PRIMEIRA EDIÇÃO DE 09-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 09 DE DEZEMBRO DE 2016
Dez empresas podem ter faturado mais de R$1 bilhão utilizando-se dos benefícios da Lei Rouanet, de incentivo à cultura somente entre os anos de 2010 a 2015. Os “maiores proponentes” de recursos públicos por meio do Ministério da Cultura foram compilados pelo deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos mais ativos da CPI da Lei Rouanet, que afirma sua disposição de passar o escândalo a limpo.
O Itaú Cultural, que certamente não tem problemas de caixa, obteve R$131,73 milhões com base nos “incentivos” da Lei Rouanet.
Somente em 2011, primeiro ano da era Dilma Rousseff, artistas “amigos” (sobretudo da Lei Rouanet) faturaram R$182,84 milhões.
Em 2010, último ano do governo Lula, o total de recursos arrancados dos cofres públicos com a lei de incentivo totalizou R$137,43 milhões.
A Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira recebeu R$99,1 milhões e a Fundação Bienal, R$93,2 milhões.
A juíza Maria Amélia de Carvalho, da 23ª Vara de Justiça Federal do Rio de Janeiro, expediu cartas rogatórias para interrogar os envolvidos na venda dos ativos da Petrobras na Argentina à empresa Pampa Energía, de Marcelo Mindlin, um amigo do casal dos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner. A venda foi fechada às pressas em 12 de maio, quando Dilma foi afastada pelo processo de impeachment.
A venda da Petrobras na Argentina foi tocada pelo então presidente da estatal, Aldemir Bendine, com suposto prejuízo de US$1 bilhão.
A Pampa Energia comprou toda a operação da Petrobras na Argentina no dia do afastamento de Dilma, por uma merreca: US$897 milhões,
Em 2010, a Petrobras vendeu a Cristóbal López, outro amigo dos Kirchner, 250 postos e uma refinaria por apenas US$ 110 milhões.
Na véspera do julgamento do caso Renan, o ministro Celso de Mello pediu reunião com a presidente do STF, Cármen Lúcia. Em vez de marcar hora para recebê-lo, ela surpreendeu, indo ao gabinete dele.
Ao decidir falar antes dos demais, no julgamento do caso Renan, Celso de Mello exerceu a condição de decano – e liderança – como nunca tinha feito antes, arrebatando os que ainda estavam indecisos.
No afastamento do presidente do Senado, o ministro Marco Aurélio ajudou a baixar a bola: em vez de mandar prender Renan Calheiros por desobediência, pediu parecer à Procuradoria Geral da República.
Lula pediu “suspeição” de Sérgio Moro, em razão de foto do juiz ao lado do senador Aécio Neves na mesa principal da premiação da revista IstoÉ, diante de centenas de pessoas. Ora, comprometedora mesmo é a foto de Lula com Léo Pinheiro no escondidinho do tríplex do Guarujá.
No Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) é reconhecido pela simplicidade. Ele sempre vai sozinho ao caixa eletrônico, pega fila e cumprimenta servidores educadamente. Os colegas preferem furar fila.
Romário (PSB-RJ) perdeu de goleada na CPI do Futebol. Jogando para a plateia, querendo agradar a mídia esportiva hostil à CBF, não obteve um só voto dos senadores da CPI para seu relatório. Prevaleceram as conclusões do presidente da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR).
O ministro Bruno Araújo foi o portador da notícia de que o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) assumiria a Secretaria de Governo. Sem alarde, ele foi à Câmara para bater o martelo.
Em Brasília, debaixo de água, a polícia investiga uma fofoca, nas redes sociais, afirmando que o governador Rodrigo Rollemberg mandou abrir as comportas da barragem do Descoberto para garantir o aumento de 40% do “tarifaço” de “contingência”, por causa da ex-crise hídrica.
...nem coxinha, nem mortadela. Somos todos pamonhas.

