PRIMEIRA EDIÇÃO DE 24-8-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
24 DE AGOSTO DE 2016
A CPI da Funai e do Incra, cuja prorrogação foi negada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a pedido do PT, deixará de investigar, entre outros crimes, a morte do produtor rural Gilmar Borges, nas cercanias de Brasília. Gilmar era arrendatário de 247 hectares no Gama (DF) havia 40 anos, mas a terra foi invadida pelo MST e sua vida virou um inferno, até ser executado aos 78 anos, dias após depor na CPI.
O relatório sobre o caso Gilmar cita a deputada Érika Kokay (PT-DF), que apoiou a invasão do MST, por isso ganhou o carimbo “reservado”.
Gilmar contou à CPI que era ameaçado pelo MST e os invasores se reportavam a Érika Kokay, que estaria “por trás” das invasões.
Apareceu na investigação o nome do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), mas ele nega. Acha até que se trata de homônimo.
Procurada, a deputada petista Érika Kokay não respondeu aos questionamentos da coluna, nem mesmo por sua assessoria.
O senador e ministro José Serra (Relações Exteriores) provocou um grande mal-estar, nesta terça (23), após chegar – atrasado – no almoço do tucano Tasso Jereissati (CE) com senadores que apoiam Michel Temer. Serra disse que estava lá para fazer um apelo pela aprovação do reajuste do Itamaraty, mas, desolado, soube que o Palácio do Planalto não mandava o projeto porque seu partido, o PSDB, vetaria.
A afirmação de Serra provocou imediata reação dos tucanos, que garantem não vetar coisa alguma e que nem sequer foram consultados.
Após o impeachment, a fofoca do Planalto sobre o comportamento da bancada do PSDB vai dar dor de cabeça em Michel Temer.
No DEM, a reação é idêntica: o líder, Ronaldo Caiado (GO), avisou que após a destituição de Dilma o partido vai rediscutir o apoio a Temer.
Palavra de atento deputado federal do PT que torce pelo término da novela: se Dilma escapasse do julgamento no Senado, enfrentaria ao menos outros nove pedidos “muito consistentes” de impeachment, inclusive pelo “conjunto da obra” de corrupção em seu governo.
Funcionários do Ministério da Saúde dão como certa a substituição do ministro Ricardo Barros, a quem se referem como “Trump brasileiro” desde a bobagem que disse sobre homem trabalhar mais que mulher.
A oposição considera processar o ex-presidente Lula por falsa denúncia de crime, como o nadador mentiroso dos Estados Unidos, Ryan Lochte. Lula disse à ONU ter sido “punido” na Lava Jato, mas ele foi apenas denunciado por envolvimento em vários casos de corrupção.
Funcionários do Senado já compreenderam o papel do ex-ministro Gilberto Carvalho em sua boquinha no gabinete do senador Lindbergh Farias (PT-RJ): criar factoides favoráveis ao impeachment.
Carlos Nuzman foi esperto. Como o colega que organizou a olimpíada de Barcelona, ele designou um diplomata experiente, embaixador Agemar Sanctos, para destravar os delicados assuntos institucionais e internacionais, como um diretor do Comitê Rio 2016. Foi um sucesso.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) dá o exemplo: em vez de faltar, decidiu se licenciar para trabalhar na campanha eleitoral da Paraíba. Assumirá a liderança o senador Paulo Bauer (SC).
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, precisa de novo líder na Câmara Legislativa, após a renúncia do anterior, enrolado no escândalo da vez. O deputado Professor Israel (PV) dormiu líder, mas estão no páreo Rodrigo Dalmácio (PTN) e Reginaldo Veras (PDT).
É de autoria do líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), o projeto que cria a identidade profissional de radialistas, como jornalistas, advogados ou arquitetos. É antiga reivindicação da classe.
...no caso da investigação da chapa Dilma-Temer no TSE, pau que bate em presidenta, bate em 'presidento'.

NO DIÁRIO DO PODER
NADA FEITO
LEWANDOWSKI NEGA PEDIDO DE DILMA PARA ANULAR IMPEACHMENT
DEFESA QUERIA ANULAR OS VOTOS DOS 59 SENADORES PRÓ-IMPEACHMENT
Publicado: terça-feira, 23 de agosto de 2016 às 19:42
Responsável por conduzir o processo de impeachment, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, negou nesta terça-feira, 23, pedido da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff para anular o processo.
