PRIMEIRA EDIÇÃO DE 25-02-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 25 DE FEVEREIRO DE 2017
Seja quem for o substituto de José Serra, que se demitiu por problemas de saúde, o futuro ministro das Relações Exteriores pode ter a certeza: o Brasil não vai suspender a exigência de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Japão, México, Canadá e Austrália, a menos que esses países façam o mesmo. O presidente Michel Temer disse a esta coluna que esse tema não está entre as prioridades do seu governo.
A diplomacia brasileira é absolutamente contrária à suspensão de visto para nacionais de qualquer país que faça essa exigência de brasileiros.
Lobby do setor de turismo pressionava o governo a suspender vistos de países grande emissores de turistas. Ao menos temporariamente.
O princípio da reciprocidade é a afirmação de dignidade de qualquer país, e não há “dignidade temporária”, dizem diplomatas, com ironia.
Temer disse também a esta coluna que não haverá novas dificuldades à obtenção de visto por americanos, como eles fizeram aos brasileiros.
Acionistas da Petrobras Argentina suspeitam que Marcelo Mindlin, dono da empresa que comprou ativos da BR, serviu apenas de “mediador temporário” dos ativos da estatal brasileira na Argentina entre a própria Petrobras e uma enrolada na Lava Jato: a Trafigura. A Pampa Energia, de Mindlin, levou a BR Argentina pela ninharia de R$897 milhões. Ele também é dono da Edenor, maior distribuidora de lá. O prejuízo na venda dos ativos é calculado em mais de US$1 bilhão.
A Pampa ofereceu os ativos da Petrobras Argentina para a Trafigura através do banco Citibank, que também contatou a argentina Edelap.
A Edelap é uma distribuidora de eletricidade de Alejandro Macfarlane, ex-sócio de Marcelo Mindlin em outra empresa de energia, a Edenor.
O principal executivo da Trafigura no Brasil é Mariano Ferraz, preso pela Polícia Federal, que pagou R$ 3 milhões de fiança para ser solto.
A aprovação de Alexandre de Moraes para o STF revelou a fraqueza da oposição ao governo Temer. Enquanto o último ministro aprovado para o Supremo, Luiz Edson Fachin, foi rejeitado por 33% do Senado, Moraes teve apenas 15% de votos contrários. E quase todos do PT.
De olho nas eleições de 2018, o Paraná Pesquisa avaliou que as menores rejeições de pré-candidatos pertencem ao ex-presidente do STF Joaquim Barbosa (7,3%), Ciro Gomes (9%), além de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e Roberto Justus, ambos com 9,9%.
O governo vai fazer a festa neste Carnaval com produtos específicos da folia. A caipirinha puxa o bloco da arrecadação: 76,66% do preço é só de impostos. Chope e cerveja fecham o pódio com 62,2% e 55,6%.
Com prazo regimental de até 30 dias para empossar Alexandre de Moraes, o Supremo a agendou apenas para 22 de março, data-limite. O prazo é necessário para expedir convites e organizar a cerimônia
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) tratou logo de se desvincular do lobista Jorge Luz, alvo da 38ª fase da Lava Jato. Afirmou “achar” que foi apresentado à Luz em 1983. E nunca mais teriam se falado.
O governo federal gastou em 2016 mais de R$ 1,6 bilhão apenas com editoras e gráficas. Os serviços são variados: papéis, documentos, pastas, livros, cópias etc. Não se fala em modernização e cortes.
Em carta de despedida da liderança do governo, André Moura (PSC-SE) fez algo atípico: agradeceu a imprensa “pela chance de debater” e pelo “respeito ao contraditório e às peculiaridades da democracia”.
A Brastemp já não é uma Brastemp, como revelam indignados clientes, em sites de queixas. Leitora do Rio comprou online, em setembro, um forno de embutir entregue com um lado maior que o outro. Não entra no armário. Cinco meses depois, a presepada ainda não foi resolvida.
... o ritmo de demissão de ministros está tão alto que já pode impactar a taxa de desemprego.

NO DIÁRIO DO PODER
A LISTA SAI NO CARNAVAL?
