PRIMEIRA EDIÇÃO DE 25-3-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 25 DE MARÇO DE 2017
A gestão de Kátia Abreu, ex-ministra da Agricultura, ganhou as atenções da Operação Carne Fraca, a partir do envolvimento de integrantes de sua equipe, como o ex-assessor parlamentar, Fabio Zenon Simão, no escândalo investigado. A PF também encontrou indício de crime e referência de dinheiro para políticos que votariam contra o impeachment. Kátia Abreu era da “tropa de choque” de Dilma.
Conversa gravada cita o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), por receber “muito dinheiro” do esquema para votar contra o impeachment.
No dia da operação, a PF não foi à Secretaria de Defesa Agropecuária, ligada ao agronegócio, mas à sala do assessor parlamentar de Kátia.
Ao assumir o cargo, há dez meses, o ministro Blairo Maggi demitiu Fábio Zenon Simão da chefia da assessoria parlamentar de Kátia.
Kátia Abreu está indignada. Diz que nunca soube do esquema no ministério e que jamais compactuou com qualquer conduta ilícita.
Após dez meses de governo Temer, a economia começa a dar mostras de recuperação. O IPCA, índice oficial de inflação, caiu de 9,28% nos 12 meses que antecederam o afastamento de Dilma, para 4,76% nos últimos 12 meses. A taxa de fevereiro, 0,33%, foi a menor desde 2000. O dólar caiu de R$3,61 para R$3,10 e as reservas cambiais cresceram um pouquinho e se mantiveram estáveis em US$374,6 milhões.
A agência Moody’s foi a primeira a reverter a perspectiva da economia brasileira de negativa para estável, indicando que o pior já passou.
Até o desemprego deu sinal de melhoras: em fevereiro foram criados 35 mil empregos, interrompendo a trajetória de queda de dois anos.
O saldo da balança comercial já bateu recordes em 2017. Em fevereiro deste ano, registrou superávit de US$ 4,56 bilhões.
A revista Forbes informa que a Petrobras vale hoje US$ 42,1 bilhões, sendo a 411ª maior do mundo. Já valeu cinco vezes mais. A petroleira americana Exxon vale US$ 363,3 bilhões, é a 9ª do mundo.
Enrolada na Lava Jato, a Odebrecht continua sem ajuda do governo em 2017 para fechar as contas. Já foram R$ 25,6 bilhões em gastos diretos do Executivo e zero centavo para a construtora.
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, está indignado com os vazamentos de depoimentos da Odebrecht. Quer investigação rigorosa. Lembra que é crime vazar informações protegidas por sigilo judicial.
A indústria brasileira está de olho na reunião entre Mercosul e União Europeia, em Buenos Aires, para isenção de taxas de importação entre os blocos. Levantamento da CNI põe o Brasil em vantagem no preço de mais de mil produtos, mas 68% deles são sobretaxados.
De acordo com o juiz responsável pela operação Carne Fraca, Marcos Josegrei, o termo “papelão” não foi usado em sua decisão que deu origem à maior operação da Polícia Federal de todos os tempos.
O governo do Rio sofreu duro revés, em meio à sua grave crise. O STF reiterou que a União poderá sacar recursos do ICMS em contas do Estado, caso haja atraso no pagamento das dívidas refinanciadas.
A Presidência da República, que mantém restaurantes para servidores, destinou R$62 mil para comprar 1,5 tonelada de pães do tipo “baguete com gergelim” e 300 quilos de pães “ciabatta com farinha e amido”.
...com a Seleção sob o comando de Tite, sumiram os que após o 7x1 diziam que o futebol brasileiro acabou; e surgiram outros, suspeitando que Paulinho é melhor que Pelé.

