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PRIMEIRA EDIÇÃO DE 26-8-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
26 DE AGOSTO DE 2016
O desespero chegou de vez ao esquema de defesa da presidente ré Dilma Rousseff. Como tudo caminhou para confirmar a condenação dela, a ideia agora é que ela “dê um jeito” de chorar durante o seu depoimento diante dos senadores, agendado para a próxima segunda-feira (29). A informação é de fonte parlamentar qualificada, com acesso às discussões internas sobre as estratégias de defesa da petista.
Nas discussões, uma senadora defensora do “choro” teatral de Dilma, disse que “nenhum homem resiste a uma mulher em prantos”.
Caindo no pranto, segundo seus estrategistas, Dilma passaria a imagem de uma mulher “frágil”, vítima do “machismo” e da “injustiça”.
Dilma não será tratada como ré, no plenário do Senado. Em vez do banco dos réus, ficará na mesa principal, com Ricardo Lewandowski.
A pedido dos petistas (que jamais atenderiam, se a situação fosse o inverso), a antiga oposição não se opôs ao tratamento a Dilma.
O PT insiste na lorota de que Lula é “certo” para vencer as eleições de 2018, mas faltou combinar com 71% dos eleitores, que não votariam nele de jeito nenhum para presidir o Brasil uma terceira vez, segundo levantamento do Paraná Pesquisas. O ex-presidente é, de longe, o presidenciável mais rejeitado. Até na região Nordeste, onde o PT teve a maioria de seus votos em 2014, a rejeição de Lula chega a 55,9%.
Principal oposição ao PT, o PSDB não comemora. Aécio, Alckmin, e Serra são rejeitados por 56,7%, 61,9% e 56,4%, respectivamente.
Terceira colocada nas últimas eleições, Marina Silva (Rede) apresenta rejeição semelhante aos tucanos, 56,6% não votam na ex-petista.
Apesar de ser o “menos rejeitado”, com 55%, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem o menor índice de “votos certos”: só 9,6% votariam “com certeza”.
A pesquisa nacional do Instituto Paraná teve efeito de ducha fria, entre os dilmistas: a aprovação do governo Michel Temer, que no início mal passava de 15%, já chegou a 40,6%. A aprovação de Dilma era de 7%.
A convicção no Congresso e no Judiciário é a de que, se tudo o que há contra o ministro Dias Toffoli é o que se divulga, ele foi vítima de injustiça, ao ser colocado sob suspeita por um ato que não é ilegal.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) premiou Esther Dweck, “testemunha de defesa” de Dilma, com uma boquinha em seu gabinete, no Senado. No fim do mês, R$ 22,5 mil na conta. Que vexame.
A diferença do nível de qualidade dos depoimentos de Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do MPF junto ao TCU, e Kátia Abreu (PMDB-TO) foi de doer. Até parece que o procurador é quem tem mandato popular.
Janaína Paschoal, umas das autoras do pedido do impeachment de Dilma, fez questão de parabenizar o corpo técnico do Tribunal de Contas da União, sem o qual “os efeitos nefastos” da roubalheira flagrada no governo Dilma teriam continuado desapercebidos até hoje.
Alegando uma “isenção” que é novidade em sua trajetória, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reiterou que não vai votar no julgamento de Dilma. É o primeiro juiz da História que decide não decidir.
Juscelino Kubitschek reaparecerá por holografia, hoje, em Brasília, descrevendo seu Plano de Metas, na coletiva da neta, Ana Christina Kubitschek Pereira sobre o projeto de acessibilidade do Memorial JK.
Na baixaria do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) fingiu que agrediria Ronaldo Caiado (DEM-GO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fingiu que “segurava” o petista e o goiano fingiu que partiria para a porrada.
Se o impeachment é “golpe”, por que Dilma vai se defender no plenário do Senado, com amplo direito de defesa?

