, apesar de já não ser ministro.
Odebrecht revelou que pagamentos de R$ 3,2 milhões ao senador Lindbergh Farias em 2010 foram feitos através da empresa do marqueteiro Duda Mendonça, que realizou a campanha do petista.
No “Termo de Colaboração 16”, Marcelo Odebrecht afirma que o estádio do Corinthians “é um pepino para a gente”. Foram “mais de 40 reuniões” com Guido Mantega para tratar do Itaquerão.
De acordo com Marcelo Odebrecht, ele próprio disponibilizou pouco mais de R$ 300 milhões para o Partido dos Trabalhadores ao longo dos anos. “Mas eles não usaram tudo, foi pouco menos”, explicou. Ah, bom.
A investigação da compra dos cinco submarinos de fabricação francesa é dificultada por envolver “segurança nacional”. E também porque o governo Lula carimbou de “secreto” o acordo bilateral com a França.
...não há risco de suicídio entre integrantes da Lista de Fachin.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
PROCURADORIA PRIORIZA INVESTIGAÇÃO CONTRA PRESIDENTES DO PSDB E DO DEM
PGR MANDOU FAZER 'RAIO-X' DE TODAS AS DOAÇÕES AOS SENADORES
Publicado: domingo,16 de abril de 2017 às 21:47 - Atualizado às 01:05
Redação
A Procuradoria-Geral da República vai analisar todas as doações eleitorais feitas, em 2014, pela Odebrecht, ou por qualquer sociedade empresária do seu grupo econômico, ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), ao senador José Agripino Maia (DEM-RN), ao PSDB e ao DEM. O raio-x foi solicitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Lava Jato, e autorizado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) em 4 de abril.
Na corrida eleitoral de 2014, Aécio Neves recebeu um total de R$ 226.858.146,73 milhões em doação. Deste total, R$ 3.933.603 milhões foram da Construtora Norberto Odebrecht, controlada pelo Grupo. A Braskem - braço petroquímico do companhia, que tem como sócia a Petrobras -, doou R$ 3.988.830 e a Odebrecht Óleo e Gás, R$ 2.199.885 milhões.
O PSDB pede a cassação da chapa Dilma/Temer, reeleita em 2014, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico. Em manifestação enviada ao TSE, em fevereiro deste ano, o PSDB afirmou que a campanha de Dilma e Temer naquele ano promoveu um “engenhoso e inovador esquema de caixa dois”.
O senador tucano é alvo de cinco novos inquéritos na Lava Jato. Nesta investigação, a Procuradoria apura as suspeitas levantadas contra o senador pelos delatores Marcelo Odebrecht, Cláudio Melo Filho, Benedicto Júnior e Sérgio Luiz Neves.
Os executivos da empreiteira apontam, "por meio de declaração e prova documental", afirma Janot em manifestação a Fachin, que, em 2014, "foi prometido e/ ou efetuado", a pedido de Aécio Neves "o pagamento de vantagens indevidas em seu favor e em benefício de seus aliados políticos".
Segundo Benedicto Júnior, o BJ, em janeiro ou fevereiro de 2014 Aécio Neves solicitou R$ 6 milhões para sua candidatura à Presidência da República. BJ declarou que acertou com o senador que os pagamentos se dariam através da empresa de marketing de Paulo Vasconcelos do Rosário e que o executivo da Odebrecht Sérgio Luiz Neves entraria em contato para definir o objeto "do contrato fictício" a ser firmado.
Sérgio Neves, também delator da Odebrecht, contou à Lava Jato que se reuniu algumas vezes com Paulo Vasconcelos no escritório da empreiteira na Rua Pernambuco n. 1002, 12º Andar, Bairro dos Funcionários, Belo Horizonte. O delator narrou que em 15 de janeiro de 2014 foi firmado contrato de prestação de serviço no valor de R$ 3 milhões com a empresa PVR Propaganda e Marketing Ltda, tendo os pagamentos sido efetivados em duas parcelas de R$ 1,5 milhão nos dias 15 de maio e 15 de junho 2014.