NO DIÁRIO DO PODER
GRAVADO EM VÍDEO
SÉRGIO MORO COLOCA EM SIGILO OUTRO DEPOIMENTO DE DELATOR DA ODEBRECHT
JUIZ MORO DECRETA SIGILO EM DEPOIMENTO DE DELATOR DA ODEBRECHT
Publicado: sexta-feira, 24 de março de 2017 às 19:41 - Atualizado às 20:22
O juiz federal Sérgio Moro colocou mais um depoimento de delator da Odebrecht, gravado em vídeo, em sigilo em ação penal por propina destinada ao PT, via ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). A decisão do juiz da Operação Lava Jato, nesta sexta-feira, 24, atende a pedido da defesa do ex-executivo da Odebrecht, Pedro Novis.
Após falha no sistema de processo eletrônico, que em 13 de março exibiu os depoimentos de Emílio Odebrecht e Marcio Farias, também delatores, o juiz da Lava Jato, desta vez, aumentou o nível de sigilo dos vídeos.
Pedro Novis falou ao juiz Moro como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso na Lava Jato desde 19 de junho de 2015.
O Ministério Público Federal havia pedido publicidade ao depoimento.
Moro citou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao decidir. "O juízo decidiu colher o depoimento, mas manter o sigilo sobre eles até nova deliberação ou até o levantamento do sigilo pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, seguindo, neste ponto, decisão recente tomada pelo ministro Herman Benjamim no Tribunal Superior Eleitoral."
O juiz da Lava Jato determinou que o depoimento de Pedro Novis fosse juntado aos autos "sem permissão para as partes", em sigilo nível 4, e lembrou o erro ocorrido com o depoimento do patriarca da Odebrecht, Emílio Odebrecht, também delator.
"Devem ser tomadas as cautelas necessárias para prevenir erros no sistema. Levantarei o sigilo ou permitirei o acesso pelas partes quando houver o levantamento pelo Supremo Tribunal Federal ou quando das alegações finais, o que ocorrer primeiro", anotou o magistrado.
Em 13 de março, após o depoimento de Emilio Odebrecht e do executivo Márcio Faria, outro delator da empreiteira, o juiz também havia colocado sigilo nos vídeos. Naquele ocasião, o sigilo era nível 2.
No entanto, um erro no sistema do processo eletrônico, porém, exibiu os depoimentos entre ''13h09min59s até 13h11min05s''. A falha permitiu que os vídeos fossem acessados.(AE)

OPERAÇÃO LAVA JATO
AGU PEDE REJEIÇÃO DE AÇÃO POR DANO MORAL MOVIDA POR LULA CONTRA DELEGADO DA PF
NA AÇÃO O EX-PRESIDENTE PEDE R$100 MIL DE INDENIZAÇÃO
Publicado: sexta-feira, 24 de março de 2017 às 20:05
A Advocacia-Geral da União (AGU) defende o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace na ação em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede R$ 100 mil de indenização por danos morais supostamente sofridos na atuação do delegado na Operação Lava Jato. O pedido partiu do próprio delegado, de acordo com a Advocacia-Geral. A ação corre na 5ª Vara Cível de São Bernardo do Campo.
A Procuradoria Regional da União na 3ª Região, unidade da AGU que atua no caso, afirma que a independência da Polícia Federal (PF) e o bom funcionamento da Operação Lava Jato estarão comprometidos se os agentes públicos responsáveis pelas investigações criminais ficarem sujeitos a retaliações judiciais por parte dos acusados e investigados pela prática de atos ilícitos.
O dano moral alegado pelos advogados do ex-presidente teria acontecido na referência ao nome dele em um relatório feito sobre investigação contra Antonio Palocci. Mesmo sem ter Lula como alvo do inquérito, o delegado disse que havia respaldo probatório e coerência para se considerar que ele era o "Amigo" das planilhas da Odebrecht.
A AGU afirma que não houve irregularidade. "A postura do réu foi absolutamente correta. Deu-se ciência dos elementos encontrados durante a investigação sob sua presidência ao delegado competente para investigar o autor. Se assim não procedesse, o réu fatalmente incorreria em violação a dever funcional ou até mesmo responsabilização de ordem penal", diz a AGU, que pode representar agentes públicos federais em processos que respondem por atos praticados no cumprimento do dever.