NO DIÁRIO DO PODER
RENAN FAZ ESCOLA
PREFEITO SE RECUSA A CUMPRIR LIMINAR CITANDO DESOBEDIÊNCIA DE RENAN
PREFEITO BAIANO CITA CASO DO SENADOR PARA DESAFIAR A JUSTIÇA
Publicado: quinta-feira, 08 de dezembro de 2016 às 23:03 - Atualizado às 23:12
Redação
Faz escola a atitude do presidente do Senado, Renan Calheiros, recusando-se a ser notificado da decisão judicial que o afastava do cargo. Nesta quinta-feira (8), foi a vez do Prefeito de Barreiras (BA), Antônio Henrique de Souza Moreira, desafiar a Justiça baiana se recusando a cumprir uma liminar.
A medida foi solicitada à Justiça pelo Sindicato dos Servidores, para obrigar a Prefeitura a descontar dos salários e repassar à entidade 1% do valor de toda folha salarial. Esse percentual corresponde ao chamado “imposto sindical”, que torna essas entidades milionárias.
O Prefeito citou o caso do senador Renan Calheiros para alegar que também vai descumprir a medida liminar.
Carmélia da Mata, Presidente do Sindicato, acusa o Prefeito de suspender o desconto nos salários dos servidores, assim como o repasse à entidade, “de forma arbitrária e perseguidora”.

EXTORSÃO
SÉRGIO CABRAL RECEBEU R$25 MILHÕES EM PROPINAS DA ANDRADE GUTIERREZ
ESTE É O VALOR QUE SÉRGIO CABRAL EXIGIU, SEGUNDO EMPREITEIRA
Publicado: 
Quinta-feira, 08 de dezembro de 2016 às 11:19 - Atualizado às 11:35
Redação
O Ministério Público Federal aponta que a propina exigida à empreiteira Andrade Gutierrez pelo ex-Governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), durante sua gestão, alcança a fortuna de R$ 25 milhões. Os valores saíram de contratos de obras firmadas entre o Estado e a companhia.
Cabral é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha/pertinência à organização criminosa. Ele foi preso no dia 17 de novembro na Operação Calicute. Está recolhido no Bangu 8. Sua mulher, Adriana Ancelmo, também foi capturada por ordem da Justiça Federal e ocupa uma cela na ala feminina do Bangu.
A acusação da Procuradoria da República aponta para um "esquema de cartelização de empreiteiras e pagamento de propina a agentes públicos em grandes obras de construção civil realizadas pelo denunciado, Sérgio Cabral, enquanto chefe de Governo no Estado do Rio de Janeiro (2007 a 2014), algumas delas custeadas com recursos federais".
A denúncia contra Cabral abrange somente as supostas propinas recebidas pela Andrade Gutierrez. Delatores da empreiteira e também da Carioca Engenharia apontaram "mesada" de até R$ 500 mil.
"Durante o seu mandato o ex-governador solicitou cerca de R$ 25 milhões em propina a dirigentes da Andrade Gutierrez, montando a partir de então junto aos seus assessores mais próximos e outras pessoas da sua extrema confiança um multifacetado esquema de lavagem de dinheiro a fim de ocultar a origem dos ganhos espúrios", afirmam os Procuradores Lauro Coelho Junior, José Augusto Simões Vagos, Eduardo Ribeiro Gomes El Hage, Leonardo Cardoso de Freitas, Renato Silva de Oliveira e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva.
Segundo a Procuradoria, a advogada Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, "mais do que apenas se beneficiar com a vida de luxo proporcionada pelos ganhos advindos dos crimes contra a administração pública engendrados pelo seu marido, atuou ativamente na lavagem direta da propina". Para a Procuradoria, Adriana Ancelmo usou seu escritório de advocacia Ancelmo Advogados e a compra "de verdadeira fortuna em joias" para lavar dinheiro.