NO DIÁRIO DO PODER
FAMÍLIA DEVOTA
LULA E MARISA QUERIAM FAZER IGREJA NO SÍTIO DE ATIBAIA
PEDIDO ESTÁ EM MENSAGENS DO CELULAR DO EX-PRESIDENTE DA OAS LÉO PINHEIRO
Publicado: quinta-feira, 25 de agosto de 2016 às 18:33 - Atualizado às 18:42
Um relatório da Polícia Federal que analisou mensagens de telefone do ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e do engenheiro Paulo Gordilho reforça indícios de que obras no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), e no tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, foram realizadas pela empreiteira sob orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, inclusive com o pedido de construção de uma 'igrejinha' na propriedade rural. Para a Operação Lava Jato, os imóveis são bens ocultos de Lula - sua defesa nega taxativamente.
"Importante ressaltar que em uma das conversas, Paulo Gordilho (engenheiro da OAS) ao ser questionado por sua filha quando iria visitá-la responde negativamente pois de acordo com próprio Paulo Gordilho 'estão inventando mais coisa', logo após menciona que seria construção de uma 'igrejinha' que ainda faria projeto da mesma", registra relatório de análise 329/2016, da PF de Curitiba, base da Lava Jato.
O documento foi anexado nesta quarta-feira, 24, ao inquérito que apura supostas reformas realizadas pela OAS no sítio de Atibaia e no tríplex do Guarujá, que para a força-tarefa da Lava Jato pertencem a Lula e receberam benfeitorias de empresas acusadas de cartel e corrupção na Petrobras.
"Em troca de mensagens com sua filha, Isnaia, Paulo Gordilho corrobora, além de sua atuação em obras no sítio em Atibaia/SP, sua relação com a empresa Kitchens, empresa esta que teria sido responsável pela fabricação e montagem da cozinha instalada no referido local", destaca a análise da PF.
No mesmo diálogo via mensagens de celular, Gordilho "conta que seu trabalho em Atibaia está ficando pronto, referindo-se a montagem da cozinha Kitchens ao conserto do lago, também no sítio". Em outro diálogo do engenheiro, ele afirma que costuma ir "2 vezes por semana" ao sítio, ao ser indagado sobre a frequência de suas idas a Atibaia.
Nesta semana, a Procuradoria Geral da República (PGR) encerrou negociações preliminares com os executivos da OAS, após um suposto anexo que citava o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter sido publicada pela revista Veja.
Em mensagens entre Gordilho e Léo Pinheiro, a PF também identificou que o conteúdo sugere que "Lula possuía influência importante nas obras no sítio em Atibaia" e faz menção ao projeto da "capela".
"Léo Pinheiro questiona Paulo Gordilho se 'o outro tema está indo bem', fazendo referência aos trabalhos de Paulo Gordilho em Atibaia. Mais adiante, Paulo Gordilho relata que 'nosso tema pediu pra fazer uma capela', conteúdo este que coincide com tema das mensagens trocadas via WhatsApp entre Paulo Gordilho e sua filha, Isnaia Gordilho", registra o documento ao resumir o diálogo.
"Teor desses diálogos indica que ex-presidente Lula possuía influência importante nas obras no sítio em Atibaia, fato que causa estranheza, pois, até momento, as declarações são no sentido de que Lula não seria proprietário do imóvel."
"Léo, nosso tema pediu pra fazer uma capela numa parte alta. Pra 7 a 8 pessoas. Faço?", questiona Gordilho. "Cozinha ficou beleza gostaram muito. Ok. Vou começar lagoa impermeabilização."
Para a PF, "Gordilho também relata acerca da reforma no lago, também localizado no referido sítio, dizendo a Léo Pinheiro sobre cada etapa da obra sobre finalização da cozinha, mencionando ainda que 'gostaram muito', fazendo referência, possivelmente, ao casal Lula Marisa Letícia".
Encontros
Na análise das mensagens, estão registrados supostos encontros de Gordilho, Léo Pinheiro e a família Lula. Numa delas, o engenheiro da OAS conta para a filha "sobre um encontro a ser realizado em Atibaia "na fazenda de Lula' no qual estarão presentes ele, Léo Pinheiro, Lula, dona Marisa, esposa de Lula, para tratarem de assuntos de arquitetura relacionados 'a casa na lagoa que está vazando'".