Na representação, a advocacia alega que os agentes públicos não podem responder diretamente por eventuais danos causados a terceiros, e que a administração pública deve responder por tais danos e posteriormente buscar o ressarcimento junto ao agente, se comprovado dolo ou culpa na atuação individual.
A unidade da AGU ressalta que a simples indicação de que há elementos para apurar a prática de uma conduta supostamente ilícita "não é, por si só, suficiente para gerar indenização por danos morais, mesmo que se conclua, ao final, pela inocência do indicado, mormente quando não resta comprovada qualquer conduta arbitrária ou ilegal por parte da autoridade".
Os advogados da União também afirmaram que a conclusão de que há indício de que o ex-presidente era o "Amigo" da planilha de Marcelo Odebrecht não foi baseada em "meras conjecturas fantasiosas" ou na opinião pessoal "leviana" do réu, como alegado pelo ex-presidente, mas "em provas robustas colhidas ao longo de uma investigação minuciosa e exaustiva". Dizem ainda que "as provas foram geradas no corpo de uma investigação lícita, sem qualquer arbitrariedade, abuso de poder ou desvio de finalidade".
Outro ponto afirmado é que as publicações na imprensa de reportagens com esta referência a Lula "não decorreram da vontade do réu, mas do direito fundamental de informar e ser informado". "A proporção da repercussão jornalística é diretamente proporcional à imagem pública do autor", contesta a AGU.
Também de acordo com a representação da AGU, a ação deveria ser julgada pela Justiça Federal, por envolver a atuação de delegado em investigação de supostos crimes que teriam lesado os cofres da União.(AE)

MATANÇA ATÉ QUANDO?
Por Carlos Chagas
Sábado, 25-3-2017
Impossível mudar os costumes, que vem da pré-história, acoplados à necessidade sempre justificada pela sobrevivência do ser humano. Tem sido assim e assim continuará, espera-se que não até o fim do mundo.
No entanto… No entanto, não haverá um único cidadão que deixe de horrorizar-se quando vê despedaçadas e dependuradas carcaças e partes de animais, expostas ao consumo geral, mesmo sabendo que pouco depois irão para a mesa na forma de bifes suculentos ou de costelas apetitosas. Menos ainda se livrará do horror quem assiste a degola desses milhões de seres ditos inferiores, mas quem sabe plenos de consciência quando deles se aproxima o golpe final? Basta atentar para como se comportam na fila do abate: os berros são lamentos impossíveis de ser esquecidos.
Choca a imagem das peças de boi nos ganchos dos frigoríficos, sangrando e logo esfaqueadas à espera de novos capítulos da ronda dessa matança permanente. São vidas abatidas em nome da vida dos que irão degluti-los.
Poderia ser diferente? Por enquanto, nem pensar. Raramente fazemos questão de assistir esse festival macabro, exceção dos encarregados dele. A ninguém será dado imaginar a humanidade sem comer carne de animais. Ainda bem que só de animais, pois em tempos imemoriais comia-se também o ser humano. É claro que o sacrifício serve para minorar as agruras dos homens famintos, a começar pelas crianças, mas nem por isso deixa de se constituir em indiscriminada matança.
A crise que assola nossa produção de carne, pelo jeito a maior do planeta, desperta a atenção de quantos são agredidos pelas imagens dos últimos dias. Haveria alternativa, além de desligar a televisão? Ou de cobrir as vitrinas dos açougues? Por enquanto, não. Mas um dia, quem sabe, a Humanidade encontrará sucedâneos para dispensar essa degola, ainda hoje capaz de chocar o ser humano. 
Além de tudo, acresce que se ganha muito dinheiro com tal atividade. E até dinheiro podre, da corrupção. Que tal condenar os culpados ao trabalho social da prestação de serviços nos frigoríficos?

