PRIMEIRA EDIÇÃO DE 26-6-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO -26 DE JUNHO DE 2016
Com a demora na substituição de petistas herdados do governo Dilma, ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior estariam fazendo cópias clandestinas de informações estratégicas do governo Michel Temer para serem repassados à equipe de Dilma Rousseff, segundo setores de inteligência. O temor é que os vazamentos deixem a administração vulnerável a boicotes e até a ações de sabotagem.
O governo suspeita que estariam sendo feitas cópias de informações em instituições como Dataprev, Funai, Funasa e INSS.
Ministros palacianos dizem que “os dados estão sendo espelhados”, um eufemismo para furto de informações.
Há mil nomeações pendentes, mas o governo continua à espera da liberação pela Abin, encarregada de verificar a ficha de cada indicado.
Acendeu o sinal vermelho no governo quando um convênio de R$ 100 milhões da Dataprev foi copiado e ninguém encontrou o responsável.
O governo Dilma ultrapassou a marca dos R$ 17,8 milhões em gastos com cartões corporativos nos primeiros cinco meses do ano, segundo o Portal Transparência. O gabinete da presidente Dilma torrou sozinho R$ 2,26 milhões, gastos protegidos por “sigilo”. Somando-se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e outras secretarias do Palácio, a conta sobe para R$ 5,43 milhões. Quase tudo “sob segredo de Estado”.
Em razão da Polícia Federal, o Ministério da Justiça é o segundo maior utilizador de cartões corporativos, com R$ 4,1 milhões até junho.
O gabinete da Vice-Presidência, de Michel Temer, torrou R$ 249 mil até maio deste ano, mas nenhuma das despesas é contabilizada.
Quem tem Olimpíadas, não precisa de cartão: o Ministério do Esporte é a pasta que teve a menor despesa com cartões em 2016: só 584 reais.
A impressão, na Comissão do Impeachment, é que a turma de Dilma finge que a defende e os opositores fingem que a atacam. É como se houvesse um acordo tácito, talvez não formal, de que madame já era.
Pode resultar em investigação a denúncia, que chegou ao Planalto, sobre a distribuição de valiosas repetidoras de tevê (RTV) nas capitais. No total, foram 1500 nos estertores do governo Dilma, todas no período de André Figueiredo (PDT) à frente do Ministério das Comunicações.
O deputado José Guimarães (CE), um dos derradeiros defensores de Dilma no PT, conversa diariamente com o ex-presidente Lula. Eles não admitem, mas sabem que a prisão é o destino da fina-flor do petismo.
No Ministério da Agricultura, Ana Amélia (PP-RS) pede licença para ir à comissão do impeachment. O ministro Blairo Maggi diz: “Cuida da comissão porque se não eu volto em 100 dias”. Ela respondeu: “Dilma só volta quando morcego doar sangue e o saci cruzar as pernas”.
Deputados federais gastaram R$ 7,8 milhões em combustíveis, de janeiro a junho. Tudo ressarcido pela Cota de Atividade Parlamentar. O maior reembolso foi para Jéssica Sales (PMDB-AC): R$ 35,88 mil.
Com a demissão de Henrique Eduardo Alves, os petistas brincavam: "Quem será o próximo?". Foi o ex-ministro Paulo Bernardo, do PT. A Operação Lava Jato acabou tirando a graça dos senadores petistas.
Os senadores dizem que o silêncio sobre a prisão de Paulo Bernardo foi por causa do São João. “Creio que o assunto será trazido na próxima semana”, avalia a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).
Presidente da OAB-SE, Henri Clay Andrade acha que a política “está governada pela mediocridade”. Para ele, o País precisa de líderes que pensem para a posteridade: “O Brasil está carente de estadistas”.
...Lula fugiu de Sérgio Moro, mas não escapou da primeira instância.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza
Domingo - 26/06/2016 04:53
Não se fala noutra coisa. A corrupção generalizou-se de tal forma no Brasil que ficou impossível mudar de assunto. Pode-se, no máximo, mudar de corrupto. Pela primeira vez desde a chegada das caravelas, a gatunagem é combatida em toda sua latitude. E a plateia, que morria de passividade, passou a viver uma epidemia de cólera, desnorteando as autoridades.
Uma característica curiosa da corrupção era observada nos partidos políticos. O corrupto estava sempre nas outras legendas. Agora, ele está em toda parte. Outro traço marcante era que, guiando-se por algum autocritério, todos os políticos eram probos. Hoje, são honestos apenas até a próxima delação. O suor do dedo respinga em todos — de vermelhos a bicudos. Não se salvam nem os mortos.