Por Carlos Chagas
Sábado, 25-02-2017
Melhor oportunidade do que o Carnaval não há para a divulgação das acusações que envolvem mais de cem parlamentares incluídos na lista da Odebrecht. Mais da metade do país nem tomaria conhecimento dos deputados e senadores citados pelos ex-diretores da empreiteira. Com Câmara e Senado fechados, a repercussão seria menor, ainda mais porque levaria meses a abertura de processos contra os acusados, no Supremo Tribunal Federal.
Sendo assim, por que a demora? Fica evidente estar havendo manobra protelatória. Por parte de quem? Não seriam os ministros da mais alta corte nacional de Justiça, apesar de alguns manifestarem cuidados diante da operação Lava Jato. O palácio do Planalto carece de meios para influir na decisão, até porque muitos ministros empenham-se em escapar dos holofotes. Os novos presidentes da Câmara e do Senado estão incluídos nas acusações e ficarão em cone de sombra.
São dessas situações inusitadas: ninguém é culpado, mas o processo não anda. Quanto mais demore, melhores condições terão os implicados na corrupção para safar-se. Estão de olho na reeleição do ano que vem. Mesmo sabendo que não receberão os fartos recursos das empreiteiras, como no passado, imaginam empurrar com a barriga as dificuldades que os tornariam inelegíveis. Acreditam ser curta a memória do eleitorado.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Indignados com Bruno solto? Eu também! Então agora vamos pensar!
Eu não teria concedido o habeas corpus, mas decisão de Marco Aurélio não é exótica. Exótico mesmo é o funcionamento das instâncias inferiores da Justiça
Por Reinaldo Azevedo
Sexta-feira, 24 fev 2017, 17h14 - Atualizado em 24 fev 2017, 18h18
Sim, vou falar sobre a liminar que o ministro Marco Aurélio concedeu ao tal goleiro Bruno, que tanta indignação tem gerado. E é compreensível. Todos devemos estar de acordo com que o lugar dele é a cadeia. Por mim, ficaria lá para sempre. A Editora Record publicou o livro “Indefensável: O goleiro Bruno e a história da morte de Eliza Samudio”, de Leslie Leitão, Paulo Carvalho e Paula Sarapu. Não sou especialista na área. Mas o seu comportamento na tragédia caracteriza a psicopatia — sem cura conhecida. Nesses casos, só uma postura protege a sociedade: a reclusão permanente. Sigamos.
A depender da razão por que você acesse o meu blog, não tenho como não dizer logo de saída: ERRO DE PÁGINA! É para ler o que eu penso a respeito de um determinado assunto, com base na lei, que é o que chamo de “opinião objetiva”? Então acertou. É para ver se repito a língua negra do bueiro do inferno das redes sociais e dos blogs caça-níqueis e pega-pra-capar? Então vocês têm alternativas variadas: dos oportunistas aos psicopatas, passando pelos bucaneiros, a rede está lotada. Boa viagem.
Escrevi aqui umas oitocentas vezes que essa história de que a impunidade no Brasil é apanágio do STF é lorota. Escrevi aqui umas oitocentas vezes que é mentira que um processo demore mais para ser julgado no STF do que nas instâncias inferiores. Escrevi aqui umas oitocentas vezes que esse debate está absolutamente desfocado. Escrevi aqui umas oitocentas vezes que a celeridade com que o juiz Sergio Moro condena está longe de ser o padrão das instâncias inferiores, estaduais ou federais. Escrevi aqui umas oitocentas vezes que Moro vive a situação privilegiada de cuidar de um único caso…
Ah, mas a língua negra que vaza do bueiro, lotado de estrume moral, ético, burrice e vigarice vai se espalhando… “Ah, quer foro especial!? Quer impunidade!” Não basta lembrar que o STF condenou um réu do Mensalão a mais 40 anos, enquanto Moro condenou Sergio Machado a uma vida de nababo. “Tá vendo, já está falando do Sergio Moro!” Em primeiro lugar, quando quero, falo. Em segundo, estou constatando um fato.
A impunidade que realmente infelicita a vida dos brasileiros é aquela — e as razões são as mais diversas; não quero demonizar ninguém — que se pratica nas instâncias inferiores, nos foros que não são especiais. Ela, sim, acaba botando na rua um assassino frio, determinado, meticuloso — incapaz, note-se, de sentir empatia.
Ler
Vamos fazer o que, resta evidente, a esmagadora maioria dos babões não fez: ler o habeas corpus concedido por Marco Aurélio. Ele está aqui.