"Adriana Ancelmo ajudou Sérgio Cabral a lavar mais de R$ 6,5 milhões pela tipologia da aquisição de joias, não somente as recebendo como presentes (somente num aniversário de nascimento e outro de casamento foi presenteada pelo marido com joias que totalizaram R$ 2 milhões), mas atuando ativamente e inclusive por intermédio do seu escritório de advocacia, Ancelmo Advogados", destaca a Procuradoria.
A Operação Calicute identificou que o casal Cabral passou a "adquirir regularmente", entre 2007 e 2016, "joias de altíssimo valor de mercado" nas joalherias Antonio Bernardo e H.Stern. "Adriana Ancelmo protagonizou um verdadeiro sistema contábil milionário e paralelo de aquisição de joias em dinheiro e sem a emissão de notas fiscais. Conquanto haja registro nas joalherias citadas de que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo adquiriram 189 joias desde o ano 2000, apenas 40 peças foram apreendidas pela Polícia Federal quando do cumprimento das buscas e apreensões, as quais foram encontradas no cofre do quarto da residência do casal, pelo que se conclui que ambos ainda ocultam tais ativos", anotam os Procuradores.
De acordo com a investigação, Adriana Ancelmo era cadastrada na joalheria Antonio Bernardo pelo codinome "Lourdinha". Na visão da Procuradoria, o apelido teria o "propósito de furtar-se à atuação dos órgãos de controle e de repressão penal".

CINCO DIAS
FACHIN PEDE QUE PGR SE MANIFESTE SOBRE NOVO PEDIDO DE AFASTAMENTO DE RENAN
PEDIDO TAMBÉM SE BASEIA NA CONDIÇÃO DE RÉU DO PRESIDENTE DO SENADO
Publicado:  quinta-feira, 08 de dezembro de 2016 às 18:37
Redação
Um dia após o Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) manter Renan na Presidência do Senado, o Ministro do STF, Edson Fachin, deu cinco dias para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre a ação cautelar em que o Procurador-Geral Rodrigo Janot pede o afastamento do Presidente do Senado, Renan Calheiros, do cargo por ter se tornado réu em ação penal por peculato.
Os argumentos apresentados pela PGR na ação cautelar para pedir o afastamento de Renan se assemelham aos do ministro Marco Aurélio Mello - aceitos apenas em parte pelo Pleno, proibindo que o Senador venha a assumir a Presidência da República, mas salvaguardando-lhe o cargo de Presidente do Senado. No despacho desta quinta-feira, 8, Fachin, relator da ação cautelar, menciona a decisão do Pleno.
Janot pode retirar o pedido de afastamento, mantê-lo nos moldes como foi feito ou ainda formular uma nova fundamentação na ação.
Desobediência
Na sessão, Janot também foi notificado pelo Ministro Marco Aurélio Mello para que analise se houve crime de desobediência por parte de Renan e dos integrantes da Mesa do Senado, por terem se recusado a cumprir a decisão liminar do afastamento do Presidente do Senado. Marco Aurélio disse que a recusa "fere de morte as leis da República".
Apesar de ter mantido Renan Calheiros no cargo, o STF ainda pode causar mais problemas para o Senador, alvo de 11 inquéritos - além da ação penal pelo crime de peculato - que foi aberta na semana passada, dia 1º, por 8 votos a 3, acolhendo denúncia da PGR de 2013. (AE)

CASO CHAPECOENSE
FILHO DE DIRETOR DA LAMIA É PRESO EM INVESTIGAÇÃO SOBRE CAUSAS DO ACIDENTE
GUSTAVO VARGAS VILLEGAS IRÁ SE JUNTAR AO PAI, DETIDO NA TERÇA
Publicado: quinta-feira, 08 de dezembro de 2016 às 18:07
Redação
Gustavo Vargas Villegas, filho do diretor-geral da LaMia e, até a semana passada, um dos funcionários do alto escalão da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), foi preso nesta quinta-feira, em nova etapa das investigações sobre as causas do acidente que matou 71 pessoas na semana passada, na Colômbia, sendo 19 jogadores da Chapecoense.