A Odebrecht entregou à Lava Jato a minuta do contrato firmado com a PVR Propaganda e Marketing. As notas fiscais emitidas pela empreiteira também foram enviadas aos investigadores.
BJ e Sérgio Neves "asseguram" que nenhum serviço foi prestado pela empresa de Paulo Vasconcelos do Rosário ao Grupo Odebrecht. Os delatores declararam que o marqueteiro de Aécio fez "diversas cobranças" posteriores a Sérgio Luiz Neves para quitar a quantia restante de R$ 3 milhões que teria sido ajustada com Aécio Neves mas que o valor não foi pago.
O procurador-geral da República solicitou a obtenção de registros de ingresso de um dos principais auxiliares do tucano, o empresário Oswaldo Borges da Costa Filho, e do executivo e delator da Odebrecht Sérgio Luiz Neves no prédio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) entre os dias 18 a 22 de setembro de 2014, ou em datas próximas. Fachin deu um prazo de 30 dias para que PF atenda às diligências requeridas por Janot.
Promessa
À Procuradoria-Geral da República, BJ e Sérgio Neves afirmaram que por volta de 15 de setembro de 2014, semanas antes do 1º turno da eleição daquele ano, Marcelo Odebrecht prometeu a Aécio R$ 15 milhões. Segundo Marcelo Odebrecht, embora o senador tenha solicitado que os valores fossem destinados à sua candidatura de 2014 à Presidência da República, eles combinaram o direcionamento do montante a outras candidaturas vinculadas ao grupo político de Aécio. O delator apontou o pagamento de R$ 1 milhão como contribuição eleitoral ao DEM, por meio do senador José Agripino.
Em depoimento, Sérgio Neves declarou que Fernando Migliaccio, do departamento de propinas da Odebrecht, lhe afirmou que não seria possível disponibilizar de imediato os R$ 15 milhões para Aécio. O delator afirmou que Fernando Migliaccio se comprometeu a disponibilizar R$ 1 milhão por semana a partir de outubro, finalizando a quantia total em 20 de dezembro.
Sérgio Neves disse ter entrado em contato e se reunido no prédio da Codemig com Oswaldo Borges da Costa entre 18 a 22 de setembro de 2014 para concretizar os pagamentos da maneira proposta por Fernando Migliaccio. Segundo o delator, Oswaldo Borges da Costa "após manifestar preocupação com a logística proposta e pedir tempo para serem avaliadas alternativas destinadas ao recebimento de valores, acabou por não lhe procurar nem cobrar os referidos valores, de modo que o pagamento, por fim, não se concretizou".
Em manifestação ao Supremo, Janot declarou haver "divergência" sobre o pagamento de R$ 15 milhões.
“Enquanto Marcelo Bahia Odebrecht e Cláudio Melo Filho afirmam terem sido efetuados pagamentos, a pedido de Aécio Neves, destinados ao senador José Agripino, os colaboradores Benedicto Júnior e Sérgio Neves asseguram que nenhum dos valores de R$ 15 milhões ajustados entre Aécio Neves e Marcelo Bahia Odebrecht acabaram sendo pagos”, afirmou o procurador-geral da República.
Janot anotou ainda que “não há exata correlação entre os fatos relacionados aos pagamentos de R$ 3 milhões realizados através contrato fictício, à promessa de pagamento de R$ 15 milhões feita pelo Grupo Odebrecht, os pagamentos efetivados de R$ 500 mil mensais e de R$ 5 milhões, mediante doação oficial". "Portanto, faz-se necessária a abertura de investigação para que se apure o montante total repassado e as circunstâncias em relação às solicitações. O certo é que os elementos apresentados são suficientes para autorizar sejam os fatos investigados.”
