PRIMEIRA EDIÇÃO DE 21-10-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2016
A força-tarefa não tem interesse em negociar acordo de delação premiada com Eduardo Cunha, segundo fontes ligadas à investigação, porque o ex-deputado é um dos “alvos finais” e principalmente porque representa um dos maiores “troféus” na caçada aos corruptos, iniciada há dois anos pela operação. A Lava Jato não vai colaborar para relaxar a prisão de Cunha. Ao contrário, quer garanti-la por muitos anos.
Cunha teria de entregar bem mais que políticos já encrencados, para emplacar delação: a mulher, a filha e amigos como Henrique Alves.
A Lava Jato não quer papo, nem acordo, com Cunha. Sua prisão foi muito festejada na força-tarefa, que espera sentenças rigorosas.
Se decidir mesmo negociar delação, Eduardo Cunha usará o advogado paranaense Marlus Heriberto Arns. É um especialista na matéria.
Ao contrário de Cunha, Antonio Palocci tem chances de fechar acordo de delação, caso ajude com revelações sobre outro alvo final: Lula.
Levantamento do Superior Tribunal Militar (STM) mostra que os casos de uso, tráfico e porte de drogas nas Forças Armadas aumentaram 337,5% nos últimos 12 anos. Cerca de 95% dos flagrados são soldados e recrutas de 18 anos. Os principais envolvidos são cabos e soldados com até 21 anos, solteiros e com baixa escolaridade, que alegam em juízo ser “esporádico” o uso da droga e/ou se declararam viciados.
O tráfico de crack nos quartéis é maior que o de maconha, o que é ainda mais preocupante. Devastadora, o crack é a “droga sem volta”.
Em uma sessão do STM, esta semana, metade das 16 ações julgadas era de uso e tráfico de drogas em quartéis das Forças Armadas.
É rígida a jurisprudência do STM sobre drogas em quartéis. Nunca é aceito o princípio da insignificância, adotada em outros tribunais.
Escorraçado nas urnas, o PT está entre as “entidades sem fins lucrativos” que mais levam dinheiro do governo: R$ 61,7 milhões só em 2016. Mais que todo o custo do programa de cisternas para o Nordeste.
No Planalto, os profissionais da política já manjaram que a fofoca sobre “delação premiada” de Eduardo Cunha é só tentativa infantil de fabricar uma crise para tentar atrapalhar votações do ajuste fiscal.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que jamais reclamou dos seguidos aumentos das taxas de juros, agora considerou “tímida” a redução de 14,25% para 14% ao ano.
Desempregado, Rodolfo Almeida, ex-parceiro de um “ET”, ganhou na loteria Justiça do Trabalho, uma indenização milionária do SBT. Em 29 de abril, a sentença foi confirmada pelo TST, mas o SBT tem recorrido.
Em 2016, até agora, já são 125 mil ações trabalhistas nos Estados Unidos, 75 mil na França, 5 mil no Japão e... 3 milhões no Brasil. Eis por que se fala tanto na “indústria” alimentada pela Justiça do Trabalho.
O senador Hélio José (PMDB-DF) mede forças com políticos do Centro-Oeste pelo controle da Sudeco, órgão regional de desenvolvimento. A dúvida é se indicará uma melancia, que ele diz ser capaz de nomear.
Abriu no dia 6 a vaga do advogado Emmanoel Campelo Pereira como representantes da Câmara no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dois nomes a disputam: Felipe Cascais e Renato Ramos.
O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) diz que votou favorável à PEC 241, que limita gastos públicos, porque “sempre defendi o ajuste fiscal”. Diz que fará oposição ao governo Michel Temer até seu último dia.
Após a prisão de Eduardo Cunha, a classe política descobriu que não é o amor que dá aquela sensação de paz e felicidade, mas sim o rivotril, poderoso tranquilizante.

