SEGUNDA EDIÇÃO DE 22-9-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DA RENATA LO PRETE
Os Mortos e os Muito Vivos
Com os políticos em ponto de desgaste máximo e a recessão campeando, quem são essas pessoas que se dispõem a alocar recursos próprios numa campanha?
Os dados de arrecadação até aqui divulgados pela Justiça Eleitoral embutem o prenúncio de uma disputa e um sinal de alerta.
A disputa diz respeito ao aumento do peso do Fundo Partidário no financiamento das campanhas, na esteira do veto às doações de empresas. Entre candidatos a prefeito, o montante saltou de R$ 33 milhões, em 2012, para R$ 103 milhões, computadas as cinco primeiras semanas. Como noticiou O GLOBO, já é mais do que o total repassado quatro anos atrás (R$ 96 milhões, em valores corrigidos).
Formado por recursos do Orçamento da União, repartidos entre as legendas segundo o tamanho de suas bancadas federais, o fundo respondeu por 4% do Caixa das campanhas a prefeito na eleição passada. Nesta, a fatia está em 22%.
Tal espetáculo do crescimento deve acirrar a batalha entre os que pretendem restringir o acesso a esse clube e os que nele querem ficar ou entrar — sendo que estes tendem a ganhar fôlego, se confirmada a perspectiva de fragmentação no ranking de siglas vitoriosas.
Ingênuo achar que a iniciativa dos partidos maiores para aprovar uma cláusula de barreira se destina apenas a combater as agremiações de aluguel e dar funcionalidade ao presidencialismo de coalizão. Por trás dela, corre dinheiro público grosso, que os parlamentares cuidaram de triplicar especialmente para esta eleição.
Isso torna ao menos explicável o salto da participação do Fundo Partidário no financiamento eleitoral. O mesmo não se pode dizer da expansão, de 26% para 36%, das doações de pessoas físicas.
Com os políticos em ponto de desgaste máximo e a recessão campeando, quem são essas pessoas que se dispõem a alocar recursos próprios numa campanha? Simples: em muitos casos, não são essas pessoas, nem os recursos delas.
Nas parciais de prestação de contas, há mortos que doam e vivos que o fazem em flagrante incompatibilidade com patrimônio e renda. O segundo grupo inclui de beneficiários de programas sociais a servidores dos municípios, passando por funcionários das próprias campanhas — sim, gente que “doa” a quem lhe paga.
Nas palavras do cientista político Humberto Dantas, professor da Fipe-USP e especialista em eleições municipais, “o protagonismo dos CPFs está revelando velhas práticas sob novas regras”.
Em tempos de Lava-Jato, é inevitável que a Justiça chegue ao laranjal e à lavanderia. Vai dar ruim.
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Memória da urna: candidatos a prefeito e vereador arrecadaram R$ 3,53 bilhões no primeiro turno das eleições de 2012; neste ano, a duas semanas da votação, juntaram R$ 1,29 bilhão.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
José Nêumanne: Um tiro nos pés… de Lula
Quem no Brasil ainda teme que Lula, duas vezes réu e agora sem máscara, ainda reine?
Por: victoriraja 
Quinta-feira, 22/09/2016 às 7:18
Publicado no Estadão
Do alto de sua empáfia, o decano dos suspeitos submetidos a investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e auxiliar de fatiador da Constituição, Renan Calheiros, presidente do Senado, disse: “O exibicionismo da Lava Jato tira prestígio do Ministério Público”. Agora cessa o que a antiga musa canta, pois um poder mais justo se alevanta: o juiz federal Sergio Moro calou os críticos da força-tarefa da “república de Curitiba” ao aceitar a denúncia dela contra Lula.
Ainda é difícil saber se, mesmo não estando mais incólume, o teflon que protegia Lula perdeu a capacidade de lhe manter o carisma. Antes de Renan, outros críticos desdenharam do pedido de sua prisão pelo promotor paulista Cássio Conserino. Tal impressão foi desfeita pela juíza Maria Priscila Ernandes Veiga Oliveira, da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, que não achou a acusação tão imprestável assim: afinal, não a arquivou e, sim, a encaminhou para o citado Sérgio Moro, titular da 13.ª Vara Federal do Paraná e responsável pela Operação Lava Jato, decidir. E as mesmas vozes ecoam esgares e esperneio da defesa de Lula contra o show de lógica clara dos “meninos de Curitiba”.