Aécio afirmou que as investigações são fundamentais para esclarecer a verdade e demonstrar a realidade. "E, por isso, vão revelar a correção da conduta do senador Aécio e do PSDB. Faz parte desse inquérito, por exemplo, a declaração do ex-diretor Benedicto Jr. que atestou que, em 2014, a campanha presidencial do senador Aécio Neves deixou de receber uma contribuição de R$ 15 milhões por ter se recusado a receber os recursos no exterior", acrescentou.
Já Agripino Maia disse que, mesmo não tendo sido candidato em 2014 e desconhecendo o teor das menções que lhe são atribuídas, coloca-se "à disposição da Justiça para colaborar com as investigações que se venham a requerer".
Paulo Vasconcelos afirma que conduziu todas as campanhas das quais participou dentro do que estava previsto na lei. "Essas delações contém informações falsas, que serão desmentidas ao longo das investigações", afirmou. A assessoria de imprensa da PVR alegou que todos os serviços relatados pelo delator foram efetivamente prestados pela empresa, "como teremos possibilidade de comprovar ao longo da investigação”.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Fernando Gabeira: A face mais cruel
Pessoas que roubam na Saúde, superfaturam remédios e próteses, inventam desnecessárias cirurgias e ficam podres de ricas com isso, merecem cadeia
Por Augusto Nunes
Domingo,16 abr 2017, 18h44 - Atualizado em 16 abr 2017, 20h13
Publicado no Globo
Apesar de ofuscada pela divulgação da lista da Odebrecht, a prisão do ex-secretário de Saúde de Cabral não me surpreendeu. Desde 2010, quando imaginei poder competir com essa gigantesca e sedutora máquina de corrupção, apontei, diretamente, para os desvios na Saúde. Minha ideia era simples. Havia corrupção em toda a parte, mas era preciso priorizar as denúncias. Na Saúde, a corrupção mata. É mais fácil passar a mensagem, embora em outros setores ela também produza grandes estragos.
A variedade de escândalos, desde aluguéis de carros que valiam mais do que os próprios carros ao superfaturamento da compra de material elementar, como gaze, até equipamentos complexos, não deixava dúvida: roubava-se em tudo. No fundo, todas as pessoas informadas estavam alertas como a vizinha de Sérgio Côrtes, na Lagoa. Ela pediu ao porteiro que a acordasse, a que hora fosse, quando a Polícia Federal viesse prender o assecla de Cabral. O interessante nas gravações reveladas pela Lava-Jato é constatar como a equipe de Cabral pensa, agora que foi descoberta. Sérgio Côrtes queria combinar uma delação premiada com o cúmplice, tomando o cuidado de omitir as cifras roubadas, senão teria que devolver o dinheiro. A condenação pública e a própria cadeia não são os fatores que preocupam Côrtes, mas, sim, uma fórmula de reter o dinheiro acumulado. Tudo de valor que poderia ter sido apreendido em sua casa foi vendido, inclusive obras de arte. Para que servem as obras de arte, senão para serem convertidas em dinheiro? Por isso são compradas pelos corruptos brasileiros. Na verdade, a prisão de Côrtes não surpreendeu a ninguém, nem mesmo a ele. A demora serviu apenas para que se preparasse e salvasse um pouco da grana, uma vez que sempre contam com cadeia curta.
A lista da Odebrecht saiu num momento difícil para mim. Meu avião partia às 6h para Roraima. A opção era dormir ou pesquisar todos os detalhes dos pedidos de inquérito. Matérias tão amplas e vazadas parcialmente acabam trazendo um pouco de confusão. É o ônus do mundo on-line. Lula e Dilma não estavam na lista. Não têm foro privilegiado. Mas alguns admiradores que, no passado, defendiam-nos com o argumento de que todos recebiam dinheiro foram um pouco mais longe: insinuaram, agora, que todos, menos o Lula e a Dilma, receberam. São um espanto.