A defesa de Dilma queria anular a decisão de pronúncia, sob a alegação de que o procedimento de votação na sessão do plenário do Senado de 10 de agosto, ocorreu com "violação ao devido processo legal" e ao direito de defesa da petista.
O argumento jurídico é que as questões preliminares apresentadas pela defesa deveriam ter sido apreciadas separadamente, conforme as regras do Código de Processo Penal, e não globalmente, como permite o Regimento do Senado.
"Não vislumbro nenhuma nulidade na decisão de pronúncia proferida pelo Senado Federal. É que o fato de as (questões) prejudiciais e as preliminares terem sido votadas em bloco não trouxe qualquer prejuízo à acusada", argumentou Lewandowski em sua decisão.
O presidente do STF destacou que os senadores, por votação majoritária, decidiram não só "rejeitar todas as (questões) prejudiciais e preliminares, das quais tinham plena ciência, como também acolher - para os fins de pronúncia - as duas imputações assacadas contra a acusada".
"Não é incomum, nos órgãos jurisdicionais colegiados - aliás isso configura até uma praxe, especialmente no STF, que las questiones prejudiciales y previas, como as denominam os doutrinadores espanhóis, sejam examinadas em bloco, quer dizer, no momento em que se aprecia o mérito de uma causa ou de um recurso", sustentou Lewandowski.
Testemunhas
Nesta segunda-feira, 22, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu um recurso relativo ao rol de testemunhas apresentado pela defesa de Dilma. O ministro autorizou que o nome de ex-secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência, Gilson Bitencourt fosse substituído pelo do advogado e professor de Direito Financeiro da UERJ Ricardo Lodi. Lewandowski também permitiu a alteração da ordem de inquirição das testemunhas. O julgamento final do impeachment está marcado para começar nesta quinta-feira, 25. (AE)

LAVA JATO
MENDES E JANOT TROCAM FARPAS SOBRE VAZAMENTOS DA LAVA JATO
MINISTRO ACUSOU PROCURADORES E PGR DISSE QUE NINGUÉM VAZA O QUE NÃO TEM
Publicado: terça-feira, 23 de agosto de 2016 às 17:52 - Atualizado às 18:05
O ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) disse hoje que é preciso colocar um "freio" nos procuradores responsáveis pelas investigações da Lava Jato. A afirmação veio após matéria da revista Veja com detalhes da delação do empreiteiro Léo Pinheiro (OAS), o que foi considerado um vazamento oriundo do MPF.
Pouco depois, durante reunião do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu as acusações do ministro do STF e afirmou que os procuradores não são responsáveis pelo vazamento das informações, pois "ninguém vaza o que não tem". Janot disse ainda que há um "estelionato delacional" com a divulgação das informações para pressionar o Ministério Público a homologar as delações.
Gilmar disse que a retaliação ficou evidente com relação ao colega de STF, ministro Dias Toffoli, após ele conceder habeas corpus ao ex-ministro Paulo Bernardo e por ter fatiado o processo da Lava Jato. "Houve manifestações críticas dos procuradores. Isso já mostra uma atitude deletéria", disse. "Quem faz isso está abusando da autoridade", concluiu.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Quando a Primavera chegar, a Era da Canalhice já será um cadáver em adiantado estado de decomposição
Faltam apenas sete dias para o fim da farsa que Lula pariu e Dilma Rousseff amamentou
Por: Augusto Nunes 
Terça-feira,  23/08/2016 às 19:28
A última semana deste agosto é também a última semana do mais longo e mais patético velório político da História do Brasil. Daqui a sete dias, milhões de brasileiros estarão festejando o fim de uma farsa que durou 13 anos e meio. Não é pouca coisa. Quando a Primavera chegar, a Era da Canalhice já será um cadáver em decomposição.
Por enquanto, o governo Michel Temer é uma esperança espreitada por dúvidas. Melhor assim, atesta a comparação com a certeza medonha parida pelos governos de Lula e Dilma: com a permanência dessa dupla e seus comparsas no poder, seria proibido sonhar com a salvação de um Brasil devastado pela inépcia, pelo cinismo e pela corrupção.