Nos últimos anos, costumo discordar de boa parte das decisões de Marco Aurélio. Não que lhe falte competência técnica. Ao contrário. Poucos ministros argumentam tão bem se a gente consegue atravessar o glacê retórico e aquela sintaxe de exceção em que gosta de se esmerar. Mas é notório que ele, com frequência, apela ao direito criativo, como quando resolveu afastar Renan Calheiros da Presidência do Senado, monocraticamente, contrariando a letra explícita da lei. Ou quando determinou que o presidente da Câmara abrisse um processo de impeachment contra o então vice-presidente, Michel Temer.
Marco Aurélio, por quem tenho simpatia pessoal, destaco, é o que a meninada chama um “causão”.
Mas e o habeas corpus para Bruno? Encontra ou não respaldo na lei? A resposta, infelizmente, é “sim”. O goleiro Bruno está preso há mais de seis anos. O julgamento em primeira instância, quando foi condenado a 22 anos e 3 meses de reclusão, em regime inicial fechado, por “homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima”; sequestro e cárcere privado qualificado por haver vítima menor de 18 anos (referência ao filho de Elisa e Bruno) e ocultação de cadáver”.
O tribunal de primeira instância recusou o pedido para que o condenado recorresse em liberdade, alegando razões para a prisão preventiva ou cautelar.
Por onde vai Marco Aurélio e por que ele erra?
Escreve o ministro de forma absolutamente correta: “3. Os fundamentos da preventiva não resistem a exame. Inexiste, no arcabouço normativo, a segregação automática tendo em conta o delito possivelmente cometido, levando à inversão da ordem do processo-crime, que direciona, presente o princípio da não culpabilidade, a apurar-se para, selada a culpa, prender-se, em verdadeira execução da pena. O Juízo, ao negar o direito de recorrer em liberdade, considerou a gravidade concreta da imputação. Reiterados são os pronunciamentos do Supremo sobre a impossibilidade de potencializar-se a infração versada no processo. O clamor social surge como elemento neutro, insuficiente a respaldar a preventiva. Por fim, colocou-se em segundo plano o fato de o paciente ser primário e possuir bons antecedentes. Tem-se a insubsistência das premissas lançadas”.
Para quem não entendeu
O doutor está a explicitar um fundamento do direito, que não tem sido seguido, diga-se, pelo juiz Sergio Moro e pela segunda instância federal: o crime já cometido, em razão do qual o sujeito se tornou investigado ou réu, não pode ser causa da preventiva, determinada por riscos presentes:
a) para manter a ordem pública;
b) para manter a ordem econômica;
c) em benefício da instrução criminal e
d) para garantir a aplicação da Lei Penal.
Qualquer advogado sabe que boa parte das preventivas da Lava Jato não obedeceu a esse critério — contou sempre o crime cometido, em desacordo com a lei. Ora, se a lei é ruim, mude-se.
No seu despacho, Marco Aurélio diz que o atraso do julgamento não pode concorrer para que uma pessoa fique em prisão preventiva sem prazo. Em si, faz sentido. A propósito: se isso é verdade para quem já está condenado em primeira instância, como explicar as preventivas sem prazo no Brasil mesmo para quem não é nem réu?
Você teria concedido o habeas corpus, Reinaldo?
Não. Não teria. Embora reconheça que a decisão de Marco Aurélio tem amplo respaldo na lei e na jurisprudência do Supremo. Eu teria me fixado na “garantia de manutenção da ordem pública”. Quando a gente se informa sobre os detalhes do crime, resta a suspeita, quando menos, de que estamos diante de um psicopata.
Não é por aquilo que fez que a preventiva deveria ser mantida. É por aquilo que pode fazer quando se leva em conta o que e como fez. Mais: que Marco Aurélio tivesse cobrado mais informações sobre o caso e levado a questão à turma, ora. Afinal, que urgência há na concessão da liminar para um assassino comprovado, com pena de 22 anos?
Concluo
De todo modo, eis aí um caso escancarado e chocante da ineficiência das instâncias inferiores da Justiça. E, por incrível que pareça, isso não mobiliza os Robertos Barrosos da vida.
Ele prefere cair no colo da galera e, sendo o mais esquerdista de todos ministros, cair nos braços da direita xucra, que, por xucra, o abraça e o saúda.