NO DIÁRIO DO PODER
NADA FEITO
TEORI NEGA MAIS UMA MANOBRA PARA ANULAR O IMPEACHMENT DE DILMA
PARA MINISTRO, NÃO HOUVE RISCO AO "ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO"
Publicado: quinta-feira, 20 de outubro de 2016 às 16:17 - Atualizado às 17:13
Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki negou nesta quinta-feira (20) um pedido de liminar protocolada pela defesa da ex-presidente Dilma Rousseff para anular o impeachment, sacramentado pelo Senado em 31 de agosto de 2016. No recurso, a defesa de Dilma alegou que não houve motivo legal para o afastamento e que, apesar de todas as concessões e consultas ao STF, houve cerceamento de defesa em várias fases do processo.
Teori foi simples e direto na decisão, afirmando não ter havido qualquer demonstração de "risco às instituições republicanas, ao Estado Democrático de Direito ou à ordem constitucional" decorrente na decisão dos senadores que justifique a intervenção do STF.
"Somente uma cabal demonstração da indispensabilidade de prevenir gravíssimos danos às instituições, ou à democracia ou, enfim, ao Estado de Direito é que poderia justificar um imediato juízo sobre as questões postas na demanda, notadamente para o efeito de antecipar qualquer dos provimentos antecipatórios requeridos", afirmou Teori Zavascki.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Eu sou ele amanhã
Renan Calheiros faz de conta que conhece Cunha só de vista
Por: Augusto Nunes 
Sexta-feira, 21/10/2016 às 3:03
“Eu não acompanhei… Não sou a pessoa mais indicada para comentar, preciso me abster. Não sou um especialista em Eduardo Cunha”. (Renan Calheiros, presidente do Senado, tentando disfarçar o pânico provocado pela visão do camburão virando a esquina)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Petistas não comemoram prisão de Cunha porque, pelo mesmo método, Lula pode ser preso
Avaliações de petistas demonstram que os companheiros não aprenderam nada nem esqueceram nada; são hoje “vítimas de sua própria concepção de mundo”
Por: Reinaldo Azevedo 
Sexta-feira, 21/10/2016 às 4:00
Coitados dos petistas!
Durante um bom tempo, vamos convir, os dirigentes do partido podiam dar aula de pragmatismo e de, sim!, inteligência na relação com as coisas da política. Uma inteligência necessariamente maligna, voltada ao enrijecimento da cultura democrática e, no limite, favorável à criação do Partido Único — único com chances de governar. Todo o resto seria constituído de irrelevâncias.
A coisa desandou por razões conhecidas. E agora não se acha mais o rumo. Os chefões petistas, informa a Folha, não comemoraram a prisão de Eduardo Cunha. Rui Falcão apontou o excesso de prisões cautelares na Lava Jato e disse que elas são um instrumento para forçar delações. Bem, até aí, concorde-se ou não, nada de muito exótico.
Falcão deveria dizer o nome do que realmente o preocupa: Lula. Ora, durante a Operação Satiagraha, conduzida pelo Delegado Protógenes Queiroz — um aliado dos petistas, que depois virou deputado federal do PCdoB —, os companheiros se jactavam, em meio a arbitrariedades várias (o delegado veio a ser punido, depois, em razão de suas heterodoxias), de que, no Brasil, a impunidade acabara. Afinal, o alvo principal daquela operação era um então inimigo de parte considerável do PT: Daniel Dantas.
Por que o berreiro petista de agora? Garantias Constitucionais? Artigo 312 do Código de Processo Penal? Estado de Direito? Ora, isso tudo poderia ter sido evocado naquele período. E não foi.
O que assusta o PT é outra coisa: Lula é réu, como réu é Eduardo Cunha. Assim como a Cunha, também imputa-se a Lula uma penca de ações criminosas. Assim como a preventiva do ex-deputado foi decretada assentando-se basicamente nos fatos do passado, não na iminência do cometimento de novos crimes, também Lula pode ir em cana. O que foi mesmo que disse Moro em sua palestra, sobre a leitura pessoal que faz do Artigo 312 do Código de Processo Penal? Lembro: “Quando a regra do jogo é a corrupção, não admitir o risco de reiteração criminosa me parece incorreto”.
