SEGUNDA EDIÇÃO DE 30-9-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO DIÁRIO DO NORDESTE
VENDA DE HABEAS CORPUS
Desembargadores são afastados do TJCE

Funcionários do Tribunal de Justiça do Ceará também foram exonerados após operação da PF
Sexta-feira, 01:00 · 30.09.2016 por Levi de Freitas - Editor interino

Gabinetes dos magistrados no TJCE foi um dos alvos da segunda fase da 'Operação Expresso 150', deflagrada na quarta-feira (28) ( Foto: Nah Jereissati )

Dois dos três desembargadores investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em venda de habeas corpus nos plantões do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) foram afastados das funções, na noite de ontem. O terceiro magistrado já é aposentado.
Em nota enviada à imprensa, a presidente do TJCE, desembargadora Maria Iracema Martins do Vale, afirmou que foi comunicada da decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, que afasta os magistrados Francisco Pedrosa Teixeira e Sérgia Maria Mendonça Miranda, "até ulterior deliberação". Eles estão proibidos, inclusive, de entrar nos próprios gabinetes que ocupam no Tribunal. Além do afastamento, o TJCE exonerou funcionários que também teriam tido envolvimento no esquema.
"Em face desta decisão, a Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará exonerou os ocupantes dos cargos comissionados de assessores e oficiais de gabinete vinculados aos mencionados magistrados e, para evitar prejuízo à atividade judicante, serão convocados Juízes de Direito, ad referendum do Órgão Especial, para substituir os magistrados afastados", afirma a nota do órgão.
Também ontem, a presidente do Judiciário cearense determinou a instauração de sindicância contra os magistrados suspeitos, já comunicada ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também informou que irá apurar, em paralelo às investigações da Polícia Federal (PF), a atuação dos três desembargadores alvos da segunda fase da 'Operação Expresso 150', deflagrada em Fortaleza na última quarta-feira (28). Francisco Pedrosa Teixeira e Sérgia Maria Mendonça Miranda, da ativa, e Váldsen Alves Pereira, aposentado, foram alvos da ação, junto a 14 advogados e outras sete pessoas.
O corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, determinou, naquele mesmo dia, a abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Benjamin encaminhou ofício ao corregedor dando conhecimento de documentos, que mostram indícios de crimes praticados por parte de magistrados do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE).
Conforme a investigação, os suspeitos agiam em núcleos independentes. As negociações com os advogados eram realizadas através de intermediadores. No caso de Pedrosa, por exemplo, a esposa dele, Emília Maria Castelo Lira, é apontada pela PF como o elo entre o pagamento e a liberação dos habeas corpus impetrados pelos advogados. Em conversas através de aplicativo de celular, Emília tratava com os advogados Michel Sampaio Coutinho e Jéssica Simão Albuquerque Melo Coutinho, também marido e mulher, sobre as decisões que o marido assinaria posteriormente.
Váldsen, por sua vez, recebeu de uma única vez o valor de R$ 107 mil, em transferência bancária oriunda, conforme as apurações da PF, de um intermediador. O desembargador concedeu liminar beneficiando 300 candidatos eliminados em concursos da Polícia Militar nos anos de 2011 e 2012. As investigações apontam que cada um pagou o valor de R$ 5 mil pela liberação. O advogado José Joaquim Mateus Pereira, o "Zé Galinha", teria feito a negociação.
Já Sérgia Maria é citada em diálogos entre Michel Coutinho e o também advogado Carlos Eduardo Miranda de Melo. Ela teria concedido habeas corpus a um cliente de Coutinho, acusado de tráfico, em 2012.
Liga da Justiça
Um dos núcleos do esquema, conforme as investigações, mantinha as conversas através de um grupo no aplicativo WhatsApp. Intitulado "Racha do Megacu/Liga da Justiça", o grupo reúne advogados que conversam abertamente sobre os esquemas de compra de liminares.
O advogado Fernando Carlos de Oliveira Feitosa, o "Chupeta", fala em conversa transcrita pela PF, por exemplo, que em um plantão a desembargadora Sérgia Miranda "abriu foi as portas do presídio"(sic). Para os investigadores, "Chupeta", que é filho do desembargador Carlos Rodrigues Feitosa, investigado e afastado na primeira fase da operação Expresso 150, em junho de 2015, era o intermediador.