Na terça-feira (06) à noite, o pai dele, Gustavo Vargas Gamboa, diretor-geral da companhia aérea, já havia sido detido pelo Ministério Público da Bolívia durante uma operação de busca e apreensão na sede da LaMia, na cidade de Santa Cruz de La Sierra.
Vargas Gamboa é um ex-militar da Força Aérea Boliviana, que entre 2001 e 2007 foi o piloto de vários presidentes do país - incluído o atual, Evo Morales. Já seu filho, Vargas Villegas foi suspenso de suas funções no alto escalão da Aeronáutica boliviana devido à investigação sobre o funcionamento da companhia aérea.
De acordo com o Procurador-Geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, Vargas Villegas foi preso por "uso indevido de influências, negociações incompatíveis com o exercício de funções públicas e não cumprimento de deveres", em declarações reproduzidas pelo site do jornal El Deber.
Guerrero, segundo o diário de Santa Cruz de La Sierra, disse ainda que não descarta convocar para depor o Ministro de Obras Públicas, Milton Claros, e que pediu à Colômbia informações sobre o fluxo migratório de Marco Rocha, acionista da LaMia. (AE)

DO REI SALOMÃO A PÔNCIO PILATOS
Carlos Chagas
Sexta-feira, 09-12-2016
Dos vexames oferecidos nos últimos dias pelo Senado e o Supremo Tribunal Federal, destacam-se dois, coisa que não afasta a contundência de outros. Mas não dá para entender o comportamento de Renan Calheiros, escondendo-se do Oficial de Justiça encarregado de citá-lo como réu. Um Presidente do Senado brincando de “pique” seria cômico se não fosse trágico, tudo fotograficamente registrado.
No reverso da medalha, também expõe ao ridículo o “acordão” entre os Ministros da mais alta Corte Nacional de Justiça, decididos a proibir o Presidente do Senado de hipoteticamente assumir a Presidência da República, mas livre para presidir a Casa da qual não foi expelido.
Se quiserem, vale incluir o Presidente Michel Temer, que não desceu de cima do muro e estimulou a quebra das obrigações do Judiciário e do Legislativo.
Não ficou de fora o decano dos integrantes do Supremo, Celso de Melo, com uma volta de 180 graus em suas concepções jurídicas. E muitos outros vexames que tiraram dos Três Poderes da União o que lhes restava de dignidade. Valeu tudo nesse capítulo de horror encenado por magistrados, parlamentares e governantes. Buscaram refúgio no rei Salomão mas terminaram como Pôncio Pilatos. Ignoraram a manifestação de centenas de milhares de cidadãos que no último domingo deixaram bem claros seus sentimentos. Entregaram os anéis e os dedos.
Em vez de desempenharem um espetáculo de harmonia e independência, confundiram os preceitos da Constituição e demonstraram completo despreparo para lidar com as instituições, mais uma vez postas em frangalhos.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Pantomima de Marco Aurélio tira da pauta abuso de autoridade
Patuscada de Ministro teve ao menos um efeito desejado por juízes e procuradores; abusos continuarão sem punição. E ainda dizem ser essa a voz das ruas
Por Lilian Mahfud
Sexta-feira, 09 dez 2016, 06h16 - Atualizado em 9 dez 2016, 07h03
A destrambelhada e ilegal liminar de Marco Aurélio Mello já surtiu um dos efeitos desejados: Renan Calheiros (PMDB-AL), Presidente do Senado, desistiu de pôr para votar o projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade. Vamos ser claros? Era ou não era o que queriam os sindicatos de juízes? Era ou não era o que queriam os promotores? Era ou não era o que queriam os procuradores?
Tenho 55 anos. Um amigo 15 anos mais maduro me disse outro dia: “Renan Calheiros é louco? Ele já viu alguém, no Brasil, desde as capitanias hereditárias, vencer um braço de ferro com juízes?”. Pois é. Não sei se o Presidente do Senado estava fazendo tal competição. O fato é que ele sentiu o peso que tem juízes, promotores e procuradores.