O medo é claro: se Cunha foi, Lula pode ser o próximo.
E, para arrematar, observo que os companheiros, de fato, não aprenderam nada. Um dos dirigentes disse à Folha esta pérola: a prisão de Cunha acentua o erro de avaliação cometido por ele e pelo hoje presidente Michel Temer ao apostar no afastamento de Dilma como instrumento de interdição da Operação Lava Jato.
Vejam que fabuloso: os petistas sempre disseram que a Lava Jato é uma conspiração que tem Lula e o PT como alvos. Mas, por alguma estranha razão, sustentavam também que o impeachment de Dilma era uma forma de… brecar a Lava Jato. Sendo uma coisa, não poderia ser outra; sendo outra, não poderia ser uma. Só a esquizofrenia política do petismo conseguiria casar as duas análises.
Ora, a prisão de Cunha evidencia que aquele tal complô, então, não existia, já que uma força dita “golpista” teria mandado prender a outra. Logo, um ser lógico concluiria o erro fatal daquela leitura. Mas não! Usam a prisão de Cunha, evidência maior de que estavam errados, como a prova de que estavam certos.
Será muito difícil o PT sobreviver. O partido é hoje o maior inimigo de si mesmo. Como disse o velho Marx, tornou-se “vítima de sua própria concepção de mundo”.
Que morra logo!

Moro autoriza Youssef a deixar a cadeia
Doleiro cumprirá prisão domiciliar por quatro meses, fazendo uso de tornozeleira eletrônica
Por: Reinaldo Azevedo 
Quinta-feira, 20/10/2016 às 20:32
Na VEJA.com:
O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações resultantes da Lava Jato em Curitiba, determinou nesta quinta-feira que o doleiro Alberto Youssef deixe a cadeia e siga para a prisão domiciliar. Preso desde março de 2014, o doleiro, pelos termos do acordo de delação premiada, só poderia cumprir três anos de prisão em regime fechado. Um acordo posterior liberou o doleiro para cumprir na prisão 2 anos e 8 meses de pena – os quatro restantes, em regime domiciliar.
“Considerando que Alberto Youssef já terá cumprido a maior parte da pena fixada em regime fechado, parece improvável que intente fuga nos quatro meses remanescentes em prisão domiciliar”, escreveu o juiz em seu despacho.
Youssef está autorizado a se deslocar até a academia do prédio em que cumprirá a pena, na capital paulista, para sessões de fisioterapia. Como sofre de problemas cardíacos, o juiz autorizou ainda o uso de um celular para emergências – que será monitorado. O doleiro será obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
Segundo o Ministério Público, Youssef atuava como uma instituição financeira paralela no Petrolão, garantindo o envio de milhões de reais ao exterior para o pagamento de propina depois de fraudes em contratos da Petrobras e desvios de recursos.

NA VEJA.COM
Lava-Jato mapeia transações suspeitas de filhos de Lula
Laudos apontam para aluguéis de fachada e lançam luz sobre sócio dos Lula da Silva que, durante o governo petista, faturou quase R$ 1 bilhão
Por Laryssa Borges, Hugo Marques, João Pedroso de Campos
Quinta-feira, 20 out 2016, 22h17 - Atualizado em 21 out 2016, 00h20
Laudos devem reforçar mais uma acusação contra o ex-presidente (VEJA.com/VEJA/VEJA)

Os novos laudos anexados pela Operação Lava-Jato ao inquérito que investiga a compra do sítio usado pelo ex-presidente Lula em Atibaia revelam uma intrincada teia de operações financeiras entre empresas registradas em nome dos filhos do petista e de seus sócios. As informações levantadas pelos peritos federais a partir da quebra de sigilo bancário dos investigados servirão para subsidiar as conclusões da Polícia Federal, que em breve deverá indiciar pela quarta vez o ex-presidente. O que foi levantado reforça a suspeita de que o sítio foi comprado e reformado com dinheiro de origem suspeita. Em um dos laudos, os peritos concluem que, embora apareçam como compradores da propriedade, os empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do primogênito de Lula, não custearam sua reforma – os investigadores têm indícios de que as obras foram pagas por empreiteiras do Petrolão, como a OAS. Os peritos lançam suspeitas, também, sobre outros imóveis usados pela família Lula da Silva. A seguir, algumas das conclusões dos documentos anexados nesta quinta-feira ao inquérito que tramita na Justiça Federal do Paraná.