Não há mais alternância no poder. O que existe é uma mera mudança de cúmplices. Confirmou-se a velha suspeita de que o sistema político brasileiro não é constituído por três poderes, mas quatro: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Dinheiro, que paira sobre os outros.
Todo aquele idealismo, aquele ímpeto de servir à sociedade, aquela ânsia de entregar-se ao bem público, toda aquela conversa estava impulsionada pela grana. Para entender o Brasil, era indispensável um certo distanciamento. Que começava com a abertura de contas secretas (se preferir, pode me chamar de trusts) na Suíça.
Dois fenômenos empurram a política para os novos tempos: a disposição dos países estrangeiros de colaborar no combate à roubalheira e a percepção de que corrupção passou a dar cadeia no Brasil. Para reduzir as penas, os corruptos levam os lábios ao trombone, oferendo matéria-prima para o avanço das investigações. Hoje, quem ama o feio leva muito susto.
Ouve-se ao fundo um zunzunzum a favor da fixação de um prazo para as investigações. “Os principais agentes da Lava Jato terão a sensibilidade para saber o momento de aprofundar ao extremo e caminhar para uma definição final. Isso tem que ser sinalizado”, disse o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) dias atrás. Hã, hã… O país não pode ficar dez anos nessa situação”, ecoou Michel Temer. Hummm!
Já está entendido que desse mato não sai coelho. Sai apenas jacaré, Renan, cobra, Sarney, hiena, Jucá, gambá, Cunha, porco-espinho, Zé Dirceu, gorila, Vaccari e um etcétera pluripartidário. Pela primeira vez, a oligarquia é investigada, encarcerada e presa. Verificadas as circunstâncias, é possível ser otimista a, vá lá, médio prazo, e ver o lado bom das coisas, mesmo que seja preciso procurar um pouco.
Num instante em que a força-tarefa de Curitiba começa a abrir filiais em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, fica claro que a saída para o combate à roubalheira é a federalização do modelo Lava Jato de investigação, uma engrenagem que tritura o crime com quatro pontas: Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público e Judiciário.
Se as últimas investigações demonstram alguma coisa é que o sistema político brasileiro apodreceu. A corrupção tornou-se um atributo congênito do político, como as escamas do peixe. A cosa nostra só voltará a ser coisa nossa quando os larápios se convencerem de que a festa acabou.
Como disse Temer, “o país não pode ficar dez anos nessa situação”. Contra um assalto intermitente, exige-se uma vigilância permanente. A política brasileira talvez volte ao normal se for condenada à Lava Jato perpétua.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 26.06.16 08:58
O PT tem presos e presos.
Segundo o Estadão, João Vaccari Neto “é visto como uma espécie de mártir da legenda. O argumento é que ele não embolsou os recursos dos quais é acusado de ter operado. A solidariedade a ele é quase unânime no PT...
Brasil 26.06.16 08:48
Os petistas presos estão contrariados.
Eles não aceitam pagar sozinhos por crimes cometidos em nome do partido...
Brasil 26.06.16 08:02
Paulo Bernardo está sendo rifado pelos companheiros do PT.
Ele deve saber quem são as fontes da coluna Painel, que o acusaram de ter roubado para si, e não para o partido...
Brasil 26.06.16 07:54
O PT vazou para a Folha de S. Paulo a versão de que Paulo Bernardo "agia em benefício eleitoral próprio, não da sigla”.
É mentira, claro...
Brasil 26.06.16 07:48
O PT vai tentar se afastar de Paulo Bernardo, assim como fez com José Dirceu e André Vargas...
Brasil 26.06.16 07:35
Edinho Silva vai ser preso.
Segundo Lauro Jardim, a PF "defenderá que houve ‘continuidade delitiva’ em 2014 das práticas herdadas de João Vaccari Neto como tesoureiro da campanha de Dilma em 2010”...
Mundo 26.06.16 07:16
Os militares iraquianos acabam de anunciar que Fallujah foi completamente liberada do Exército Islâmico.
Brasil 26.06.16 07:10
Domingo é o pior dia para reportagens investigativas, mas O Antagonista tem um extenso arquivo sobre a Estre Ambiental, especializada em reciclagem de lixo.
Se quiser saber o que vai acontecer nas próximas semanas (Antonio Palocci preso), leia aqui...
Brasil 26.06.16 06:55
Wilson Quintella, que acompanhou Lula a Gana, é investigado pela Lava Jato.
Alguns anos depois da viagem, ele se associou a André Esteves, do BTG, acusado de ter pagado propina para comprar os ativos africanos da Petrobras.
Brasil 26.06.16 06:52
A Lava Jato analisou os e-mails de José Carlos Bumlai.
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