NA VEJA.COM
STJ autoriza mulher de Cabral a ficar em prisão domiciliar
Adriana Ancelmo está presa no Complexo Prisional de Bangu, acusada de envolvimento em crimes de corrupção praticados pelo marido
Por Da redação
Sexta-feira, 24 mar 2017, 23h41 - Atualizado em 25 mar 2017, 00h16
A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu habeas corpus permitindo que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral, fique em prisão domiciliar. A decisão foi divulgada pela corte na noite desta sexta-feira.
Adriana foi presa em 6 de dezembro e levada para o Complexo Prisional de Bangu, Zona Oeste do Rio. Ela é acusada de envolvimento em crimes de corrupção praticados pelo seu marido e outras pessoas. Segundo as investigações, há evidências de que a ex-primeira-dama recebeu dinheiro de operadores financeiros do ex-governador e teria usado seu próprio escritório de advocacia, o Ancelmo Advogados, para lavar dinheiro de propina destinado ao marido.
Ela havia recebido o benefício da prisão domiciliar no dia 17, em decisão do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, mas a medida havia sido cassada, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Os advogados de Adriana recorreram ao STJ, que decidiu em caráter liminar pela saída dela de Bangu. O motivo alegado pela defesa é que ela tem dois filhos menores de idade para cuidar, de 11 e 14 anos, que estão privados da convivência de ambos os pais – pois Cabral também está preso.
(Com Agência Brasil)

NO BLOG DO JOSIAS
Delator insinuou que amigos de Temer ludibriaram a Odebrecht em R$ 500 mil
Josias de Souza
Sábado, 25/03/2017 05:14
Os delatores da Odebrecht escancararam no Tribunal Superior Eleitoral o lado avesso da política, por onde circulam os malandros e as verbas espúrias. De todas as revelações, a mais fascinante foi feita por José de Carvalho Filho. Funcionário do segundo escalão do departamento de propinas da construtora, coube-lhe organizar a logística do repasse de R$ 4 milhões ao grupo político de Michel Temer. Ele disse que a conta ficou meio milhão mais cara. Insinuou que desapareceram R$ 500 mil numa espécie de Triângulo das Bermudas que tinha como vértices Eliseu Padilha, José Yunes e Eduardo Cunha. Ludibriada, a Odebrecht viu-se compelida a pagar a mesma cifra duas vezes.
Os R$ 4 milhões eram parte de uma bolada maior, de R$ 10 milhões, liberada nas pegadas de um jantar no Palácio do Jaburu, com a presença do anfitrião, Michel Temer, e de Marcelo Odebrecht. Ficou combinado que os outros R$ 6 milhões seriam despejados nas arcas do comitê de Paulo Skaf, que disputava o governo de São Paulo. Orientado pelo ex-diretor da Odebrecht, Claudio Melo Filho, que participara do repasto do Jaburu, José de Carvalho procurou Eliseu Padilha, outro comensal da residência oficial do então vice-presidente.
Amigo e confidente de Temer, Padilha forneceu os endereços para a entrega da mercadoria. Um pedaço da verba, fixado em R$ 1 milhão, destinava-se a Eduardo Cunha. E deveria ser levado ao escritório paulistano do advogado José Yunes, outro amigo de Temer. Dias depois, o delator forneceu a Padilha a senha que Yunes teria de pronunciar para receber a grana: “Morango”.
Acertados os detalhes, o dinheiro foi repassado ao destinatário. Súbito, José de Carvalho foi procurado por Cunha. Tiveram o que o delator chamou de “uma discussão acalorada”. Fora de si, Cunha, então deputado federal, mostrou a ira que tinha por dentro: “Eu recebi uma ligação extemporânea do Eduardo Cunha me cobrando, comentando que ele não recebeu R$ 500 mil”, rememorou o delator da Odebrecht.