Uma movimentação quase bilionária  
Com atuação em diferentes áreas – de tecnologia a imóveis, de edição de livros à produção de discos – as empresas de Jonas Suassuna, sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, registraram o recebimento de 750 milhões de reais entre os anos de 2004 e 2016. A informação consta de laudos anexados nesta quinta-feira pela Polícia Federal ao inquérito que investiga a compra do sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Jonas Suassuna aparece formalmente como um dos donos do sítio, ao lado de Fernando Bittar, outro sócio dele e de Lulinha.
Entre as principais pagadoras do conglomerado de Suassuna aparecem a companhia de telefonia Oi e outras controladas pela Andrade Gutierrez – foram 76 milhões de reais no período, distribuídos entre várias firmas de Suassuna. A Oi, antiga Telemar, é sócia da Gamecorp, uma das empresas de Lulinha – de acordo com os registros oficiais, a companhia pagava por serviços prestados por Suassuna. Chama atenção que uma parte significativa dos valores que entravam nas contas da empresa seguia para as contas de pessoa física de Jonas Suassuna. E o empresário, ao mesmo tempo em que recebia os milhões, investia uma parcela do dinheiro em imóveis para usufruto da família Lula da Silva, como o sítio de Atibaia e o apartamento de luxo ocupado por Lulinha em uma das áreas mais nobres da capital paulista. O filho mais velho do ex-presidente sempre alegou que pagava aluguel a Suassuna, mas as investigações, mais uma vez, desconstroem o argumento, como se verá a seguir.
O aluguel de fachada 
Primogênito do ex-presidente, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, mora no confortável apartamento 231 da Avenida Juriti, 73, em São Paulo. O imóvel é avaliado em 6 milhões de reais e, mobiliado, tem aluguel estimado de 40.000 reais mensais. Mas Lulinha, que era monitor de um zoológico até ascender de forma nebulosa no mundo empresarial, mora praticamente de favor no imóvel, que pertence a seu sócio, Jonas Suassuna Filho. Ele repassou eventualmente entre maio de 2014 e fevereiro de 2016 mensalidades de 15.000 reais a Jonas, mas investigadores da Operação Lava Jato não acreditam se tratar de um aluguel a preços camaradas. “Essas transferências não contemplam todos os meses do período de maio de 2014 fevereiro de 2016, assim como seriam em valor inferior à estimativa realizada pelo fisco federal para valor do aluguel do imóvel”, diz um laudo da Polícia Federal que analisou a movimentação financeira e a evolução patrimonial de Lulinha de 2004 a 2014. Detalhe: não há qualquer registro de que o apartamento tenha sido alugado a Lulinha.
O caso não é único na família. O mesmo se repete com o filho caçula do ex-presidente, Luis Cláudio, que mora no bairro dos Jardins em um apartamento em nome da empresa Mito Participações, que tem como cotistas a mulher e as filhas de Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula. Antes de ser comprado por Teixeira e ocupado por Luís Cláudio, o apartamento pertencia a uma empresa sediada em paraíso fiscal.