NO BLOG DO JOSIAS
O nome do problema do governo não é Padilha
Josias de Souza
Sábado, 25/02/2017 04:56
O problema do governo tem nome e sobrenome. Nas últimas horas, políticos e jornalistas o chamam de Eliseu Padilha. Se estivessem certos, a solução seria simples. Bastariam uma esferográfica para a assinatura do presidente e uma folha para o ato de exoneração do chefe da Casa Civil. Mas estão todos enganados.
Chama-se Michel Temer o problema do governo. Ele chegou ao Planalto como solução constitucional para a autocombustão que consumiu o mandato de Dilma Rousseff. Virou um problema ao cercar-se de amigos tóxicos e subordinar sua administração à vulgaridade. Temer se absteve de perceber que o jogo político no Brasil mudou de fase.
Nesta sexta-feira, 24, o presidente mandou sua assessoria divulgar uma nota. Nela, admitiu novamente ter pedido dinheiro à Odebrecht em 2014. Mas reiterou que “não autorizou, nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da Lei Eleitoral.” Contabilizou o repasse da construtora ao PMDB em R$ 11,3 milhões. “Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral”, enfatizou a nota. “É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio.”
O “episódio” que o texto do Planalto preferiu não esmiuçar envolve a Odebrecht, uma dezena de milhões de reais e os dois maiores amigos do presidente da República: o ex-assessor da Presidência, José Yunes e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O fato comporta pelo menos quatro versões: a de Temer, a de Yunes, a de Padilha e a versão verdadeira.
Nesse contexto, a manifestação divulgada pela assessoria presidencial apenas empurrou Temer para dentro de um Brasil alternativo. Um país fictício em que nada de reprovável aconteceu. Para que a nota oficial ficasse em pé, todos os brasileiros adultos teriam de aceitar a tese segundo a qual Temer não tem nada a explicar e que a crise que acaba de cair no seu colo está encerrada.
Nesta ficção que nenhum novelista assinaria para não passar por improvável, os brasileiros teriam de se fingir de bobos e ignorar o seguinte roteiro: o amigão Yunes recebeu em seu escritório envelope das mãos do doleiro Lúcio Funaro, um portador que o amicíssimo Padilha jura que nem conhece. No envelope que Yunes assegura ter recebido a pedido de Padilha, podia haver qualquer coisa, menos os milhões em verbas sujas que Temer renega, mas que os delatores da Odebrecht sustentam ter providenciado a seu pedido.
São tantas as confusões em que se mete o governo de Michel Temer que as coisas vão assumindo proporções inaceitáveis. Embaraços vão se transformando em hábitos. Descalabros vão virando parâmetro. De repente, nada precisa ser muito explicado. Dá-se de barato que os brasileiros se fingirão de mortos pelo bem da República.
Em nome da continuidade das reformas, ninguém perguntará: Onde Temer está com a cabeça que ainda não rompeu com Yunes, o amigo da onça? Pela estabilidade do condomínio partidário que dá suporte congressual ao governo, ninguém questionará: Afinal, Temer ainda não demitiu Padilha por que não quer ou por que não pode?
Costuma-se dizer que o brasileiro não tem memória. Michel Temer parece acreditar que os patrícios não têm mesmo é muita curiosidade.

Governo age nos bastidores para adiar julgamento sobre o mandato de Temer
Josias de Souza
Sexta-feira, 24/02/2017 18:04
Numa articulação que envolve ministros, políticos e magistrados, o governo tenta protelar no Tribunal Superior Eleitoral o desfecho da ação que pode resultar na cassação da chapa Dilma Rousseff—Michel Temer e na consequente interrupção do mandato do atual presidente da República. Auxiliares e aliados de Temer receiam que o ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE, votará a favor da cassação. O medo foi potencializado pela decisão de Benjamin de interrogar delatores da Odebrecht sobre repasses ilegais feitos ao comitê de campanha vitorioso nas eleições presidenciais de 2014.
Dois dos sete ministros que compõem o plenário do TSE terão de deixar o tribunal. Henrique Neves sairá em abril. Luciana Lóssio, em maio. Caberá a Michel Temer indicar os substitutos que irão compor o colegiado incumbido de julgá-lo. O blog apurou que o presidente pende para a indicação de dois advogados que já atuam como substitutos dos titulares no TSE: Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto. Nesta quinta-feira, 23, o Supremo Tribunal Federal aprovou a lista tríplice com os candidatos à vaga do ministro Henrique Neves. Os nomes de Admar e Tarcísio, preferidos de Temer, constam da lista. O terceiro é Sérgio Banhos.
