TERCEIRA EDIÇÃO DE 27-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Eliane Cantanhêde: Gilmar, o Quixote
Em sua cruzada, o ministro enfrenta o senso comum nos vazamentos e no caixa 2
Por Augusto Nunes
Segunda-feira, 27 mar 2017, 07h16
Publicado no Estadão
Os políticos estão no olho do furacão, mas o caso do ministro Gilmar Mendes é particularíssimo, neste momento que ele mesmo chama de “tempestade perfeita” e de “crise sem precedentes”: ninguém jogou Gilmar no olho do furacão, ele mesmo é que se jogou de corpo, alma, mente, com um espantoso desdém às críticas e alertas.
Ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar resolveu agir tal qual um Quixote, de armadura e lança em punho, lutando contra o senso comum e todos os moinhos de vento e de notícias. Se sopram para um lado, ele sopra para o outro, abrindo flancos na opinião pública, na Justiça, na PGR, na PF, na Receita e, agora, na sua própria casa, o Supremo. No cafezinho que antecedeu a posse do ministro Alexandre de Moraes, Gilmar circulava mais à vontade entre os políticos do que entre seus pares de toga.
O problema não são as ideias, porque muitos defendem o mesmo que Gilmar: é preciso depurar as práticas políticas, combater a corrupção e preparar o País para novos tempos, mas sem explodir os três Poderes. O problema é a forma. Antigamente, “juízes não falavam fora dos autos”. Atualmente, falam sobre tudo, o tempo todo, mas não devem tomar partido tão apaixonadamente.
Gilmar Mendes não precisava ir dormir com o ataque do procurador-geral Rodrigo Janot, condenando a “disenteria verbal”, a “decrepitude moral” e o “cortejar desavergonhadamente o poder” (referência às frequentes visitas de Gilmar a Temer). Com sua coragem pessoal e autoridade jurídica, o ministro não deveria gastar sua energia no treino, correndo o risco de entrar em campo capenga, ou estropiado, para os julgamentos da Lava Jato. Precisa se preservar.
Em sua cruzada, Gilmar defende que o foro privilegiado não é sinônimo de impunidade e autoridades não podem nem devem ser jogadas para instâncias inferiores suscetíveis a paixões eleitorais e interesses locais. Faz sentido, é uma contribuição a um debate crescente, que pode chegar a um meio-termo: manter o foro, mas criando instâncias específicas para aliviar o atual peso no Supremo.
Ele também se irrita com os vazamentos. Já ameaçou “descartar” as delações da Lava Jato que foram divulgadas e mandou abrir sindicância sobre o vazamento dos depoimentos da Odebrecht ao TSE. Diz que quebra de sigilo é crime e não admite, sobretudo, a exposição de nomes sem que nem eles nem a sociedade saibam exatamente como, onde e por que entram na história. O ministro, porém, sabe que vazamentos sempre ocorreram e sempre ocorrerão. E, como diz o juiz Sérgio Moro, a imprensa está no seu papel de divulgar.
A polêmica mais complexa em que Gilmar Mendes se meteu, porém, é a do caixa 2. Ele não apenas defende uma anistia “no momento oportuno” como a compara à repatriação de valores enviados ao exterior e não declarados oficialmente. Na anistia ao caixa 2 de campanha, como na repatriação, seriam excluídos os recursos ilícitos na origem, obtidos por corrupção, por exemplo, e sujeitos a punição penal.
É exatamente isso o que a esquerda, o centro e a direita discutem freneticamente no Congresso, para separar o “joio” (os corruptos, os que desviaram dinheiro público) e o “trigo” (os que “só” receberam dinheiro de caixa 2, inclusive porque o doador não aceitava ser publicamente identificado).
Mas é preciso combinar com “os russos”: a opinião pública, que nem sempre leu, nem sempre viu, nem sempre ouviu, mas já tirou suas conclusões e quer sangue, torcendo o nariz para qualquer negociação. Se ainda não está, logo essa mesma opinião pública ficará ressabiada com a valentia de um ministro tão particular do STF e do TSE, que pode até ter razão no conteúdo, mas é um contumaz descuidado com a forma.

NA BLOG DA DORA KRAMER
O Porta Voz
Gilmar Mendes age como porta-voz dos investigados
Por Dora Kramer
Domingo, 26 mar 2017, 06h46 - Atualizado em 27 mar 2017, 10h40
As teses defendidas ultimamente pelo ministro Gilmar Mendes resultam das diversas reuniões que ele tem mantido com representantes dos Poderes Executivo e Legislativo. Gilmar quer descartar depoimentos “vazados”, defende apuração rigorosa e punição dos responsáveis (posição que não assumiu quando a prática atingia exclusivamente o PT) e suaviza a tentativa de o Congresso aprovar anistia ao uso do caixa 2 fazendo uma comparação com a lei de repatriação de recursos depositados em contas no exterior.
O ministro do Supremo Tribunal Federal faz, assim, o papel de porta-voz dos investigados. Nenhum deles põe assinatura nesses tipos de proposta. Receio da volta do cipó de aroeira em 2018. Já Gilmar Mendes não depende de votos. Sua voz não decide, mas influencia pensamentos e robustece discursos. Ele vocaliza em público exatamente o que as excelências falam nos bastidores.