O patrimônio a descoberto do caçula de Lula 
Exames econômico-financeiros feitos nas contas de Luis Claudio Lula da Silva, que recentemente foi anunciado como o mais novo contratado de um clube de futebol uruguaio, mostram “movimentação bancária incompatível” do filho caçula do ex-presidente Lula. A Polícia Federal analisou dados bancários de 2011 a 2014 e concluiu que a variação patrimonial do filho do petista é incompatível com seus rendimentos. Apenas em 2013, o patrimônio a descoberto ultrapassa os 200.000 reais, em grande parte por conta de valores astronômicos gastos no cartão de crédito. Em apenas um dia, Luis Claudio chegou a gastar mais de 50.000 reais no cartão. No dia 3 de junho de 2013, Luís Claudio fez duas compras com seu cartão de crédito da Agência Prime do Bradesco de São Bernardo do Campo que somaram 56.199 reais. No dia 1º de julho, as duas compras no cartão de crédito somaram 31.816 reais. Um mês depois, duas novas compras no cartão de crédito somaram 36.572 reais.
“A evolução patrimonial a descoberto (falta de recursos) atinge valores superiores a 200 mil reais, quantia essa significativa frente à posição patrimonial do investigado”, destaca a perícia.
Dos cerca de 1,43 milhão de reais em rendimentos brutos de Luis Claudio mapeados pela PF entre 2011 e 2014, 246.000 reais foram distribuição de lucros e dividendos da LILS Palestras, mesmo ele não tendo qualquer participação societária na empresa do pai, e 780.000 reais foram oriundos da LFT Marketing, empresa que recebeu 2,4 milhões de reais de lobistas investigados na Operação Zelotes por suspeitas de pagar propina.
Os ‘donos’ do sítio não pagaram pela reforma da propriedade 
Jonas Suassuna, sócio de Lulinha e um dos donos oficiais do sítio em Atibaia que o ex-presidente Lula insiste em dizer que não é seu, não declarou ao Fisco nenhuma das benfeitorias que realizou na propriedade. A conclusão é da Polícia Federal, que analisou dados bancários do empresário em investigação da Operação Lava Jato. Conforme revelaram delatores do Petrolão, as melhorias na propriedade, feitas para garantir mais conforto a Lula, foram pagas com dinheiro de empreiteiras investigadas e seriam uma forma de quitar favores que as empresas deviam ao petista. Laudo da PF destaca, por exemplo, que apesar de Jonas ter lastro financeiro para comprar o imóvel e o reformar como bem entendesse, ele não declarou, por exemplo, 215.322 reais em benfeitorias e nem há qualquer sinal de movimentação bancária dele para justificar que o pagamento tenha saído de seu bolso. Ao cruzar os dados, a Polícia concluiu que o empresário tem um “padrão elevado de despesas não declaradas” – mais de 400.000 reais mensais.
O outro dono formal do sítio de Atibaia, o empresário Fernando Bittar também não declarou as reformas feitas no sítio Santa Bárbara, no valor de 1 milhão de reais. Segundo a PF, Bittar não possuía lastro patrimonial para a realização das obras. A única benfeitoria no sítio declarada por ele foi a aquisição de um gerador de energia por 51.710 reais, em 2011. A PF encontrou divergências entre a movimentação financeira e os rendimentos declarados por Bittar. Na lista de incompatibilidades está a movimentação financeira de Bittar a partir de créditos recebidos da Gamecorp, empresa da qual é sócio junto com Lulinha. A movimentação financeira de Bittar apresenta créditos da Gamecorp no valor de 342.000 reais, enquanto ele e a empresa declaram 417.000 reais.

Janot acusa Fernando Collor por 30 crimes de corrupção
Denúncia foi feita em agosto de 2015 ao STF. PGR ainda acusa ex-presidente 376 vezes por lavagem de dinheiro e 48 por peculato
Por Da Redação
Quinta-feira, 20 out 2016, 20h24 - Atualizado em 20 out 2016, 20h44
O ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL) é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter recebido ao menos 29 milhões de reais em propinas entre 2010 e 2014 referentes a dois contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras que, segundo revelaram as investigações da Lava Jato, também teria sido palco de um esquema de corrupção e loteamento de cargos políticos de maneira similar ao que ocorreu na estatal petrolífera.