"Vale destacar também que Paulo Gordilho tem demasiada preocupação com sigilo do encontro, pedindo sua filha 'sigilo absoluto' do mesmo."
"As mensagens demonstram atuação de Paulo Gordilho, consequentemente da Construtora OAS, em obras realizadas no sítio em Atibaia/SP, indicando ainda ciência por parte do ex-presidente Lula acerca do assunto, pois em certo trecho da conversa Paulo Gordilho escreve "Ele quer uma coisa Mariza (sic) quer outra lá vai eu Léo dar opinião", além de citar encontro entre os mesmos."
Defesa
O advogado José Roberto Batochio, que coordena a estratégia de defesa do ex-presidente Lula, afirma que a Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, não detém competência para conduzir os feitos relativos ao petista.
"A defesa de Lula arguiu a incompetência do juiz do Paraná para apreciar e julgar estes casos que envolvem o apartamento do Guarujá, o sítio de Atibaia e o Instituto Lula por uma razão muito simples."
"A lei diz que o juiz competente para julgar os fatos é o juiz do local onde os fatos teriam ocorrido. O apartamento que, indevidamente, é apontado como de propriedade de Lula, fica no Guarujá, que não se confunde com Guaratuba. Guaratuba fica no Estado do Paraná. De outro lado, o sítio se situa em Atibaia, que é Estado de São Paulo. Atibaia não é Atalaia, uma cidade do Paraná."
"Não há nenhuma razão para esses processos estarem no Paraná. Como questionamos isso, que o caso não tem nada a ver com o Paraná, o Ministério Público Federal, para contestar nossa exceção de incompetência, escreve setenta páginas. Só pelo fato de ter escrito setenta páginas significa que a tese é insustentável. Guarujá é, de fato, no Estado de São Paulo. E Atibaia é, de fato, no Estado de São Paulo. Guarujá e Atibaia não são no Paraná."
"Para 'provar' que Guarujá e Atibaia estão no Paraná, os procuradores escrevem setenta páginas."
"Isso vai ser resolvido pelos tribunais superiores, de modo a colocar as coisas nos devidos lugares. A não ser que tenham mudado Guarujá e Atibaia para o Estado do Paraná." (AE)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O PRIMEIRO DIA DO JULGAMENTO – Petistas estrelam uma farsa e atuam para um filme
É irrelevante saber se procurador que acusa Dilma é testemunha ou informante: o que importa aos senadores, que são os juízes, é o que ele disse
Por: Reinaldo Azevedo 
Sexta-feira, 26/08/2016 às 1:27
Um espetáculo deprimente. A isso se assistiu nesta quinta-feira, 25, no primeiro dia do julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff. Os petistas e assemelhados sabem que nada mais têm a perder a não ser a vergonha. E a perdem com impressionante ligeireza. Estão, como veremos, estrelando uma farsa. Estão posando para as câmeras.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) desponta como exemplo de truculência sem limites, a não reconhecer nem mesmo a instituição que a abriga. Disse ao menos duas vezes que o Senado não tem moral para julgar Dilma — um julgamento comandado pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. A primeira gerou um bate-boca em que Lindbergh Farias (PT-RJ) chamou Ronaldo Caiado (DEM-GO) de “canalha”, ouvindo deste que é um viciado em drogas que tem de “fazer teste antidoping”.
Na segunda vez, Gleisi foi advertida por Lewandowski: “Não volte a mencionar essa expressão”. A mulher do ex-presidiário preventivo, Paulo Bernardo, não se deu por achada: “Essa Casa conspirou contra a presidente Dilma, tivemos as pautas-bombas”.
O petista Paulo Rocha (PT-PA) vociferou, num determinado momento, que havia membros do Judiciário com posição política. E citou nominalmente Gilmar Mendes, que foi defendido pelos senadores Ana Amélia (PP-RS) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Não por acaso, o senador ataca um dos apenas três de onze ministros que não foram nomeados por Lula ou por Dilma.