No mesmo instante em que Dilma foi despejada do Planalto, sem que o presidente interino tivesse sequer esboçado uma única e escassa mudança de rumo, tudo subitamente pareceu menos aflitivo, mais respirável, menos desolador. Meia dúzia de decisões sensatas depois, o reinado do lulopetismo se reduzira a uma lembrança tão remota quanto a chegada de Cabral.
A reconstrução do Brasil não será fácil. Para torná-la menos penosa, lembremo-nos o tempo todo do legado de Lula e Dilma. Aconteça o que acontecer, o País que enfim se vai sempre será infinitamente pior do que o País que está chegando.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
DELAÇÃO JÁ! Gilmar Mendes, que é contra suspender o acordo com Léo Pinheiro, é que é o mocinho da história
As coisas estão da pá virada, não é? Então Janot pretende que Léo Pinheiro guarde segredos sobre a bandidagem que tomou conta do Estado e é tratado como mocinho!
Por: Reinaldo Azevedo 
Quarta-feira, 24/08/2016 às 5:37
Ai, ai…
Os tempos realmente não andam dos mais simples. Em Kakânia, o país imaginário de Musil no livro “O Homem Sem Qualidades”, “tomava-se um gênio por patife; nunca se tomava um patife por gênio”. E olhem que Kakânia respirava, assim, um certo ar de desalento, de lenta decadência, de desencanto “magro e severo”. Temos tido menos sorte no Brasil. Há muito tempo já, realizam-se por aqui as duas operações: gênios podem ser tratados como patifes, o que não deixa de ser raro porque raros são os gênios. Mas com que frequência a patifaria assume o ar da genialidade!
Dei uma rápida passada pelas redes sociais e até por algumas páginas da Internet que se querem contra a impunidade. Jesus Cristo! Como a burrice e a ignorância são satisfeitas de si e sentenciosas! Eis que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, que decidiu pôr os pingos nos is, está sendo tratado como inimigo da investigação e da apuração da Lava-Jato. E a Rodrigo Janot, que pôs um ponto final à delação de Léo Pinheiro, sem nem dizer por quê, dispensa-se o tratamento de herói.
Mais: os petralhas e os “burralhas”, que não sabem ler, dizem que estou criticando a apuração de VEJA. Em primeiro lugar, se e quando acho o caso, critico. Em segundo lugar, eu nem entrei no mérito. Aliás, repudio essa mania de sempre se querer saber quais são as fontes das reportagens da revista, que reiterou a sua apuração. Mais ainda: já escrevi umas 800 vezes que a imprensa não é guardiã de sigilo ou confidencialidade. Meu ponto é outro.
Aqui e ali, tenta-se sugerir que a decisão de Janot de sepultar a delação de Léo Pinheiro seria um jogo de acomodação com o Poder Judiciário, “agora que apareceu o nome de um ministro do Supremo”. Bem, terei de dizer assim: uma ova! Mais: acusa-se Mendes de ter tido uma reação corporativista, de defesa de um ministro que lhe é próximo.
Bem, então testemos as hipóteses. Ora, fosse assim, por que o suposto “corporativista” Mendes estaria criticando com dureza inédita o ponto final à delação de Léo Pinheiro? Se o empreiteiro sabe de alguma coisa que compromete o seu amigo e sendo um corporativista, parece que o razoável seria fazer o contrário ou calar-se, não é?
Insisto no ponto: quem está cobrando que se criem as condições para que Léo Pinheiro conte tudo é Mendes. Quem não quer mais saber o que ele tem a dizer é Janot. E é o primeiro a ser chamado de vilão? Ora, já vimos delatores mentindo abertamente; outros mudaram completamente a versão. Nem por isso se tomou a atitude drástica de agora. E não deve ser para preservar Toffoli, não é mesmo? Ou será que Mendes cobra com tamanha dureza que a delação continue porque sabe que ela implodiria o STF? Deveria haver um limite para o ridículo. Mas, pelo visto, não há.