Acontece que em nada o dito espetáculo de uma semana atrás diferiu das coletivas anteriores, realizadas para a força-tarefa da Lava Jato comunicar à população, o que é necessário nesses casos pela gravidade dos crimes investigados e pela importância dos acusados sobre os quais recaem as acusações. À exposição sobre o cartel de empresas compareceram os mesmos procuradores, foi apresentado um libelo acusatório mais copioso (de quase 400 páginas à época e de 149 agora) e também se utilizaram recursos visuais (powerpoints) para ilustrar informações e explicações. Ainda como em todas as vezes anteriores, nesta a defesa do Lula respondeu apelando para recursos idênticos, e agora com uma agravante: a insistência numa frase para desmoralizar os procuradores, mas que não foi dita por nenhum deles: “Não temos provas, temos convicções”.
Em parte por nostalgia de suas ilusões, como milhões de brasileiros encantados com o coaxar rouco do líder que Brizola chamou de “sapo barbudo pra burguesia engolir”, em parte por medo da vingança do ex-ídolo, se lhe forem devolvidas as chaves dos cofres da viúva, os neocríticos crédulos perdem o sono. O pavor do chororô da jararaca que vira crocodilo é antigo. Em 2012, a delação proposta por Marcos Valério Fernandes, que cumpre pena pelo Mensalão, sobre a compra do silêncio de um chantagista que ameaçava comprometer Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho na morte de Celso Daniel, sucumbiu à omissão do então procurador-geral, Roberto Gurgel, e do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa.
O episódio acima foi narrado ao juiz Sergio Moro por Marcos Valério Fernandes, cuja versão não foi levada em conta porque seria um “bandido apenado”, ao contrário dos cúmplices com mandato, indultados no Natal pela mui compassiva companheira Dilma Rousseff. Deles só José Dirceu e Pedro Corrêa ainda moram na cadeia, acusados de terem delinquido direto das dependências do presídio da Papuda.
A versão de Valério, no depoimento repetido quatro anos depois, coincide com outra, que não deveria ser desqualificada, de vez que foi narrada pela voz autorizadíssima do ex-líder dos governos petistas no Senado, Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Nos autos do processo criminal, Sua Ex-excelência contou que, no início do primeiro mandato, o governo Lula era “hermético” e dele só participavam aliados tradicionais. Disso, Dirceu discordava, pois já tinha combinado com o presidente do PMDB, Michel Temer, a continuação da “governabilidade” gozada pelo antecessor tucano, Fernando Henrique. Ante a perspectiva do impeachment, contudo, o chefão constatou: “Ou abraço o PMDB ou eu vou morrer”. Eis aí a lápide que faltava no quebra-cabeças.
Esta explica por que a bem pensante intelligentsia brasileira cantou em coro com os advogados dos empreiteiros nababos condenados por corrupção e a tigrada petralha o refrão “Valério bandido jamais será ouvido”, que manteve Lula fora do Mensalão. E esclarece futricas da República de Florença em Brasília que põem o PMDB de Temer e Calheiros a salvo da luminosidade dos holofotes da História. Assim, enquanto acompanha Gil e Caetano entoando em uníssono “eu te odeio, Temer”, a esquerda vadia e erudita se acumplicia ao direito ao esquecimento que têm desfrutado o atual presidente e seus devotos do maquiavelismo no Cerrado seco.
Sabe por que esses celebrados “formadores de opinião” rejeitam a “nova ordem mundial” (apud Caetano Veloso, promovido sem méritos à companhia de Cecília, Drummond e Rosa, citados pela presidente do STF, Cármen Lúcia, em sua posse)? É que agora a corrupção não fica impune como dantes. E a maior evidência de que o velho truque de esconder castelos de areia sob tapetes palacianos escorre nos esgotos das prisões é o fato de os empreiteiros Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro optarem entre colaborar com a Justiça ou mofar na cadeia, por mais caros e bem relacionados que sejam seus causídicos. Só ficaram soltos os felizes mandatários que gozam de prerrogativa de foro. A patota desfruta o privilégio de não responder pelos próprios crimes e modificar as leis para moldá-las à sua feição.
É por isso que, enquanto faz juras públicas de amor à Lava Jato, o alto comando do Planalto planta suas “preocupações” com a excessiva vaidade ostensiva, capaz de, cuidado, comprometer o “digno” trabalho da força-tarefa. Pois saibam todos os que estas linhas leem que a fraude Lula não engana mais a grande maioria, como já enganou um dia. E que, ao contrário de antes, ele vai desmoronar, mercê do combate mundial à formação de quadrilhas que usam a Justiça Eleitoral para lavar dinheiro sujo. De fato, Dallagnol e Pozzobon atiraram nos pés. Nos de Lula…

NO O ANTAGONISTA
O parceiro de Erenice
Brasil 22.09.16 10:37
A Arquivo-X prendeu Julio César Oliveira Silva.
Ele é um dos operadores do esquema de José Dirceu. Ele é também dono da casa onde funciona o escritório de lobby de Erenice Guerra.
Julio Cesar Oliveira Silva e Erenice Guerra são ligados à Isolux, multinacional espanhola que atua no Brasil nos ramos de energia e logística.
Atenção, Folha
Brasil 22.09.16 10:25
Carlos Fernando dos Santos Lima enfatiza que, para executar a operação de hoje, não foram usadas delações premiadas ou acordos de leniência ainda não homologados pela Justiça.
Uma ajudinha de Eike
Brasil 22.09.16 10:19
Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador da República, reforça que, em dezembro de 2012, Guido Mantega pediu a Eike Batista R$5 milhões para quitação de dívidas de campanha.
Mantega, à época, presidia o Conselho de Administração da Petrobras.
Eike não delatou
Brasil 22.09.16 10:16
Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador da República, fala em "depoimento espontâneo" de Eike Batista.
Não foi, portanto, delação.
Da Golden Rock para a Shellbill
Brasil 22.09.16 10:16
Para atender ao pedido de Mantega e repassar o equivalente a 5 milhões de reais para quitar dívidas de campanha do PT, Eike Batista usou a empresa Golden Rock.
Por meio de um contrato fajuto, a Golden Rock transferiu 2 milhões e 350 mil dólares para a Shellbill, do casal Santana.
Mantega olímpico
Brasil 22.09.16 10:14
Mantega teve a ordem de prisão decretada em agosto, por Sérgio Moro.
Só não foi preso naquele momento, por causa dos Jogos Olímpicos.
"Não houve entrada de policiais no hospital"
Brasil 22.09.16 10:11
"Não houve entrada de policiais no hospital, ainda mais no centro cirúrgico. E o ministro não estava no centro cirúrgico, tanto é que atendeu o telefone duas vezes para falar com a equipe", continua Igor Romário de Paula, delegado da PF.
Pronto.
Vamos aos crimes de Mantega.
O operador opera
Brasil 22.09.16 09:51
Guido Mantega e Lula têm o mesmo advogado, José Roberto Batocchio.
Ele protestou contra a prisão de seu cliente, que estava no hospital Albert Einstein:
"Ele está sendo retirado da sala de cirurgia por policiais, neste momento".
Não, o operador da ORCRIM - Guido Mantega - não estava operando sua própria mulher.
MAIS DE 30 MILHÕES EM PROPINAS PARA A ORCRIM PETISTA
Brasil 22.09.16 09:15
O MPF em Curitiba explica que os repasses de propina somaram R$ 34 milhões e tiveram origem em diferentes contratos para construção de plataformas de exploração do pré-sal.
Leiam, por favor:
"Em 26 de julho 2012 o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou com a Petrobras contrato no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70 (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal).
As consorciadas, que não detinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação pela Estatal mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos. O aprofundamento das investigações, por meio de oitiva de testemunhas e colaboradores, apreensão de documentos, afastamento de sigilos bancário, fiscal e telemático, assim como a análise da base de dados coletada ao longo das 33 fases anteriores da operação, revelou um estratagema criminoso que beneficiou agentes públicos em diferentes esferas.
De um lado, colheram-se indícios de que cerca de R$ 7 milhões foram transferidos, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador financeiro ligado a um partido político e à Diretoria Internacional da Petrobras, já condenado no âmbito da Operação Lava Jato. Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos.
De outro lado, foi identificado repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em contrato ideologicamente falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. Conforme prova testemunhal e documental, que instruiu a representação do Ministério Público Federal (MPF), o valor foi transferido no interesse de José Dirceu e de pessoas a ele relacionadas. Constatou-se ainda que, no período dos fatos, empresas do grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora, já utilizada pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil para o recebimento de vantagens indevidas, conforme já denunciado nos autos n.º 5030883-80.2016.404.7000.
Também foram identificados, entre março de 2013 e junho de 2014, repasses de mais de R$ 6 milhões da Mendes Júnior a empresas ligadas a um executivo do grupo Tecna/Isolux.
Além disso, Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, prestou depoimento ao MPF e declarou que, em 1º de novembro 2012, recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para que fizesse um pagamento de R$5 milhões, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT).
Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19 de abril 2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários."

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