Seca: La Niña se afasta e gera alerta
Já o El Niño terminou e não há previsão que o fenômeno retorne até o fim deste ano e nem em 2017
Sexta-feira, 01:00 · 30.09.2016 por Lêda Gonçalves - Repórter
O prognóstico de bom inverno para o próximo ano está cada dia mais distante de se configurar. A esperança era não só a chegada do La Niña (esfriamento do Oceano Pacífico Equatorial) trazendo boas perspectivas de chuvas para os meses de outubro, novembro, como também que ele ganhasse corpo em dezembro e janeiro, aumentando as chances de uma quadra chuvosa acima da média histórica. Entretanto, o fenômeno está perdendo força, lamentam meteorologistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Climatempo.
Mesmo assim, a possibilidade de novo ano seco está longe de ser confirmada, pois com o El Niño descartado e a neutralidade das águas oceânicas, a esperança se volta para o Oceano Atlântico Tropical, nas proximidades do Nordeste. "Com as águas mais aquecidas ao Sul do Equador quando comparadas com o Norte, as chuvas relacionadas à Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ficam mais propícias de acontecer. Vamos aguardar mais um pouco", explica o meteorologista da Funceme, Raul Fritz.
Verão
A combinação de período com temperatura do Oceano Atlântico desfavorável com o forte El Niño ocorrido entre 2015 e 2016 interferiu negativamente no ciclo de chuva do Nordeste nos últimos cinco anos, aponta o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento. A falta de chuva no verão e outono de 2016 sobre o Nordeste não pode ser atribuída apenas ao El Niño, explica, mas o fenômeno potencializou o quadro de seca que já estava instaurado no Nordeste.
"No verão 2015/2016, a precipitação veio forte sobre a Bahia e em outros estados do Nordeste. Mas a escassez de chuva foi o que predominou no restante da estação. A costa leste também teve um período chuvoso fraco este ano", comenta.
Mas agora as perspectivas são completamente diferentes, garante. O El Niño já terminou e não há previsão que o fenômeno retorne até o fim deste ano e nem em 2017. Ao longo da primavera de 2016, deve haver a formação de um evento La Niña com fraca intensidade. Este fenômeno é contrário ao El Niño e é caracterizado por águas oceânicas mais frias do que o normal na porção central e leste do Pacífico Equatorial. "A não existência desse fenômeno na primavera de 2016 e no verão 2016/2017 é uma das principais condições que sustentam a esperança de uma previsão de que a chuva retorna ao Nordeste no próximo ano". Isso deve ser observado nos próximos meses. "Em outubro pode chover acima da média. Será bom para molhar o solo". Por enquanto, assevera, a probabilidade que se apresenta é de que no Atlântico as águas favorecem condições para as chuvas no Nordeste, especialmente o Norte da região, incluindo o Ceará. "Se esta situação persistir, 2017 será um ano de boa quadra chuvosa", declara.
Conforme Raul Fritz, ainda é cedo para ter certeza. "Temos que observar como o Atlântico vai se comportar". Ele diz que o Estado precisa de uma boa estação chuvosa, acima de média, mas com as condições quase neutras do Pacífico, podemos ter só o período entre fevereiro e maio de chuvas na média histórica.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Kátia Abreu vai descobrir que metamorfoses delirantes não escapam da punição nas urnas
A senadora do Tocantins que trocou a oposição pelo governo Dilma quer ver na prefeitura de Palmas o candidato que a acusou de ser 'a próxima Demóstenes Torres'
Por: Augusto Nunes 
Sexta-feira, 30/09/2016 às 9:26
Kátia Abreu discursa em apoio à candidatura de Raul Filho (à esquerda)