A movimentação do relator Herman Benjamin sugere que ele não está alheio ao que se passa ao redor. Ao intimar delatores da Odebrecht para depor em plena Quarta-feira de Cinzas, o ministro sinalizou a intenção de submeter seu voto ao plenário do TSE antes da saída dos colegas Henrique Neves e Luciana Lóssio. Ao farejar o risco, operadores de Temer passaram a cultivar o desejo de que um dos ministros da Corte Eleitoral formule um pedido de vistas do processo, empurrando o julgamento com a barriga.
Um magistrado ouvido pelo blog disse que já haveria um ministro propenso a provocar o adiamento. Chama-se Napoleão Nunes Maia Filho. Ele é colega de Herman Benjamin no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tem boas relações com Gilmar Mendes, ministro do Supremo, presidente do TSE e um dos principais conselheiros de Michel Temer. O pedido de vista não impede que Henrique Neves e Luciana Lóssio se manifestem no processo. Se quiserem, os dois podem antecipar os seus votos. Como que decidido a se contrapor a eventuais manobras, o relator do processo desenvolveu um método que facilita a formação do juízo dos colegas.
Herman Benjamin divulga a íntegra dos documentos do processo no site do TSE. Vão à vitrine inclusive os depoimentos que o ministro faz questão de colher pessoalmente. Acumularam-se nos autos indícios de que as arcas do comitê petista foram abastecidos com verbas de má origem. Ciente dos riscos que corre, Temer escorou sua defesa na tese segundo a qual a contabilidade de sua campanha à vice-presidência nada tem a ver com as contas do comitê de Dilma. Essa linha de defesa divide o plenário do TSE.
Na dúvida, o Planalto prefere trabalhar pelo adiamento. Avalia que a hipótese de cassação do mandato de Temer diminui na proporção direta da aproximação do ano eleitoral de 2018. Sobretudo se os indicadores econômicos melhorarem, como aposta o ministro Henrique Meirelles (Fazenda).
A ação que acusa Dilma e Temer de prevalecer na eleição de 2014 graças a abusos políticos e econômicos foi movida pelo PSDB de Aécio Neves, derrotado na disputa. O tempo passou. E o tucanato agora integra o governo Temer. O processo é histórico. O TSE jamais submetera uma campanha presidencial a semelhante processo investigatório.
Gilmar Mendes, o presidente do TSE, concorda com a relevância do julgamento. Mas, paradoxalmente, não parece muito preocupado com o resultado. Nesta quinta-feira, ele declarou o seguinte:
“Esse processo é extremamente importante, histórico, independentemente do resultado. No fundo, o que se investiga? Uma forma de fazer política, que nós esperamos que fique no passado. Então, mais do que a importância do resultado — cassação ou confirmação, improcedência ou procedência —, o importante é que haja esse documento histórico sobre como se fazia campanha no Brasil. Nesse caso, um retrato bastante autêntico, porque estamos falando de campanha presidencial. É uma campanha presidencial vencedora. Isso é o que me parece relevante.”
O retrato, de fato é relevante. Mas se o quadro exposto no processo for degradante, o resultado não é irrelevante. Ao contrário, pode desaguar numa frustração histórica.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
E se a Lava Jato beneficiar Michel Temer?
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Brasília é um hospício onde traições de bastidores parecem loucura. Já tem senador da base aliada, espalhando em suas rodinhas de intrigas, que Michel Temer pode ser muito beneficiado pela Lava Jato – que um dia pode até ter pensado em combater, mesmo que jamais admita tamanho sacrilégio em público. A avaliação é que Temer seria muito beneficiado por uma quase certa detonação de Renan Calheiros, Romero Jucá e até de Moreira Franco - seu super-articulador de privatarias – e de Eliseu Padilha (que já saiu de licença para operar a próstata).