A fala de Janot nesta terça-feira, 23 foi a pior possível. Ao afirmar que ele não está procurando proteger ninguém, sobrou a suspeita de que poderia estar se referindo ao ministro Dias Toffoli. É o tipo de afirmação que deixa rastro de suspeita. Ora, é claro que não! O ministro certamente não quer coisa distinta do que quer seu parceiro de tribunal: que a delação seja mantida.
Mendes é contra o fim da delação. Toffoli é contra o fim da delação. Por que Janot é a favor? A quem interessa que os segredos de Léo Pinheiro morram com ele?
Como lembra VEJA.com, “a revista informou que a proposta de delação da qual faz parte o anexo sobre Dias Toffoli fora ‘apresentada recentemente à Procuradoria Geral da República’ e ainda não fora aprovada ou formalizada. Estava em negociação.” Janot saiu-se com o truque retórico: diz que tal anexo nunca entrou na Procuradoria. Mas esperem: ELE PUNIU LÉO PINHEIRO PELO VAZAMENTO DE UM ANEXO QUE NÃO EXISTE?
Eu não quero saber a fonte da revista.
Eu acho que cabe aos entes competentes investigar o vazamento.
Mas eu quero, sim, a delação de Léo Pinheiro, ora essa! Doa a quem doer. Quem tem de explicar por que não quer mais é Rodrigo Janot.

Ministério Público não pode ser fonte de difamação de supostos desafetos
Em vez de bater boca com Mendes e de sair por aí fazendo plantações indevidas, sugiro que os valentes do MP se concentrem na investigação das tramoias reveladas pela Lava-Jato
Por: Reinaldo Azevedo 
24/08/2016 às 5:35
Já critiquei aqui o pendor do Ministério Público para fazer política. Sou uma pessoa esquisita. Elogio todas as qualidades do órgão e critico todos os seus defeitos. Infelizmente, alguns procuradores estão confundindo o cumprimento do dever com licença para fazer qualquer coisa. E nem estou me referindo à autoria do vazamento.
Todos os meus colegas jornalistas sabem que procuradores passaram esta terça-feira, 23, exercendo a profissão de hortelãos: estavam plantando na imprensa e em grupos que lutam pelo fim da corrupção a avaliação de que Gilmar Mendes havia se tornado um inimigo da Operação Lava Jato, agora que o PT já caiu. Os mais ousados chegam mesmo a indagar, por palavras oblíquas, quem o Supremo pensa que é para ousar enfrentar o Ministério Público. As coisas saíram do eixo. E precisam voltar a ele para que os corruptos possam ser punidos. Para que patuscadas como o fim da delação de Léo Pinheiro não se repitam.
Ora, então Mendes seria agora inimigo da Operação? Será, então, por isso que ele critica com tamanha dureza o rompimento de negociações com o ex-chefão da OAS? E quem é amigo da investigação? Janot, que pretende costurar a boca do empreiteiro?
Infelizmente, correntes do MP, imbuídas de espírito salvacionista, que é sempre contraproducente — obtém o contrário do que pretende —, tornaram-se máquinas poderosas de atacar reputações. Uma discordância mínima, lateral que seja, já faz daquele que dissente uma pessoa suspeita. Isso é detestável. Os mesmos hortelãos tentaram atribuir ao advogado de Pinheiro, José Luís de Oliveira Lima (conhecido por “Juca”), o tal vazamento. A única coisa que não conseguiriam explicar é por que isso seria bom para o seu cliente.
Janot deveria é procurar pôr ordem na casa, em vez de vir a público com palavras ambíguas e anfíbias, inclusive sobre o trabalho da imprensa. Há obviamente no ar o cheirinho de que tenta proteger seus bravos rapazes — que jamais hesitaram, no entanto, em lhe aplicar um “bay pass” quando julgaram necessário.
Todos os aplausos ao bom trabalho do Ministério Público Federal. Mas não endosso e nunca endossei — há mais de 10 anos de arquivo à disposição — seu pendor para fazer política. Quando o ministro Gilmar Mendes critica, e com muita dureza, uma proposta que fala até na admissão de provas ilícitas, “desde que colhidas de boa-fé”, faz, sim, o que se espera de um magistrado. Só faltava agora um ministro do Supremo condescender com tal estupidez. “Ah, que fale nos autos!” A defesa da Lei e da Constituição pode e deve ser feita por integrante da Corte Suprema do País também fora dos autos porque nem uma nem outra são mera questão de gosto ou de juízo de valor.