Por BRANCA NUNES
Adversária inclemente do governo Lula, inimiga feroz do PT e dos “movimentos sociais”, a senadora Kátia Abreu protagoniza desde 2011 uma metamorfose delirante que a transformou em substituta de Erenice Guerra no posto de melhor amiga de Dilma Rousseff.
A cacique da tribo que agrupava a direita do DEM não perdeu tempo com explicações ao tornar-se sacerdotisa do PSD (aquele que não é de direita, nem de esquerda e nem de centro), onde fez uma curta escala na sigla antes de desembarcar, sempre sem constrangimentos, na autoproclamada ala esquerda do PMDB.
Latifundiária do Centro-Oeste, líder da bancada ruralista no Congresso e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), bastaram-lhe algumas semanas no gabinete de ministra da Agricultura de Dilma para contemplar com outros olhos antigos antagonistas.
Hoje, por exemplo, ela vê até com simpatia as barracas de lona preta do MST que até recentemente sonhava varrer da face da Terra. Pois quem achava que, depois dessas guinadas de Kátia, não se surpreenderia com nenhuma outra alteração de rota reagiu com espanto à aliança eleitoral que fez da senadora uma aliada de Raul Filho, candidato do PR à prefeitura de Palmas.
Prefeito da capital do Tocantins de 2005 a 2012, Raul Lustosa Filho ficou conhecido nacionalmente depois de protagonizar um vídeo em que aparece negociando o apoio do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Gravado durante a campanha de 2004 e divulgado em 2012 em meio à Operação Monte Carlo, o vídeo mostra a dupla e alguns assessores conversando sobre “oportunidades a serem exploradas” na capital, cifras e formas de transportar o dinheiro negociado.
Depois da posse de Raul eleito, a prefeitura fechou diversos contratos com a construtora Delta, do empreiteiro Fernando Cavendish, ligado ao esquema chefiado por Cachoeira. Segundo o site Conexão Tocantins, o Ministério Público Estadual acusa a existência de uma quadrilha que agiu ao longo dos dois mandatos de Raul Filho, “visando dar aparência de legalidade a contratos que favoreceram a Delta” em mais R$ 115 milhões.
Inconformada com os pontapés no Código Penal, Kátia Abreu articulou a inclusão de Raul na lista de depoentes convocados pela CPI do Cachoeira instaurada no Congresso. Fustigado por Kátia, o adversário revidou: “Ela devia ter um pouco de preocupação é com o rabo de palha que ela tem. A senadora sempre fez as campanhas mais milionárias que o Estado pôde presenciar, seja para eleger ela ou para eleger o seu filho. Ela já consta em documentos aqui, como grileira de terras”.
O prefeito enxergou na acusadora uma versão feminina de Demóstenes Torres, ex-senador do DEM de Goiás, cassado em 2012 também por maracutaias envolvendo Carlinhos Cachoeira. “Não duvido que ela será uma das próximas Demóstenes do Brasil”, vaticinou Raul. “O Demóstenes chegou ao Congresso como o paladino da ética e da honra. A Kátia que tenha cuidado porque poderá ser uma das próximas Demóstenes”.
Condenado em 2012 por construções feitas em área de preservação permanente, Raul Filho deveria estar inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Uma edificação sem licença ambiental numa chácara às margens do lago da usina Luiz Eduardo Magalhães, em Miracema do Tocantins, suprimiu a vegetação nativa, compactou e impermeabilizou o solo e influiu negativamente na fauna e na regeneração da flora nativa.
Ainda assim, uma liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal validou o registro de sua candidatura e liberou o infrator para a disputa das eleições deste domingo. Tal permissão chegou a ser suspensa na noite desta quarta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça, que na manhã seguinte voltou atrás.
Em agosto deste ano, ao formalizar o apoio ao ex-inimigo, Kátia Abreu reafirmou que a ética e a moral são valores em extinção no universo habitado por políticos brasileiros. Mas no Brasil da Lava Jato talvez estejam em plena expansão, informam pesquisas eleitorais recentes. Segundo o Ibope, Raul Filho caiu de 27% em agosto para 21% em setembro. Nesse mesmo período, o atual prefeito Carlos Amastha (PSB), um ex-aliado de Kátia Abreu em busca da reeleição, saltou de 28% para 41%
Quando perdeu o emprego de ministra, a amiga de Dilma foi impedida de reassumir a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária pela diretoria da entidade. Irritada com o comportamento político da senadora, o comando do PMDB se movimenta para expulsá-la do partido. Pior ainda: vai crescendo o número de eleitores que pretendem vê-la pelas costas. Kátia não vai demorar a descobrir que metamorfoses delirantes são invariavelmente punidas pelas urnas.