É por isso que a nomeação do senador peemedebista paranaense, Osmar Serraglio, para o Ministério da Justiça e a doação de um poderoso empregão vitalício para Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal não devem ser encaradas como ações que possam sabotar a Lava Jato. Até porque a caça aos corruptos não depende apenas de magistrados como Sérgio Moro ou de promotores determinados como a turma da Força Tarefa do Ministério Público, Polícia e Receita Federal. O combate à corrupção é uma missão de dimensão global – quase globalitária.
O Poder Real Mundial, que controla de verdade os destinos dos países chegou à conclusão que a corrupção descontrolada causa grandes prejuízos aos negócios e complica os esquemas de hegemonia política e atrapalha até os procedimentos de controle social. Quando a corrupção fica maior e mais poderosa que o sistema que gerou originalmente, ameaçando o globalitarismo da Nova Ordem Mundial, os controladores começam a investir tudo que podem na “caça transnacional aos corruptos”. Os políticos, peças descartáveis do mecanismo corrupto, se tornam alvos fáceis. Entendeu, Caju?
É por isso que Michel Temer – apoiado pela Oligarquia Financeira Transnacional para entrar e só sair na hora certa da Presidência do Brasil – não tem motivos reais para temer (sem trocadilho infame) os desdobramentos da Lava Jato. Temer pode ter muito a ganhar se avançar – como tudo indica, a nova fase da Lava Jato, a Blackout”, que fisgou os lobistas Jorge e Bruno Luz – acusados de intermediar, de forma profissional e reiterada, US$ 40 bilhões em propinas, sobretudo para o PMDB. 
Apesar dos ataques diretos aos amigos-parceiros-aliados do PMDB, Michel Temer não tem a menor chance de ser derrubado, se depender da vontade dos “controladores do Sistema”. Aliás, dependendo do desempenho da economia a partir do segundo semestre, o marido da bela Marcela tem até a possibilidade de fazer o sucessor: o nome dele é Henrique Meirelles, cujo sonho dourado é sentar como titular do trono do Palácio do Planalto. Meirelles já reina, mas o Poder Real Global tem interesse que ele governe de fato e de direito o Brasil.
2018 ainda está longe, mas Meirelles está no páreo. E não é cavalo paraguaio... Eis o grande pavor de Luiz Inácio Lula da Silva – que já está descartado pelos controladores para retornar à Presidência. Lula fará muito barulho, mas sabe que pode ser apanhado pela Lava Jato no instante que for conveniente àqueles que, outrora, lhe davam sustentação transnacional. O jogo do poder é bruto e cruel... Samba, $talinácio, porque é Carnaval...
O povo brasileiro, cheio de gente deprimida e desempregada, já está “sambando” há muito tempo...
Batendo no Jucá
Da jornalista Cristina Serra, “homenageando” Romero Jucá e detonando Alexandre Moraes, no Facebook:
“O Brasil já viveu muitas crises políticas e econômicas, nossa história é repleta de golpes e, mal ou bem, o país sempre encontrou uma saída. Essa crise atual, contudo, tem um enorme agravante: a mediocridade, a desfaçatez e a falta de compostura dos poderosos de plantão. Estão se lixando para o que a sociedade acha ou deixa de achar. Disso deu provas, mais uma vez, o desqualificado Romero Jucá, com a declaração bizarra que está por aí, em todos os sites, para quem quiser ler. De causar náuseas também é a sabatina do candidato a ministro do Supremo, que não passa de uma pantomima. Alexandre, o plagiador, o mentiroso, o dos encontros secretos, o de conexões suspeitas, será o golpe fatal na credibilidade da corte, que até pouco tempo era o lugar para onde muitos brasileiros ainda olhavam com alguma esperança”.
(...)

NO O ANTAGONISTA
Os operadores do PMDB desembarcam
Brasil Sábado, 25.02.17 08:57
Os operadores do PMDB, Jorge Luz e Bruno Luz, presos em Miami, desembarcaram em Brasília.
De acordo com a PF, eles só serão levados a Curitiba na próxima quinta-feira, porque as passagens aéreas custam demais nesta época de carnaval.
Pode levar: O Antagonista paga.
Janot investigará Padilha a partir de março
Brasil 25.02.17 08:55
Rodrigo Janot deve abrir um inquérito para investigar Eliseu Padilha no começo de março, segundo a Folha.