Intrigado, José de Carvalho obteve na Odebrecht uma cópia do protocolo de entrega do dinheiro. Coisa devidamente assinada pela secretária de Yunes. Procurou Claudio Melo, o superior hierárquico que jantara no Jaburu com Temer e Marcelo Odebrecht. Sugeriu uma conversa com Eliseu Padilha. Contactado, Padilha realçou as qualidades do seu preposto: “O senhor Yunes é uma pessoa de mais ou menos 70 anos, é de minha confiança, dificilmente não teria registrado isso”.
''Eu vi o recibo assinado pela senhora Cida [supostamente a secretária de Yunes].”, disse o delator José de Carvalho em seu depoimento à Justiça Eleitoral. “Ainda assim, o mal-estar permaneceu. E a empresa deliberou fazer outro pagamento de R$ 500 mil reais.” O segundo pagamento foi feito a um preposto do próprio Cunha. A senha mudou de “morango” para “agenda”.
José Yunes, um amigo que convive com Temer há quase cinco décadas, já havia pendurado um álibi nas manchetes. Fez cara de enganado. Acusou o também amigo Eliseu Padilha de usá-lo como “mula involuntário”. Sustentou em entrevistas e num depoimento “espontâneo” à Procuradoria da República que recebera em seu escritório, em São Paulo, um pacote das mãos do doleiro Lúcio Funaro, homem de Eduardo Cunha. Nessa versão, Yunes saiu para o almoço e, quando voltou, o pacote já havia sido recolhido com sua secretária por alguém que cuja identidade ele diz desconhecer.
Padilha trancou-se em seus rancores e mandou dizer aos repórteres que não comentaria as declarações de Yunes e o depoimento dele à Procuradoria. Ficou boiando no ar uma interrogação: os dois se desentenderam em público ou fizeram uma dobradinha para distanciar o amigo Michel Temer do caixa dois da Odebrecht? A dupla talvez leve a resposta para o túmulo. De concreto, sabe-se apenas que Eduardo Cunha, o amigo desprezado, e Marcelo Odebrecht, o comensal tóxico, estão presos em Curitiba. Soltos, Yunes e Padilha acham que não devem nada a ninguém. Muito menos explicações.
Se soubesse que se defrontaria com malandragens mais refinadas que as suas, Marcelo Odebrecht, o príncipe da construção pesada talvez tivesse organizado seu próprio governo em vez de insistir em comprar o dos outros. Da Odebrecht jamais se poderia dizer que fez acordos espúrios com a Odebrecht em troca de contratos superfaturados. Num governo da Odebrecht, evidentemente, todas as obras públicas seriam da Odebrecht. De cara, seria eliminada a necessidade de licitações. E haveria uma restauração instantânea da moralidade. Num governo 100% da Odebrecht talvez fosse necessário decretar o fim da República. Nada de extraordinário para um país que, na prática, já convive com uma espécie de monarquia à moda brasileira. Reina a avacalhação.

Tape o nariz pelo bem da República, pede o TSE
Josias de Souza
Sexta-feira, 24/03/2017 21:12
Ao empurrar os depoimentos dos delatores da Odebrecht para dentro do processo sobre a cassação da chapa vitoriosa nas eleições presidenciais de 2014, o relator do caso, ministro Herman Benjamin ofereceu ao Tribunal Superior Eleitoral a oportunidade de fazer história. São eloquentes as evidências de que passaram pela caixa registradora da campanha de Dilma Rousseff e de Michel Temer verbas sujas saídas do departamento de propinas da maior empreiteira do país.
Pela lei, os ministros do TSE teriam duas providências a adotar. Primeiro, interromper a presidência-tampão de Michel Temer, cassando-lhe o mandato. Depois, decretar a inelegibilidade de Dilma Rousseff. Mas no Brasil, Deus às vezes dá toga a quem não tem coragem de julgar. Arma-se na Corte Eleitoral um conchavo para deixar tudo como está, para ver como é que fica.