Arnaldo Jabor: O Exército do ‘Fora, Temer’
Me expliquem por que a palavra de ordem é “golpe, golpe”. Como assim?
Por: Augusto Nunes 
Sexta-feira,  30/09/2016 às 6:53
Publicado no  O Globo
Eu também quero ser feliz. Fico com inveja dos manifestantes que berram “Fora, Temer”, orgulhosos, iluminados pela certeza de que lutam pelo bem do Brasil. Tenho inveja deles. Nada é mais cobiçado do que a chamada “boa consciência”, a sensação de estar do lado certo da História ou da Justiça. Tenho inveja de famosos artistas e intelectuais que aderiram à causa do “Fora, Temer”, se bem que ainda não consegui entender o labirinto ideológico dentro de suas cabeças que desemboca nesses protestos. Fico inquieto, mas logo me tranquilizo, porque eles, pessoas especiais, têm um fino saber e se tivessem tempo (ou saco) me elucidariam sobre suas profundas razões. Esforço-me, mas ainda não alcanço essa profundidade. Acho que tenho de me rever, fazer uma autocrítica. Talvez eu seja levado por minha cruel personalidade que, como eles dizem, não deseja o progresso do País. Eu sei que, ai de mim, talvez eu não passe mesmo de um fascista neoliberal, mas também sou um ser humano. Por isso, me entendam – eu quero ser salvo, doutrinado, catequizado pelo saber histórico dos manifestantes. Peço, por favor, que me ajudem a entender suas teses, para que eu saia das trevas da ignorância. Eu sou um pobre homem alienado, mas quero me atualizar. Por isso, trago algumas perguntas para me livrar dessas dúvidas pequeno-burguesas.
Por exemplo:
Me expliquem porque a palavra de ordem é “golpe, golpe”. Como assim? – pensei, na minha treva: se a Suprema Corte, o Congresso, o Ministério Publico, a PGR, a Ordem dos Advogados, a Associação dos Magistrados do Brasil levaram nove meses para cumprir o ritual constitucional e legitimaram o impeachment, por que é golpe? A turma do “Fora, Temer” deve saber. Talvez, alguém da direita tenha envenenado a mente desses juízes, congressistas, advogados e procuradores. Quem, na calada da noite, se reuniu com eles e juntos planejaram um golpe contra a Dilma? Imagino a cena, tarde da noite num bar de hotel: ministros e juízes bebem e celebram, às gargalhadas, um plano para arrasar o PT. Me expliquem esse mistério, pelo amor de Deus.
Vejo, com assombro de inocente inútil, que ignorei a estratégia bolivariana quando Dilma declarou em campanha que, na economia, estávamos bem. Frívolo que sou, achei que a Dilma estava mentindo; mas, logo lembrei que era “mentira revolucionária” para ser eleita – hoje, entendo que Dilma fez bem em encobrir um rombo de 170 bilhões de reais com dinheiro dos bancos públicos.
Quebrou-se a Petrobras, mas já posso ouvir nossa “intelligentsia”: “os fins justificam os meios e, se a Petrobras era do povo, seu dinheiro podia ser expropriado para o bem do povo”. Na mosca. Espantei-me com a visão de mundo que justificou a compra da refinaria de Pasadena por um preço 30 vezes maior; pagamos por uma lata velha um bilhão e meio de dólares. Mas eu, um idiota da objetividade, tenho a convicção de que vocês me revelarão a límpida verdade: Dilma sabia da venda, mas fez vista grossa em nome de nossa salvação. Afinal, o que são um bilhão de dólares diante do socialismo (ou brizolismo) triunfante que virá?