Convenham: até outro dia, o alvo era Eduardo Cunha. Renan era deixado meio de lado. Ele só virou a Geni das ruas porque foi essa a pauta dos togados e da turma do MPF, certo? Ele só entrou na mira por causa do projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade; ele só se tornou a caça quando decidiu instituir a comissão dos supersalários.
Se setores consideráveis da imprensa e os idiotas não estivessem mesmerizados pela pauta policial, isso teria sido percebido de pronto. Renan viu que enfrentar essa turma é coisa para quem topa um jogo mais pesado do que aquele a que ele próprio está acostumado.
Caras e caros, por que eu vivo dizendo que procuradores e juízes não podem fazer política e participar de passeata, seja de coxinhas, seja de mortadelas? É simples: procuradores pedem para prender e para fazer mandado de busca e apreensão. E juízes autorizam.
Ora, a soma das duas prerrogativas pode liquidar carreiras e destruir vidas. Apareça na televisão como alvo de coisa parecida para ver se consegue um emprego depois… A liminar absurda de Marco Aurélio para destituir Renan da Presidência do Senado foi concedida na véspera de votação do tal projeto, que as duas categorias rechaçam.
Renan, que ainda não foi denunciado por eventuais crimes da Lava Jato viu que desafiar os togados é coisa muito séria. Pode-se ficar a um passo da cadeia. Ele desistiu.
Afirmei aqui que a pauta de Marco Aurélio era corporativista, não? Que um dos objetivos era esse. Pronto! Está aí. A coisa está feita.
O texto aprovado na Câmara, que é mesmo ruim, instituindo o crime de responsabilidade para juízes e membros do MP foi para as calendas. O de abuso de autoridade do Senado também foi adiado sem prazo, tudo indica. Agora só falta os doutores tentarem mandar para os ares a comissão dos supersalários.
E tudo fica como está.
Afinal, o brasileiro médio e pobre acha que a Justiça é capenga no Brasil por culpa dos políticos. Um dia, quem sabe?, talvez se lembrem de indagar a responsabilidade de juízes e de membros do Ministério Público no quadro clamoroso de injustiças.

NO BLOG DO JOSIAS
Líder do PT diz que PSDB quer derrubar Temer
Josias de Souza
Sexta-feira, 09/12/2016 05:21
Líder do PT no Senado, Humberto Costa disse em voz alta o que Lula só havia sussurrado em privado: o PSDB trama derrubar Michel Temer, para eleger um substituto pela via indireta, em 2017. Costa avalia que a provável nomeação de um tucano para a Pasta que cuida da articulação política do Governo seria parte da trama para enfraquecer Temer.
“Nós não temos que avaliar as opções que esse Governo faz do ponto de vista da articulação política”, disse Costa. “Agora, é mais uma confirmação de que o PSDB impôs a esse Presidente enfraquecido um dilema: ou entrega o Governo ao PSDB ou ele próprio sairá [da Presidência]. São evidentes e claras as articulações para dar um golpe dentro do golpe, eleger pela via indireta, pela Câmara dos Deputados, um presidente do PSDB.” 

Centrão sequestrou o governo de Michel Temer
Josias de Souza
Sexta-feira, 09/12/2016 04:05
Sob Michel Temer, criou-se um novo padrão de fritura de ministros. O Presidente negocia com o partido. Depois, sonda o felizardo. Na sequência, joga o nome no micro-ondas, vazando-o para a imprensa. Se passar do ponto, não vai para o Diário Oficial. Escolhido para a Pasta que cuida da coordenação política, o Deputado tucano, Antonio Imbassahy foi tostado entre o final da manhã e o meio da noite de quinta-feira (8). Está prestes a entrar para a História como o primeiro caso de ex-Ministro a ser exonerado antes da nomeação.