NO BLOG RADAR ON-LINE
Eunício vem anunciando o plano de vender suas empresas
Agora?
Por Gabriel Mascarenhas
Segunda-feira, 27 mar 2017, 11h21 - Atualizado em 27 mar 2017, 11h
Eunício Oliveira vinha espalhando por aí que estava louco para vender as duas empresas em que ainda figura como sócio. Se a ideia é evitar problemas, a tomar pela disposição da Polícia Federal na semana passada, o presidente do Senado talvez tenha tomado a decisão tarde demais.

NO O ANTAGONISTA
Janot terá de explicar delação de Emílio
Brasil Segunda-feira, 27.03.17 15:30
O Antagonista confirmou que a delação de Emílio Odebrecht é absolutamente frustrante, como foi seu depoimento ao juiz Sérgio Moro. Rodrigo Janot terá de explicar por que concedeu o benefício, se o empresário nada entregou de relevante.
Panelaço contra Adriana Ancelmo
Brasil 27.03.17 15:18
Nesta madrugada, fizeram um panelaço em frente ao prédio onde Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, cumprirá prisão domiciliar, após uma liminar do STJ nesse sentido - a ex-primeira-dama ainda não deixou Bangu 8.
Os vizinhos de Adriana terão noites difíceis.
Lula não é para todos
Brasil 27.03.17 15:18
Sérgio Moro deu um prazo de cinco dias para a PF se manifestar sobre um vídeo que teria sido feito da condução coercitiva de Lula.
Os advogados de Lula querem que o tal vídeo não conste do filme “Polícia Federal – A lei é para todos”.
Lula não é para todos.
Não vale sem Red Bar
Brasil 27.03.17 15:09
Lauro Jardim afirma que o recall das delações da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa não será bombástico.
"Quem acompanha de perto as negociações percebe que ambas ainda revelaram muito menos do que sabem."
Se a Andrade Gutierrez não falar tudo sobre o Red Bar, no Beira-Rio, a sua delação deveria ser cancelada.
Vida pós-lista do Janot
Brasil 27.03.17 15:05
Os citados na lista do Janot estão esperando a quebra do sigilo das delações para decidirem o que fazer da vida.
Há quem aposte na vitimização para continuar na política.
Lula fez escola. Não apenas no PT.
Mas só três tinham planilha especial de propina
Brasil 27.03.17 14:46
Os jornais estão fazendo um escarcéu com a frase de Marcelo Odebrecht sobre caixa 2.
“Duvido que tenha um político no Brasil que tenha se eleito sem caixa 2. E, se ele diz que se elegeu sem, é mentira, porque recebeu do partido. Então, impossível”, afirmou.
Mas só três tinham planilha especial de propina.
A CNBB e o foro privilegiado
Brasil 27.03.17 14:22
A CNBB divulgou uma nota contra o foro privilegiado, mas que, no fim, pontua ser "razoável, no entanto, que haja o foro privilegiado para um número restrito de autoridades como forma de proteção às suas funções e de julgamento, com a necessária isenção, de eventuais delitos por elas cometidos".
A CNBB é uma fantasia do lado vicioso do Brasil.
Foro privilegiado: o receio de Álvaro Dias
Brasil 27.03.17 14:16
Álvaro Dias, autor da PEC do fim do foro privilegiado, pede o apoio da população para que os parlamentares não façam com essa proposta o que fizeram com a das Dez Medidas:
O projeto que está em tramitação no Senado acaba com o foro para todas as autoridades.
Seis frigoríficos interditados
Brasil 27.03.17 14:08
Subiu para seis o número de frigoríficos interditados pelo Ministério da Agricultura, após a Operação Carne Fraca:
- Uma unidade da empresa Souza Ramos, em Colombo, no Paraná;
- Duas unidades da Peccin, em Curitiba (PR) e Jaraguá do Sul (SC);
- Uma unidade da BRF, em Mineiros (GO);
- Uma unidade da SSPMA, em Sapopema (PR);
- Uma unidade da Farinha de Castro, em Castro (PR).
O lado vicioso da imprensa brasileira
Brasil 27.03.17 13:44
A coluna do Estadão publicou que "Valdemar Costa Neto tem nomeado no governo Temer mais gente do que muitos congressistas. O mais recente foi na Valec. É dele a indicação de Mário Mondolfo para presidir a empresa, que cuida de construção e exploração de ferrovias. Valdemar também emplacou Maurício Quintella no comando do Ministério dos Transportes, fora outros dirigentes. Desde Lula, todos os seis ministros da pasta são do partido de Valdemar.
Em delação premiada, o ex-presidente da área de Construção da Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá acusou Costa Neto de receber propina de contratos da Valec. O PR e o ex-deputado não comentam temas judicializados".
Assim como este site, a coluna do Estadão é um dos lados viciosos da imprensa brasileira.
A PF foi irresponsável?
Brasil 27.03.17 12:32
Dos 21 frigoríficos alvos da Carne Fraca, cinco já foram interditados -- e esse número pode aumentar, acredita o Ministério da Agricultura.
A PF foi mesmo irresponsável?
É só uma pergunta.




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