Alguns ministros do TSE sustentam a tese de que é preciso aplicar às culpas que saltam do processo uma avaliação 'atenuatória' que leve em conta as consequências danosas de uma eventual cassação de Temer. Por esse raciocínio, o país não suportaria uma segunda destituição de presidente em tão pouco tempo. A tese tem dois problemas: 1) Passa a impressão de que a lei é dura, mas estica. 2) Subestima a inteligência do brasileiro.
Inédito, o processo do TSE contra uma chapa presidencial poderia representar um marco saneador. Mas em vez de promover a limpeza, fixando novos parâmetros de assepsia, a turma do deixa-disso prefere acomodar o lixo sob o imenso tapete nacional. O TSE pede aos brasileiros que tapem o nariz em nome da estabilidade da República. O Brasil virou um país inusitado. Nele, todos vêem o problema. Mas ninguém quer enfrentá-lo. Apesar de tudo, o país tem saída. Ainda não roubaram o Aeroporto Internacional de Cumbica.

Apoiador de investigado da PF convoca audiência sobre Carne Fraca na Câmara
Josias de Souza
Sexta-feira, 24/03/2017 15:13
Em decisão unânime, a Comissão de Agricultura da Câmara elegeu Sérgio Souza (PMDB-PR) como seu novo presidente. Não foi uma escolha banal. Mencionado em escuta telefônica da Operação Carne Fraca, o deputado é um dos padrinhos políticos do ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, preso preventivamente e apontado pela Polícia Federal como “líder da organização criminosa” sob investigação.
Eleito nesta quinta-feira (23), o parlamentar anunciou sua decisão inaugural: “O primeiro tema que nós vamos colocar na pauta é essa questão da Operação Carne Fraca.” Sérgio Souza informou que convidará o ministro Blairo Maggi (Agricultura) e representantes do setor agropecuário para “dar uma satisfação à Câmara”, numa sessão pública da comissão.
Junto com o correligionário Osmar Serraglio (PMDB-PR), Sérgio Souza avalizou a nomeação de Daniel Gonçalves. O deputado também se envolveu no esforço para tentar evitar o afastamento do apadrinhado no ano passado. Conforme já noticiado aqui, Souza e Serraglio defenderam a permanência do investigado no comando da superintendência paranaense em audiência com a então ministra da Agricultura Kátia Abreu.
Em notícia veiculada na sua edição desta sexta-feira (24), o jornal Valor informa que o nome de Sérgio Souza é mencionado numa das escutas telefônicas da Operação Carne Fraca. O diálogo foi captado em 11 de abril de 2016. Nele, o deputado é apontado como beneficiário do repasse de “muito dinheiro”. Repasse supostamente feito pelo afilhado político Daniel Gonçalves, que foi afastado do posto de chefia no ano passado, a despeito das pressões em contrário.
Suprema eficiência: o deputado avaliza a nomeação de um superintendente estadual precário, pega em lanças contra o afastamento do apadrinhado, aparece como suposto beneficiário de vantagens indevidas e, no instante em que a coisa vira um escândalo, o mesmo deputado convoca autoridades para “dar uma satisfação à Câmara.” Sérgio Souza, nunca é demasiado recordar, é filiado ao PMDB, partido do presidente Michel Temer.
Ecoando argumentos já esgrimidos pelo colega Osmar Serraglio, Sérgio Souza atribui a indicação de Daniel Gonçalves para a chefia da superintendência paranaense da Agricultura à bancada do PMDB do Paraná. Avalizou a iniciativa por entender que se tratava de uma escolha técnica. ''O Daniel, nós tínhamos ele como um cara técnico, fiscal de carreira do ministério. Foi uma indicação natural. Ninguém imaginou que o caboclo era chefe de quadrilha.'' Quanto à citação do seu nome numa escuta da PF, Sérgio Souza diz estar “totalmente tranquilo sobre isso.” Ele nega o recebimento de dinheiro.