Temer começou a flertar com o inusitado quando Renan Calheiros lhe sugeriu aumentar de três para quatro a cota de Ministérios do PSDB. Sob crise permanente, o Governo precisava converter o tucanato de inimigo cordial em amigo de infância. Lero vai, lero vem, os tucanos cresceram o olho na direção do Planejamento. Henrique Meirelles, o czar da Fazenda, levou o pé à porta. Não admite uma segunda palmeira no gramado. Desceu ao balcão, então, a Coordenação Política, disponível desde a queda de Geddel Vieira Lima, no mês passado.
O PMDB, que se considerava herdeiro da vaga do peemedebista Geddel, fez cara feia para Imbassahy. Mas partiu do Centrão — aglomerado partidário que reúne PSD, PP, PR e PTB — a reação mais enérgica. Apinhado de órfãos de Eduardo Cunha, o grupo enxergou na ascensão de Imbassahy uma esperteza de Temer para retirar o tucano do caminho do ‘demo’ Rodrigo Maia, pavimentando sua reeleição à Presidência da Câmara.
“É amadorismo”, espetou Jovair Arantes, líder do PTB e candidato ao comando da Câmara ou a um ministério qualquer. ''Pelo compromisso que o Presidente tem com o diálogo, ele informaria à sua base'', estranhou Rogério Rosso, líder do PSD e também candidato à poltrona de Rodrigo Maia.
Temer apressou-se em chamar os líderes do Centrão para uma conversa. E a nomeação de Imbassahy, vendida pela manhã como coisa decidida, subiu no telhado à noite. Se tiver de voltar à mesa de negociação, o PSDB vai acabar reivindicando a poltrona de Presidente da República. Renan Calheiros terá de avisar: “Esse cargo não é possível.” O tucanato indagará: “Por quê?” E Renan: ''Tecnicamente, a Presidência da República não é ministério. E o Michel Temer, que eu imaginava ser da minha cota pessoal, foi sequestrado pelo Centrão.”

NO O ANTAGONISTA
Moro quer Bumlai na cadeia
Brasil 09.12.16 08:05
Quem não delatou Lula - e nunca vai delatar - é seu parceiro José Carlos Bumlai.
Teori Zavascki mandou-o para a prisão domiciliar. Mas Sergio Moro quer que ele volte para a cadeia.
Moro disse, em documento reproduzido pelo Estadão:
“Os exames periódicos para acompanhar o controle do tumor, os corticoides e o programa de reabilitação cardíaca, não justificam, por si só, a prisão domiciliar.
Esses exames e a reabilitação cardíaca, além do próprio recebimento de medicamentos para controle desses males, podem ser feitos, sem qualquer dificuldade, em Curitiba, no próprio Complexo Médico Penal, no qual o condenado estava previamente recolhido, ou, eventualmente, se necessário por saídas periódicas para hospitais privados em Curitiba’.
O que Duque quer contar
Brasil 09.12.16 07:07
Renato Duque acusou Lula de interferir “nas decisões estratégicas tomadas pelo Conselho da Petrobras”, segundo o Valor.
Na verdade, ele já contou muito mais do que isso, mas sua proposta de delação, assim como todas as outras, está à espera da Odebrecht.
Releia aqui:

MPs da meia-noite
Brasil 09.12.16 07:27
A Odebrecht delatou Rodrigo Maia.
Como publicamos ontem, a empreiteira acusou-o de ter recebido pagamentos em troca de seu trabalho na MP 613.
A MP, relatada por Walter Pinheiro, do PT da Bahia, concedeu vantagens fiscais à indústria química.
E foi aprovada por Dilma Rousseff.
As emendas da meia-noite nascem do pavor de Deputados, Senadores e Presidentes da República em relação aos depoimentos da Odebrecht.
Previdência: governo admite rever idade mínima
Economia 09.12.16 07:34
O Estadão noticia que o Palácio do Planalto admite negociar a idade mínima para a aposentadoria, prevista na reforma da Previdência.