O tempo vai mostrar que o sistema político brasileiro sofreu um grande baque, e só sua renovação interessa. A esquerda sonha com a vitória de Lula porque acha que vitória na eleição absolve. Nesse quadro mental, a aplicação das leis passa pela contagem de votos. É um caminho para a instabilidade, porque processos legais seguem seu ritmo. Urnas não lavam um passado de crimes. Da mesma maneira, o PSDB terá que reduzir seu leque de candidatos. Os que foram denunciados pela Odebrecht estariam sujeitos também à mesma instabilidade no poder. A diferença entre os dois partidos é o fato de a esquerda se apoiar apenas no nome de Lula. Como é um líder carismático, milhares acreditam nele, mesmo com tantas evidências contrárias. A estratégia é vencer as eleições para escapar da prisão. No caso do PSDB, sem líderes messiânicos, os eleitores tendem a se comportar de uma forma mais severa. Uma candidatura, apenas para se salvar da polícia, seria tão desastrosa que morreria ao nascer. Não foi apenas o quadro da eleição presidencial que se abalou com as delações da Odebrecht. Foi todo o sistema partidário, o modo de fazer eleições — esses temas que já estavam no ar antes da aparição da lista.
Os jornalistas pediram tempo de análise, diante de tantos nomes e fatos surgidos na delação da Odebrecht. Apesar da rapidez que a tecnologia impõe, faria bem a todos que discorrem sobre o tema ler com cuidado toda a massa de informações. Por isso, divido a prisão de Côrtes com a lista. Esta última ainda merece reflexão e debate, algo difícil para mim agora, trabalhando na fronteira com a Venezuela. O caso de Côrtes e da quadrilha de Cabral, no entanto, é um terreno mais seguro. Algumas pessoas costumam dizer que não se alegram com a prisão do outro. Compreendo que sejam assim, mas seria falso admitir esse sentimento em mim. Certas prisões me alegram. Pessoas que roubam na Saúde, superfaturam remédios e próteses, inventam desnecessárias cirurgias e ficam podres de ricas com isso merecem cadeia. Muitos anos de cadeia.
A sofrida população do Rio, por exemplo, os milhares de rostos anônimos, de corpos doloridos jogados em macas nos corredores dos hospitais, todos estão incluídos no conceito de ser humano. E às vezes escapam dos radares dos autointitulados progressistas que votaram em Cabral, com a bênção de Lula. Vivemos um momento pantanoso, o país precisa de tolerância e alguma unidade para enfrentar seus problemas. Mas existe uma linha divisória incontornável. Os brasileiros precisam responder qual é o seu lado: o de quem roubou ou de quem foi roubado.

Deonísio da Silva: Quem não está conosco, está contra nós
No fim, os fascistas de lá e de cá ficaram sozinhos e foram vencidos, apesar de terem liderado movimentos capazes de arrebatar multidões
Por Augusto Nunes
Domingo,16 abr 2017, 11h18 - Atualizado em 16 abr 2017, 12h40

(reprodução/Reprodução)
A frase é de Benito Mussolini, que a proclamou num momento decisivo do fascismo, tornando-a lema de suas ações num teatro de Roma, em 1924, dois anos depois de ter subido ao poder.
Mas, originalmente, foi proferida por Jesus (séc. I) no singular, tal como registrada nos Evangelhos: em São Mateus 12, 30 e em São Lucas 11,23: “Quem não está comigo, está contra mim”.
Também os fascistas brasileiros copiaram o dito do duce tomado da Bíblia, adaptando-o aos seus propósitos, muito semelhantes aos do fascismo italiano. No fim, os fascistas de lá e de cá ficaram sozinhos e foram vencidos, apesar de terem liderado movimentos capazes de arrebatar multidões.