Eu mesmo tomei pancadas aos montes porque ousei, ora vejam!, discordar de uma coisa ou de outra ao longo da Operação. Não ligo porque tenho casca dura. Dez anos tomando porrada de petralhas me deram a devida carapaça. Mas acreditem: os espadachins da reputação alheia de um lado e de outro não agem de maneira muito distinta, não. Janot e a Corregedoria do Ministério Público precisam mandar seus rapazes de volta ao quartel. Ninguém está aqui a defender lei da mordaça ou qualquer coisa do gênero.
Em benefício da ordem pública — aquela mesma cuja transgressão rende prisão preventiva —, convém que todos se comportem dentro da lei e segundo as suas atribuições. Procuradores têm de saber que a democracia é coisa importante e grande demais para que sua operação seja monopólio do Ministério Público.
Em vez de bater boca com Mendes e de sair por aí fazendo plantações indevidas, sugiro que os valentes se concentrem na investigação das tramoias reveladas pela Lava-Jato.
Procurador não tem de ficar em palanque. E também não, missionário, paladino ou legislador.
Ou, como se vê, quem sai ganhando são os bandidos. Ou não é o que vai acontecer se Léo Pinheiro foi silenciado por Janot?

Se Léo Pinheiro levar para o túmulo o que sabe, quem ganha? Conta outra, Janot!
Esse já consegue ser o maior mistério da Operação Lava Jato. Se um enrolado vazar dados da sua relação com um delator, então acaba a delação? Quem ganha com isso?
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 23/08/2016 às 19:14
Querem ver? Vou expor aqui o caminho para uma pizza gigantesca. E não se trata de teoria conspiratória, não! É apenas exercício regular da lógica elementar.
Em vez de decidir investigar a fonte dos constantes vazamentos da Operação Lava Jato; em vez de tentar botar um pouco de ordem na casa e seguir as diretrizes institucionais, o senhor Rodrigo Janot, procurador-geral da República, finge um rigor técnico que não existe e decreta o fim da delação de Léo Pinheiro.
Pois bem! O que o chefão da OAS sabe, ora vejam, morrerá com ele. Se ele delatar, isso lhe será irrelevante. Arruma inimigos novos sem que colabore para reduzir a sua pena.
Lula agradece.
Dilma agradece.
Outros tantos também.
Mas ainda não cheguei ao ponto. Disse o procurador-geral:
“Declarei encerradas as negociações, isso não cheira mal, cheira bem. É uma maneira de o MP impor sua atividade institucional. O MP age de forma cristalina, nada escondo nem protejo a ninguém. Inventaram estelionato delacional com intuito de pressionar MP a aceitar acordo que não seja bom”.
Como? “Estelionato delacional”? Inventaram? “Quem” inventaram??? Com que propósito? A quem servia o “estelionato delacional”? Certamente não é à imprensa.
Ingredientes
Se alguém quer inviabilizar a delação de Marcelo Odebrecht, por exemplo, com o que ela tem de potencial explosivo, basta que um futuro enrolado vaze as suas, vamos dizer, relações não republicanas com o grupo.
Se Janot mantiver essa decisão, ele, e não outro, estará dando os ingredientes para a pizza.
Pergunta-se: todo vazamento interessa ao delator? Por quê? Se isso não é uma tese geral, por que esse vazamento, em particular, interessa? Quais são os elementos de que dispõe o Ministério Público?
Segundo Janot, o tal anexo sobre Toffoli nunca chegou ao Ministério Público.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, diz que os investigadores estão se sentindo “o ‘ó’ do borogodó”. E acrescentou: “Eu acho que a investigação tem que ser em relação logo aos investigadores porque esses vazamentos têm sido muito comuns. É uma prática bastante constante, e eu acho que é um caso típico de abuso de autoridade e isso precisa ser examinado com toda cautela”.
Que fique uma coisa de relevante: seja lá qual for a origem dessa história, que levou o nome de Toffoli para o centro da confusão, uma coisa é certa: PÔR FIM À DELAÇÃO DE LÉO PINHEIRO, SEM MAIS NEM AQUELA, SÓ É DO INTERESSE DE BANDIDOS, NÃO?