Às vezes, em minha hesitante mediocridade, temi que os 50 mil petistas empregados no governo estivessem trabalhando para o PT e não para a sociedade, mas já ouço a voz de grandes artistas explicando-me, com doce benevolência, que a sociedade não é confiável e que os petistas não eram infiltrados, mas vigilantes de sua missão no futuro.
Houve um momento em que achei, ingenuamente, que a nova matriz econômica de Dilma e Mantega era o rumo certo para a catástrofe. Ou para o brejo. Mas sei que os sapientes comunistas dirão que esse será um brejo iluminista que acordará as mentes para a verdade. Assim, respiro aliviado. Entendi-os: “mesmo a ruína poderá ser didática”. Eles dirão, imagino, que um poder popular não podia se ater a normas econômicas neoliberais e tinha de estimular o consumo. Isso criou 12 milhões de desempregados? Sim, mas, nossos teóricos rebaterão que, mesmo quebrando o País e provocando inflação, esses 12 milhões sentiram o gostinho das geladeiras e TVs e que isso é a criação de um desejo para o socialismo. Na mosca.
Confesso também que fiquei desanimado com o atraso de todas as obras prometidas, que o PAC não andou, que não devíamos financiar portos e pontes em Venezuela, Angola e Cuba, mas eles me ensinarão que a solidariedade internacional bolivariana é fundamental para a vitória de seu projeto. Quero me penitenciar também por ter me entusiasmado com a Lava Jato, que considerei uma mutação histórica. Depois, lendo os jornais e as explicações de gente lúcida como a barbie-bolivariana Gleisi Hoffman e Lindbergh Farias, o homem que salvou Nova Iguaçu, voltei atrás e vejo que Moro e seus homens não passam de fascistas que querem impedir o avanço das forças do progresso. A Lava Jato, hoje o sei, é de direita.
Às vezes, reacionários criticam o governo Dilma por gastar muito em publicidade, porque desde o início do governo do PT foram gastos 16 bilhões de reais. Eu achava isso errado, mas sábias palavras me provarão que a população é uma grande “massa atrasada” e que há que lhes ensinar a verdade do capitalismo assassino.
Também achei pouco elegante a difusão pelo mundo da tese de que um golpe terrível tinha se passado no Brasil, achei que uma presidenta não podia espalhar uma difamação sobre o próprio país. Mas, artistas e intelectuais vão sorrir com superioridade e me ensinar (já os vejo…) que a adesão internacional é mais importante que velhas fronteiras nacionais.
Por isso, creio que estou pronto para minha reforma mental. Estou pronto para renegar minhas dúvidas pequeno-burguesas. E logo poderei fazer parte daqueles que invejo por seus rostos iluminados de certeza, por sua sabedoria acima da história e do óbvio.
Assim, poderei participar desses protestos, me sentir um revolucionário e gritar, de punho erguido e fronte alta: “Fora, Temer!!”.

