SEGUNDA EDIÇÃO DE 19-8-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA VEJA.COM
TSE: 40 empresas podem ter lavado dinheiro da campanha de Dilma
Cruzamentos da Justiça Eleitoral apontam que, além de repasses de quase R$ 80 milhões a João Santana, pagamento de R$ 55,26 milhões é considerado suspeito
Por Laryssa Borges
Quinta-feira, 18 ago 2016, 11h52 - Atualizado em 18 ago 2016, 16h10
Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) detectaram que 40 empresas em todo o Brasil podem ter sido usadas para lavar dinheiro em benefício do projeto eleitoral da petista Dilma Rousseff em 2014. A lista completa de empresas, a que VEJA teve acesso, inclui gráficas fantasmas, edificações simples apenas no reboco, casas comuns em bairros residenciais e até um casebre com um puxadinho de madeira.
Na prestação de contas de Dilma, porém, essas empresas constam como prestadoras de serviços, sejam de impressão de panfletos eleitorais, de locação de veículos, de aluguel de equipamentos ou ainda um genérico serviço de “apoio administrativo”.
Além da Pólis Propaganda e Marketing, conhecida empresa dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que deixaram a cadeia no início do mês depois de terem sido presos na Operação Lava Jato, 39 empresas receberam 55,26 milhões de reais considerados suspeitos pela Justiça Eleitoral. Somente a Pólis recebeu outros 78 milhões de reais declarados ao tribunal.
O TSE já havia encontrado indícios de lavagem de dinheiro por meio da empresa VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda, que recebeu 22,89 milhões de reais da campanha de Dilma para imprimir santinhos, da empresa Rede Seg Gráfica e Editora, que embolsou 6,14 milhões de reais para a impressão de folders, e da DCO Informática, que amealhou 4,8 milhões de reais. O endereço da VTPB, no bairro da Casa Verde, em São Paulo, está desativado. O dono oficial da Red Seg é um motorista. A DCO, na cidade de Uberlândia (MG), não tem sequer alvará de funcionamento e, contratada para enviar mensagens eletrônicas aos eleitores, conta com apenas um notebook.
Agora, com a listagem completa das empresas suspeitas, a Justiça reuniu evidências de que novas companhias de fachada podem ter sido utilizadas pela campanha de Dilma. Cruzamentos feitos pela Justiça Eleitoral mostram que as fornecedoras da campanha não têm funcionários cadastrados, embora apareçam em situação ativa na Receita Federal. Os mais recentes casos com indicativos fortes de fraude foram encontrados, por exemplo, nas cidades de Sorocaba (SP) e Tramandaí (RS).
A Milton Gonçalves Transportes, oficialmente uma empresa de apoio administrativo em Tramandaí, não passa de um casebre de madeira com uma antena parabólica. Ela recebeu cerca de 118.000 reais da campanha de Dilma em 2014. Para o TSE, todos os casos apresentam indícios de falta de capacidade operacional para prestar serviços à campanha ou ausência de estrutura mínima para realizar as atividades declaradas por elas à Receita Federal. Investigações complementares ainda serão feitas para que se verifique se houve ou não lavagem de dinheiro por meio dessas empresas.
No início do ano, o presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes, já havia pedido que o Ministério Público, as Receitas Federal e Estadual, o Conselho de Administração de Operações Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal investigassem sete pessoas jurídicas por suspeitas de lavagem de dinheiro. Na época, o PSDB, que apontou ao TSE suspeitas de irregularidades, indicou que as pessoas jurídicas Mariana Produtos Promocionais Ltda; Rede Seg Gráfica e Editora; Vitor H G de Souza Design Gráfico; Marte Ind. e Com. de Artefatos de Papéis Ltda; Francisco Carlos de Souza Eirelli; Door2Door Serviços Ltda e DCO Informática poderiam ter cometido “ilegalidade na contratação e pagamento efetuado a empresas que não possuem capacidade operacional para prestar os serviços avençados pela campanha do PT, bem como evidências de que as empresas aparentemente de fachada foram contratadas por valores exorbitantes e desproporcionais”. Na época, Mendes pediu que fossem apurados o crime de inserir declaração falsa em documento eleitoral e “indícios de participação de empresas incapazes de cumprir com o objetivo contratado na campanha de Dilma Rousseff, o que poderá ensejar práticas criminosas, inclusive, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha”.