Ou alguém conseguiria demonstrar que, se Léo levar para o túmulo o que sabe, o Brasil fica melhor?
Conta outra, Janot!

NO BLOG DO JOSIAS
Ainda há senador ‘indeciso’ na praça! Hummm…
Josias de Souza
Terça-feira, 23/08/2016 18:10
Os políticos têm um notável senso de oportunidade. Alguns ficam em cima do muro até a última hora e, quando não tem mais jeito, saltam para o lado que for mais lucrativo. Você pode não acreditar. Mas ainda há em Brasília senadores que se equilibram sobre a 'dúvida'. São paparicados por Dilma e por Temer.
A madame adota meios sórdidos para alcançar o nobre fim de evitar um “golpe” contra os valores democráticos. O doutor manda às favas qualquer perspectiva de revisão das velhas práticas sob o pretexto de livrar o Brasil da delinquência fiscal e do atraso petista. Ambos oferecem a biografias duvidosas novas e lucrativas oportunidades.
Jaburu e Alvorada disputam, por exemplo, o amor de senadores como Edison Lobão (PMDB-MA), João Alberto Souza (PMDB-MA) e Roberto Rocha (PSB-MA). São homens públicos cujas dúvidas costumam ser diluídas pelo déficit público. Nas últimas horas, pendiam para Temer. Mas, para seduzi-los, Dilma e o PT dão uma banana até para o PCdoB do governador maranhense Flávio Dino, um proto-aliado.
Num Brasil pós-freudiano e pré-falimentar, que convive com dois presidentes, mas não tem nenhum, passa da hora de os senadores se situarem. Recomenda-se aos indecisos que peguem seus RGs. Confiram a foto. Verifiquem se as assinaturas conferem. Peguem também o CPF. Recitem os números. Repitam três vezes, para ter certeza de que vocês continuam sendo vocês mesmos e não um grupo de impostores.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 24.08.16 07:07
Procuradores temem que os ministros do STF passem a negar pedidos de diligências da Lava Jato, uma resposta ao envolvimento de Dias Toffoli na operação, informa a Coluna do Estadão...
O Financista 24.08.16 07:04
Em conversa na tarde de ontem com Michel Temer, o senador Ataídes Oliveira cobrou do presidente mudanças nas estatísticas de desemprego do país...
Brasil 24.08.16 06:47
Em sua desmesurada, porém calculada reação ao episódio Léo Pinheiro-Dias Toffoli, Gilmar Mendes subiu em muitos tons as críticas à Lava Jato...
O Financista 24.08.16 06:45
O Congresso aprovou nesta madrugada o texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, que prevê um rombo de R$ 139 bilhões...
Brasil 24.08.16 06:37
A cúpula da Lava Jato fez um diagnóstico do episódio da suspensão da delação de Léo Pinheiro, segundo o Painel da Folha: o avanço das investigações sobre o Judiciário pode acabar impondo um freio à operação.
Brasil 24.08.16 06:25
A direção do PT rejeitou, por 14 votos a 2, a proposta de convocação de um plebiscito que poderia determinar a realização de nova eleição para presidente, registra a Folha...
Mundo 24.08.16 06:20
A agência Ansa informa que já foram confirmadas 21 mortes em decorrência do terremoto que atingiu a região central da Itália, sendo 11 na região de Lazio e 10 em Marcas.
Segundo relatos, ainda há muitas pessoas sob os escombros.
Brasil 23.08.16 21:00
Rodrigo Janot beneficia Lula e Marcelo Odebrecht com sua decisão estúpida de cancelar a delação de Léo Pinheiro, da OAS...
Brasil 23.08.16 19:57
Rodrigo Janot declarou "encerradas as negociações" com a OAS. Fontes da PGR garantem a O Antagonista que o cancelamento da delação é definitivo, mas os advogados de Léo Pinheiro não deixarão isso barato...
Brasil 23.08.16 19:18
As declarações de Gilmar Mendes e Rodrigo Janot não fazem o menor sentido, mas a imprensa as reproduz com fidelidade canina sem questionamento.
É grotesco todo esse espetáculo para impedir que a Lava Jato chegue aos chefões.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA