PRIMEIRA EDIÇÃO DE 20-9-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
20 DE SETEMBRO DE 2016
A crítica do ministro Gilmar Mendes ao comportamento de Ricardo Lewandowski no conchavo do “fatiamento” do impeachment”, abriu uma crise no Supremo Tribunal Federal (STF). O desabafo de Gilmar, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode levar o STF a rever o acordo tácito de não deliberar sobre o fatiamento para não desautorizar Lewandowski, ainda que os ministros critiquem a medida.
Lewandowski se queixou a colegas das declarações de Gilmar, para quem “cada um faz de sua biografia o que quiser”.
Além de Gilmar Mendes, o ministro Celso de Mello, decano do STF, já havia criticado publicamente o “fatiamento” do impeachment.
Gilmar já havia chamado de “bizarro” o fatiamento: a Constituição vincula o impeachment à perda de direitos políticos por 8 anos.
Os ministros combinam que o STF não seria instância de recurso do impeachment, até porque é órgão julgador e não “consultivo”.
O apresentador de TV Roberto Justus parece levar a sério a lorota de que seria o “Donald Trump brasileiro”, porque certa vez protagonizou a versão brasileira do programa “Aprendiz”, imitação do show televisivo protagonizado pelo candidato republicano à presidência dos Estados Unidos. Pior é que Justus parece se orgulhar da comparação: ele estaria tentando se viabilizar, acredite, como candidato a presidente.
Justus tem assumido posições políticas. Antes do impeachment, disse que se Dilma voltasse ao cargo seria “a maior tragédia” para o País.
Por considerá-lo politicamente ingênuo, “bobo”, um ex-sócio de Roberto Justus acha que ele seria “uma tragédia” comparável à de Dilma.
Roberto Justus tentou conversar com o presidente Michel Temer, mas só foi recebido por assessores, no Planalto.
O jornal financeiro inglês Financial Times, concluiu que “as acusações contra o ex-presidente Lula não têm motivação política”, mesmo com o “timing” da denúncia do MPF logo após o impeachment.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), investigada por corrupção tanto quanto o seu líder, o seu marido e tantos outros aliados seguiu à risca a orientação: apareceu no Senado vestindo vermelho. De vergonha?
Os senadores petistas Ângela Portela (RR), Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC) e Lindbergh Farias (RJ) ainda respondem a ações no Supremo Tribunal Federal (STF).
Partido que teria muito a crescer como alternativa à derrocada do PT, o PDT deixou de ser opção para muitos políticos. É que pega mal “seguir a liderança” de Carlos Lupi, presidente do partido.
Os jornalões só descobriram ontem o que leitores desta coluna sabem desde junho: a Emenda à Constituição 106/2015 pode economizar R$ 1,3 bilhão com o corte de 128 deputados e 27 senadores a partir das eleições de 2018. Cada um custa, em média, R$ 166 mil/mês.
O senador Paulo Bauer (SC) assumiu a liderança do PSDB e logo se apresentou aos funcionários da liderança. Até elogiou a copeira, “que tem função tão importante quanto a do chefe de gabinete”.
Este ano o governo gastou mais com “Amortização e Juros da Dívida” do que qualquer outra despesa; mais de meio trilhão de reais. Em segundo lugar estão salários dos servidores e, depois, aposentadorias.
Causaram revolta na Venezuela, um país falido, os gastos do governo Nicolás Maduro com a conferência da MNOAL, a comunidade de “países não alinhados”: estima-se entre US$ 150 e 200 milhões.
...o tour de Lula para apoiar candidatos a prefeito do PT começa pelo Nordeste, mas tem tudo para terminar em Curitiba.

NO DIÁRIO DO PODER
AGORA VAI?
FACHIN NEGA PEDIDO DE RENAN PARA AMPLIAR PRAZO DE DEFESA EM DENÚNCIA
ELE É ACUSADO DE PECULATO E USO DE DOCUMENTOS FALSOS DESDE 2007
Publicado: segunda-feira,19 de setembro de 2016 às 21:45 - Atualizado às 23:30
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido feito pelos advogados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para ampliar prazo para defesa do parlamentar na denúncia apresentada contra ele. A investigação tramita na Corte desde 2007. Na época, o escândalo levou o peemedebista à renunciar à presidência do Senado.
Em 2013, a Procuradoria-Geral da República formalizou a acusação contra Renan por prática de peculato e uso de documentos falsos, após investigadores apontarem suposto recebimento de propina da construtora Mendes Júnior pelo parlamentar para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. Em troca, Renan teria despesas de um relacionamento extraconjugal pagas pela empresa. Ele apresentou ao Conselho de Ética do Senado recibos de venda de gados em Alagoas para comprovar um ganho de R$ 1,9 milhão, mas os documentos são considerados notas frias pelos investigadores.
No meio deste ano, Fachin realizou um aditamento na denúncia contra o parlamentar, com base em novas informações encaminhadas pela PGR. A defesa de Renan pediu ao ministro a suspensão do prazo concedido para se manifestar sobre os novos documentos. A alegação dos advogados do peemedebista é que há documentos utilizados pela Procuradoria que não estão no processo e são indispensáveis para a defesa.
O ministro destacou que já concedeu prazos ampliados tanto para a defesa de Renan como para a PGR. Ele lembrou ainda que teve de intimar pessoalmente o presidente do Senado para se manifestar sobre quem seria seu advogado na causa, diante da "multiplicidade" de defensores registrados. O imbróglio atrasou ainda mais a análise do caso.
"Desde que assumi a relatoria do presente inquérito procurei pautar sua condução propiciando ao Ministério Público Federal e à defesa as oportunidades de complementarem suas manifestações prévias ao juízo de admissibilidade da denúncia", escreveu Fachin. Depois da indicação do nome do novo advogado de Renan, em agosto, o ministro relator do caso concedeu mais 60 dias para a defesa analisar o aditamento da denúncia.
"Direitos e garantias processuais próprias dessa fase foram suficientemente atendidas; não há nada mais nesse sentido a prover. Amplas oportunidades já foram concedidas a ambas as partes, de modo que, caso corretas as premissas aventadas pelo acusado nessa recente petição, segundo a qual documentos essenciais não se fazem presentes nos autos, tal circunstância poderá ser suscitada diante do colegiado quando do juízo de recebimento ou de rejeição da peça acusatória", decidiu Fachin.
Após a resposta dos advogados de Renan Calheiros, Fachin deve encaminhar o caso para ser julgado pelo plenário, quando os ministros do STF terão que decidir se aceitam a acusação da PGR e tornam Renan réu perante a Corte. (AE)

LAVA JATO
EX-MINISTRO E EX-DEPUTADOS PEGAVAM DINHEIRO VIVO, DIZ ENTREGADOR DE PROPINA
RAFAEL ÂNGULO CITA MÁRIO NEGROMONTE, PEDRO CORRÊA E LUIZ ARGÔLO
Publicado: segunda-feira,19 de setembro de 2016 às 18:33 - Atualizado às 23:37
O carregador de malas de dinheiro de Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopez afirmou em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro – dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba – que o ex-ministro Mário Negromonte e os ex-deputados Pedro Corrêa e Luiz Argolo iam aos escritórios do doleiro, em São Paulo para buscar dinheiro em espécie.
Lopez confirmou ainda que entregou envelopes na sede da Odebrecht referente a valores movimentados no exterior.
Ele depôs nesta segunda-feira, 19, ao juiz da Lava Jato na ação penal contra o ex-assessor do PP João Claudio Genu. “Ele também buscava dinheiro”, afirmou o entregador de propinas de Youssef.
“Eu acredito que tenha entregue uns R$ 180 mil de uma única vez”, afirmou Lopez, ao ser questionado por Moro qual maior valor ele teria repassado a Genu. Segundo ele, o dinheiro foi entregue até 2013.
Ângulo Lopez afirmou, ainda, que identificava Pedro Corrêa como ‘PC’, Negromonte como ‘MN’, Argolo como ’Bebê Johnson’ e Genu como ‘Mercedão”. “O Youssef dizia que ele (Genu) gosta de carros Mercedes”, relatou o entregador de propinas. (AE)

NAS MÃOS DE MORO
JUSTIÇA NEGA HABEAS CORPUS PREVENTIVO A PAULO OKAMOTTO
OKAMOTO QUERIA SER BLINDADO DA LAVA JATO, MAS A JUSTIÇA NEGOU
Publicado: segunda-feira,19 de setembro de 2016 às 17:16 - Atualizado às 18:51
O desembargador João Pedro Gebran Neto negou habeas corpus protocolado pela defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para impedir abertura de uma ação penal. Na decisão, o magistrado entendeu que não é possível conceder liminar contra eventual decisão do juiz Sérgio Moro contra o acusado.
Na semana passada, a força tarefa de investigadores da Operação Lava Jato denunciou Okamotto pela acusação de atuar para que a empreiteira OAS pagasse o aluguel de contêineres do acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os procuradores, entre 2011 e 2016 foram feitos 61 pagamentos mensais no valor de R$ 21,5 mil.
Caberá ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, decidir se aceita ou rejeita a denúncia.
De acordo com os advogados de Okamotto, o ex-presidente não recebeu vantagens indevidas e os bens que Lula recebeu quando estava no cargo “integram o patrimônio cultural brasileiro e são declarados de interesse público”, de acordo com a lei. (ABr)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Delírio Bolivariano
Nicolás Maduro jura que os imperialistas ianques têm inveja da Venezuela
Por: Augusto Nunes 
Terça-feira, 20/09/2016 às 3:12
“Há uma ofensiva imperialista para tentar reverter os avanços e conquistas da revolução bolivariana”. (Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, durante o encontro do Movimento dos Países Não-Alinhados, insinuando que os imperialistas ianques, irritados com “os avanços e conquistas da revolução bolivariana”, querem acabar com o sumiço do papel higiênico e proibir Hugo Chávez de ressuscitar disfarçado de passarinho)

Candidata à Gaiola
Jandira Feghali adverte: ladroagem melhora a saúde de empresas estatais
Por: Augusto Nunes 
Segunda-feira, 19/09/2016 às 23:52
“A Petrobras acabou de bater recordes de barris de petróleo. A Petrobras acabou de ganhar um prêmio lá fora. A Petrobras é uma empresa do povo brasileiro que supera tudo isso com muita tranquilidade”. (Jandira Feghali, candidata do PCdoB à prefeitura do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, em entrevista ao RJTV, explicando que, segundo o parecer da junta de comunistas que examinou o caso, o Petrolão fez muito bem ao Caixa, à produtividade e à imagem da Petrobras)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Querem mandar Lula para a cadeia, como acho que ele merece? Então trabalhem direito e parem de fazer bobagem!
Rodrigo Janot e Sérgio Moro têm clara noção das burradas que foram feitas, o que é atestado até pela nota estupefaciente dos procuradores, que fizeram uma nova besteira
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 20/09/2016 às 4:42
Vamos botar um pouco de ordem na casa do jornalismo ao menos, já que Rodrigo Janot não põe ordem na força-tarefa de Curitiba e deixa aquilo funcionar como um centro produtor de desinteligência, pressurosamente reproduzida ou combatida por vigaristas e oportunistas de todos os matizes. Existe o inquérito-mãe da Lava-Jato, que está no Supremo Tribunal Federal, cujo relator é Teori Zavascki. Por que está lá? Porque há uma penca de políticos com foro especial por prerrogativa de função. É ele que investiga a conexão dos vários políticos e das várias frentes do escândalo no que seria a organização criminosa. Janot pediu a inclusão de Luiz Inácio da Silva nesse inquérito. Sem ele, sustenta, tal rede não teria existido. E isso, pois, faria de Lula justamente aquilo de que ele foi acusado retoricamente pela força-tarefa, naquela infeliz entrevista coletiva: chefe da organização criminosa.
Como sustentam os procuradores numa desastrada nota publicada nesta segunda-feira, 19, depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa, do ex-senador Delcídio do Amaral, do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa atestam a existência do sistema de Caixa geral no esquema criminoso. Vale dizer: as empreiteiras ou indivíduos que faziam “negócios” iam descontando da contabilidade da propina os desembolsos que iam sendo feitos para os larápios.
Vamos nos lembrar de que há outras delações. Nestor Cerveró, por exemplo, disse ter ganhado um cargo de Lula na BR Distribuidora porque viabilizou o contrato entre o Grupo Schahin e a Petrobras. Em razão dele, o PT não precisou pagar uma dívida de R$ 60 milhões que mantinha com o banco da organização. Fernando Baiano, em seu depoimento, também afirmou que o então presidente sabia desse acordo. Vale dizer: o PT pegou o empréstimo, usando José Carlos Bumlai como laranja, e nós pagamos.