Uma das alternativas seria estabelecer um escalonamento até chegar aos 65 anos pretendidos.
Santo roubo
Brasil 09.12.16 06:54
Dois dias depois que O Antagonista publicou que o cunhado de Geraldo Alckmin havia sido delatado pela Odebrecht, ele foi assaltado.
Espera-se que isso não se repita agora.

Santo MM e Santo CAP
Brasil 09.12.16 06:51
Em 2014, segundo a Folha de S. Paulo, o Caixa Dois de Geraldo Alckmin teve como um de seus operadores o atual secretário de Planejamento do Governo paulista, Marcos Monteiro, ou “MM”.
Quem o delatou foi Carlos Armando Paschoal, o CAP, diretor da Odebrecht em São Paulo.
Santo cunhado (bis)
Brasil 09.12.16 06:24
A Odebrecht disse que fez pagamento de Caixa Dois, em dinheiro vivo, para as campanhas de 2010 e 2014 de Geraldo Alckmin.
Segundo a Folha de S. Paulo, “R$ 2 milhões em espécie foram repassados ao empresário Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama, Lu Alckmin. A entrega do recurso, de acordo com os termos da delação, ocorreu no escritório de Ribeiro, na Capital paulista”.
Onde foi que você já leu isso?
Sim, aqui:

Mulher do ano
Mundo 09.12.16 05:59
A Coréia do Sul acabou de aprovar o impeachment de sua presidente, acusada de comandar um esquema de propinas.
No ano que vem, ela será eleita "mulher do ano" pelo Financial Times.
Moro sobre ação de Lula: “Lamentável”
Brasil Quinta-feira, 08.12.16 19:38
Sergio Moro autorizou o acesso da AGU a dois procedimentos criminais da Lava Jato sob sua alçada. O objetivo é permitir que o órgão monte a defesa da Polícia Federal, que está sendo processada por Lula.
Segundo o Estadão, no despacho, Moro afirmou que é “lamentável que autoridades públicas, no exercício de seu dever legal, fiquem sujeitas a retaliações por parte de investigados ou acusados que confundem o exercício do dever funcional com ilícitos.”
O NATAL DE CABRAL
Brasil 08.12.16 19:14
O Antagonista soube que é grande a chance de Sérgio Cabral ganhar a liberdade durante o recesso do Judiciário. Sua defesa aposta na obtenção de habeas corpus com o ministro de plantão.
Uma vez concedido, vão pedir a extensão do benefício a Adriana Ancelmo.
Dois Ministros do STJ e um Ministro do Supremo estão muito preocupados com a situação do casal e o risco de que Adriana, por seu temperamento instável, resolva negociar uma delação premiada.
O STF e Lula
Brasil 08.12.16 18:11
Se Lula for condenado e preso, o STF mandará soltar?
Ao que tudo indica, sim.
Com ajuda das Fadas Sininhos.
"Entendi que você é um juiz de merda"
Brasil 08.12.16 16:08
É uma história conhecida sobre Celso de Mello, mas vale a pena relembrar. Está relatada no livro "Código da Vida", de Saulo Ramos.
Quando José Sarney decidiu candidatar-se a Senador pelo Amapá, o caso foi parar no STF, porque os adversários resolveram impugnar a candidatura. Celso de Mello votou pela impugnação, mas depois telefonou ao seu padrinho, Saulo Ramos, para explicar-se.
Eis o o trecho do livro:
— Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do Presidente.
— Claro! O que deu em você?
— É que a Folha de S.Paulo, na véspera da votação, noticiou a afirmação de que o Presidente Sarney tinha os votos certos dos Ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou minha vez de votar, o Presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do Presidente.
— Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo noticiou que você votaria a favor?
— Sim.
— E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?
— Exatamente. O senhor entendeu?
— Entendi. Entendi que você é um juiz de merda.



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