NO O ANTAGONISTA
Carne Fraca: R$ 80 mil por uma autorização para exportar
Brasil Sábado, 25.03.17 09:22
Em entrevista à Veja, Junior Durski, o primeiro empresário envolvido na Carne Fraca pela Polícia Federal, contou que um burocrata do Ministério da Agricultura pretendia cobrar R$ 80 mil de propina para liberar uma autorização para a empresa exportar carne para os EUA, onde mantém restaurantes.
Angorá tem mais regalias que Temer
Brasil 25.03.17 09:07
As mordomias de Moreira Franco, vulgo Angorá, na Secretaria-Geral da Presidência incluem 20 assessores. Alguns deles dedicam-se exclusivamente a lhe abrir portas, segurar elevadores e pedir carros. Segundo a Época, nem Temer tem tantas regalias no Planalto.
Mas a maior regalia de Angorá é outra: o foro privilegiado.
"As pessoas não estão dispostas a ir em massa às ruas”
Brasil 25.03.17 09:02
Michel Temer aposta que o número de manifestantes neste domingo “será mediano”, segundo a Folha de S. Paulo.
“O governo concluiu, com base em relatórios de monitoramento das redes, que as pessoas não estão dispostas a ir em massa às ruas”.
Se isso se confirmar, o Congresso Nacional vai aprovar a toque de caixa uma anistia para a ORCRIM.
E a resposta dos brasileiros, no próximo ato, será avassaladora.
Por que, Cármen Lúcia?
Brasil 25.03.17 08:41
Na tarde da última terça-feira, Cármen Lúcia reuniu-se com José Serra no STF, um dos delatados pela Odebrecht. A audiência não foi divulgada, por não ser oficial, segundo a Veja.
Serra passou lá apenas para tomar um café?
Temer admite Lula lá em 2018
Brasil 25.03.17 08:34
Temer teria admitido recentemente que Lula pode, sim, substituí-lo na presidência em 2018. Segundo a Veja, em troca, o comandante máximo da ORCRIM tem defendido a importância do peemedebista, acuado pelo TSE, terminar seu mandato.
Sérgio Cabral perdeu 21 quilos no Spa Bangu
Brasil 25.03.17 08:27
Desde que foi preso, há quatro meses, Cabral emagreceu: seu peso passou de 106 para 85 quilos, segundo a Veja.
É o Spa Bangu.
O caixa 1 virou travesti
Brasil 25.03.17 07:57
Benedicto Júnior, um dos delatores da Odebrecht, confirmou ao TSE que a empreiteira usava a Cervejaria Itaipava, do Grupo Petrópolis, para disfarçar a propina que irrigou campanhas eleitorais em 2014.
Segundo a Folha, BJ chamou o esquema de “caixa 1 travestido”.
Freud não explica, mas a Lava Jato, sim.
Para FHC, Lula não é mais um "mau-caráter"
Brasil 25.03.17 07:32
FHC foi lembrado pelo Estadão de que chamou Lula de "mau-caráter. A resposta do ex-presidente foi:
“Pois é. Eu diria isso hoje? Não.”
Romário festeja
Brasil 25.03.17 06:59
Romário pode festejar.
O seu é um dos inquéritos que, a pedido de Rodrigo Janot, devem ser arquivados, segundo o Estadão.
Raul Jungmann e Orlando Silva podem festejar junto com ele.
Temer ataca Benjamin
Brasil 25.03.17 06:47
Michel Temer partiu para o ataque contra Herman Benjamin.
Em sua defesa, ele alegou que os depoimentos da Odebrecht devem ser anulados porque o ministro do TSE se baseou em vazamentos ilegais à imprensa.
Como é que é?
Herman Benjamin resolveu ouvir os delatores da Odebrecht – e fez muito bem – porque a Lava Jato revelou um esquema de pagamentos no exterior ao marqueteiro da campanha de Dilma Rousseff.
Mais ainda: a Lava Jato descobriu que a Odebrecht tinha um departamento de propinas que bancou, em particular, as campanhas do PT.