A acusação faz parte da denúncia contra o senador que foi oferecida ao Supremo em agosto de 2015, e aditada em março deste ano, e estava sob sigilo até agora. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte, levantou o segredo dos autos.
Segundo a acusação, as propinas estariam relacionadas a um contrato da BR de troca de bandeira de postos de combustível com a empresa Derivados do Brasil (DVBR), e a um contrato de construção de bases de distribuição de combustíveis firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia.
A denúncia, subscrita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informa a existência de uma “organização criminosa relacionada à BR Distribuidora, voltada principalmente ao desvio de recursos públicos em proveito particular, à corrupção de agentes públicos e à lavagem de dinheiro”.
Isso teria ocorrido devido a influência do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) sobre a empresa, diz a Procuradoria.
Também foram denunciados Caroline Serejo Medeiros Collor de Melo, mulher do senador; Luís Pereira Duarte de Amorim, apontado pelos investigadores como ‘testa-de-ferro’ de Collor; o empresário Pedro Paulo de Leoni Ramos, suposto ‘operador particular’ do senador; Luciana Guimarães de Leoni Ramos, mulher de Pedro Paulo; os assessores parlamentares Cleverton Melo da Costa (falecido), Fernando Antônio da Silva Tiago e William Dias Gomes; e Eduardo Bezerra Frazão, diretor financeiro da TV Gazeta de Alagoas. Os denunciados respondem pelo crime de organização criminosa.
O senador é acusado 30 vezes do crime de corrupção passiva, 376 vezes pelo de lavagem de dinheiro e 48 vezes por peculato; Caroline Collor foi denunciada por lavagem de dinheiro; Leoni Ramos por peculato qualificado, corrupção passiva, fraude à licitação, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro; e Luciana, por lavagem de dinheiro.
Quanto aos demais denunciados: Luís Pereira Duarte de Amorim responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e Cleverton Melo da Costa, por lavagem de dinheiro e peculato, assim como Fernando Antonio da Silva Tiago.
Pedidos
Além da condenação criminal, Rodrigo Janot pede a decretação da perda da função pública para os detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo, principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Poder Público e a sociedade.
A Procuradoria pede ainda a reparação dos danos materiais e morais supostamente causados pelas condutas dos denunciados, no valor de 154,75 milhões de reais e a decretação da perda, em favor da União, dos bens e valores objeto da lavagem de dinheiro, judicialmente apreendidos ou sequestrados, no valor de 30,9 milhões de reais.

Donos da Grendene doam R$ 1 milhão a Roberto Cláudio
Alexandre e Pedro Grendene Bartelle são as pessoas físicas que mais doaram dinheiro à campanha do prefeito da capital cearense, que busca a reeleição
Por João Pedroso de Campos
Quinta-feira, 20 out 2016, 15h28
Em busca da reeleição em Fortaleza (CE), o prefeito Roberto Cláudio (PDT) segue prestigiado por empresários que mantêm negócios na capital cearense. Após receber 350.000 reais das pessoas físicas da cúpula do Grupo Aço Cearense, presidido por José Vilmar Ferreira, no primeiro turno, Cláudio foi agraciado no segundo turno com um milhão de reais dos irmãos Alexandre e Pedro Grendene Bartelle, fundadores da fabricante de calçados Grendene. A empresa tem duas fábricas de calçados e componentes de PVC em Fortaleza, erguidas em uma área de 22.000 metros quadrados e inauguradas em 1990.
Alexandre, que já distribuiu 3,8 milhões de reais em doações neste ano, despejou 600.000 reais no caixa da campanha do pedetista, generosidade que faz dele a pessoa física com maior valor doado ao prefeito. Doador de 2,2 milhões de reais a campanhas e partidos políticos, Pedro completou os 400.000 reais restantes à campanha de Roberto Cláudio. O prefeito da capital cearense é o único candidato no segundo turno beneficiado pelos generosos aportes eleitorais dos irmãos Grendene.