Em nota, o coordenador jurídico da campanha de Dilma de 2014, Flávio Caetano, afirmou que “as contas da campanha presidencial de 2014, que compreendem tanto as doações recebidas como as despesas efetuadas, já foram apreciadas e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral, com a decisão transitada em julgado em abril de 2015″. “Quaisquer eventuais irregularidades que se relacionem com aspectos administrativos, trabalhistas ou fiscais dos fornecedores são de responsabilidade exclusiva das próprias empresas, não havendo qualquer possibilidade jurídica de responsabilização da campanha presidencial”, disse.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Dilma Rousseff prepara seu golpe, antes de ser definitivamente tirada da Presidência da República, ficando sem foro privilegiado para responder a outras ações judiciais tão ou mais graves que o impeachment. Os estrategistas dela armam um grande espetáculo para o dia 29 de agosto, quando ela falará por 30 minutos no Senado. Dilma pode até, inutilmente, renunciar. A intenção dela, no momento, é confrontar ao máximo os senadores (considerados "traidores"). O plano final é montar um show para, no médio prazo, se reabilitar politicamente. O futuro de Dilma dependerá muito da sorte do sucessor Michel Temer - que é refém do desempenho da economia.
Ontem, em entrevista a correspondentes estrangeiros, Dilma deu o tom de sua estratégia de defesa. Humildemente, Dilma alegará que cometeu erros, porém não praticou crimes. Sua defesa será um ataque final, desesperado, porque a tese do "golpe" desmente a realidade prática de alguém que vai ao Senado, mesmo que inutilmente, para se defender: "Seria um equívoco monumental entregar a democracia como um campo de debate para outro. Para os golpistas... Eu espero, do Senado, justiça. Não posso esperar outra coisa. O que eu farei no Senado é argumentar não só a favor da democracia, a favor do respeito ao voto direto do povo brasileiro, mas também argumentar a favor da Justiça".
Dilma se reúne nesta sexta-feira com o senador Renan Calheiros, às 11 horas, no Palácio da Alvorada. Os dois definirão detalhes do espetáculo do dia 29, quando Dilma terá direito a falar por meia hora, no mínimo. O tempo pode ser prorrogado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comandará a sessão. Dilma aposta que vai deixar muita gente de saia curta ou com a calça na mão quando chegar a hora de responder a perguntas da acusação e da defesa. Cada lado poderá usar 5 minutos para "aparecer". Dilma pode ficar calada. No entanto, a intenção dela é abrir o verbo contra a oposição e Michel Temer.
O julgamento final de Dilma começa às 9h de 25 de agosto (Dia do Soldado), em sessão aberta por Ricardo Lewandowski, com intervalos previstos: das 13h às 14h e das 18h às 19h. Em contagem regressiva, Dilma começou ontem a tentativa de fritar o sucessor pela via da desmoralização política. Malandramente, Dilma reclamou de seu maior equívoco: "O político, é, visivelmente eu errei na escolha do meu vice-presidente. Um erro, eu diria assim, óbvio. Da pessoa (Michel Temer) eu esperava lealdade. Agora, o processo político é um processo político que estava em curso. Você não antecipa a realidade, você vive a realidade".
A realidade é cruel para ela... De 25 a 27 de agosto, acontece a primeira fase do julgamento, ouvindo testemunhas: duas da acusação e seis da defesa. Todos responderão a perguntas de três minutos, com mesmo tempo de resposta, podendo ter réplica e tréplica também em 180 segundos. Pelo menos 40 senadores devem fazer perguntas às oito testemunhas, o que daria 8 horas para cada uma das testemunhas, ou 64 horas no total (2,6 dias).
Nos dias 30 e 31, acontece a terceira fase. Falam acusação e a defesa, por uma hora e mais cada uma, com direito a réplica e tréplica por mais uma hora para cada lado. Em seguida, os 81 senadores terão direito a falar por dez minutos cada um, como na primeira fase. Encerrada a discussão, Lewandowski apresenta um relatório resumido dos fundamentos da acusação e da defesa.
Provavelmente no dia 31, a fase final ocorrerá na votação pelo painel eletrônico com 81 senadores. Antes da votação, poderão falar dois senadores a favor do impeachment e dois contra, por cinco minutos cada um. Bastam 54 votos para detonar Dilma. Aprovado o impeachment, ela será imediatamente destituída do cargo e fica inelegível por oito anos. O vice-presidente da República e 'Presidento' interino, Michel Temer, assume em definitivo.
Até o julgamento, Dilma seguirá encenando o mesmo show de arrogância e incompetência política que causaram sua queda.
(...)

NO DIÁRIO DO PODER
"CORREÇÃO DE DISTORÇÕES”
MINISTÉRIO NEGA FAVORECIMENTO A PARTIDOS NAS VERBAS DE COMBATE À SECA
“O QUE ESTÁ SENDO FEITO É A CORREÇÃO DE DISTORÇÕES”, DIZ NOTA
Publicado: sexta-feira, 19 de agosto de 2016 às 09:56
O Ministério da Integração Nacional afirmou nesta quinta-feira, 18, que “não está favorecendo qualquer partido político nas aplicações das verbas de combate à seca”. Em nota, a pasta contestou reportagem publicada pelo Estado que revelou a decisão do governo Michel Temer (PMDB) de retirar dos governadores do Nordeste a execução de recursos para obras emergenciais de combate à estiagem na região para passá-la ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), controlado predominantemente por peemedebistas. 
A pasta também refutou a interpretação de que esteja favorecendo Estados governados pelo PMDB, como Alagoas e Sergipe, ao fazer os repasses. “O que está sendo feito é a correção de distorções”, diz a nota, ressaltando que a Paraíba, governada pelo PSB, também vai receber mais recursos.
Segundo o Ministério, obras emergenciais como construção de adutoras de engate rápido serão executadas por órgãos da pasta, como o próprio Dnocs e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba (Codevasf), controlada pelo PP. E destacou que obras estruturantes que já vinham sendo executadas pelos governadores continuarão sendo tocadas pelas administrações estaduais. 
Parlamentares da oposição e da base aliada criticaram a decisão do Governo de transferir para o Dnocs a execução de verbas para obras emergenciais. A liberação dos recursos para essas intervenções foi autorizada por meio de uma medida provisória editada em julho e que abriu crédito extraordinário de R$ 789,9 milhões para ações na região. Da tribuna do Senado, o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), afirmou que a decisão do governo significa uma “volta à época dos coronéis e dos currais eleitorais”. (AE)

NO O ANTAGONISTA
Brasil 19.08.16 08:13
Quando for ao Senado, Dilma Rousseff quer constranger ex-ministros, diz o Estadão...
O Financista 19.08.16 08:07
A edição de fim de semana do Valor traz uma longa reportagem sobre por que os governos Lula e Dilma entregaram instabilidade econômica e política...
Brasil 19.08.16 07:57
Estadão:
"Os oito diretores-executivos do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos tiveram sucessivos aumentos de pagamentos que totalizam R$ 26,8 milhões entre 2011 e 2015. Os valores incluem salários e gastos...
Brasil 19.08.16 07:31
Um levantamento obtido pelo Estadão concluiu que "ao menos 4.849 políticos que tentam concorrer nas eleições municipais deste ano no País podem ter os registros de candidatura impugnados por serem considerados ficha-suja perante a Justiça Eleitoral"...

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