Benito Mussolini espelhava-se nas glórias da Roma antiga e queria ser um novo César, vivendo “à sombra de um grande nome”, outra frase célebre e emblemática, que tem sido citada quando um homem, mais por seus atos do que por suas palavras, faz com que se apaguem antigas lembranças de feitos memoráveis que o credenciariam à admiração, mas que descambam para a vala comum dos esquecimentos, por força de suas falcatruas, enfim descobertas.
As boas recordações são esquecidas rapidamente e o povo passa a relembrar apenas os malefícios da grande figura. É também utilizada para identificar quem faz o mal à sombra de um bom nome, como ocorre a amigos de vários políticos, se é que pode existir amizade em tais contextos.
E esta segunda frase tem sua origem na expressão latina Magni nombris umbra, encontrável em vários escritores antigos que escreviam em latim, entre os quais Lucano (39-65) e seu tio Sêneca (4 a.C.-65 d.C.), o primeiro lamentando a rápida transformação do caráter do grande general romano Pompeu (106-48 a.C.) que abandonou suas virtudes guerreiras ao tornar-se paisano, ainda que sob os eflúvios solenes da toga.
Quanto aos três políticos citados - Pompeu, César, Mussolini - eles tiveram morte trágica, assassinados por ex-amigos e ex-aliados.

NA VEJA.COM
Defesa de Dilma usará entrevista de Temer como ‘prova’ no STF
Para advogados de Dilma, a fala de Temer mostra que o processo de impeachment teve desvio de finalidade em sua origem
Por Da redação
Domingo, 16 abr 2017, 17h44
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff vai protocolar na segunda-feira uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), usando uma entrevista do presidente Michel Temer à TV Bandeirantes como prova para contestar o impeachment da petista. Para os defensores de Dilma, a fala de Temer mostra que o processo de impeachment teve desvio de finalidade em sua origem.
Dilma foi afastada definitivamente da Presidência da República no dia 31 de agosto de 2016, por 61 votos a 20 no Senado. Na entrevista, veiculada na noite de sábado, 15, Michel Temer relembra uma conversa mantida com o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na época alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.
Em dezembro de 2015, a bancada do PT na Câmara decidiu fechar questão contra Cunha no conselho, se posicionando a favor da continuidade do processo de cassação do peemedebista. Cunha decidiu então aceitar o pedido de impeachment contra Dilma, feito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. O peemedebista disse à época que a aceitação do pedido tinha “natureza técnica”.
“Eu vejo o noticiário, dizendo que o presidente do PT e os três membros do PT se insurgiram e votariam contra (Cunha). Quando foi 15h da tarde, ele (Cunha) me ligou e disse: ‘Tudo aquilo que eu disse (de arquivar os pedidos de impeachment de Dilma) não vale, porque agora vou chamar a imprensa e vou dar início ao processo de impedimento'”, relatou Temer.
Por 11 a 9, o Conselho de Ética acabou aprovando um relatório que pedia a continuidade do processo contra Cunha. Para Temer, se o PT tivesse votado a favor de Cunha, “era muito provável que a senhora presidente continuasse” no cargo.
Indagado por um repórter se a história teria sido outra se Cunha tivesse conseguido os três votos do PT no conselho, Temer respondeu: “Seria outra, é verdade”.
Durante a entrevista, o presidente disse que contou o episódio para revelar que Cunha não iniciou o processo de impedimento de Dilma por sua causa. “Eu jamais militei pra derrubar a senhora presidente da República”, enfatizou Temer.
(Com Estadão Conteúdo)

NO BLOG DO JOSIAS
Ritmo do caso Odebrecht depende da Procuradoria, dizem ministros do STF
Josias de Souza
Domingo,16/04/2017 17:22
Antevendo a pressão que o Supremo Tribunal Federal deve sofrer para apressar o julgamento dos 76 inquéritos decorrentes da megadelação da Odebrecht, magistrados que integram a Corte alertam: na fase atual, o ritmo depende essencialmente da Procuradoria-Geral da República. O blog ouviu dois dos 11 ministros do Supremo. Ambos potencializaram o papel do procurador-geral Rodrigo Janot e dos procuradores que compõem a força-tarefa da Lava Jato em Brasília.