Leia também:
No primeiro turno, o irmão caçula dos ex-governadores Ciro e Cid Gomes, Ivo Gomes, que se elegeu prefeito de Sobral (CE), recebeu um milhão de reais de Alexandre Grendene. Berço político do clã Ferreira Gomes, a cidade de cerca de 200.000 habitantes abriga a matriz Grendene, em uma área de 213.000 metros quadrados. Ciro e Cid são dois dos principais apoiadores da candidatura de Roberto Cláudio em Fortaleza.
Além do ramo de calçados, Alexandre e Pedro Grendene são sócios de pelo menos outras 18 empresas no Brasil, de siderúrgicas a empresas agropecuárias, passando por imobiliárias e fabricantes de móveis e cosméticos. A fortuna de Alexandre é estimada em cerca de 7,5 bilhões de reais, segundo a revista especializada Forbes.
Caixa recheado
Com doações de empresas proibidas pelas novas regras eleitorais nestas eleições, Roberto Cláudio acumulou o segundo maior Caixa de campanha entre os candidatos em capitais estaduais no primeiro turno, 7,4 milhões de reais, atrás apenas de Pedro Paulo Carvalho (PMDB), do Rio de Janeiro, que arrecadara 8,4 milhões de reais.
No segundo turno, o Caixa de Cláudio já chega a 8,8 milhões de reais. Seu adversário, o deputado estadual Capitão Wagner (PR), havia recebido 2,2 milhões de reais em doações no primeiro turno e agora tem três milhões de reais.
Segundo o mais recente Ibope, Roberto Cláudio tem 53% das intenções de voto válido em Fortaleza, ante 43% de Wagner. No cenário com os votos totais, considerando brancos, nulos e indecisos, o prefeito da capital cearense tem 51% da preferência contra 38% do candidato do PT, com 7% de brancos e nulos e 4% de eleitores que não sabem ou não responderam.

NO BLOG DO JOSIAS
Defesa de Cunha já analisa hipótese de delação
Josias de Souza
Sexta-feira, 21/10/2016 05:40
Em público, a defesa de Eduardo Cunha descarta a hipótese de delação. Em privado, um dos advogados que integram a equipe admitiu que o baralho de Cunha já inclui a carta da colaboração judicial. Abriu o jogo em conversa com um colega que atua noutro processo da Lava Jato.
O advogado que conversou com o defensor de Cunha ficou com a impressão de que o ex-deputado pode propor um acordo à força tarefa da Lava Jato mais cedo do que se imagina. Antes, deve recorrer contra a ordem de prisão expedida por Sergio Moro, para testar a higidez da peça.
Cunha incorporou ao seu time de defensores mais um especialista em delação: Marlus Arns de Oliveira. Que declarou o seguinte sobre delação: ''Esse assunto não foi discutido, não está em pauta.''
Cunha também dizia que jamais renunciaria à presidência da Câmara. Quase um ano depois de ser denunciado pela Procuradoria ao Supremo Tribunal Federal, ele mostrou que mentia. Renunciou à poltrona de presidente numa manobra tardia para salvar o mandato de deputado. Não colou. Cassado, caiu nas mãos de Sergio Moro.


NO O ANTAGONISTA
Fuja, Lula. E leve o "Seminarista"
Brasil Sexta-feira, 21.10.16 08:16
Lula repetiu mais uma vez que só topa se exilar em Garanhuns.
Ele já pode ir preparando o jegue.
De acordo com o Valor, a delação de Alexandrino Alencar “está quase assinada”.
Os procuradores “chegaram a dizer que não haveria mais acordo devido a falta de informações sobre alguns temas, mas as negociações seguiram”.
Alexandrino Alencar era a ponte da Odebrecht com o “Seminarista” - ou Gilberto Carvalho.
Ele era também o acompanhante de Lula em todas as suas viagens ao exterior, para tratar das obras da empreiteira financiadas com dinheiro do BNDES.
PF NO SENADO
Brasil 21.10.16 08:07
Informações preliminares indicam que policiais federais cumprem, neste momento, mandados de prisão contra policiais do Senado.
Os detidos estariam atrapalhando investigações da PF.
Tempo mínimo de cadeia
Brasil 21.10.16 08:07
Eduardo Cunha terá de passar no mínimo 3 anos preso, em regime fechado, caso os procuradores aceitem fechar um acordo com ele.
Foi o que seus advogados lhe disseram, segundo o Valor.
Lava Jato pega Dilma em Pasadena
Brasil 21.10.16 07:55
Dilma Rousseff “tinha conhecimento de irregularidades envolvendo a compra de Pasadena”.
Foi o que disseram os investigadores da Lava Jato à coluna do Estadão, de Andreza Matais.
De acordo com um deles, os argumentos usados pela defesa de Dilma Rousseff “não param de pé”.
"Hoje é Eduardo Cunha, amanhã..."
Brasil 21.10.16 07:47
Entre a Lava Jato e os criminosos, o PT sempre escolhe os criminosos.
O presidente do partido, Rui Falcão, condenou a prisão de Eduardo Cunha:
"Excesso de prisões só consolida a ideia de que estamos ingressando num estado de exceção. As pessoas devem ter direito à presunção de inocência e ao devido processo legal. E o excesso de prisões, sobretudo as prisões cautelares, com objetivo de obter delações, não preocupam o PT. Devem preocupar todo povo brasileiro. Hoje é o Eduardo Cunha, amanhã pode ser qualquer um de nós".
Ele se referia a Lula. E a ele mesmo. Rui Falcão está na mira da Lava Jato. Ele sabe disso.
Quem oferece mais?
Brasil 21.10.16 07:33
O Antagonista foi informado de que só há lugar para um delator: ou Eduardo Cunha, ou seu operador Lúcio Funaro.
O primeiro quer falar, o segundo tem as provas.
Ou Temer, ou nada
Brasil 21.10.16 07:28
A Lava Jato só vai fechar um acordo com Eduardo Cunha se ele "delatar para cima", disse Andréia Sadi, na GloboNews.
Ou ele delata Michel Temer, ou nada feito.
Eduardo Cunha: "Eu vou falar"
Brasil 21.10.16 07:18
Eduardo Cunha disse aos seus advogados, segundo o Valor:
"Eu quero falar, eu vou falar".
Resta saber se há alguém disposto a ouvi-lo.
Para a PGR, não basta que ele entregue Moreira Franco, contra o qual os investigadores já têm farto material probatório.
Eduardo Cunha tem de "delatar para cima".
OS NOVOS COMPANHEIROS DE CUNHA
Brasil 20.10.16 20:04
O Antagonista soube que Eduardo Cunha está muito nervoso e quem tenta acalmá-lo é o ex-deputado Pedro Corrêa. Cunha foi colocado numa área da carceragem longe do doleiro Beto Youssef, que foi o primeiro a envolvê-lo na Lava Jato.
Em seu primeiro dia, Cunha manteve contatos com João Genu e Léo Pinheiro.
O advogado Marlus Arns, contratado por Cunha, tentou há meses um acordo de delação premiada para Genu, mas não obteve sucesso. Arns conseguiu colaborações para Dalton Avancini, Eduardo Leite e Paulo Augusto Santos, da Camargo Corrêa, além de João Bernardi Filho.
Moro: "Um atentado à magistratura"
Brasil 20.10.16 18:43
Sergio Moro, hoje, sobre o projeto de abuso de autoridade:
"É importante que se for realmente se pensar e aprovar esse projeto, que fossem estabelecidas salvaguardas para que ficasse claro que o alvo dessa lei não é a interpretação da magistratura a respeito do que significa o Direito. Do contrário, vai ser um atentado à independência da magistratura."


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