Mais um pouco? Pois não! Três tesoureiros do PT, todos da estrita confiança de Lula, foram parar atrás das grades justamente por operar esses esquemas paralelos. Nós, que não somos juízes, podemos indagar, à moda de uma resposta, com pouca chance de errar: como imaginar que o Poderoso Chefão ignorasse um esquema que era muito mais do que um simples assalto ao cofre? Como já escrevi aqui tantas vezes, eles eram ladrões de institucionalidade.
Assim, dito isso, que a investigação avance e que se procurem produzir as provas diretas ou indiretas — as provas indiciárias — que deem materialidade àquilo que conceitualmente parece ser tão óbvio. Mas, para tanto, é preciso agir com prudência e profissionalismo.
A nota divulgada pela força-tarefa nessa segunda-feira deve ter deixado Sérgio Moro de cabelo em pé. Sem a delação de Léo Pinheiro, não se tem nem mesmo um testemunho de que o tríplex de Guarujá e o pagamento do espaço que abrigava o acervo eram parte da conta corrente da propina. E tanto não se tem mais nada que os procuradores são obrigados a demonstrar como funcionavam outros núcleos de pagamento de propina para concluir: o da OAS só poderia ser igual.
Acho que Lula é o chefe da organização criminosa — esta existiu, de maneira indubitável, cristalina e provada. Como acho, penso que o lugar dele é a cadeia. A minha diferença com alguns e algumas imbecis que andam jogando a sua baba hidrófoba na rede é que não sou burro é me atenho aos limites da legalidade. O caminho abraçado pelos senhores procuradores na entrevista coletiva e na nota desta segunda conduzirá Lula à impunidade. Se querem saber, nunca vi nada igual. Nem eu nem ninguém.
O juiz Sérgio Moro faria um grande favor ao País e à investigação se devolvesse a denúncia ao Ministério Público Federal para que o material produzido fosse, então, juntado ao inquérito-mãe, ora essa. Ou não é isso que a nota divulgada pelos procuradores nessa segunda-feira sustenta, ao afirmar que não foi, não, a pré-delação de Léo Pinheiro que embasou a denúncia (embora tenha sido, como sabemos), e sim o fato de que outros delatores atestam, por similaridade, os crimes cometidos por Lula no caso do apartamento?
Rodrigo Janot sabe que se fez uma grande burrada.
Sérgio Moro sabe que se fez uma grande burrada.
Querem mandar Lula para a cadeia, como eu acho que ele merece? Então que trabalhem direito!

NO BLOG DO JOSIAS
Turma do caixa dois trata a plateia como idiota
Josias de Souza
Terça-feira, 20/09/2016 05:38
Conforme previsto, surgiu na Câmara uma trama para colocar nos trilhos um projeto sobre Caixa Dois. O pretexto declarado é criminalizar a prática. O objetivo inconfessado é anistiar a bandalheira pretérita, concedendo perdão preventivo para a turma que conspira para “estancar a sangria” da Lava Jato. O interesse real não é restabelecer a moralidade, mas assegurar que a imoralidade permaneça impune.
A proposta de passar uma borracha na depravação entrou e saiu da pauta da sessão noturna da Câmara, nesta segunda-feira, 19, sem que ninguém pudesse apalpá-la. Além de invisível, o projeto é órfão. Não há vestígio dos pais da manobra. Eles parecem ter vergonha de si mesmos. E não lhes faltam motivos.
A votação foi abortada por conta do alarido produzido por meia dúzia de insatisfeitos. O barulho deixou claro que o comportamento de alto risco dos vivaldinos expõe todo o Legislativo à autodesmoralização. Muitos já suspeitavam que este é um dos piores Parlamentos da História republicana. Mas não se imaginava que os deputados colocariam fogo às vestes.
Para apagar as digitais, os líderes escondidos atrás da manobra ressuscitaram um projeto de 2007, de autoria do ex-deputado Regis de Oliveira. Sugere mudanças à legislação eleitoral. Quase uma década depois, recebeu um enxerto sobre a criminalização do Caixa Dois. Decano da Câmara, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) disse que a manobra é antirregimental.
Miro foi ao microfone para perguntar ao colega Beto Mansur (PRB-SP), que presidia a sessão, quem havia requerido o desengavetamento do projeto. Indagou também se o requerimento encontrava-se sobre a mesa. Não obteve resposta. Seguiu-se o bafafá que levaria Mansur a retirar o projeto da pauta.
Irônico, Miro realçou o que chamou de “coincidência incrível.” O projeto escalou a pauta de votações num instante em que “o presidente da República (Michel Temer) está no exterior, o presidente da Casa (Rodrigo Maia) está respondendo pela Presidência da República, o primeiro vice-presidente da Câmara (Waldir Maranhão) não está presidindo a sessão. E o deputado Beto Mansur (primeiro-secretário), que tem casca grossa nas costas, recebeu a incumbência de ali estar. Não o invejo.”
Encerrada a sessão, o repórter procurou Beto Mansur, que travou com o blog o seguinte diálogo:
— O projeto de 2007 foi pautado por requerimento de quem?     Ninguém quer ser pai dessa criança. Não sei.
— Há um requerimento? Esse projeto foi colocado na pauta.     Não sou eu que faço a pauta.
— Mas para colocar na pauta, alguém tem que pedir, não?       Decisão de líderes. Foi colocado na pauta. O que aconteceu é que me pediram para tocar a sessão, porque eu sei como se faz. Só isso.
— O projeto vai voltar em outra sessão? 
   Desconheço o texto. Mas acho que houve uma reação do plenário a esse projeto. Tive que cancelar [a votação] porque não tinha acordo para poder continuar votando. Mas não conheço o texto. Quem conhece são os líderes lá.
— De que partido? 
    É de todo mundo.
De acordo com Beto Mansur, caberá a Rodrigo Maia decidir quando a proposta retornará ao plenário. O deputado cuidou de tomar distância da iniciativa. “Em cima de mim não vão jogar essa proposta. Primeiro porque não preciso de nenhuma anistia. Segundo porque nem conheço o texto.”
Além de Miro Teixeira, cerraram fileiras contra a anistia os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ), Joaquim Passarinho (PSD-PA), Espiridião Amin (PP-SC), Ivan Valente (PSOL-SP), Rogério Rosso (PSD-DF), Laerte Bessa (PR-DF) e Jorge Sola (PT-BA). Os demais silenciaram. O interesse pela causa é pluripartidário, vai do PT ao PSDB, passando pelo PMDB, PP, PR e uma fila de etcéteras. Nos subterrâneos, diz-se que os maiores interessados são PSDB, PT e PP.
Os deputados parecem mesmo empenhados em testar até onde podem ir no seu desprezo pela opinião pública. Depois de pegar dinheiro sujo por baixo da mesa, os idealizadores da anistia decidiram tratar a plateia como idiota. Ainda não se deram conta de que roleta russa também pode levar ao suicídio.

Sob Temer, governo não entrou na ‘idade mídia’
Josias de Souza
Segunda-feira,19/09/2016 20:26
Em matéria de comunicação social, um bom conselho para as autoridades do governo de Michel Temer seria o seguinte: traga sempre suas palavras na coleira. O governo vem produzindo em ritmo semanal declarações enviesadas que cobram explicações posteriores.
Nesta segunda-feira, o próprio Temer, numa reunião sobre refugiados na ONU, disse que o Brasil recebeu nos últimos anos 95 mil refugiados. Lorota. Foram apenas 8.800. Houve rebuliço nas redes sociais. E o ministro Alexandre Moraes (Justiça) foi aos refletores para recitar uma emenda que piorou o soneto.
A pedalada estatística que o redator do discurso levou Temer a recitar é tosca e desnecessária. É tosca porque, ao tentar emplacar uma meia verdade, realçou exatamente a metade que é mentira. É desnecessária porque, se há algo de que o Brasil pode se orgulhar é da forma como acolhe estrangeiros em apuros. Isso está na raiz da formação da sociedade brasileira.
Bastaria que Temer dissesse que, além de 8.800 refugiados, o Brasil acolheu 85 mil haitianos, que fugiam não de uma perseguição política ou religiosa, mas de um terremoto. O diabo é que, na área de comunicação, o governo Temer faz o pior o melhor que pode.
Já houve declarações da Casa Civil que contrariaram a Fazenda. Já borrifaram declarações polêmicas nas manchetes os ministros da Saúde e do Trabalho. Temer e seus auxiliares já menosprezaram publicamente manifestações de rua. Diante da epidemia de amadorismo, o Planalto decidiu contratar um porta-voz, para tentar melhorar a comunicação oficial.
Em plena era das redes sociais, o governo parece ter percebido que precisa entrar na idade mídia.

NO ESTADÃO
Executivo confirma propina para campanha de Dilma em 2014
Ex-presidente da Andrade Gutierrez depôs em ações que contestam no TSE chapa formada pela petista e Michel Temer
Beatriz Bulla e Rafael Moraes Moura
O Estado de S.Paulo
20 Setembro 2016 | 00h06
BRASÍLIA - Em depoimento à Justiça Eleitoral nessa segunda-feira, 19, o executivo Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez confirmou que houve pagamento de propina disfarçado de doação oficial à campanha presidencial de 2014 que elegeu Dilma Rousseff, segundo fontes que acompanham as investigações.
O depoimento serve para instruir as ações contra a chapa formada por Dilma e pelo então candidato a vice, Michel Temer, que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
De acordo com fontes ouvidas pelo Estado, Azevedo disse que a Andrade Gutierrez repassou R$15 milhões oriundos de propina pelas obras da construção da usina de Belo Monte ao diretório nacional do PT. Deste valor, cerca de R$ 1 milhão foi encaminhado pelo partido à campanha de Dilma de 2014. 
Ele prestou depoimento em São Paulo ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Herman Benjamin, relator das investigações no TSE. O executivo Flávio Barra, ex-Andrade Gutierrez, também foi ouvido.
À Justiça Eleitoral, Azevedo afirmou que a empresa pagava propina de 2% sobre os valores de todos os contratos firmados com o Governo Federal.
Cobrança 
Segundo fontes que acompanharam os depoimentos, Azevedo disse que a empresa doaria R$10 milhões à campanha de Dilma em 2014, mas dobrou o valor diante da pressão de Edinho Silva e Giles Azevedo – ex-ministro e ex-assessor da petista, respectivamente. A doação, segundo ele, servia para manter o “status quo” dos contratos com o Governo.
O executivo foi questionado sobre a diferença entre a doação à campanha de Dilma e a realizada à campanha do então candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves. Segundo ele, no caso de Aécio não houve pedido em troca de contrapartida. 
As ações no TSE foram propostas pelo PSDB no fim de 2014 e investigam suposto abuso de poder político e econômico. Se o TSE entender que houve desequilíbrio, pode retirar de Dilma, hoje cassada, o direito a disputar eleições. Para Temer, as investigações podem causar a perda de mandato.
Procurada, a defesa de Dilma não se manifestou até a conclusão desta edição.

NO O ANTAGONISTA
O contrato de Dias Toffoli com a Queiroz Galvão
Brasil 20.09.16 07:11
Dias Toffoli foi contratado pela Queiroz Galvão.
O Valor teve acesso à procuração em que a empreiteira delega poderes a Dias Toffoli e a sua mulher, Roberta Rangel, para representá-la no processo do TCU que, desde 2005, investiga a suspeita de superfaturamento nas obras do aeroporto de Cumbica.
Quando o contrato foi assinado – continua a reportagem –, Dias Toffoli atuava como advogado.
“Ele tornou-se advogado geral da União em 2007 e ministro do STF em 2009 – alçado aos dois cargos públicos por indicação de Luiz Inácio Lula da Silva”.
O contrato com a Queiroz Galvão, aparentemente, continua válido.
Há crime para todo mundo
Brasil 20.09.16 06:20
A Odebrecht terá de desembolsar 6 bilhões de reais para fechar seu acordo com a Lava Jato.
Além disso, segundo o Valor, a empreiteira deverá pagar 15 milhões de reais para cada um de seus 60 delatores, que perderão o emprego.
A reportagem diz também:
“Como a legislação só permite que os envolvidos se livrem de penas se contarem algo de novo, os fatos a serem delatados seriam fatiados”.
Uma pessoa que teve acesso às negociações garantiu:
"Deve haver delação para todo mundo".
Claro que sim. A Odebrecht cometeu muito mais do que 60 crimes. Só os fatos envolvendo Lula devem salvar uns dez executivos.
Teori e Moro juntos
Brasil 20.09.16 06:06
Kibe continua na cadeia.
Teori Zavascki negou ontem à noite o pedido de soltura de Adir Assad, o operador da Odebrecht.
O ministro do STF, de acordo com o documento reproduzido pelo Estadão, destacou que os fundamentos utilizados por Sérgio Moro em sua segunda ordem de prisão contra Adir Assad são diferentes daqueles “apontados na primeira ordem de prisão, que acabou sendo considerada inadequada pela Segunda Turma”.
Inadequada é a Segunda Turma.
Nota de Omar Aziz
Brasil 19.09.16 22:03
O site da transparência do Senado registra um contrato de R$ 271.078,92 para "reforma do apartamento do senador Omar Aziz", como registramos mais cedo (e reforçamos abaixo).
A assessoria do parlamentar, porém, entrou em contato com O Antagonista para ponderar que, em um ano e sete meses de mandato, Aziz não utilizou o imóvel.
"O apartamento funcional inicialmente destinado ao senador não foi acolhido pelo mesmo em nenhum momento de seu mandato. Portanto, o senador Omar Aziz não é beneficiário de nenhuma reforma de apartamento funcional", afirma a nota.
Se o apartamento não está sendo usado, a situação é ainda mais esdrúxula.
Nota do Senado
Brasil 19.09.16 21:55
Sobre os 41 contratos vigentes para "pequenas obras" e demais reformas no Senado, em gabinetes e em apartamentos funcionais, o Senado argumenta em nota enviada a O Antagonista que "as reformas realizadas em áreas internas ou imóveis funcionais da Casa obedecem a critérios técnicos e não atendem a demandas individuais".
"São ações no sentido de preservar o patrimônio histórico, tomadas sempre que houver necessidade de conservação do bem público", diz o texto.
Segundo o Senado, do total previsto para 2016, foram gastos até agora "apenas R$ 5,5 milhões".
Senado gasta quase 30 milhões com reforma de gabinetes e apartamentos
Economia 19.09.16 17:37
Em meio às discussões sobre o ajuste fiscal e a necessidade de conter gastos para tentar salvar a economia brasileira, o Senado Federal -- que terá de aprovar medidas necessárias para tanto -- acumula 41 projetos de "pequenas obras" em suas instalações, em gabinetes e apartamentos de senadores.
O Antagonista lista esses contratos, assinados entre novembro do ano passado e julho deste ano com a empresa JDC Engenharia, conforme o site da transparência do Senado.
Total de todas essas reformas? R$ 29.913.308,51.
OBRAS NO SENADO
Reformas e "pequenas obras" no Senado: R$ 25.500.000,00
Reformas na Consultoria Legislativa: R$ 440.876,04
Reformas na Consultoria Legislativa: R$ 299.708,07
Reformas na Consultoria de Orçamento, Fiscalização e Controle: R$ 280.479,35
Reformas nas instalações da TV Senado: R$ 197.633,20
Reformas no plenário 15 da ala de comissões: R$ 102.161,00
Reformas no piso do Senado Federal: R$ 27.377,92
Reformas na Secretaria Geral da Mesa: R$ 7.193,66
Reformas nos banheiros do plenário: R$ 318,72
MPF desmente a Folha
Brasil 19.09.16 18:49
O MPF em Curitiba desmontou a matéria tendenciosa da Folha, que ontem titulou "Denúncia contra Lula usou delação rejeitada de Pinheiro".
Os procuradores explicam:
"O Ministério Público Federal jamais usa qualquer informação ou documento de tratativas de colaboração que não conduziram a um acordo assinado. A existência do sistema de 'caixa geral' de propinas já é conhecido pelas investigações há muito tempo, pois se trata do principal método utilizado para o controle do pagamento de propinas pelos partidos envolvidos com a corrupção na Petrobras."
O uso do sistema foi revelado, por exemplo, nos depoimentos de Ricardo Pessoa, Delcídio do Amaral, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. "A sistemática do “caixa geral” foi, até mesmo, reconhecida na sentença condenatória de José Dirceu", diz o MPF.
"Os investigadores repudiam qualquer conclusão apressada sobre os fatos narrados na denúncia, convidando a população e a mídia para que tomem conhecimento da acusação na sua integralidade, inclusive dos inúmeros e documentos que a ela se encontram anexos."
Ler dá trabalho.

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