Um dos ministros explicou: “As pessoas têm a impressão de que a demora se deve ao Supremo. Não é bem assim. Na fase atual, o trabalho envolve a produção de provas. E isso está por conta da Procuradoria que, por sua vez, depende muito da eficiência da Polícia Federal.” O outro magistrado ecoou: “Nesta etapa dos inquéritos, o papel do Supremo se restringe a autorizar procedimentos e diligências requeridas pelo procurador-geral. Algo que o ministro-relator costuma fazer rapidamente.”
O relator da Lava Jato no Supremo é o ministro Edson Fachin. Ele herdou a função de Teori Zavascki, morto num acidente aéreo. Os colegas enxergam em Fachin um perfil semelhante ao de Teori. A exemplo do antecessor, Fachin tende a autorizar a grossa maioria das requisições feitas pelo procurador-geral. Nos próximos dias, choverão sobre sua mesa pedidos de diligências, de oitiva de autoridades, de quebras de sigilos bancário e fiscal…
Os ministros realçaram as diferenças entre o Mensalão e o Petrolão. No escândalo anterior, 40 pessoas foram investigadas, denunciadas e julgadas num mesmo processo. Que consumiu cerca de oito anos entre a abertura do inquérito e a condenação dos culpados pelo plenário do Supremo. No escândalo atual, pelo menos três vezes maior que o anterior, a colaboração da Odebrecht elevou o número de inquéritos para 113. Sem mencionar as cinco denúncias que o Supremo já converteu em ações penais.
A atomização dos processos fará com que alguns caminhem mais rapidamente. Outros talvez flertem com a prescrição dos crimes. Daí a relevância do trabalho da Procuradoria e da Polícia Federal. Os dois órgãos correm contra o relógio para vencer o desafio de produzir em tempo aceitável provas que corroborem as palavras dos delatores.
Outra diferença entre os dois escândalos é que os acusados do Petrolão serão processados na Segunda Turma do Supremo, não no plenário. Têm assento nesse colegiado apenas cinco dos 11 ministros da Corte. Além de Fachin, Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Apenas nos casos que envolvem chefes de Poder — Eunício Oliveira, presidente do Senado, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara — a encrenca será transferida para o plenário do Supremo.
Em tese, a concentração na Segunda Turma joga água no moinho da celeridade. Entretanto, o blog apurou que falta unidade ao colegiado. O que pode arrastar certos julgamentos. Mas esse problema só deve se materializar nas fases posteriores do processo. Vencida a etapa dos inquéritos, o procurador-geral decidirá se denuncia os acusados ou arquiva os processos. Se denunciar, caberá ao Supremo deliberar se as provas justificam a abertura de ações penais.

NO O ANTAGONISTA
"Sangria na militância petista"
Brasil Segunda-feira,17.04.17 07:00
O PT sabe que Lula se danou.
Um dirigente do partido disse a Gerson Camarotti:
"Muito mais do que a questão jurídica, o que preocupa é o impacto dessas delações no capital político de Lula. Isso pode criar uma sangria na própria militância petista".
"Lula é um bajulador"
Brasil 17.04.17 06:52
O Valor procurou petistas históricos dispostos a condenar Lula.
Só encontrou um: Paulo Delgado.
Ele disse:
"A relação de Lula com Emílio Odebrecht é de bajulador".
Ele disse também:
“Lula demanda uma atenção exagerada para si, um comportamento típico de líderes tradicionais da esquerda, como Stalin e Mao Tsé-Tung. Líderes que fracassaram. Lula é lulista, não é petista. Mas o PT é maior que Lula”.
E em seguida:
"Lula deve ao Brasil um período de silêncio, para que a sociedade possa refletir sobre o que aconteceu”.