Os petistas, escoltados sempre pela barulhenta Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), sabem que a causa está perdida. Agora buscam provocar o maior dano possível ao governo em curso, que se tornará definitivo em breve, e ao Brasil. O que se quer a todo custo é dar verossimilhança à narrativa do golpe. Um documentário defendendo essa tese está sendo rodado. Quando os petistas estrilam, estão, na verdade, representando. Ainda que sejam patetas se fingindo daquilo que deveras são.
Testemunha, informante
A testemunha de acusação mais articulada, preparada e técnica, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, falou como informante, não mais como testemunha. A sua suspeição foi pedida pela defesa de Dilma porque ele chegou a se manifestar no Facebook em favor dos protestos pró-impeachment.
Que importância isso tem? Nenhuma! Aliás, o informante é até mais livre do que a testemunha, que é instada, afinal, a falar apenas sobre coisas que presenciou, com o compromisso de dizer a verdade. As obrigações de um informante são bem menores.
Ocorre, meus caros, que o juiz, nesse caso, são juízes — 80 ou 81 se Renan Calheiros votar. Se o mais uma vez muito preciso e técnico depoimento de Oliveira foi o de uma testemunha ou de um informante, eis uma coisa de uma irrelevância danada. Não será isso a definir o voto do senador, mas a qualidade do que foi dito.
A defesa de Dilma tem lá as suas graças. Uma de suas testemunhas é o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, sócio e membro do Conselho Editorial da revista “Carta Capital”, abertamente contrária ao impeachment — mesma posição de Belluzzo — e aquinhoada, nos tempos do petismo, com generosa verba publicitária oficial. Será que ele pode ser testemunha?
Ester Dweck, outro nome apresentado pela Afastada, foi nomeada para um cargo no Senado pela insaciável Gleisi Hoffmann. Talvez a acusação não devesse arguir a sua suspeição. Assim eles são obrigados a dizer a verdade. Pode ser mais divertido.
Documentário
E podem se preparar! Os petistas e afins estão armando um verdadeiro circo porque, a esta altura, já se comportam como atores. São farsantes! Como informou VEJA.com, existe um projeto chamado “Impeachment”, que consiste num documentário dirigido por Petra Costa.
Trata-se de tentar emprestar verossimilhança à tese mentirosa do golpe. Quando Lindbergh, Vanessa e Gleisi fazem suas estripulias, sabem que estão sendo filmados. Querem depois parar no cinema.
Desde 13 de março, segundo a reportagem, quando houve a maior manifestação da História — e foi a favor do impeachment —, Petra diz ter mais de 500 horas de gravação.
Reproduzo um trecho da reportagem, que explica o filme crítico ao impeachment:
“Lula emerge como um dos principais personagens da história, que deverá ser exibida no Brasil e no exterior em 2017. Nos últimos meses, o ex-presidente tem montado uma agenda pensada com o objetivo de produzir imagens que se encaixam no enredo.
VEJA acompanhou os bastidores das gravações realizadas em julho no Recife e no interior de Pernambuco. Ali, tudo parecia uma encenação. Enquanto criticava o presidente interino Michel Temer e o juiz Sergio Moro, Lula olhava para as câmeras, gesticulava, abraçava crianças, acariciava trabalhadores.
Durante uma visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), um drone filmava o ex-presidente caminhando no meio de uma plantação. Num dado momento em que o aparelho se aproxima, ele ergue para o céu um punhado de mandiocas que haviam sido colhidas e faz uma breve saudação, sorrindo para a câmera.”
Encerro
Toda a gritaria de petistas e afins, a que você assistirão até a hora final é parte de uma encenação grotesca.
Os farsantes, ora vejam!, dedicam-se a uma farsa. Faz sentido.

NO BLOG DO JOSIAS
Quem tem moral no Senado?, eis a questão
Josias de Souza
Sexta-feira, 26/08/2016 04:24
Quem tem moral no Senado para julgar Dilma?, eis a questão. A interrogação vem a propósito de um arroubo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no primeiro dia do julgamento do processo de impeachment. Antes de responder à pseudocuriosidade da senadora, vale a pena atrasar o relógio até 1992. Imaginou-se que o impeachment de Fernando Collor e a posse de Itamar Franco — o Michel Temer da época — entrariam para a História como marcos moralizadores da política nacional.
A desfaçatez com que PC Farias — precursor de Delúbio e Vaccari — comercializava sua influência no governo e dividia propinas com o presidente e seu grupo político pareciam ótimas oportunidades para o País tomar jeito. Mas deu tudo errado. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro… Até desaguar no mar de lama do Mensalão. Que escorreu para o oceano do Petrolão. Que se misturou à ruína econômica no caldeirão em que arde o mandato de Dilma. Decorridos 24 anos, o País se depara com o segundo processo de impeachment de sua História e com a pergunta de Gleisi Hoffmann: Quem tem moral…?
Considerando-se que foi com o beneplácito de Lula que o PT se converteu numa máquina coletora de dinheiro, que o Mensalão e o Petrolão têm sua origem na gestão dele, que foi sob o seu patrocínio que petistas e aliados nomearam os petrogatunos, que Dilma foi eleita e reeleita em cima de uma caixa registradora tóxica, considerando-se tudo isso, mais o fato de o PT governar o País há 13 anos, escorado em sarneys, renans, collors, malufs, cunhas e assemelhados, chega-se à seguinte conclusão: o objetivo de Gleisi Hoffmann ao questionar a moral dos colegas é desobrigar a política de fazer sentido.
Durante o governo Sarney, Lula chamava-o de “ladrão”. Golpeado por Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula pegou em lanças pelo impeachment. Nessa época, o tratamento mais cortês que Collor mereceu de Lula e de todo o petismo foi o de “corrupto''. Que dizer dos insultos que o PT e seu morubixaba trocaram com Maluf? De repente, os ex-moralistas associaram-se a todos os imorais num mesmo empreendimento governamental. E anunciaram à Nação: “Somos todos aliados! Somos uns a cara esculpida e escarrada dos outros.”
Antes de borrifar perguntas na atmosfera seca do plenário do Senado, Gleisi Hoffmann precisaria fornecer respostas: depois que fizeram tanto esforço para se tornar iguais, como podem supor que ainda é possível distinguir uns dos outros? Não eram todos aliados até ontem? Não foi sob o poder petista que Cunha, Collor, Renan, Sarney, Jucá, Barbalho e tantos outros plantaram bananeira dentro dos cofres da Petrobras e do setor elétrico?
Dilma, Lula e o PT chegaram à condição atual por seus próprios deméritos. Por três mandatos, abasteceram a coligação governista de propinas. O Mensalão mal havia secado e já existia o Petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava Jato emparedou corruptos e corruptores. Pela primeira vez, a oligarquia foi para o xadrez. A corrupção passou a dar cadeia. Interrompido o provimento regular de dinheiro sujo, aliados foram se convertendo em traidores.
Até bem pouco, Dilma enxergava o Senado como sua última trincheira. Renan Calheiros era o herói da resistência. Hoje, madame não consegue juntar 28 votos para salvar o mandato. O petismo é picado pelas serpentes que o poder petista financiou. Num ambiente assim, tão conspurcado, a companheira Gleisi renderia homenagens à lógica se evitasse questionar a moral alheia.
Gleisi faria um bem a si mesma se pelo menos adiasse suas reprimendas para depois do encerramento do processo em que seu marido, Paulo Bernardo, é acusado de tomar parte de um esquema que assaltou aposentados e servidores pendurados no empréstimo consignado. A senadora terá muito mais moral depois que ficar comprovado que seu marido não participou de tamanha imoralidade.

‘Impeachment é natural’, diz Temer. Heimm?!?