Marcelo Odebrecht foi preso, Feira foi preso, Italiano foi preso, Pós-Itália foi preso.
O mérito disso tudo é da Lava Jato. A imprensa só veio a reboque.
Exclusivo: Alexandrino confirma 'contrapartida'
Brasil Sexta-feira, 24.03.17 20:46
Em sua delação à PGR, segundo apurou O Antagonista, Alexandrino Alencar também confirmou que os repasses da Odebrecht a Lula e a seu instituto foram, sim, uma contrapartida.
As visitas de Cabral
Brasil 24.03.17 20:35
O ex-governador Sérgio Cabral recebeu pelo menos 20 visitas fora do horário permitido pela penitenciária de Bangu, informa a GloboNews.
As visitas fora de hora foram feitas pelo filho do ex-governador, o deputado federal Marco Antonio Cabral, que visitou o pai mais de 30 vezes só em novembro do ano passado.
Não se pode esquecer os jeitinhos que os políticos costumam dar para resolver seus problemas, e que o anfitrião de Cabral é Luiz Fernando Pezão, que foi seu ex-vice-governador durante dois mandatos.
Exclusivo: Alexandrino contou 'antes, durante e depois' de Lula com Odebrecht
Brasil 24.03.17 20:30
Alexandrino Alencar não disse tudo o que sabe sobre Lula ao TSE, pois a ação eleitoral só investiga o financiamento da campanha da chapa Dilma-Temer. Mas sua delação à PGR é devastadora.
O Antagonista apurou que Alexandrino contou que Lula procurou apoio financeiro da Odebrecht ainda na campanha de 2002 e prometeu ajudar a empreiteira se fosse eleito.
A relação se aprofundou durante os dois mandatos de Lula, que cobrou contrapartida financeira do grupo em todas as eleições. Ao deixar o governo, segundo Alexandrino, Lula procurou novamente a Odebrecht, cobrando apoio - desta vez pessoal. Daí começaram as palestras.
Lula não tem vergonha de mentir
Brasil 24.03.17 16:38
Lula teve coragem de falar sobre a Petrobras durante seu discurso no evento contra a Lava Jato. Ele quer convencer -- não se sabe quem -- que a Petrobras está sendo prejudicada agora, após a saída do PT do governo.
Talvez seja preciso lembrá-lo que a estatal:
-Foi saqueada em pelo menos 6 bilhões de reais, só em desvios para o pagamento de propinas. Das contas de propinas pagas pelas empreiteiras, saíram desde valores para financiamento de campanha, até reforma de apartamentos de José Dirceu e do sítio do próprio Lula.
-Perdeu mais de US$ 45 bilhões em receitas (entre 2011 e 2014), devido ao congelamento do preço dos combustíveis determinado pelo governo, uma gambiarra, na tentativa de segurar a inflação, que havia se desgarrado durante o governo Dilma.
-Nunca havia queimado tanto dinheiro à toa. Leia o post abaixo:

Fatos contra a desonestidade

Brasil  14:51
É claro que ninguém em sã consciência e com o mínimo de honestidade intelectual compra a história de Cancella. Mas, para não deixar dúvidas, vamos aos fatos:
  • Entre 2003 e 2015, as administrações petistas aumentaram a dívida da Petrobras de US$ 5,9 bilhões para US$ 100,4 bilhões.
  • Nesses treze anos, a Petrobras torrou US$ 350 bilhões e aumentou a produção de petróleo em 526 mil barris ao dia.
  • Na comparação com os treze anos anteriores, de 1990 a 2002, a estatal investiu US$ 47 bilhões e elevou a produção em 865 mil barris ao dia. Observação: os investimentos foram todos atualizados a valores presentes.
Conclusão: as administrações petistas investiram sete vezes mais na comparação dos dois períodos. O aumento da produção de petróleo, no entanto, ficou 40% abaixo do alcançado entre 1990 a 2002. Foi muita incompetência e muita corrupção.


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