A propaganda é a alma do negócio
Brasil 17.04.17 06:17
"A propina de 3 milhões de reais que Aldemir Bendine recebeu após achacar a Odebrecht foi entregue num flat em São Paulo", diz Lauro Jardim, em O Globo.
O dono do flat é Antonio Carlos Vieira da Silva, dono da Arcos Propaganda, conduzido coercitivamente há um ano pela Lava Jato, na operação Xepa.
Releia o que publicamos sobre o assunto:
A semana dos réus
Brasil 17.04.17 06:03
Nesta segunda-feira, o juiz Sergio Moro vai interrogar João Vaccari Neto e Renato Duque.
Os depoimentos que realmente importam, porém, serão prestados amanhã (João Santana e sua mulher) e na quinta-feira (Léo Pinheiro).
É uma semana decisiva para a Lava Jato e para o comandante máximo da ORCRIM.
Guerrilheiro petista nos aeroportos
Brasil 17.04.17 05:59
As empreiteiras formaram um cartel para ganhar os aeroportos.
Benedicto Junior, em depoimento reproduzido pelo G1, disse que “o cartel foi organizado pelo presidente da Infraero, Carlos Wilson. Como contrapartida, Wilson exigiu o pagamento pelas empresas de 3% do valor dos contratos para o PT e o PTB”.
A propina destinada ao PT foi paga a Delúbio Soares, que tinha o codinome Guerrilheiro, segundo o empreiteiro.
Isso confirma mais uma nota publicada por O Antagonista.
Veja aqui:
Quem pagou 37 milhões de reais?
Brasil 17.04.17 04:59
Guido Mantega pediu 57 milhões de reais a Marcelo Odebrecht para comprar sete partidos durante a campanha de Dilma Rousseff (PROS, PDT, PRB, PCdoB, PSD, PP e PR).
Ao TSE, o empreiteiro admitiu o repasse de 30 milhões de reais.
O Globo explicou o que aconteceu:
Odebrecht disse que, dois ou três dias após o pedido inicial, recebeu um telefonema de Mantega lhe perguntando se tinha resolvido todos os casos. Marcelo disse que ainda não tinha conseguido. Mantega, então, lhe disse que não precisava mais pagar para PR, PP e PSD.
“No fundo eu entendi o seguinte, que era era uma obrigação da candidatura Dilma de bancar em certo montante os outros partidos. No final das contas não consegui (o dinheiro) a tempo, aí eu fui, voltei na segunda com Guido e disse: “Não deu”. Ele disse: “Eu já resolvi 37”. Por isso que nas minhas notas (do celular apreendido) está cancelado. O PR, o PP e o PSD, que eram R$ 37 milhões originais, ele resolveu com outra empresa ou alguém, ele não me falou. Então alguém pagou esses 37”.
Quem pagou esses 37 milhões de reais?
"Não há impunidade"
Brasil 17.04.17 04:49
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima defendeu os descontos de pena negociados com os delatores.
Ele disse ao Estadão:
“Imaginemos a hipótese de não termos fechado o acordo. Conseguiríamos algumas condenações de executivos da Odebrecht e de poucos funcionários públicos. Talvez Marcelo Odebrecht ficasse cinco anos em regime fechado, o que corresponde a uma pena de 30 anos de prisão – bastante alta para o padrão brasileiro.
Mas não teríamos descoberto noventa por cento dos crimes revelados pelo acordo, e outros cinco por cento que desconfiávamos existir acabariam sendo arquivados por falta de provas. Ainda assim esses cinco por cento restantes teriam sido um belo resultado quando comparado com nossa história de impunidade. Seria melhor mesmo que o Mensalão, o mais importante caso em termos históricos até a Lava Jato. Coloque-se tudo isso de um lado da balança e de outro os 950 depoimentos em cerca de 300 casos criminais contra toda a elite politica do país. Esse é o dilema que nos deparamos e, dentro do que estabelece a lei, decidimos resolver no sentido de fazermos o acordo.