A avaliação é que as declarações de Yunes, “a mula involuntária”, tornou a investigação obrigatória
Fabinho do apê: “Se Lula quiser conversar comigo, estou aberto”
Brasil 25.02.17 08:17
Ainda segundo a Folha, no fim da noite em Salvador, Fabinho do apê declarava que seria vice na chapa de Lula em 2018.
Mais tarde, negou que tenha falado disso, mas emendou: “Se o Lula quiser conversar comigo, eu ‘tô’ aberto pra falar.”
Fabinho do apê: “Quem tem voto na Câmara sou eu”
Brasil 25.02.17 08:10
Segundo a Folha, Fabinho do apê vestiu a fantasia de político poderoso, num camarote de Salvador.
Testemunhas afirmam que ele posou de poderoso: afirmou ser o responsável pela queda de Dilma e ameaçou derrubar Temer.
“Quem tem voto na Câmara sou eu.” Esse era o refrão que repetia na folia.
STF mostra como pode acabar com a Lava Jato
Brasil 25.02.17 07:45
O STF deu a senha para acabar com a Lava Jato: negou-se a compartilhar com Sérgio Moro as investigações contra Sarney.
Há muito tempo, o maranhense não goza de foro privilegiado, mas continua gozando da camaradagem da Corte.
Segundo um jurista afirmou ao Estadão: “se essa jurisprudência se aplicar aos demais [amigos da Corte], é o início do fim da Lava Jato.”
Mas vem cá...
Brasil 25.02.17 07:17
Desde quando um ministro do STF deve dar conselhos para alguém do alto escalão do governo – no caso, Padilha - se safar? Ainda que em tom de comentário? Ainda que preservado pelo anonimato?
Mãe de Eliza Samudio teme pela própria vida
Brasil Sexta-feira, 24.02.17 19:25
A advogada Maria Lúcia Borges Gomes, que cuida dos processos da família de Eliza Samudio, disse que a mãe da vítima, Sônia de Fátima Moura, teme pela vida dela e do neto Bruninho, registra o G1.
Urgente: Petrobras reduz preço da gasolina e do diesel
Economia 24.02.17 18:59
A Petrobras acaba de anunciar a redução de 5,4% no preço da gasolina e de 4,8% no preço do diesel.
Os novos valores, na refinaria, valem a partir de amanhã.
Vejam a íntegra do anúncio:
Carvalhosa a O Antagonista: "Bruno é um criminoso absolutamente perigoso"
Brasil 24.02.17 18:55
O brilhante jurista Modesto Carvalhosa considera a soltura de Bruno "um acinte".
"Estamos realmente diante de um desafio para a ordem social. Soltar um criminoso com esse requinte de perversidade é uma ofensa à sociedade."
O jurista contesta a interpretação de Marco Aurélio Mello, que mais cedo disse o seguinte a O Globo: "O homicídio geralmente é praticado por um agente episódico, por motivação na base da emoção, da paixão".
"O que Bruno cometeu não foi crime passional. Crime passional coisa nenhuma. O que Bruno cometeu foi crime de bando. Ele reuniu várias pessoas para matar e depois esconder o cadáver. Não tem nada de passional nisso. Bruno é um criminoso absolutamente perigoso."
Lula e Bolsonaro investigados
Brasil 24.02.17 18:33
O Radar noticia que o MPF investiga uma série de vídeos de Lula e Jair Bolsonaro que estão circulando na internet.
"O material tem claro tom de campanha, o que é vedado antes do período eleitoral pelo Tribunal Superior Eleitoral. O órgão agora quer saber se foram os próprios políticos que produziram este conteúdo.
Se forem condenados a multa é de até R$ 25.000, ou equivalente ao custo da propaganda se o gasto tiver sido maior."
Petistas, tucanos e Jefferson se igualam no caso de Lula
Brasil 24.02.17 16:08
Tucanos e, agora, Roberto Jefferson acham que Sérgio Moro não deve condenar e mandar prender Lula, porque politicamente é melhor "deixá-lo sangrar".
Trata-se de uma visão pitoresca de Justiça.
Juízes não devem absolver e condenar por razões políticas, e sim por motivos criminais, como no caso de Lula.
Tucanos e, agora, Roberto Jefferson, tentam atribuir a Sérgio Moro um papel que ele não tem. Eles são iguais aos petistas, só que com sinal trocado.
Todos têm uma visão peculiar e também desonesta de Justiça.

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