NO BLOG IMPLICANTE
Novos tempos: Campinas já foi cidade forte do PT, agora comício de Lula fica “esvaziado”
Quinta-feira, 29-9-2016
A rejeição ao PT é algo que salta aos olhos. Mesmo no Nordeste, onde tanto o partido quanto Lula já foram imbatíveis, agora a coisa está feia. O “grande líder” esteve por lá recentemente e os candidatos petistas afundaram tanto no Recife quanto em Fortaleza.
Ontem, a vez foi de Campinas.
Trata-se, caso alguém não sabe, de uma cidade onde o Partido dos Trabalhadores já foi fortíssimo, com certa tradição política e responsável por eleger alguns prefeitos.
Mas foi-se o tempo.
O próprio Lula esteve lá para um comício e toda a imprensa usou um mesmo adjetivo: ESVAZIADO. É aquela tristeza: fotos em plano fechado dando a impressão de que a coisa é grande, mas aí abre-se a imagem num outro ângulo e se vê pouca gente aparentemente “aglomerada”.
Com o perdão do trocadilho metido a poético, mas aí vai: um comício de Lula “esvaziado” é algo que nos ENCHE de esperança pelo País.
Ok, pedimos desculpas, foi mesmo fraca. Mas é verdade, não?

NO O ANTAGONISTA
​O lobista suíço da Odebrecht
Brasil 30.09.16 09:56
O Ministério da Justiça requereu às autoridades judiciárias da Suíça que o suíço-brasileiro Bernardo Freiburghaus, operador de propinas da Odebrecht, seja intimado a esclarecer sua participação no Petrolão, informa o Estadão.
Freiburghaus foi denunciado pelo MPF, juntamente com Marcelo Odebrecht e outros executivos da construtora, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Lava Jato persegue esse lobista há mais de um ano.
O italiano tremeu
Brasil 30.09.16 09:40
A assessoria de imprensa do PT espalhou que, depois de sua prisão, Antonio Palocci estava "indignado".
Ontem à tarde, durante o interrogatório da PF, ele estava apenas preocupado. Extremamente preocupado.
Virado à paulistano
Brasil 30.09.16 09:32
Levantamento do Paraná Pesquisas encerrado ontem mostra que o adversário de João Doria (33,5% das intenções de voto) no segundo turno paulistano provavelmente sairá da disputa entre Celso Russomanno (19,7%) e Marta Suplicy (14,7%), informa o Radar.
A tal “virada vermelha” de Fernando Haddad (12,1%) não aconteceu.
Será que o Congresso está vendo isso?
Economia 30.09.16 09:12
Em um ano, o Brasil ganhou 3,2 milhões de desempregados, segundo o IBGE.
Doze em cada cem brasileiros em idade produtiva estão de braços cruzados — a taxa é recorde.
O DGI de Palocci na Braskem
Brasil 30.09.16 08:39
Antonio Palocci, como dissemos anteriormente, é acusado de ter recebido propina da Braskem.
O Estadão reproduziu alguns registros da planilha da Odebrecht.
Uma delas diz:
“apoio Palocci > custo tbem Braskem”.
E outra:
“Apoio junto a Palocci. AIG $ 700M Braskem. U$ 8M DGI Braskem até 7/8”.
DGI, no glossário da Odebrecht, quer dizer propina.
Crivella esconde Lula
Brasil 30.09.16 08:20
Marcelo Crivella adulterou uma foto para poupar Lula.
Na foto original, Lula aparecia com Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Pezão e o candidato a prefeito do Rio de Janeiro, Pedro Paulo.
Na foto adulterada, exibida ontem à noite pela campanha de Marcelo Crivella, Lula foi apagado.
Diz O Globo:
“Em entrevistas recentes, o bispo licenciado da Igreja Universal tem adotado um tom ameno quando confrontado sobre as acusações de que Lula seria o comandante do Petrolão, esquema de corrupção na Petrobras. Na sexta-feira, Crivella disse em sabatina ao GLOBO que não tinha convicção sobre as acusações contra o petista. Nos bastidores, comenta-se que o senador já está de olho no apoio do PT no segundo turno, numa eventual disputa com Pedro Paulo. Crivella foi ministro da ex-presidente Dilma.”
Veja a foto original:

E a foto adulterada:

A Braskem nas planilha do italiano
Brasil 30.09.16 08:07
A PF descobriu que a Braskem, controlada pela Odebrecht e pela Petrobras, também pagou propina para o “italiano”.
Diz o Estadão:
“Os registros são de entregas de dinheiro em espécie em endereços de duas empresas de publicidade e comunicação, em São Paulo, com Braskem como uma das fontes de recursos.
Nesses mesmos locais, estão os registros de pagamentos ordenados ‘por Marcelo Odebrecht’ efetuados a ‘João Santana/Mônica Moura (Feira) e outros beneficiários ainda não identificados’”.
Nos casos investigados até agora, o dinheiro roubado da Petrobras passava pelas empreiteiras antes de chegar ao PT. No caso da Braskem, que é da Petrobras, o dinheiro roubado da estatal foi transferido diretamente para as contas do PT no exterior.

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