Josias de Souza
26/08/2016 01:10
Após acender a tocha dos Jogos Paralímpicos, Michel Temer aventurou-se numa prova de arremesso de declarações sobre o microfone. Uma repórter perguntou-lhe se estava inseguro. “Aconteceu alguma coisa?”, estranhou. O impeachment, disse-lhe outro repórter. E Temer: “Imagine! É uma coisa tão natural na democracia.'' Hã?!?
Desde a redemocratização, o brasileiro elegeu quatro presidentes: Collor, FHC, Lula e Dilma. O remédio do impeachment já foi aplicado contra Collor. Repetindo-se a dose com Dilma, a democracia brasileira exibirá uma taxa de letalidade de 50%. Um observador atento verá no fenômeno evidências de que a democracia brasileira é um sistema político com a cabeça a prêmio.
Um otimista, como Michel Temer, dirá que o alto grau de mortalidade de presidências é prova de que a democracia está cheia de vida. Tudo parecerá “natural” para alguém que ocupe a vice-presidência no Brasil. Tirando o posto de massagista da Gisele Bündchen, não há no País melhor emprego do que o de vice-presidente. As chances de promoção são altíssimas.

Josias de Souza
Quinta-feira, 25/08/2016 20:46
Lula voará para Brasília no final de semana. O petismo informa que se trata de um derradeiro esforço do criador para socorrer sua criatura. É lorota. Lula, de fato, vai à Capital em missão de resgate. Nada a ver, porém, com o mandato de Dilma Rousseff, já triturado. O morubixaba do PT tenta salvar o que restou de sua imagem.
Lula colocará o seu melhor terno, a sua gravata mais vistosa e as suas mais expressivas caretas para a equipe de filmagem do documentário ‘Impeachment’, coordenado pela cineasta Petra Costa. Ele planeja uma incursão ao Senado na segunda-feira, 29. Nesse dia, Dilma encenará o seu epílogo no papel de ré.
Após fazer sua autodefesa, Dilma se submeterá à inquirição dos senadores. Apresentada no libelo acusatório como uma espécie de vampira das contas públicas, madame fará para as lentes do documentário uma pose de bebedora de groselha. De pose em pose, o PT espera assumir seu papel preferido —o papel de vítima.
Para Lula, a vitimização é um grande negócio. É mais fácil colocar a culpa nos outros do que reconhecer que suas digitais estão na origem da ruína moral e econômica que corroeu a presidência de Dilma. O Mensalão e o Petrolão tiveram origem na gestão Lula. O mito da supergerente infalível foi criado por ele.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 26.08.16 06:52
Mônica Bergamo, sobre quem não temos dúvidas, apenas certezas, escreveu que as tensões entre os procuradores da Lava Jato e a Odebrecht são grandes, porque a empreiteira não está contando tudo o que sabe...
Brasil 26.08.16 06:43
A Folha publica que Dilma Rousseff, no seu depoimento ao Senado, "pretende fazer um discurso de caráter pessoal em que dirá que o processo de impeachment foi criado de maneira artificial para tirá-la do cargo após 'vingança' e "chantagem' de Eduardo Cunha"...
Brasil 26.08.16 06:35
Antonio Carlos D'Ávila Carvalho, a outra testemunha da acusação a Dilma Rousseff, também disse o seguinte sobre a herança maldita da petista...
Brasil 25.08.16 21:29
O procurador Júlio Marcelo está de parabéns por manter o tom tranquilo e a expressão impassível, apesar das agressões deliberadas e desesperadas de José Eduardo Cardozo e da bancada da chupeta.
É um gigante.
Brasil 25.08.16 21:21
Em alegações finais na ação penal que investiga João Santana e Mônica Moura por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o Ministério Público Federal pediu à Justiça que os réus devolvam à Petrobras R$ 1,5 bilhão...


NO BLOG BRASIL VERDE AMARELO
A senadora Gleisi Hoffmann está jogando pesado nas tratativas para evitar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff.
O site O Antagonista publicou com exclusividade documento de nomeação da testemunha Esther Dwek para o gabinete da senadora Gleisi Hoffmann.
A testemunha ainda não tomou posse mas o documento está pronto.
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