E não é verdade que os colaboradores da Odebrecht sairão impunes. Se não bastasse a obrigação da empresa de pagar quase R$ 7 bilhões, Marcelo Odebrecht, por exemplo, ficará dois anos e meio preso em regime fechado, muito mais que a condenação de José Dirceu no Mensalão. Não há impunidade, apenas uma decisão pelo que é melhor para o interesse público”.
"Outras existem e serão reveladas”
Brasil 17.04.17 04:44
A Lava Jato promete revelar outros esquemas monstruosos.
Leia o que o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse ao Estadão:
“A Odebrecht é apenas uma dentre os clientes de uma classe politica que vendia sua virtude a quem mais pagasse. Outras existem e serão reveladas”.
Só Dilma é pior do que Temer
Brasil 17.04.17 04:28
Michel Temer perdeu mais um ponto.
Agora ele tem 9% de ótimo ou bom, segundo pesquisa do Ibope publicada pelo Estadão.
Apesar desse resultado desastroso, o jornal avalia que ele deve se segurar até o fim do mandato.
“Embora crescente, a taxa de ruim/péssimo do atual governo (56%) ainda é bem menor que a do pior momento de Dilma (70%, em dezembro de 2015). Empresários querem que Temer fique para aprovar reformas. Embora decrescente, a maioria do governo no Congresso ainda é expressiva. O presidente da Câmara não é Eduardo Cunha, e sim o genro do secretário-geral da Presidência”.
A aula de jornalismo de Emílio Odebrecht
Brasil Domingo,16.04.17 17:21
Emílio Odebrecht deu uma aula de jornalismo.
Depois de dizer que repassou 8 milhões de reais à Carta Capital, ele explicou como sua empreiteira comprava a imprensa.
O procurador perguntou:
"Havia aqui um intuito de ter um órgão de imprensa a favor desses doadores que não publicassem matérias contrárias?"
Ele respondeu:
“Olhe, nossas ajudas à imprensa sem dúvida nenhuma nós colocávamos sempre o seguinte... Meu filho, você tem que defender também as coisas... Eu não quero que esteja tolhido de dar informações, mas não explore as informações, são coisas diferentes. Essa sempre foi uma conversa que eu tive institucional com todos. Porque as ajudas sempre existiram para todos os veículos. Olhe... O único que eu não me lembro se houve nenhuma ajuda direta foi a Globo”.
O procurador perguntou de que maneira a Odebrecht pagava a imprensa.
Ele respondeu:
“Por exemplo, fazer uma divulgação do balanço que nós não fazíamos normalmente num determinado veículo, a legislação não obriga você fazer a todos. Então, eu posso ampliar para mais um. São uma receita adicional que entra em compensação ao dinheiro que foi emprestado.
Isso daí sempre existiu e naturalmente o que eu colocava era o seguinte: 'Não quero que vocês deixem de dar notícia, só não quero que vocês fiquem explorando a notícia'. São coisas completamente diferentes”.
Lula, o maior dos nanicos
Brasil 16.04.17 17:14
Se, e somente se, não for condenado, Lula será o maior dos nanicos na corrida presidencial. A avaliação é da Eurasia Group, maior consultoria de risco político do mundo.
Em relatório divulgado nesta semana, a Eurasia relembra que a maior parte dos votos que ainda o colocam na dianteira das pesquisas está no Nordeste. Nas demais regiões, o petista é sumariamente rejeitado. Segundo a Eurasia:
“Um olhar mais próximo dos números sugere que Lula se tornou, essencialmente, um candidato regional. Enquanto sua taxa média de rejeição é de 66%, em todos os lugares, com exceção do Nordeste, ela é muito maior – em média, 76%.
Igualmente importante, elas permaneceram muito elevadas no último ano. Isso indica que sua base mais leal permanece entre os eleitores mais beneficiados pelo PT, que se concentram no Nordeste.”

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